Categoria: ÍNTEGRA
DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br
Circe Cunha com MAMFIL
Ou a população de Brasília se une para promover uma reforma verdadeira e profunda no funcionamento da Câmara Legislativa e em todo o quadro político-eleitoral da capital, ou continuará a assistir, de camarote, à sucessão contínua de escândalos de corrupção, com sérios prejuízos não só para a cidade como um todo, mas também para cada um dos moradores, principalmente para os pagadores de impostos que são obrigados para bancar essa farra sem fim.
Fosse feita uma pesquisa de opinião pública com os brasilienses mais esclarecidos e que se interessam pela vida da cidade, possivelmente essa Câmara Legislativa seria banida para sempre do horizonte candango — o que essa coluna sempre defendeu. O afastamento inédito de toda a cúpula do Legislativo local joga os brasilienses de volta aos lastimáveis episódios deflagrados com a Operação Caixa de Pandora de 2009, em que o então governador, José Roberto Arruda, foi parar atrás das grades.
Temos, assim, por nossa falta de comprometimento, três recordes nacionais vergonhosos: o primeiro senador cassado, o primeiro governador preso e a primeira Mesa Diretora de um Legislativo afastada por decisão da Justiça. Tudo isso num curto espaço de tempo. Vigilância eterna é o preço que o eleitorado da capital tem que pagar para desfrutar dos benefícios da democracia. A história da implantação de uma câmara de representantes e de eleições gerais em plena capital federal mostra o poder de pressão dos lobbies sobre a feitura das leis, inclusive até sobre a Constituição.
Contrariando pareceres de doutos juristas, a emancipação política da capital foi feita para atender nichos específicos de pessoas que anteviram nesse processo chances de ganhos econômicos extraordinários. Por diversas vezes, neste mesmo espaço, a população foi alertada para os riscos de se repetirem na capital os mesmos vícios políticos encontrados em outras partes do Brasil. O que os brasilienses começam a perceber agora é que o divórcio entre a classe política e a população é um fenômeno nacional, e Brasília não foge à regra.
Não cabe ao jornalismo fazer as vezes de juiz, condenando ou absolvendo quem quer que seja. Mas estamos cientes de que cabe única e exclusivamente ao povo decidir sobre o que quer que o presente faça pelo futuro e que modelo de democracia deseja para si e para os seus. Pelo que se tem visto até aqui, a sabedoria popular ainda não encontrou solução para o impasse flagrante.
Como é possível que representantes eleitos pela sociedade continuem a trabalhar contra essa mesma sociedade, contrariando seus anseios, escarnecendo não só da Justiça, mas dos próprios eleitores? Quo usque tandem abutere, Camara patientia nostra?
A frase que não foi pronunciada
“Eu estou cheio de ver morcego pousando de segurança de banco de sangue!”
Certo eleitor candango
São Paulo
Magnus é o nome do cachorro que surpreendeu a criançada da AACD. Cientificamente provada, a presença do cão traz alegria suficiente para anestesiar a dor da hospitalização. Felipe Consentini é o veterinário de Magnus. A docilidade e a sociabilidade do animal foram fundamentais na seleção.
Esclarecimento
Sobre a eleição da UnB, a professora dra. Márcia Abrahão esclarece à coluna que a candidatura ao lado do professor Enrique Huelva é exclusivamente acadêmica, “expressa em nosso programa e em nossas exitosas carreiras, que o convido a conhecer. Como gestores de uma das principais universidades do país, caso sejamos eleitos para dirigir a UnB pelos próximos 4 anos, não vamos nos omitir em contribuir com questões importantes para a academia e para o país”.
Lição de vida
Corre pela internet bela imagem com o seguinte dizer: Saem os campeões das Olimpíadas, entram os heróis das Paralimpíadas. Na SporTV, vale acompanhar a série Eu me movo, um documentário que começa às 18h30 sobre a trajetória de vida e a rotina de treinamento de 10 atletas paralímpicos, reconhecidos internacionalmente. Verônica Hipólito, Dirceu Pinto, Fernando Fernandes e tantos outros.
Entrada franca
Por falar em cães, no Minas Hall, de amanhã até domingo, acontecerá o Dog Weekend. Trata-se de uma superfeira com todas as novidades do setor de produtos e serviços para cães, exposição de raças e habilidades.
Preservação
Bate forte o coração ao ver caminhões cercando a mina d’agua, onde será ampliado o acesso norte, entre a Ponte do Bragueto e a L4. Se for preservada, poderia ter uma placa com o nome do ministro Armando Leite Rollemberg.
História de Brasília
Toda ausência é atrevida. Foi só o sr. Jânio Quadros sair do governo, e o Supremo julgou logo o mandado de segurança fazendo voltar as corridas de cavalo nos dias de trabalho normal. (Publicado em 13/9/1961)
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aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha e MAMFIL
Vertente criminosa da política
Ninguém poderia imaginar que o século 21, recém-inaugurado, traria consigo tanta turbulência, contrariando aqueles que acreditam que a evolução da espécie humana é uma questão de tempo. Ao que se assiste agora, por todo o mundo, é ao recrudescimento da violência e da barbárie em seus aspectos mais primitivos.
Enquanto os países desenvolvidos se veem envoltos com a questão dramática do terrorismo e com a chegada inesperada de grandes levas de imigrantes famintos; no Brasil, ainda nos vemos presos a problemas do século passado, causados não só pelo subdesenvolvimento persistente, mas, sobretudo, pela sobrevida de um estilo político herdado dos tempos dos currais eleitorais e dos coronéis.
