Foco na Educação

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aricunha@dabr.com.br  Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

com Mamfil

 

Com a saída de cena da “Pátria Educadora” do PT, entra a “Travessia Social” de Michel Temer e do PMDB. Na prática, a diferença de qualidade entre as duas propostas ainda é incerta. Primeiro, o programa da presidente Dilma, lançado com pompa e circunstância logo a seguir as eleições de 2014, não foi além da marquetagem do dístico, sendo abandonada tão logo os cortes nos gastos públicos se impuseram por força da realidade avassaladora.

Do vazio da “Pátria Educadora”, tomando o atalho constitucional do impeachment pela “Ponte para o futuro” do PMDB, chega-se ao vale da “Travessia Social”, documento que condensa as propostas de um provável governo Temer para a área social, com destaque para o setor da educação.

O projeto, composto por seis capítulos, confeccionado pela Fundação Ulysses Guimarães, acena não só para a manutenção e aperfeiçoamento de programas sociais, como dá destaque também à completa reforma no sistema educacional brasileiro. Chama a atenção nessa proposta a possibilidade de pagamento de bônus a professores que buscarem meios de qualificar técnica e profissionalmente seus currículos. Esse tipo de prêmio está previsto ainda para os educadores que obtiverem melhoria no desempenho de seus alunos.

Trata-se de medida que já foi testada, com sucesso, nos governos tucanos em Minas Gerais e, hoje, é feito tanto em São Paulo quanto no Piauí. Dar mais a quem mais se empenha, dentro do conceito moderno da meritocracia na gestão pública, tem funcionado em algumas áreas do governo. A questão é saber se o sistema terá eficácia no setor educacional.

Para os sindicatos, ainda conectados ao aparato petista, a proposta trará apenas adicional extra e eventual aos salários dos professores e não resolverá o problema central de melhoria permanente nos rendimentos da categoria. Além do bônus, a proposta de Temer prevê a completa reforma nos ensinos médios e básico, com profunda reformulação curricular dessas fases. A ideia é permitir que os alunos, no caso do ensino médio, possam optar pelo ensino profissionalizante.

Importante na “Travessia Social” de Temer é que esse conjunto de intenções aponta para a necessidade de o governo federal marcar maior presença no ensino básico, hoje entregue à gestão dos municípios. Melhorar a qualidade do ensino nas séries iniciais, possibilitando maior protagonismo do estado propiciará, segundo a proposta, dentro da enorme diversidade do país, que os pequenos brasileiros tenham exatamente as mesmas oportunidades de educação e conhecimento.

Em documento escrito ainda em 2011 pelo então presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha, hoje um dos fortes aliados do Michel Temer, já considerava a importância da educação no desenvolvimento do país: “Analisando nossas exportações, constatamos que estamos celeremente reduzindo a participação dos produtos industrializados na economia e aumentando a das chamadas commodities — minérios, produtos agrícolas, carne e outros. Apesar de estarmos intensificando a exploração de nossas riquezas naturais, falta-nos qualificação profissional para produzir riquezas em diferentes áreas. Se a tendência atual se mantiver, logo teremos de, por exemplo, exportar vários bois para importar um telefone celular”.

A frase que foi pronunciada

“No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado.”

Chico Anysio, sempre atual

Sem urbanidade

Do faroeste para o Setor Noroeste em Brasília. É uma terra de ninguém. Com dezenas de obras no local, uma delas dispara uma sirene em tom ensurdecedor por vários minutos fazendo com que crianças, idosos e trabalhadores cansados suportem o incômodo por não terem o que fazer.

Enfim

Recebemos a missão de transmitir uma menção elogiosa pela ostensiva segurança que se vem fazendo aos alunos e visitantes da Biblioteca Central de Brasilia na UnB.

Luz

Entre as quadras 700 e 900 Norte, em Brasília, a ciclovia do local está quase impecável. Benfeita, com o circuito bem sinalizado, faltou apenas iluminação para os atletas notívagos.

Curiosidade

Os cães que trabalham com policiais federais custam pouco menos de R$ 800 por mês. Do pastor alemão a preferência dos profissionais passou para os labradores. Com poucos meses de vida é o cão que escolhe o policial. Depois de 7 anos de serviços prestados, se o policial não o adotar, o animal pode ser sacrificado.

