Dança das cadeiras

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: correiobraziliense.com

 

Fôssemos buscar por meio de uma alegoria o verdadeiro sentido para o que está acontecendo nas eleições para as mesas diretoras do Congresso, a melhor representação seria o antigo jogo das cadeiras, em que os concorrentes correm em volta de um determinado número de assentos, ficando de fora quem não conseguir encontrar um ao fim de cada corrida em círculo. A diferença é que, no jogo estabelecido pelos parlamentares, os perdedores, invariavelmente, são os cidadãos, já que, nessa corrida em volta de um cargo de extrema sensibilidade para a vida nacional, vencem somente aqueles que não estão diretamente sintonizados com os anseios dos brasileiros por maior ética na vida política.

Prova desse fato é que, em grande parte das ocasiões, quase nenhum candidato que gozasse da simpatia dos brasileiros, por sua postura em favor da transparência e da ética, veio a ocupar a tão desejada cadeira. Não vale, aqui, citar os inúmeros casos de políticos que, por sua conduta ilibada e em favor exclusivo das causas populares, jamais se lograram sentar no comando dessas mesas. O jogo, como dizem os francos, é bruto.

Nessas disputas, a população, como de praxe, passa ao largo. O que faz com que essa situação permaneça imutável ao longo das décadas e com prejuízos para pautas sérias como a prisão em segunda instância, entre dezenas de outras, pode ser encontrada na resistência permanente com que nossos representantes se postam para adiar uma verdadeira reforma política capaz de decretar o fim do longo divórcio entre os eleitores e a classe política.

A quantidade absurda de partidos políticos, que servem apenas como empresas a enriquecer seus proprietários, ajudou a naufragar qualquer traço significativo de ideologia e de consistência programática. O que se tem são legendas vazias de alma e cheias de oportunidades aos seus dirigentes. Essas e outras chances de ouro são obtidas nesse jogo de cartas marcadas, em que os vencedores vão buscar, junto ao Poder Executivo, as garantias argentárias e concretas, que permitem a continuidade do chamado presidencialismo de coalizão, eufemismo para o popular “é dando que se recebe”.

A aceitação pragmática dessa relação de intimidade com o Executivo faz perder de vista a independência entre os Poderes, criando uma simbiose que nada possui de democrática, muito menos de transparente. O apoio sem lastro naquilo que seriam posições políticas definidas em programas obriga o cidadão a assistir à coligação entre gatos e sardinhas, cachorros com linguiça e outras uniões que só demonstram a falta de coerência dessa multidão de legendas, que mais se assemelham a clubes exclusivos e fechados.

Nada do que acontece nessas eleições dentro do Congresso tem o condão de despertar o real interesse da nação, ocupada com questões mais prementes, como é o caso da pandemia. O que ocorre intramuros nessas disputas interessam apenas para aqueles que estão nesse rearranjo das cadeiras a fim de que tudo fique como está. Trata-se, aqui, de uma pantomima que, cedo ou tarde, trarão mais reflexos negativos e despesas absurdas para o público em geral.

 

 

A frase que foi pronunciada
“Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”
Evaristo da Veiga, autor da letra do Hino da Independência do Brasil

 

Bingo
Na sexta-feira, um helicóptero sobrevoou o Paranoá e proximidades por quase meia hora. Estava acontecendo a Operação Cartela Fechada, que acabou com um bingo clandestino na área. Mais de 50 policiais participaram da ação. Cerca de 500 pessoas estavam no local.

Foto: PCDF/divulgação

Trabalhador
O Supremo Tribunal Federal bateu o martelo. A TR não será o índice para a correção de débitos trabalhistas, como previa a reforma de 2017 sobre o assunto. Para se ter uma ideia, no ano passado, o índice calculado pelo Banco Central foi de 0% ou 0,5% ao mês. Tramitações que estavam emperradas pela falta de definição já poderão ser julgadas.

Foto: Agência Brasil

Art. 39 do CDC
Aumenta o número de pessoas enganadas em lojas de eletrodomésticos em Brasília, ao pagarem quase o dobro do preço do produto quando aceitam, por absoluta falta de conhecimento, seguro ou garantia estendidos. Nessa questão, o Procon deveria ser proativo.

Foto: Reprodução/TV Fronteira

Mulheres
Organizado pela Biblioteca do Senado, o projeto Escritoras do Brasil dedica, aos cidadãos brasileiros, a obra A Judia Raquel, elaborada em 1866 por Francisca Senhorinha da Motta Diniz e por sua filha. Acesse a obra no link Escritoras do Brasil: A Judia Raquel.

História de Brasília
Hoje, tive vergonha ao ler O Cruzeiro. Tive vergonha da nossa São Paulo, da locomotiva, do maior parque industrial da América do Sul. A revista publica, entre outros dos assuntos de São Paulo, o primeiro, o pontapé nas partes traseiras recebido pela deputada Conceição da Costa Neves do deputado Cid Franco. (Publicado em 21/01/1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin