Espada na mão, venda nos olhos e o futuro do Brasil

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Imagem: Reprodução/TV Globo

         No Brasil, já se sabe, a radicalização política é uma forma de manter o status quo dentro de uma primícia antiga, na qual o atraso e o subdesenvolvimento tornaram-se o único projeto de futuro. Um projeto, diga-se de passagem, comum a todos os protagonistas políticos, sejam eles de esquerda ou direita. Na realidade, dada a inconsistência do quem vem a ser ideologia de esquerda ou de direita, qualquer matiz político tem servido como vestimenta ou fantasia temporária nas eleições.

         Depois de eleito e empossado, essas tendências desaparecem da mesma forma como vieram: sem deixar rastros. Houvesse uma preocupação real por parte do Congresso em debater, preliminarmente, os programas de governo de cada candidato, verificando a plausibilidade de cada um diante da realidade nacional, outra seria a eleição. A publicação do Correio Braziliense de 26/08, sob o título “Ciro diz que Lula copiou sua proposta para reduzir endividamento”, mostra que não há seriedade na elaboração da diretriz governamental.

         Houvesse também, por parte da Justiça que porta a espada, uma peneira, capaz de filtrar e barrar aqueles postulantes maculados por crimes, outra seria a eleição. É essa incapacidade orgânica da Justiça da venda nos olhos, de formalização legal de candidatos capazes de enfrentar os problemas nacionais, que está na origem da atual e tumultuada campanha eleitoral.

         A entrega dos destinos do país nas mãos de uma quantidade enorme de partidos sem consistência e com a visão voltada apenas para o próprio umbigo, deu no que deu. Persistir nesse caminho é aprovar a permanência desse nefasto e secular projeto de atraso. Há candidatos de sobra e cidadãos de menos. Da mesma forma, há partidos demais e agremiações políticas, de base popular e autênticas, de menos. Para situações extremadas como a vivida no presente, talvez caberiam soluções do mesmo porte.

         Uma medida, capaz de pôr ordem no banzé eleitoral e que vem sendo defendida, não abertamente, mas no silêncio das confabulações racionais, é a de adiar, por mais um ano, as eleições, preparando o terreno e abrindo veredas para um novo e civilizado pleito, onde o instituto da reeleição seria banido, de vez. O mandato para presidente da República passaria de quatro para cinco anos.

          O enxugamento do número de legendas seria posto em prática. O instituto da ficha limpa mantido conforme o desenho feito pela população. O retorno da Lei da Improbidade Administrativa mantido conforme foi proposto em sua origem. A impressão física do voto implementada com a intenção de dirimir quaisquer dúvidas.

         Com essas medidas apenas, a chanchada eleitoral cederia lugar a uma campanha moderna e de primeiro mundo. A partir dessas medidas essenciais, outras mudanças importantes para o país viriam por inércia natural, como é o caso das reformas tributária, política e administrativa. Dizer que somente os gênios são capazes de enxergar o óbvio não resolve a questão. A questão aqui é não ter medo de ousar e resolver de vez os problemas que afligem a população e não ficar buscando eternamente meios de resolver os problemas dos políticos e de suas legendas, dando-lhes, além de bilhões de reais, todos os meios possíveis para que apenas eles e seus grupos permaneçam como cidadãos de primeira classe.

         A questão aqui é colocar a população na primeira classe, relegando o Estado o lugar que lhe cabe, que é o de servir ao povo e não servir-se do povo.

 

A frase que foi pronunciada:

“Meu mal-estar originou-se da certeza, personalizada por Lula, de que o Brasil se condenou a vagar num cemitério abandonado de princípios e ideias.”

Mario Sabino

Mario Sabino. Foto: Renzo Fedri/O Antagonista

 

Sem pé nem…

Orlando Silva está preocupadíssimo com a segurança dos servidores da Justiça Eleitoral e mesários que vão trabalhar nas eleições. Pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, prometeu enviar um ofício ao TSE atentando para a necessidade de garantir a segurança dos mesários. Segundo o deputado, ameaças físicas podem até colocar em xeque o resultado final das eleições. Temor que não faz o menor sentido. Durante o resultado final os mesários já estarão no aconchego do lar.

Deputado Orlando Silva. Foto: camara.leg

 

Luz

Foi uma verdadeira aula de Pedagogia, Filosofia, História e Política o encontro no plenário do Senado durante a homenagem ao Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil (Isseb). Bem representado pelo senador Girão, o Ceará e seu povo foram assunto na sessão especial com a presença de diretores, coordenadores e alunos.

 

100 Dúvida

Por falar em Paranoá, ontem a candidata ao Senado Damares estava em um palanque móvel com caixas de som. A ex-ministra, atacada implacavelmente pela imprensa, causou um reboliço na cidade. Virou o jogo e, pelos projetos sociais, conquistou o povo.

 

História de Brasília

Bueiros sem tampões em frente ao Clube Unidade de Vizinhança causaram vários desastres durante as festas de Carnaval. Uma moça quase quebra duas pernas. (Publicada em 09.03.1962)

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