Com a proximidade das eleições municipais, metrópoles distantes e distintas, como Rio de Janeiro e Fortaleza, são obrigadas a recorrer à proteção da Força Nacional de Segurança para que os pleitos ocorram de forma pacífica. Atualmente, sem a presença efetiva dessa Força Armada, simplesmente não há garantias de que as eleições sejam tranquilas. Em Fortaleza, a questão da segurança vem pautando praticamente todos os discursos de campanha de todos os partidos indistintamente.
Em Natal, a questão da violência urbana também está presente nos palanques. Não bastasse a ocorrência dessas sérias questões, crescem as suspeitas de que o crime organizado, por ordem de suas lideranças, muitas de dentro de presídios de segurança máxima, tem se articulado para lançar e bancar candidatos comprometidos com o mundo do crime.
Para os brasileiros, estão postos agora todos os ingredientes para um retorno aos tempos do gangsterismo que assolou a cidade americana de Chicago nos anos 1920. A corrupção sistêmica na política, a volta dos cassinos, o financiamento de candidaturas pelo crime organizado, são alguns dos elementos presentes que ameaçam não apenas nossa democracia, mas tornam ainda mais cinzento o futuro de milhões de brasileiros. É esse ovo da serpente que é posto agora diante de nós e que, por nossa omissão, pode vir à luz.
A frase que foi pronunciada
“O dinheiro não modifica o homem, apenas o desmascara.”
Henry Ford
Alvo
Destaque para os brasileiros nas Olimpíadas foi o almirante Paulo Zuccaro, diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa. Sem campanhas ou estardalhaços sobre o desenvolvimento de atletas militares, a população brasileira desconhecia o feito das Forças Armadas em relação ao esporte. O almirante Zuccaro disse, em entrevista, que países desenvolvidos têm esporte desenvolvido.
Simples assim
Pensem no que aconteceria se as multas do Detran fossem transformadas em horas de pena alternativa. Os motoristas seriam obrigados a prestar serviços em escolas públicas ou hospitais. Não haveria mais a sanha arrecadatória, e o resultado da aplicação das multas seria visível e serviria ao bem comum.
Ouro da casa
Que satisfação ver que Diego Badra enfim entrega-se à culinária. Chef de mão cheia, educado e sensível, ele reflete as qualidades que tem nos pratos que faz. Amanhã, na Oficina Gourmet do Taguatinga Shopping, Diego desvendará os segredos do alfajor, pavlova e torta de limão. Contem no relógio o curto tempo que esse rapaz levará para ser referência na cidade.
Renascer
www.amputadosvencedores.com.br é o site de Flávio Lúcio Peralta. Depois de ser eletrocutado por uma descarga de 13.800 volts, ele precisou se adaptar à vida sem as mãos. Agradecemos a oportunidade de ler um depoimento tão marcante. Funcionários que trabalham em constante perigo ganhariam muito com esse depoimento.
Erramos
Estância Quintas da Alvorada, que enfrenta a Agefiz, nada tem a ver com Quintas da Alvorada, condomínio próximo.
História de Brasília
A posse do ministro da Viação foi a esperança de modificações nos Correios e Telégrafos. Agora, com engenheiro jovem, inteligente, o ministério poderá produzir muito mais. Um voto de esperança e confiança para o cel. Virgílio Távora. Vença a burocracia, coronel, senão ela lhe sufocará. (Publicado em 13/9/1961)
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Fim do cerrado. Rios, milho, soja e feijão por areia
Com a transferência da capital para o interior do Brasil, a Região Centro-Oeste, secularmente esquecida, passou a experimentar um protagonismo até então inusitado. A proximidade com Brasília favoreceu e estimulou o desenvolvimento da região. Novas rodovias foram abertas, estradas de ferro foram inauguradas, fábricas instalaram-se no interior. Com o desenvolvimento gerado pelas novas condições geopolíticas do país, veio o progresso e, atrás dele, também o avanço inevitável da poeira.
Ao pretender se transformar no celeiro do Brasil e do mundo, o Centro-Oeste em pouco tempo mudou. O cerrado, anteriormente abundante em toda região, foi sendo substituído pela agricultura semeada em grandes latifúndios mecanizados. Com o advento das espécies transgênicas, as monoculturas do milho e da soja foram expandidas até os limites das cidades. As novas e extensas culturas tomaram conta da vegetação nativa do cerrado, posta abaixo indiscriminadamente, mesmo às margens dos rios.
O cerrado é um bioma que ocupa um quarto do território brasileiro. Embora não possua rios caudalosos, é nessa região que estão concentradas as nascentes de oito das maiores bacias hidrográficas do Brasil. No cerrado, estão os principais aquíferos do país: Bambuí, Urucuia e Uarani. Biólogos e outros pesquisadores são unânimes em reconhecer que a retirada da vegetação natural aliada a um desmatamento criminoso e sem precedentes, estão comprometendo irremediavelmente a manutenção dos níveis de água de grande parte do país.
Se a preservação da natureza é difícil e custosa, além de enfrentar o poderoso lobby dos grandes produtores, imaginem como será, então, para todos, um processo de desertificação perene de grande parte do Brasil. Em algumas regiões, já é possível verificar o desaparecimento de várias nascentes. Sem dúvidas, os prejuízos advindos de uma atividade e de um manejo da terra sem as cautelas necessárias serão infinitamente maiores do que os ganhos que uma minoria de latifundiários terão a curto prazo.
Os alertas sobre a importância de preservar a vegetação nativa do cerrado vêm ocorrendo há algum tempo sem a merecida atenção por parte das autoridades. Segundo alguns cientistas, o processo é irreversível. Para as gerações futuras, se nada for feito, os rios, o milho, a soja e o feijão serão caso encerrado.
A frase que foi pronunciada
“A beleza é uma carta de recomendação a curto prazo.”
Ninon de Lenclos, filósofa e cortesã francesa e considerada símbolo da força e da independência feminina.
Itinerante
Ativo em Brasília na solução de lides, o TJDFT está sempre presente. Nesta semana cinco regiões administrativas vão receber o Juizado Itinerante, uma forma muito bem-vinda pelos cidadãos devido à facilidade do acesso à Justiça.
Conciliação
Por falar em lide, o juiz Flávio Rostirola suspendeu a derrubada das casas no condomínio Quintas da Alvorada, mas a questão não está decidida. Ele enaltece a conciliação no caso e o amplo direito de defesa dos moradores.
Alternativa
Jaques Grinberg, coach de vendas, palestrante, consultor e sócio em quatro empresas, atesta que onde há crise econômica, tem crédito cada vez mais exigente. Existe também busca dos consumidores por bens que sejam adquiridos sem o pagamento de juros. Esse é o ambiente favorável para a aquisição de bens por consórcio.
Plástica prática
A Escola Parque é uma instituição educacional que desde as raízes da cidade era o ambiente para o desenvolvimento de artes, música e teatro, três ferramentas valiosas para a paz social, para o desenvolvimento cognitivo e afetivo. A artista plástica Regina Pessoa, em um resgate histórico, estará presente na Escola Parque para um bate-papo com a criançada. A aula prática de artes plásticas termina no Museu da República, na exposição que ficará aberta ao público até o dia 28.
História de Brasília
Em Brasília, tem sido a cabeça do Iate Clube, e o próprio clube é um atestado de boa administração. (Publicado em 13/9/1961)
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com Circe Cunha com MAMFIL
Quando a língua se move mais rápido do que o cérebro, o que se tem é o atropelo da razão. É o que parece ter ocorrido com o ministro do Supremo Gilmar Mendes ao declarar, no plenário daquela Corte, que a Lei da Ficha Limpa foi feita por bêbados. Ao emitir tamanho disparate, do alto de sua torre de marfim, Mendes não só demonstrou seu desdém acerca do pioneirismo e alcance dessa lei, considerada por muitos juristas de renome como um marco revolucionário para a moralização do processo político brasileiro, como deixou escapar um certo desprezo por iniciativas oriundas e de cunho popular.
Da mesma forma, como o juiz interpretou a lei de iniciativa popular, a população interpreta o ministro como que, de forma alguma, esteja a favor de políticos malandros. Mas qual é o problema da lei? As fases recursais? O princípio da inocência? Mas a mesma Carta Magna, que prevê as obrigações do Estado para com o povo, não contempla efetivamente essa obrigação cumprida. Então, para fazer tudo certo, quem já foi julgado e condenado não pode representar eleitores e quem assumir cargo público terá que cumprir a Constituição.
A presunção de inocência pode favorecer larápios que não passaram por todo o processo de recursos exageradamente dados pela Justiça brasileira. Uma sentença condenatória dada por juiz de 1º ou 2º grau pode ser perfeitamente transformada em instâncias maiores da Justiça. E a Constituição cumprida dará aos cidadãos e contribuintes o que lhes é de direito.
Resta saber a quem serve uma Constituição que tem várias interpretações. Aliás, o último entendimento agora, dado pelo douto magistrado, encontrou nas, filigranas da lei, uma brecha larga por onde se evadirão milhares de prefeitos e outros administradores públicos ladinos com contas e contabilidades a acertar com a Justiça.
Por um lado, a decisão estabelecerá uma ampla anistia aos políticos apanhados com a mão na botija. Por outro, o novo entendimento entregou para as câmaras municipais o poder de dar o veredito final. Dessa forma, aqueles prefeitos que malversaram os recursos da população e que tiverem maioria política nas assembleias, estarão automaticamente inocentados de qualquer irregularidade e seguirão elegíveis ad eternum.
A interpretação poderá ainda fazer com que um prefeito recém-empossados consigam, através das Câmaras, que seus antecessores e inimigos políticos venham a ter suas contas rejeitadas. Em suma, foi firmado o verdadeiro samba do ariano doido em que os mais espertos seguirão inatingíveis pela lei. Mesmo naqueles casos em que as assembleias não venham a se reunir para deliberar sobre as contas, os maus prefeitos podem seguir livres para voltar a delinquir. Somente neste ano de eleições, 4.849 políticos que tentarão concorrer poderão ter seus registros de candidatura impugnados de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
Ao empurrar os tribunais de contas para escanteio, restringindo sua atuação a um mero assessoramento, a nova interpretação escancarou as portas dos cofres municipais à sanha dos espertalhões de sempre, beneficiando minoria desonesta e deixando à própria sorte o eleitor.
Tudo o que a população quer é conhecer os antecedentes de quem vai representá-la. Alguém que tivesse responsabilidade e medo da Justiça ao administrar o suado salário da classe média. Alguém que esteja em dia com a Justiça Eleitoral, que esteja há mais de um ano no mesmo partido, que não se esconda, como um ladrão covarde, atrás do abominável foro privilegiado para se livrar de crimes. Alguém que não seja apenas um alfabetizado funcional, que tenha educação, inclusive, para valorizá-la efetivamente em nome da República. Alguém que seja severamente punido ao se despedir do governo, se ao final do mandato não apresentar os resultados reais lidos no discurso de posse.
A frase que foi pronunciada
“Nós mesmos somos o nosso pior inimigo. Nada pode destruir a humanidade, mas a própria humanidade.”
Pierre Teilhard de Chardin
Mei
Amil para tratamento dentário tem cobrado religiosamente todas as parcelas relativas ao Plano Dental, mas localizar um dentista credenciado é uma tarefa hercúlea. A reclamação é de um leitor jovem que paga as mensalidades com o dinheirinho suado de um trabalho como microempreendedor individual.
Release
O painel do sonegômetro que denuncia os valores astronômicos da sonegação fiscal no Brasil está exposto em Porto Alegre (RS), no Largo Glênio Peres, próximo ao Mercado Público. A iniciativa é do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O painel revela que o deficit de R$ 170 bilhões, previsto pelo governo interino de Michel Temer para 2016 seria equacionado com folga se os bilhões de impostos sonegados no país desde o início do ano fossem recuperados.
Educação
Liberados pelo Ministério da Educação mais de R$ 277 milhões às instituições federais de ensino. Do total de recursos, as universidades federais receberam R$ 185 milhões, valor que inclui repasses para hospitais universitários. Já a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica recebeu R$ 90 milhões. Outros R$ 2 milhões foram encaminhados ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), ao Instituto Benjamin Constant (IBC) e à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Atualmente, tão importante quanto o aviso de liberação de rubricas, é a divulgação do Portal da Transparência;
História de Brasília
Assumiu a subchefia da Casa Civil o sr. Silvio Pedroza. Quase menino, foi governador do Rio Grande do Norte, fazendo um dos mais revolucionários governos daquela época. Alterou, para melhor, o sistema de ensino, distribuiu escolas por todos os municípios, modificou os métodos administrativos, e jogou seu Estado muitos anos na frente. (Publicado em 13/9/1961)l
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com Circe Cunha e MAMFIL
Grampos revelam a face oculta de autoridades brasileiras. Fossem gravadas e disponibilizadas para o público em geral as chamadas conversas ao pé do ouvido dos políticos desse país, a maioria de nossos representantes estaria no rumo certo para a cassação do mandato e para a condenação pela Justiça. O que as variadas gravações secretas dos políticos têm, reiteradamente, demonstrado ao longo do tempo é que, de fato, não conhecemos nem um pouco os nossos representantes nem suas ideias.
No caso das recentes gravações de conversas divulgadas entre a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão e a vice, Liliane Roriz, o que chama a atenção, logo de saída, é que os brasilienses de bem, que sempre se posicionaram contrários a emancipação política da capital, têm razões de sobra para essa luta.
O aparato burocrático de representação política, facilitado pela Constituição de 1988, e arrancado a fórceps da lei para a capital do país, vem, ao longo dos anos e a cada novo escândalo demonstrando não só a inutilidade e a ineficácia desse modelo, como os sérios prejuízos para o para o contribuinte, obrigado a bancar esse circo inútil e de péssima qualidade produtiva.
A cada novo episódio mal explicado, fica a certeza de que o atual modelo é danoso para a cidade e para a maioria da população. Visto por sua face crua, revelada pelos seguidos casos de grampos, fica constatado que grande parte dos deputados distritais não representa ninguém, além de si e de seus interesses inconfessáveis. A sanha pela obtenção de vantagens de toda ordem, mesmo flagrantemente ilícitas, aparece nas mais diversas legendas, variando apenas no quantitativo de acordo com o poder momentâneo de cada uma.
Também as constantes desavenças entre o Legislativo e o Executivo local, tão prejudiciais à população, obedecem e são movidas por motivos pouco republicanos, orientadas pelas disputas de poder pessoal. Nos diálogos, sempre captados à sorrelfa, ficam demonstrados, além do baixo nível e da mediocridade moral dos eleitos, que a formação de currais eleitorais aos moldes do século passado ainda são uma realidade presente e nefasta entre nós.
A frase que não foi pronunciada
“Ué, caixa 2 ainda existe? Pensei que a
versão 2016 tivesse sofrido um upgrade para Caixa 5”
Ministro recém-chegado no Brasil,
depois de 15 anos fora, horrorizado com as notícias.
Reclamação
» É certo que a Polícia Federal tem sido exemplar nas operações contra a corrupção, mas uma pena que para tirar passaporte não seja mais possível fazê-lo no Na Hora da Rodoviária do Plano Piloto, agora só Riacho Mall, no Riacho Fundo. E-mails protestando sobre a mudança podem ser feitas ao sr. Ney Ferreira de Souza, Ouvidor da PF. (ouvidoria@dpf.gov.br )
Falta sensibilidade
» Por falar em reclamar, o governo federal tem seu espaço no Reclame Aqui, o melhor portal para esse fim. Em 12 meses, foram 139 postagens. Pena que nenhum dos problemas foi resolvido.
Proibido cortar
» Luiz Carlos Pato é um dos lavadores de carro que trabalha perto do Senado. Ele plantou várias árvores do estacionamento do Prodasen. Cada uma que cortam lhe dói o coração. No toco da última vítima da serra elétrica está escrito: “Sinto muito”. Alguém registrou o sentimento de tristeza com a violência, no resto de seiva que chorava uma morte sem sentido.
Inteligência para o futuro
» Bancada pela Noruega, a Libéria recebeu investimentos para o combate à epidemia de ebola. Em contrapartida, seria proibido fazer qualquer desmatamento. Depois da proposta à nação africana, agora é lei na Noruega. Para cortar uma árvore, é preciso pedir autorização para o governo.
Parceria
» Aragarças, Baliza, Bom Jardim de Goiás e Piranhas são regiões de Goiás que terão as escolas e entidades beneficiadas por agricultores familiars que vão fornecer hortifrúti. Trata-se de uma parceria entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio da Superintendência Regional de Goiás, com o contrato com a Cooperativa Mista de Agricultores e Agricultoras Familiares de Cooperjardim.
Educação
» A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, iniciativa da Fundação Itaú Social e do Ministério da Educação, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), é uma proposta que procura aperfeiçoar e atualizar sempre as técnicas de ensinar, em que o professor permanence em constante aprendizagem. Um bom planejamento em busca de resultados é estratégia que permite ao professor ensinar melhor, e ao aluno, aprender mais. A 5ª edição está em pleno processo de produçao literária.
Higiene
» Falta em nossas lanchonetes, confeitarias e padarias a tal pia para lavar panos de chão no térreo, para que estes não sejam lavados na mesma cuba das louças. Aliás, usar a vassoura faz economizar água, e evita a manipulação excessiva de funcionários com os panos de chão.
História de Brasília
A reclamação vem do pessoal da Imprensa Nacional. Até hoje não instalaram bebedouros no local de trabalho, e a cantina cobra preços absurdos, mesmo como está: instalada precariamente, sem higiene, sem conforto, e sem pagar luz, aluguel ou impostos. (Publicado em 13/9/1961)
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Cartas, sobretudo aquelas escritas de próprio punho, possuem um poder revelador tão fascinante que, analisando o desenho ou um traço de uma simples letra, é possível acessar os mais recônditos labirintos da alma do autor. Mais do que revelar o interior de quem escreve, uma carta, quando manuscrita, se converte num documento fidedigno, pois cada linha riscada na folha branca é como uma própria assinatura, lavrada e garantida.
Nesse sentido, a carta de dona Dilma aos senadores e à nação, finalmente tornada pública na terça-feira, como missiva, soa totalmente falsa. Nela, nem as pessoas que desfrutam do convívio íntimo da presidente reconheceriam nos escritos quem foi o autor de fato. Para muitos, o texto é inteiramente de autoria de seu advogado de defesa, José Eduardo Cardoso, sendo que a presidente, nesse caso se limitou a ler o que estava à sua frente.
Fosse esse um documento manuscrito, apresentando o desenho personalizado de sua letra, mesmo com erros de português e gramática, a carta exalaria aquele ar de autenticidade. Mais uma vez a presidente abandona o caminho reto da verdade para se embrenhar pela via larga da falácia, levando ao destinatário para uma espécie de areia movediça, onde os fatos e as versões afundam no mesmo terreno. Mais uma vez dona Dilma desperdiça a oportunidade de usar a sinceridade. Essa é a derradeira chance.
Durante os longos anos em que ocupou os mais destacados cargos públicos, em nenhum momento dona Dilma se permitiu mostrar quem realmente é. Cargos públicos são para pessoas que se apresentam cristalinas, sem medo de mostrar o que são, o que pensan e ao que vieram. Entre as coisas públicas, numa república de fato, o que se deveria encontrar, além da total transparência das pessoas ungidas pelos cargos, o respeito irrestrito às leis.
De toda forma, a carta ficará com o registro lido pela alegada autora para a posteridade e, no futuro, será lida e esmiuçada por historiadores que, à semelhança de arqueólogos e paleontólogos, buscarão entender quem foi realmente o personagem por trás da carta, quais foram suas razões e angústias. Pelo que se tem até agora, não dá para saber ao certo. Restará aos cidadãos buscar, por conta própria, o fantasma escritor por trás das linhas.
Discurso que foi pronunciado:
“Ao longo da campanha, anunciei medidas que vão ser muito importantes para que a sociedade brasileira enfrente a corrupção e acabe com a impunidade.”
Discurso de dona Dilma
Criatividade no ar
Jorge Antunes leva para a UnB, na terça-feira, a ópera de rua Olympia ou Sujadevez, de sua autoria. A apresentação está marcada para as 12h30, no Restaurante Universitário, na área voltada para o Minhocão. Coro, solos e orquestra.
Imbróglio
Recebemos da Mesa Diretora da CLDF o seguinte esclarecimento: “A Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal esclarece que aprovou Projeto de Emenda Aditiva, proposto pela própria deputada Liliane Roriz, que destina recursos para a Saúde. E que os áudios divulgados, hoje, pela imprensa estão evidentemente editados e as conversas estão fora de contexto. A Mesa ainda esclarece que os deputados cumpriram com seu dever de legislar, que rejeita qualquer acusação de prática de ato ilícito e que confia nas investigações para a apuração da verdade. Ademais, a deputada Liliane Roriz está sendo investigada pela Mesa Diretora da Câmara, podendo sofrer a perda do mandato em três processos pela prática de atos ilícitos e quebra de decoro parlamentar”, encerra a nota.
Desapego & necessidade
Cena comum para os frequentadores de restaurantes em Brasília são pessoas necessitadas que pedem dinheiro, vendem flores etc. O Santé 13, na 413 Norte, resolveu a situação com a campanha: “Quem tem PÕE. Quem não tem PEGA”. Com o apoio da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh), a proposta funciona da seguinte forma: o restaurante é um ponto de troca, que recebe as doações de roupas e agasalhos em bom estado e distribui às pessoas em situação de vulnerabilidade. E o montante arrecadado ao longo de toda a semana também será distribuído, às sextas-feiras, em uma das instituições indicadas pela Secretaria. A campanha não tem data para acabar, os organizadores pretendem que a ideia estimule o desapego na população de Brasília. É só fazer sua parte.
História de Brasília
Agora, seja dada a solução que bem convier, desde que a nomeação do prefeito é de exclusiva responsabilidade do presidente da República. Mas o que o sr. João Goulart fizer de bom ou de mau para a capital todos nós saberemos conhecer. (Publicado em 13/9/1961)
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Se não tivesse vindo a óbito ainda na infância, a estatal Brasil 2016, criada no governo Lula para preparar a cidade do Rio de Janeiro para a realização das Olimpíadas a exemplo de outras, como a Hemobrás, ou estaria na mira da Justiça, envolvida em casos de corrupção, ou teria gerado um sobrepreço gigantesco para a realização dos jogos. A criação e a manutenção de estatais interessam sobretudo aos políticos, principalmente àqueles que apregoam a tese de que o Estado deve ser o maior indutor do desenvolvimento.
