Ex-auxiliares são para sempre

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Pedro Guimarães. Foto: Cristiano Mariz/VEJA

 

         Tudo o que o atual presidente da República não necessitava nesse momento era ter que engolir os casos espinhosos, quase simultâneos, envolvendo integrantes do primeiro escalão de seu governo. Nos dois casos, as acusações são sérias e podem, dependendo do andamento das investigações, resultar não só em prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro e do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, como respingar diretamente no governo, prejudicando uma possível reeleição do próprio chefe do Executivo.

         Nos dois casos, um envolvendo corrupção e outro o crime de assédio sexual, as acusações são pesadas e de difícil resolução sem uma apuração mais profunda e demorada, o que pode facilmente levar esses casos para além das eleições de outubro. Se foi uma estratégia política, deu certo. Observando esse imbróglio, do ponto de vista da oposição e tendo como pano de fundo a capivara criminal do candidato das esquerdas, todo esse escândalo, envolvendo os auxiliares diretos do presidente da República, parece delito menor, coisa de punguista e importunador. Agora, observando todo esse caso sob o ângulo da Justiça, principalmente das altas Cortes, onde o presidente possui antagonistas visíveis e fidagais, todos esses casos podem descambar num ruidoso e desgastante processo, onde crimes como prevaricação e acobertamento de inúmeros casos anteriores de assédio podem ter sido praticados.

         De todo o modo, fica, mais uma vez, a lição a ser seguida na escolha criteriosa dos assessores que serão alçados ao primeiro escalão, pois a cara de um governo é exatamente a cara de seus ministros e auxiliares mais próximos. No caso do presidente da Caixa, a escolha foi pela competência profissional, que é incontestável. Não tem sido poucos os casos em que as debilidades de um presidente ficam amortecidas e até não vistas, graças à excelência exibida por sua equipe direta. A questão aqui é que o mérito ou não fica sempre por conta de quem nomeou esses personagens, em ato público, com assinatura e tudo, timbrada em documento oficial.

          Outro problema que pode surgir desses eventos malfazejos é esses personagens virem a ameaçar o governo e outras autoridades, com promessas de contar o que sabem e o que não sabem, como fez Weintraub e Palocci. Esses e outros casos mal explicados podem ainda gerar futuros, uma vez que se sabe que ex-auxiliares próximos são como ex-esposas: são para sempre e, na virada da esquina, podem muito bem voltar sua artilharia contra o presidente. O que não se pode, nesses dois casos rumorosos do momento, é fingir que eles não dizem respeito ao Executivo, já que são ex-auxiliares do governo, entregues ao critério da Justiça. A coisa não é assim tão fácil. Há laços e muitos laços a envolverem quem fica e quem parte.

         Uma coisa é certa: apesar da desfaçatez com que Lula discursa sobre o futuro da Petrobras, numa eventual volta sua ao poder, o ex-presidente foge, como o diabo da cruz, de assuntos relativos à corrupção. Não se fala de corda em casa de enforcado, diria o filósofo de Mondubim.

 

A frase que foi pronunciada:

“A liberdade não pode ser mero apelo da retórica política. Ela deve exercer-se dentro daqueles velhos princípios. que impõem, como único limite à liberdade de cada homem, o mesmo direito à liberdade dos outros homens.”

Ulysses Guimarães

 

Chegando a hora

Mesários começam a receber a comunicação para fazer parte do corpo de voluntários nas eleições. Uma mensagem preliminar é enviada pelo Whatsapp. O chamado que, no passado, era quase uma ameaça está bem mais amigável.

 

Habite-se

Foi uma saga para o nosso leitor conseguir cumprir todas as regras para receber o alvará de sua nova residência. Mas o processo empacou quando foi cobrado pela Novacap a instalação de reservatório de retenção de águas pluviais na residência. Mesmo que a legislação deixe claro que a providência seja opcional para o morador, novamente a burocracia emperra o processo para quem quer fazer tudo certo.

Foto: novacap.df.gov

 

Psique

Todo assédio sexual é, antes de tudo, um caso de assédio moral. O assédio é, do ponto de vista psicológico, uma pulsão, sendo a importunação moral ou sexual oriundas de mesma matriz. O que o predador tem à sua frente é o objeto do desejo que deve ser submetido ou a Eros ou a Thanatus.

 

PM

Censo demográfico no Lago Norte. Os recenseadores estarão identificados. O Batalhão da Polícia Militar da região disponibilizou o WhatsApp 994267168 para quaisquer dúvidas.

Foto: comdono.com

História de Brasília

Quem gosta de ouvir o Jornal Falado Tupy de manhã, está reclamando que em ondas médias, uma estação de rádio amadores está provocando interferência. (Publicada em 02.03.1962)

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