História de Brasília

A Hora do Brasil de anteontem foi um boletim revolucionário. Saiu por completo de sua orientação normal de informativo. Foi quase toda opinativa. (Publicado em 5/9/1961)

O cavalo de Temer

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Deixando o passado de lado, o certo é que o cavalo da fortuna está passando selado e arreado em frente à morada de Michel Temer. O poder lhe veio às mãos por inércia, caminhando com os próprios pés. Outrora, era golpe contrarrevolução. Hoje, defende-se, de um lado, o golpe, e, de outro, a evolução. De qualquer forma, quem vier herdará, sem dúvida, um país que é hoje um enorme abacaxi. O tamanho do desafio pela frente possibilitará a aparição e a emergência de um verdadeiro estadista.

Churchill entrou para o hall dos grandes políticos do século passado pela porta do sangue, suor e lágrimas e foi aprovado. Aqui no Brasil, Itamar Franco repetiu o feito, em outro cenário. A essa altura dos acontecimentos, em meio às sondagens para a formação de uma equipe crível, Temer tem no horizonte pelo menos alguns pontos viáveis que espera ver devidamente implementados no curto espaço de tempo que tem pela frente.

Além de medidas necessárias para tirar o país da crise econômica, é preciso — e oportuno — deixar as marcas de um bom gestor, afinado com as necessidades atuais da população. Itamar retirou o país da hiperinflação, deixando como legado a arquitetura do Plano Real. Fechar as portas ao fisiologismo, num cenário onde dezenas de partidos disputam nacos de poder, será, talvez, a primeira e a grande tarefa de monta a encarar sem titubeios.

As ameaças feitas pelos petistas de transformar o país num inferno, caso Temer comece a governar de fato, escondem o medo de que a população descubra que, finalmente, depois de mais de uma década, é governada por princípios que fogem à base ética pública.

Vencida ou bem encaminhada a etapa da recomposição da economia, restarão medidas de médio e longo prazos e que também são vitais para o futuro do país. Para começar pelo início, é preciso um aceno forte em direção à reforma política, considerada a mãe de todas as reformas. Em seguida, seguem-se outras reformas necessárias e sempre adiadas, como a da Previdência, urgentíssima. Na reforma tributária e fiscal, uma simples mudança, com a introdução do imposto único, já significaria uma grande revolução nas finanças, modernizando sistema e impedindo as sangrias com a corrupção.

Contudo, o problema maior que o novo presidente terá pela frente será domar o apetite pantagruélico de próprio partido. O desafio será governar em condições de mar bravio a bordo do velho transatlântico peemedebista. Diz o filósofo de Mondubim que quem domina o próprio estômago já dominou, de fato, meio mundo. A gula, como origem das paixões, deve ser contida. Ou isso, ou a derrocada líquida e certa.

 

A frase que não foi pronunciada

“Só quem usa cheques em transação bancária é professor de direito empresarial, para defender a matéria.”

Provocações acadêmicas

 

Apodítico

Em uma discussão séria, na qual o serviço público federal gostaria de conter o consumo de papel emerge a clássica pergunta: “Quantas árvores foram derrubadas para a confecção desse material impresso?” O interlocutor retrucou: “E quantas árvores você plantou hoje? Terra e semente são gratuitas.”

 

Um segundo

Um dos tipos do crime de responsabilidade é atentar contra a liberdade de outro poder. Recadinho comentado no elevador do Planalto.

 

Por trás

Destino da presidente Dilma discutido no restaurante dos senadores. O grupo não se deu conta dos decibéis com que discutiam. Todos os que não estavam participando da conversa ouviram a sugestão de um amigo da presidente: Por que ela não renúncia logo?

 

À frente

A observação veio logo. Quanto mais tempo esse processo se arrastar, menos provável que o PT voltará ao governo. Se ela renunciasse logo, qualquer erro de Temer traria Lula nos braços do povo.

 

Papo livre

Outro comentário noutra mesa foi o seguinte. (Jornalista é fogo!) Olhando para a Venezuela, onde o serviço público funciona por apenas dois dias da semana, dá para ver que o dinheiro para a corrupção acabou. Se aqui no Brasil há gente querendo governar é porque ainda há verba.

 

História de Brasília

Isto prova que a equipe do Hospital Distrital, consolidada e no cumprimento do seu dever, está sendo um exemplo para o Plano Hospitalar de Brasília. (Publicado em 5/9/1961)

Poder pelos ares

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A esta altura dos acontecimentos, a residência do vice-presidente Michel Temer virou lugar de peregrinação de políticos e empresários, desde que passaram a enxergar ali a tal luz no fim do túnel irradiando seu brilho encantador. O assédio mudou de endereço.

Hoje, mesmo ainda no cargo, a presidente Dilma experimenta a temida solidão do poder. Tornou-se pata manca ainda na metade do seu segundo mandato. O que restou a presidente e ao seu cada vez menor núcleo de aliados, foi o marasmo de longos e tediosos dias pela frente. Com o vagar das horas modorrentas, sobra tempo para, ao menos, conspirar.

Reunida, na segunda-feira, no Palácio do Planalto com Lula, Stédile (MST), Boulos (MTST) e Vagner Freitas (CUT), seus amigos de ocasião e de presumíveis infortúnios no futuro, o quarteto fantástico arquiteta meios de precipitar o dilúvio sobre a cabeça dos infiéis, minando o terreno por onde passará a caravana do governo Temer.

Reconhecida a derrota iminente no Senado, resta a tática da sabotagem, tramada dentro do edifício oficial. O que difere reais combatentes de simples arrivistas é o fato que, diante da morte inevitável, caem de pé. Os antigos costumavam dizer que não basta viver com dignidade, é preciso também saber morrer com dignidade.

Enquanto a senhora Rousseff vaga pelo palácio fantasma, seu vice se prepara para o que deve ser o maior desafio de toda a sua vida. Qualquer um que vier a herdar a administração do país pós-Dilma terá pela frente desafio maior do que os doze trabalhos de Hércules.

Pelo prólogo anunciado, Temer começou bem ao prometer auditoria profunda nas contas dos bancos públicos. Essa auditoria, tipo pente-fino, deverá se estender aos demais órgãos do governo, principalmente nas estatais e nas grandes obras públicas, tocadas por empreiteiras enroladas com a Justiça.

Fazer auditoria significa desarmar bombas de efeito retardado, deixadas para trás. Ou Temer cuida de desarmar essas minas terrestres, ou seu governo vai pelos ares também.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sabe o que eu quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma…”

Clarice Lispector

 

Marlem Haddad

Emocionante a Missa de Sétimo Dia de dona Marlem Haddad Rocha. Denise, a filha, recebeu todo o apoio das amigas de infância que estudaram juntas no Sacre Coeur, nos primeiros anos de Brasília. Dona Marlem faleceu ao ser atropelada no Iate.

 

Calliandra

Até 14 de maio, a exposição de Tão Cascão estará aberta ao público na casa Thomas Jefferson. A mostra é uma homenagem a Brasília e traz o nome da flor de fios de pétalas vermelhas porque, segundo o artista, “essa é uma flor típica do cerrado e representa as pessoas românticas, afetuosas, idealistas, justas, honestas e verdadeiras e que têm fortes princípios com os compromissos de servir, e possuem grande senso artístico.”

 

Jogo contra violência

As regiões têm nome de mulheres. A meta do jogo é que todos participem em uma ação integrada para conter a violência contra a mulher. Perguntas e respostas são as armas. Maria Raquel da Faculdade de Saúde da UnB é a coordenadora do Recriar-se e do Núcleo de Estados da Educação e Promoção de Saúde e Projetos Inclusivos.

 

Tocha em Brasília

No próximo dia 3, a Tocha Olímpica passará pelo DF. A interrupção do trânsito será por poucos minutos. Eixo Monumental, Taguatinga, SAI, Riacho Fundo, Setor Comercial Sul e Asa Sul. Não há razão para ser ponto facultativo além disso, o governador Rollemberg espera que o megaevento sirva como superação das divergências causadas pela crise política.

 

Efetivados na Defensoria

Quem tinha a atribuição de nomear, criar ou manter cargos na Defensoria Pública era o Governo do Distrito Federal, e não a Câmara Legislativa. Agora, com a derrubada do veto do governador ao Projeto de Lei nº 765, as coisas mudaram. As galerias com dezenas de funcionários da Defensoria gritando palavras de ordem pressionaram na decisão. Mais de 600 funcionários de outros órgãos que estavam cedidos à Defensoria, serão efetivados.

 

História de Brasília

O pessoal dessa equipe, nos dias de folga, estava sempre em comunicação com o Hospital, aguardando, em casa, o chamado, se necessário. (Publicado em 5/9/1961)

Proselitismo político-pedagógico

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Nestes tempos conturbados em que os ânimos políticos foram artificialmente acirrados ao máximo, cautela e prudência são bem-vindas e necessárias. O mantra “nós contra eles”, pregado incessantemente pela cúpula petista, reproduzido e multiplicado agora pela massa de manobra do partido, coloca o país à beira de conflito insano. Uma vez açulados, os cães da discórdia ideológica não mais obedecem ao comando do dono.

Em momentos assim, as escolas, pelo menos aquelas em que a educação humanista está à frente de outros assuntos acadêmicos, têm o dever de clarear as ideias, por meio de uma chamada à razão. Na prática, no entanto, não é o que vem sendo feito.

