Mariposas e políticos

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: camara.leg

 

         Assim como no prenúncio das chuvas, os formigueiros se abrem liberando as mariposas que saem voando em bandos em direção à luz do céu ou dos candeeiros, assim também, há quatro anos, os candidatos a cargos políticos, saíram de seus redutos e alçaram voo, aos milhares em direção aos eleitores. É a natureza e a força das estações renovando o mundo em volta. Há, no entanto, nessa comparação singela, a pequena diferença de propósitos entre o voo das mariposas e dos candidatos.

         Enquanto os insetos buscam dar continuidade à espécie, seguindo os ditames irreversíveis do instinto, os candidatos, dos mais de trinta formigueiros políticos, que infestam a terra Brasil, vão, em revoada, em busca de oportunidades, negócios e projetos pessoais, impelidos por forças incontroláveis, nascidas nas profundezas do ego imenso, que alimentam. Do mesmo modo que as formigas, que se perdem ao criarem asas, os candidatos, fossem eles apanhados na boca do formigueiro, antes de empreenderem seus voos, nenhum saberia responder que projetos trazem consigo para melhorar a realidade dos cidadãos. Essas e outras dúvidas ficarão a cargo dos técnicos em marketing político, que ensinarão, aos candidatos, o que devem repetir em público. Assim não surpreende, que tão danosa quanto a formiga é para a lavoura, a maioria dos candidatos, alheios a realidade em volta, acabam se tornando, eles também, um predador à altura, capaz não só de aniquilar os recursos públicos, como provocar todos os tipos de danos aos cidadãos, usando os cargos obtidos para proveito próprio.

         Ao menos, fica o consolo de que, para as formigas, existem as opções dos formicidas e de várias marcas de veneno e defensivos, alguns, inclusive, por suas composições, prejudiciais aos seres humanos. Para os políticos, que ao longo dos mandatos irão, invariavelmente, estampar uma série sem fim das páginas dos noticiários, por práticas indevidas e outros crimes contra o erário, os remédios ou defensivos estão cada vez mais inócuos, devido à desidratação de muitas leis contra a corrupção, como é o caso da Lei de Improbidade Administrativa e outras.

         Aqui na capital, tornada infelizmente também uma região aberta à representação política, tantos casos de corrupção e de desvios do dinheiro público se repetem, numa dança monótona e sem solução, dado ao afrouxamento das leis, as possibilidades infinitas de recursos e outros instrumentos jurídicos. São as novas saúvas a confirmar e a alterar a predição de Monteiro Lobato de que hoje ou a gente acaba com esse tipo de político predador, ou ele vai acabar com Brasília e com o Brasil.

          Do mesmo modo que o lavrador previdente não tolera a presença de uma saúva sequer, também o eleitor, posteriormente, e a justiça, como prevenção, não deveriam aceitar, de modo algum, a presença desses predadores, mesmo que tenham cumprido pena, ou principalmente por isso. Tão necessário como a renovação de nomes, é a renovação e a valorização da ética pública. Não deve haver perdão para a maculação da ética pública. Em tempo algum, sob pena de ficarmos num ciclo perverso e inútil de elegermos e condenarmos políticos, numa sequência insana, em que o cidadão acaba sendo o único prejudicado.

         Talvez, seja por isso mesmo que as eleições coincidem com a chegada das chuvas na capital. À revoada de mariposas, inseticida. Aos maus políticos, a lei rigorosa e sem misericórdia. Aos bons, que se reproduzam aumentando o número da espécie.

A frase que foi pronunciada:

“Vidro, porcelana e reputação são facilmente quebrados e nunca bem remendados.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

Brasília madura

Tem grande oportunidade de desfazer a pecha de inimiga do Defer, se a ArenaBsB reconstruir o único caminho que leva ao complexo, para a Escola de Esportes. Agora é momento de união e apoio, não de rixas e picuinhas.

Veja em: Brasília Madura – Visto, lido e ouvido no Youtube

Foto: Divulgação/Agência Brasília

 

Filósofo

Basta um olhar atento pela cidade, para notar o quanto os candidatos a cargos políticos na capital terão que realizar, caso venham a ser eleitos. Executivo, como notava com propriedade o filósofo de Mondubim, não é lugar para gente sem ânimo ou sem disposição para o trabalho. Um governador é um tipo de saco de pancada, desses que se veem nas academias de luta. Tem que aguentar o tranco, arregaçar as mangas e sujar os sapatos nas ruas diariamente.

 

Eterna recuperação

A W3 é um bom exemplo, dentro das prioridades do Plano Piloto que devem merecer atenção redobrada do novo ocupante do Buriti. Aquela avenida, que poderia muito bem se transformar no principal eixo econômico da capital, numa espécie de Champs Elisee de Paris, ainda carece de cuidados de toda a ordem. Suja, abandonada, mal iluminada e perigosa, a W3 é hoje um retrato do descaso de décadas. Os barracos de lata estão por toda parte, principalmente nos pontos de ônibus, enfeiando e tornando esses locais em lugares sujos, perigosos e muito longe do que pretendiam os idealizadores da capital.

Foto: doc.brazilia.jor.br

 

História de Brasília

Os alunos de Sobradinho, que terminaram o curso primário, disporão, êste ano, de primeira série ginasial. As aulas serão iniciadas somente no segundo semestre, e funcionará apenas a primeira série. (Publicada em 09.03.1962)

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