Atreladas aos infindáveis recursos do Tesouro Nacional, as estatais não operam com a lógica cartesiana do mercado. Termos como competitividade, excelência técnica ou produtividade, ou são desconhecidos nesse meio, ou simplesmente desconsiderados como conceitos inúteis. Blindadas por legislação própria e com o dinheiro farto, sugado dos contribuintes, as estatais tinham, nos governos militares, uma certa razão lógica que se prendia aos conceitos de nacionalismo e fortalecimento do Estado, próprios do pensamento castrense.
Com a chegada ao poder dos partidos autoproclamados de esquerda, a existência e a multiplicação das estatais ganharam, além contornos ideológicos típicos desse matiz político, uma razão bem prática: hospedar simpatizantes e apoiadores em cargos estratégicos, de forma a obter vantagens e carrear para os cofres desses partidos o máximo possível de recursos sob o disfarce de doações.
Pesquisa feita pelo Instituto Teotônio Vilela mostra que as 41 empresas estatais criadas entre 2003 e 2015 deixaram, por baixo, um passivo de mais de R$ 8 bilhões. De acordo com a ONG Contas Abertas, as mais de 100 estatais, somadas as empresas de economia mista, movimentam, anualmente, algo em torno de R$ 1,4 trilhão.
É nessa fabulosa montanha de dinheiro que residem os interesses dos partidos e não em ideias vagas de desenvolvimento nacional ou soberania. Para assegurar o controle e a expansão desse nicho de riquezas, é comum que as esquerdas apregoem constantemente o alarme de que os imperialistas do Norte estão de olho nesses recursos.
Curioso observar que esses partidos recorrem as mesmas táticas de convencimento de algumas igrejas pentecostais quando ameaçam com a danação eterna aqueles crédulos que não pagaram o dízimo cobrado.
A Petrobras é o caso mais emblemático e didático capaz de explicar o enorme interesse que esses partidos têm pelo comando dessas empresas. A lista de empresas estatais que dão prejuízos bilionários e estão sob investigação por crimes é extensa e não tem sido fácil simplesmente eliminá-las. Pelo menos enquanto existir contribuintes ou fiéis crédulos de que essa é a única fórmula ou salvação para de erguer um país próspero ou ir para o céu, livrando o Brasil da sanha dos imperialistas, ou seja, do capeta.
A frase que foi pronunciada
“A filosofia progride não ao se tornar mais rigorosa, mas ao se tornar mais imaginativa.”
Richard Rorty, autor de Filosofia e o espelho da natureza
Responsabilidade civil
Nem o Estatuto da Criança nem o Estatuto da Pessoa com Deficiência nem a determinação do TCU nem ação judicial e nem mesmo a Constituição são suficientes para resguardar as pessoas que usam medicamento de alto custo. Uma saga para cumprir todas as formalidades e um desrespeito ao não receber o remédio. GDF precisa honrar o compromisso com essa parte sofrida da população.
Obrigação constitucional
Para dar dignidade e vida com qualidade a um paciente com fibrose cística são suficientes
$ 11 mil por mês. Para o governo que arrecada sem parar, é muito pouco. Para uma família assalariada, é impossível. Dinheiro não falta aos cofres públicos. O problema é a falta de gestão pública. Saem as emendas para a Saúde nas quais os recursos são usados para o pagamento de vigilantes. É preciso organizar e dar transparência às verbas destinadas ao Fundo Constitucional para Educação, Saúde, Transporte e Segurança. Simples assim. Quanto entrou e quanto saiu e em que foi usado.
Nova dinâmica
Quem passa pelo problema dá a solução. Fernando Gomide sugere que o governo acompanhe pelo CPF a identificação dos pacientes que recebem o medicamento de alto custo. Automaticamente. Qual é a quantidade necessária e a data para buscar. Isso é o mínimo que se espera de um governo que está sempre atento em como arrecadar mais. Só quantidade de dinheiro é insuficiente. Urge a qualidade no uso da verba.
Celebração
Leonel Peleja de Souza Oliveira e Terezinha Célia Kineipp Oliveira transbordaram de felicidade na formatura do filho Mateus, novo advogado da cidade.
História de Brasília
Em Brasília a coisa se inverte. Os “patrões” são os donos dos sindicatos, acostumado à ociosidade proveitosa, tanto assim, que compareceram à manifestação sem ser convidados, e apareceram de última hora, para se infiltrar entre os trabalhadores, e conseguirem uma audiência com o presidente da República. (Publicado em 13/9/1961)
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Circe Cunha com MAMFIL
Apatia popular enfraquece a força do direito do consumidor
Por alguma razão, que apenas o estudo do comportamento poderá explicar, o cidadão brasileiro pouco demonstra conhecer o poder que tem como força de mudança. Apesar da revolta com os maus-tratos no campo consumerista, há pouca luta ou manifestação para dar fim aos abusos. O próprio Estado não tem cumprido as regras impondo às reguladoras a obrigação de honrar a missão estipulada.
Para que servem as agências reguladoras? Na prática, elas funcionam como cúmplices, quando deveriam fiscalizar as normas disciplinadoras para o setor regulado, na maioria das oportunidades, apenas atestam. Sem esperança, o consumidor não acredita na solução de problemas dados por agências reguladoras. São inúmeras as oportunidades em que o consumidor abre mão da dignidade e da liberdade, preceitos que são garantidos pela Constituição.
Um quilo de tomate por R$ 8, um quilo de feijão mais caro do que 5 quilos de arroz, carne, peixe, gasolina e por aí vai. A tevê a cabo define o que você assistirá. Os contratos com operadoras de celular obrigam fidelização para ter vantagens (que não existem). O próprio GDF cobra de proprietários de salas comerciais pela água que não é consumida, como estabelecido em uma lei distrital, que vai contra todas as regras do Direito do Consumidor. Definitivamente, não há igualdade de forças. Há severas restrições ao se tratar do exercício da dignidade e da liberdade na relação jurídica de consumo.