Em parte significativa das escolas públicas, tem sido comum que professores deixem de lado o conteúdo programático, elaborado pelo pessoal especializado em educação e que deve, necessariamente, ser desenvolvido ao longo do ano, para fazer o que o sindicato da classe manda, ou seja, catequizar os alunos de acordo com os dogmas da cartilha petista.

Aulas seguidas têm sido preenchidas com o falso debate político, em que o proselitismo do tipo político-pedagógico é empregado não como ferramenta de discernimento das ideias, mas com claro objetivo de doutrinação partidária.

Não custa lembrar que as escolas são, por sua natureza, o ambiente adequado para a discussão e debates de ideias de tudo o que se refere à natureza humana. A abdução político-partidária de alunos, levada a cabo por parcela de professores pouco esclarecidos sobre suas funções, além de crime, não é aceitável por seus efeitos deletérios, já que apartam os alunos entre os que aderem e os que não.

Ao reproduzir em sala de aula o mesmo maniqueísmo pregado pelo partido no poder, o que esses pretensos educadores fazem, na realidade, é semear o caos nas escolas, dando falso significado do que é política. Em vez de doutrinar, cabe aos professores ensinar o que é política, sua origem e importância.

É preciso ensinar, com isenção, o que é comunismo, socialismo, anarquismo, Estado, formas e sistemas de governo. É preciso que os alunos tenham pelo menos pequena noção de história das ideias. É preciso falar em nazismo, fascismo. É preciso citar as conquistas e frustrações do homem com a política.

Escolas não são apêndices de aparelhos partidários. Nas escolas, deve prevalecer a discussão em que pelo menos haja um aceno para o consenso. Ao capturar professores, principalmente aqueles com precária e deficiente formação acadêmica, o que o partido no poder espera é apenas multiplicar e reproduzir nos alunos, soldadinhos sem cérebro prontos a obedecer a ordens da cúpula.

Sala de aula não deveria ser palanque de campanha. Professor não é candidato, é educador. Aluno não é militante, é aprendiz. Educação é universal nos seus valores, não tem cor, ideologia ou outras divisões artificiais criadas por espertalhões do momento. A escola é de todos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Disseram que os advogados são prostitutos das letras. Servem sem distinção.”

Tradutor meio em dúvida sobre o que ouviu

 

Dia das Mães

A Action Aid está fazendo campanha para adotantes de mães pelo mundo todo que querem voltar aos estudos. Você autoriza o desconto em conta da quantia que quiser. O contato com a estudante é feito individualmente. O doador tem o endereço para trocar correspondência e acompanhar a evolução nos estudos. É só procurar o site.

 

Praxis

É sempre bom ver políticos diligentes como o deputado prof. Reginaldo Veras e o deputado Wasny de Roure que visitaram unidades de saúde, no Areal, como parte do trabalho da
Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa. Ver os problemas de perto é passo mais curto para as soluções.

 

Brasília posa

Todo o amor pela capital federal. Ensaio fotográfico que estará exposto no Shopping Pier 21 até 8 de maio, das 12h às 22h. A exposição foi idealizada pelo diretor e jornalista Daniel Zukko, #minhabrasilia.

 

História de Brasília

Temendo possíveis choques pessoais, o Hospital Distrital organizou uma equipe de emergência, integrada por médicos, enfermeiros, motoristas, ambulâncias e todo o pessoal necessário. Se houvesse necessidade, diversas enfermarias de emergência teriam sido feitas em poucos minutos. (Publicado em 5/9/1961)

Serviços públicos devem explicação ao público

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

Já não é segredo para ninguém que a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população oscila, há anos, entre o insuficiente e o caótico. As raízes desse desajuste, entre o que é arrecadado em forma de altos impostos e o retorno em prestação de serviços adequados, também são do conhecimento das autoridades e da sociedade. Parte significativa dos recursos tomados dos brasileiros se dilui tanto na malversação de aplicação das verbas recebidas, quanto nos descaminhos, perdidos nos meandros da corrupção generalizada.

Uma visita aos hospitais, às cadeias e às escolas públicas, em qualquer lugar do país, revela claramente que nossa indigência administrativa é de âmbito nacional. Enquanto o enquadramento saneador das autoridades responsáveis por esse descalabro não acontece, especialistas recomendam que os governos atuem fortemente na ponta desses serviços, através de um incisivo trabalho de fiscalização.

Mesmo com os parcos recursos que chegam efetivamente a escolas e hospitais, é possível elevar o nível na qualidade de atendimento. Mas, para que esse nível seja melhorado, é preciso que sejam aperfeiçoados também os níveis de fiscalização. Tão importante quanto as leis para coibir desvios são os mecanismos de controle da real aplicação dos recursos. Portanto, os órgãos de fiscalização devem ser ativados diuturnamente.