Ao olharmos pelo retrovisor, o modelo de Justiça comutativa fracassa no processo histórico e econômico. Daí o esforço para equilibrar as desproporções: Defensoria Pública, juizados especiais, delegacias do direito do consumidor, Ministério Público. Ainda é tímida a força popular no exercício da cidadania, fortalecendo a liberdade e a dignidade com a criação de associações de consumidores criadas com o mesmo fundamento dos sindicatos. Para defender os interesses de quem propulsa a mola mestra da economia, as ferramentas estão aí.
A frase que foi pronunciada
“Sim, o consumidor é rei. Mas há muitos reis que são cegos.”
Ishikawa, engenheiro de controle de qualidade
Efetivos
Mais segurança na Universidade de Brasília com o policiamento ostensivo. Os policiais militares estão sempre presente afastando estupradores e evitando o furto de carros. Era o certo a fazer.
Litro de luz
Por falar em UnB, os postes de energia solar com garrafas PET instalados no Sol Nascente são um sucesso. Até hoje, a CEB não chegou por lá. O lado bom é que a ausência do Estado está conscientizando a comunidade a replicar a tecnologia.
Higiene
Faz tempo que a imprensa não registra ação da vigilância sanitária em restaurantes, mercados e lanchonetes da cidade. Agora, os food trucks também precisam ser fiscalizados.
Procon
Até 30 de setembro, o Procon está recebendo inadimplentes para renegociação das dívidas com bancos ou instituições financeiras.
Novidade
As medidas para desburocratizar rotinas, por meio de mudanças no direito tributário, Código Tributário Nacional e processo administrativo fiscal, ainda não chegaram à população.
Antes e depois
“Eventual decisão da Câmara dos Deputados pela admissibilidade do processamento do impeachment — de caráter essencialmente político, como sublinhado pelo acórdão do STF — em nada condiciona ou vincula o exame do recebimento ou não da denúncia popular pelo Senado Federal, visto que essa etapa já se insere no conceito de ‘processamento’ referido na Constituição, de competência privativa do Senado”. Como diz o mote da Band, em 20 minutos, tudo pode mudar. E mudou.
História de Brasília
Ali está expresso o pensamento de Brasília. Um técnico para a prefeitura. A ausência de política, na escolha do novo prefeito, para que as obras não parem, não tenham soluções políticas, resoluções de conchavos, apadrinhamentos, protecionismo ou compadrio. (Publicado em 13/9/1961)
Desde 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha com MAMFIL
Enquanto não for dado um ponto final no impeachment de Dilma Rousseff, toda a máquina pública, incluindo a enorme infraestrutura a cargo do Estado, prosseguirá a passos lentos, com enormes prejuízos para o país e para a estrutura governamental e principalmente para os brasileiros. Todos aguardam, sob suspense, o retorno à normalidade institucional. Até agora, o governo interino de Michel Temer tem se limitado a adotar medidas que permitam, ao menos, não causar ruídos com o Congresso. Para tanto, tem tomado cautelas que, aos olhos da opinião pública, parece que o governo está a reboque das vontades do Legislativo. Prosseguem na interlocução entre os poderes, os mesmos problemas enfrentados desde a volta da democracia.
Os eternos ruídos de composição de uma base confortável de apoio continuam a requerer contrapartidas que afrontam e contrariam o desejo da nação, já claramente expressos nas gigantescas manifestações de rua. No rol de ações do governo interino, tem sido comum encontrar medidas que contradizem o bom senso. Temer está literalmente andando sobre cascas de ovos.
De um lado, acena com um pacote de bondades, aumentando salários de parte do funcionalismo, que a rigor já tem bons salários e estabilidade funcional, coisa impensada para a maioria dos brasileiros. De outro, a busca pelo retorno a racionalidade na economia, tem obrigado o governo a fazer cortes em investimentos.
Somente para as universidades federais, há um corte previsto nas verbas de investimentos 15%. Para as 63 federais, esses cortes acontecem justamente quando as universidades estão em meio à séria crise financeira e fazem reduções em vários programas importantes.
Depois de 13 anos de uma gestão, no mínimo, desastrosa, a reconstrução sustentável e duradoura do país só poderá vir se for assentada em bases sólidas, principalmente se apoiadas em uma educação séria e comprometida. Esse foi o primeiro passo nos países desenvolvidos.
A frase que foi pronunciada
“A justiça é a primeira virtude das instituições sociais, assim como a verdade é dos sistemas de pensamento.”
John Rawls, professor de filosofia de Harvard
Volume
A área técnica do Tribunal Superior Eleitoral que está pesquisando as notas emitidas durante a campanha de Dilma Rousseff não conseguirá entregar o relatório na data definida. O prazo vai ser estendido para 22 de agosto.
Unanimidade
Atendimento na Secretaria do Núcleo de Prática Jurídica do Uniceub, no Setor Comercial Sul, recebe nota 10. Presteza, agilidade e cordialidade. Nossos cumprimentos à equipe: Caio Gomes Rocha, Clóvis Rodrigues e Jadismar Rodrigues.
Panorama
Jornais alemães deram, nesta semana, destaque para alguns assuntos dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Os profissionais das notícias ficaram impressionados com o número de lugares vazios nos estádios, o comportamento da torcida brasileira e algumas impressões sobre o Canecão. Outro assunto muito comentado foi o acidente de carro do técnico alemão de canoagem Stefan Henze. Spiegel e Badische Zeitung comentaram sobre os problemas no sistema de saúde do país.
Grupos
“Jornadas do ser”, com Margarita Morales, voltam à capital em 30 de agosto. Às 19h, no Brasília Shopping. Crescimento pessoal e experiência única. Vale conhecer.