Tão importante quanto professores, médicos e enfermeiros é a onipresença constante de fiscais em escolas e hospitais, relatando, a tempo, absolutamente tudo o que acontece nesses locais. Essa é a melhor contrapartida ao contribuinte pelo dinheiro suado e levado pelo Fisco.

A falta de médico, enfermeiro, professor, material hospitalar, remédios, material escolar, limpeza, tudo deve ser comunicado a tempo e a hora com transparência. Serviços públicos devem explicação ao público. A maneira mais racional de fazer com que escolas e hospitais funcionem minimamente dentro do que espera a sociedade é colocar uma lupa sobre eles.

A prisão de administrador ou político flagrado em caso de corrupção passiva resolve um caso específico de crime e tira um criminoso do caminho. A fiscalização dos serviços públicos resolve várias ilegalidades por antecipação e de uma vez só.

A frase que não foi pronunciada

“Eu criei o Fome Zero, eu melhorei a vida dos brasileiros, eu fiz toda essa moradia para o povo.”

Autoridade que não pratica a impessoalidade como objetivação da imputação

Galeria

Enquanto a Câmara Legislativa vota o relatório da CPI dos Transportes, as vans continuam tomando o espaço deixado pela insuficiência dos ônibus. A precariedade de horários e percursos continua.

Leão corrupto

Por falar em CPI, é bastante provável que empresas devedoras da Receita Federal tenham sido vergonhosamente favorecidas. A CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda, vai destrinchar as ilegalidades apontadas pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Esse esquema teria dado um prejuízo de quase R$ 20 bilhões aos cofres públicos.

Tampa

Volta a novela da paralisia do parlamento. Na Câmara, medidas provisórias empacam a atividade legislativa. Seguro, exportação, despesas da União, benefício garantia-safra. Os projetos sobre precatórios e agentes auxiliares do comércio também são entraves.

Sobre o PSDB

Sem lavar as mãos, o senador Aloysio Nunes Ferreira deixa transparecer que com Michel Temer aceitando os programas sugeridos pelo partido, não haveria razão para fugir das responsabilidades com o país.

História de Brasília

Esta crise deixou em evidência uma expressão que vem se juntar às demais que formam o cordão da antipatia: “Dispositivo de Segurança”. Em nome dessa expressão, muita coisa foi feita, está sendo feita, e Deus queira que não seja feita mais. (Publicado em 5/9/1961)

 

Serviços públicos devem explicação ao público

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Já não é segredo para ninguém que a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população oscila, há anos, entre o insuficiente e o caótico. As raízes desse desajuste, entre o que é arrecadado em forma de altos impostos e o retorno em prestação de serviços adequados, também são do conhecimento das autoridades e da sociedade. Parte significativa dos recursos tomados dos brasileiros se dilui tanto na malversação de aplicação das verbas recebidas, quanto nos descaminhos, perdidos nos meandros da corrupção generalizada.

Uma visita aos hospitais, às cadeias e às escolas públicas, em qualquer lugar do país, revela claramente que nossa indigência administrativa é de âmbito nacional. Enquanto o enquadramento saneador das autoridades responsáveis por esse descalabro não acontece, especialistas recomendam que os governos atuem fortemente na ponta desses serviços, através de um incisivo trabalho de fiscalização.

Mesmo com os parcos recursos que chegam efetivamente a escolas e hospitais, é possível elevar o nível na qualidade de atendimento. Mas, para que esse nível seja melhorado, é preciso que sejam aperfeiçoados também os níveis de fiscalização. Tão importante quanto as leis para coibir desvios são os mecanismos de controle da real aplicação dos recursos. Portanto, os órgãos de fiscalização devem ser ativados diuturnamente.

Tão importante quanto professores, médicos e enfermeiros é a onipresença constante de fiscais em escolas e hospitais, relatando, a tempo, absolutamente tudo o que acontece nesses locais. Essa é a melhor contrapartida ao contribuinte pelo dinheiro suado e levado pelo Fisco.

A falta de médico, enfermeiro, professor, material hospitalar, remédios, material escolar, limpeza, tudo deve ser comunicado a tempo e a hora com transparência. Serviços públicos devem explicação ao público. A maneira mais racional de fazer com que escolas e hospitais funcionem minimamente dentro do que espera a sociedade é colocar uma lupa sobre eles.

A prisão de administrador ou político flagrado em caso de corrupção passiva resolve um caso específico de crime e tira um criminoso do caminho. A fiscalização dos serviços públicos resolve várias ilegalidades por antecipação e de uma vez só.

 

 

A frase que não foi pronunciada

“Eu criei o Fome Zero, eu melhorei a vida dos brasileiros, eu fiz toda essa moradia para o povo.”

Autoridade que não pratica a impessoalidade como objetivação da imputação

 

 

Galeria

Enquanto a Câmara Legislativa vota o relatório da CPI dos Transportes, as vans continuam tomando o espaço deixado pela insuficiência dos ônibus. A precariedade de horários e percursos continua.

 

Leão corrupto

Por falar em CPI, é bastante provável que empresas devedoras da Receita Federal tenham sido vergonhosamente favorecidas. A CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda, vai destrinchar as ilegalidades apontadas pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Esse esquema teria dado um prejuízo de quase R$ 20 bilhões aos cofres públicos.

 

Tampa

Volta a novela da paralisia do parlamento. Na Câmara, medidas provisórias empacam a atividade legislativa. Seguro, exportação, despesas da União, benefício garantia-safra. Os projetos sobre precatórios e agentes auxiliares do comércio também são entraves.

 

Sobre o PSDB

Sem lavar as mãos, o senador Aloysio Nunes Ferreira deixa transparecer que com Michel Temer aceitando os programas sugeridos pelo partido, não haveria razão para fugir das responsabilidades com o país.

 

História de Brasília

Esta crise deixou em evidência uma expressão que vem se juntar às demais que formam o cordão da antipatia: “Dispositivo de Segurança”. Em nome dessa expressão, muita coisa foi feita, está sendo feita, e Deus queira que não seja feita mais. (Publicado em 5/9/1961)

Efeito estufa

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Enquanto o planeta parece entrar em ciclo perigoso de elevação progressiva das temperaturas médias, dentro do que os cientistas denominam de aquecimento global, no Brasil a temperatura da crise política, gestada única e exclusivamente pela incúria da atual chefe do Poder Executivo, parece ter atingido o ponto máximo de ebulição, provocando a passagem antecipada do comando do país.

Para um governo que, na prática, ainda não deu início efetivo ao segundo mandato, chega a ser surpreendente o esforço que vem sendo feito pela presidente para desvirtuar em público o processo de impeachment que os poderes da República legitimamente movem contra ela.

No discurso a ser proferido na ONU, em que 162 países ratificaram o Acordo de Paris de 2015, relativos às mudanças climáticas, o que muitos temiam é que a presidente usasse a tribuna das Nações Unidas para contar a sua versão pessoal sobre os fatos que vem ocorrendo no seu governo.

Alertada para a inconveniência dessa fala num ambiente onde o assunto era totalmente outro, o discurso da presidente se ateve às medidas e aos compromissos assumidos pelo governo brasileiro para mitigar os efeitos do aquecimento do planeta. Contudo, no finalzinho da fala, a presidente alertou: “A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador, e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos”.

Tal afirmação deve ter dado um nó na cabeça dos tradutores e principalmente de quem ouviu e ficou sem entender onde esse trecho final se encaixava no assunto clima. O que todos já anteviam é que a presidente Dilma não abriria mão de pelo menos citar os acontecimentos internos, numa tribuna mundial, observada ao vivo por centenas de milhões de pessoas em todo o planeta.

Em linguagem jornalística, o que a presidente Dilma estrategicamente fez foi lançar um lead, ou uma primeira parte de um assunto que pretende comentar mais longamente com os órgãos de imprensa internacionais. Dessa forma, a viagem para Nova York, com uma comitiva gigante de 52 pessoas, segue o roteiro antecipadamente traçado pela eminência parda para assuntos externos, Marco Aurélio Garcia.

O que parece estranho é que a presidente prefira ainda denegrir para o mundo as instituições e os poderes da República de seu país, insistindo numa versão que sabe ser falsa e sem base nos fatos. Impressiona também a alargada capacidade que o Itamaraty tem de se submeter a humilhações dessa natureza.

A frase que não foi pronunciada

“Brasília, fosforescente  cristalina.”

Juscelino Kubitschek

 

Volta, alegria

Aquela alegria de Rodrigo Rollemberg foi radicalmente transformada em semblante cansado. Os problemas que o governador vem enfrentando são preocupantes. A foto que tirou com a meninada de escolas públicas mostra a seriedade do governador. Se fosse ainda senador, talvez estivesse com o sorriso mais aberto ou recitado poesias, fazendo largos gestos.

Absurdo

É de dar inveja para a Coreia do Norte. A missão da Anatel foi totalmente deturpada. Uma agência reguladora que deveria frear a gana das empresas tem feito exatamente o contrário. Prejudica o consumidor que paga a internet mais cara do mundo e protege as empresas que não dão trégua. Privatizar assim dá lucro.