Vencida
Piadinha em clima de Olimpíadas no Brasil. Ligam da operadora de celular avisando que a conta venceu. Descolado, o cidadão com o dinheiro separado para pagar a conta brinca com a atendente. Venceu? Então dá uma medalha de ouro para a conta.
História de Brasília
Aquela manifestação foi organizada pelos construtores de Brasília, pelos engenheiros, arquitetos, e não pelos sindicatos, porque eles, jamais conseguiriam reunir tamanha multidão. (Publicado em 13/9/1961)
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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br
Poucos dias antes de ser preso pela segunda vez, por causa de acusações da Operação Lava-Jato, José Dirceu recebeu um repórter em sua residência. Naquela ocasião, já pressentia que seu retorno ao cárcere era iminente e seu destino estava, de alguma maneira, definitivamente selado. Depois de uma longa entrevista, perguntado se guardava alguma mágoa com relação ao ex-presidente Lula, que ajudara a eleger e o abandonara à própria sorte, Dirceu mirou o vazio distante, refletiu por uns segundos e reagiu entoando pausadamente o nome do antigo companheiro de luta por três vezes, Lula… Lula… Lula… e não disse mais nada.
Havia naquela resposta reticente e aparentemente sem muito sentido um universo de explicações ocultas com pelo menos três décadas de muitas histórias. Pouca gente, como ele, teve a chance de conhecer de perto o antigo dirigente sindical. Por certo, os meses que passara meditando na cela gelada de Curitiba deram a José Dirceu a oportunidade de fazer um balanço sincero sobre a qualidade dessa amizade e que consequências essa aproximação e intimidade trouxeram para sua vida.
Dirceu, mais do ninguém, pôde comprovar na própria pele e na alma que, ao ligar seu destino ao de Lula, sua vida experimentaria uma verdadeira revolução. Com o antigo companheiro de jornada, conheceu tanto o toque afrodisíaco do poder, do prestígio e da bajulação, quanto do abandono, do esquecimento e do menosprezo público. Condenado a 23 anos e 3 meses de prisão, acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Dirceu colhe os frutos amargos de uma árvore que ajudou a plantar.
Zé, como é chamado na prisão, é hoje um nome apagado no Olimpo político. Nem mesmo o ex-presidente faz qualquer referência a ele publicamente, talvez para evitar que as pessoas estabeleçam qualquer relação entre os dois. Zé… Zé… Zé, o que fizestes de tua vida? Deve ele se questionar, entre uma leitura e outra nas longas noites vazias, deitado em seu catre sem conforto. De qualquer forma, é espantoso notar que todos aqueles que pertenceram ao núcleo próximo ao ex-presidente ou já se encontram presos ou estão na mira da Justiça, aguardando vaga nas celas. Com certeza, muitos desses antigos cortesãos, em suas noites de angústia e espera, devem entoar o mesmo mantra: Lula…Lula…Lula.
A frase que foi pronunciada
“Vaca de presépio? O PT está mais é para raposa no galinheiro. “
Antonio Carlos Pannunzio
Reconhecimento
Kátia Marques, Edineide das Neves e Graça Roque. Esse trio merece destaque pela competência no atendimento ao público. São servidoras públicas com boa vontade, conhecimento e educação. Sem enganar quem precisa de orientação, se não sabem a resposta, dizem que não sabem. Esse é o perfil que se espera de todas as telefonistas. Um exemplo a ser seguido. Os cumprimentos da coluna às telefonistas da Universidade de Brasília.
Inédito
Por falar em reconhecimento, depois da dissertação de mestrado de Dib Francis sobre a pianista, compositora e concertista Neusa França. Recortes de um universo musical, agora é a vez de Alexandre Dias garimpar as preciosidades deixadas por Neusa. Em 1957, dr. Oswaldo, o marido, resolveu comprar um gravador de rolo para registrar os saraus que sempre aconteciam na casa da família, no Rio de Janeiro. Baden Powell, Jacob do Bandolim, Lamartine Babo e Radamés Gnattali eram os parceiros de Neusa na cantoria. Parte desse tesouro está sendo disponibilizado no YouTube por Alexandre.
Realidade
Jovens humanizados resolveram ajudar os idosos no transporte público. Como a lei exige que andem nos ônibus sem pagar, os motoristas não param para quem tem cabelos brancos. É comum ver rapazes e moças nas paradas, dando sinal para o ônibus. Colocam o pé no primeiro degrau e aguardam o embarque dos anciãos. Depois liberam o ônibus com um tapa na lataria ouvindo o xingamento do motorista até a porta fechar.
Dupla
Homens não vão ao médico porque trabalham mais que as mulheres. A frase dita pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai contra todas as ondas do tempo. O fato é que mesmo com as bobagens, ele está ganhando notoriedade. O povo gosta do que está acontecendo. A filha posta nas mídias sociais as respostas para os impropérios do pai. De qualquer forma, se ele não colar no cargo, a deputada Maria Victoria, a filha, tem tudo para decolar.
Dia V
Na sexta feira, seria o aniversário de Vitor filho de Isabella Simões. Mas ele não resistiu à meningite. Depois do mergulho no sofrimento, Isabella sentiu que Vitor também tinha a missão de um defensor público. Seria como a mãe, um agente de transformação da sociedade. E assim foi. Isabella criou o portalinvite.com.br/diav/ para as doações que são revertidas para uma creche que dá assistência a filhos de garis. Todos ganharam o Vitor de presente no aniversário dele!
História de Brasília
Aquela reunião, presidente, não era dos sindicatos. E posso até afirmar que os presidentes (donos) dos sindicatos, em seus carros de luxo não transportaram um único candango. (Publicado em 13/9/1961)