Fatalidade

Ao atravessar a rua distraída com o celular, uma senhora foi atropelada e morreu no Iate Clube de Brasília. Ela estava a caminho da academia.

Apareçam

No dia 27, na sala de reunião das comissões, às 10h, será apresentado o Projeto do Museu da Educação do Distrito Federal (Mude) na Câmara Legislativa.

História de Brasília

Um deputado explica o parlamentarismo: “O presidente tem quase os mesmos poderes, e na hora da pancada tira o corpo e joga em cima do Parlamento”. Foi com essa disposição de espírito que foi votada a emenda. (Publicado em 5/9/1961)

 

O Fausto de Dilma

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Ah! se entre o céu e a terra existem entes dotados de poder, eia! aos meus rogos, do doirado nevoeiro onde se ocultam descendam presto!”

Fausto, de Goethe

Em viagem a João Pessoa, na Paraíba, em 2013, a poucos meses da eleição, a presidente Dilma declarou, alto e bom som, para uma plateia atenta de 22 prefeitos da região: “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição, mas, quando se está no exercício do mandato, temos de nos respeitar, pois fomos eleitos pelo voto direto”. A frase suscitou apreensão entre os presentes. Alguns ficaram de orelha em pé. Que sinais essas palavras escondiam ou buscavam transmitir? A fala, feita ainda quando a presidente detinha algum prestígio e credibilidade, deu a senha para o que viria a seguir.

Nos bastidores, corriam soltos acordos e estratégias tanto para carrear para os cofres do Partido dos Trabalhadores 1% ou mais de todas as grandes obras do governo, quanto para travestir as contas públicas com a roupagem falsa da probidade financeira. O correr dos acontecimentos, pouco mais de dois anos depois, levantou a cortina espessa, mostrando o que se passava longe dos olhos curiosos da imprensa e da opinião pública. Nesse enredo, o que se sabe, hoje, é que — além da presidente, de seu círculo íntimo e da figura mefistofélica invocada por ela na Paraíba — ninguém mais tinha a mínima noção da real situação das finanças públicas.

Amparada na sua astúcia pelo marqueteiro João Santana, conhecido no meio como o bruxo das artes ocultas da propaganda, Dilma espalhou aos quatro ventos que uma possível vitória da oposição levaria não só ao fim o imenso mar de bolsas sociais generosamente concedidos pelo governo, como marcaria também, de forma sinistra, a entrega das riquezas do país à sanha imperialista dos capitalistas do Norte, já de olho no potencial do pré-sal. A propaganda petista parece ter deflagrado para a população brasileira os mesmos efeitos das falsas simulações de invasão da Terra pelos extraterrestres, feitas por Orson Welles em seu programa de rádio em 1938. O pânico geral inflou sua candidatura de forma irreversível e selou sua vitória.

Ajudada pelos entes dotados de poder, a mentira garantiu, ao governo, apenas alguns meses de glória. Passado o poder encantatório, veio o resgate da dívida. Depois de ferir de morte a Lei de Responsabilidade Fiscal, nos artigos 4,5,9, 36 e 38; a Lei Orçamentária, nos artigos de 9 a 11; e a Constituição, nos artigos 85 e 167, chegou a hora de a presidente cumprir o pacto oculto e entregar a alma. Parte dela já foi levada pela Câmara. A outra seguirá com o Senado. Por longos seis meses, uma Dilma desalmada ainda vagará pelos jardins do Palácio da Alvorada.

 

A frase que não foi pronunciada

“Estamos no fim de uma era, prontos para a chegada do será.”

Alguém pensou

 

Tremedeira

Lentes da Polícia Federal voltadas para o Eletrolão. O acerto é para desmembrar o inquérito que apura desvios e irregularidades na licitação da usina nuclear de Angra 3.

 

Golpe ou evolução?

Amigos que viajam pela Europa ficaram impressionados com as publicações em periódicos em Londres e Paris.  Até os taxistas têm a opinião formada.

 

Parlamento digital

Parte da brilhante missiva do amigo Aylê-Salassié F. Quintão diz que “o Brasil vive um bom momento para desvendar os sentidos ocultos, desambiguar lugares, discursos e pretensões imaginárias do reino das trevas que permeia o Estado. É a oportunidade de buscar novos formatos, novas configurações e desalojar os que se escondem em Valhalla.  O país vai precisar de alguns psicanalistas e linguistas, e não apenas de economistas e políticos.  Esses estão se suicidando aos poucos”.

 

Release

Os jovens fãs de videogame podem curtir Video Game Show, no Taguatinga Shopping, até domingo. A meia-entrada custa R$ 35.  Museu com mais de 150 consoles, fliperamas com 200 jogos da primeira geração, freeplays e outros itens do mundo geek. Leve seu neto.

 

História de Brasília

No mesmo dia, o ministro se declara contra a vinda do sr. João Goulart para o Brasil. Agora, o sr. João Goulart vai assumir mesmo o governo, e o sr. Parsifal Barroso não está nas melhores das situações.(Publicado em 5/9/1961)

 

Agências do contra

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Desde 1960

aricunha@dabr.com.br com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

Surgida a partir da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) de 1997, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tornou-se a primeira agência reguladora instalada no Brasil e tinha pela frente o desafio de operacionalizar a passagem do enorme e obsoleto sistema de comunicações estatal para regime de competição aberto e privado, e que, sem dúvidas, possibilitou a expansão do setor, com ganhos para toda a sociedade. Basta lembrar que, sob o controle do Estado, a simples aquisição de uma linha de telefone fixa requeria anos de esforços e era o grande sonho de consumo de cada um.

A arquitetura desse novo modelo de gestão, tendo o Estado não mais na função de provedor, mas de regulador do sistema, funcionou a contento até o advento do governo de petista, quando a agência sofreu um processo de esvaziamento progressivo, se transformando, a exemplo das demais agências, em cabide de emprego para os simpatizantes e apoiadores do Palácio do Planalto.

De lá para cá, além de perder a credibilidade perante os consumidores, a Anatel abandonou o papel de reguladora e defensora da sociedade, para se transformar em agência protetora dos interesses corporativos dos grandes oligopólios das telecomunicações. Esse desvirtuamento de suas funções básicas levou o Brasil a possuir hoje o mais caro serviço de acesso à internet de todo o mundo. Pior, o serviço de pacotes, contratado pelos usuários de banda larga, é sempre inferior ao contratado.

Se o consumidor comprou 10 megabytes, vai receber apenas um megabyte. Para se ter ideia, o custo de 1GB no Brasil, por volta de US$ 51, é vendido por apenas US$ 4 no Quênia ou na Turquia. Desta vez, as operadoras partiram para cima dos clientes, um mercado bilionário, anunciando a possibilidade de cortarem a internet fixa, ao fim da franquia. Para a Anatel, obrigar as operadoras a oferecerem banda larga ilimitada levará a um aumento significativo de preços, ao mesmo tempo em que prejudicaria também a qualidade dos serviços.

De acordo com o presidente da Anatel, João Rezende, “o discurso mais fácil para a Anatel seria colocar que a internet tem de ser ilimitada. Mas aí as empresas poderiam aumentar preços, reduzir a velocidade e isso terminaria prejudicando o consumidor. Temos também de pensar na sustentabilidade do setor”.

A Ordem dos Advogados do Brasil entrou na briga. De acordo com o presidente da OAB, Claudio Lamachia, a própria Anatel vem criando normas de internet fixa para que as operadoras prejudiquem os consumidores. Trata-se de peleja de gigantes e que envolve muitos bilhões de reais. Em meio à contenda, estão os consumidores, que, abandonados pela agência, recorrem, cada vez mais aos tribunais de Justiça para ver seus direitos preservados.

 

A frase que foi pronunciada

“Aqueles que merecem um monumento não precisam dele.”

William Hazlitt

 

Notícias

Nestes 56 anos da coluna Visto, lido e ouvido, agradecemos aos amigos, aos críticos, aos funcionários do Correio Braziliense e a todos os que colaboram para dar voz a Brasília. Mais do que o orgulho em registrar os primeiros passos da cidade, é a alegria de saber que tantos leitores e tanta gente competente nos acompanham.

 

Iniciativas

Uma das mais fortes mobilizações da cidade foi a união dos moradores da Asa Norte para a criação e manutenção do Parque Olhos D’Água. Esse é o símbolo verde da força que há na união da comunidade.

 

Para a alma

Que beleza está o Aeroporto de Brasília, principalmente o terminal onde há exposições. As fotos com cenas reconstruídas por Toninho Euzébio estão simplesmente sensacionais. A mostra acontece no corredor do Píer Norte até o fim deste mês.

 

Novidade

Depois que a Operação Lava-Jato entrou em um prédio do Rio de Janeiro para prender um envolvido, uma quadrilha gostou da ideia e, facilmente, conseguiu o uniforme da corporação. Voltou ao prédio e assaltou moradores de oito apartamentos. A moda está chegando a Brasília. É bom ter cuidado.

 

Nota 10

Por falar em segurança, apesar das críticas, Márcia de Alencar,  secretária da Segurança Pública e da Paz Social, acertou em cheio na iniciativa para manter a ordem durante as manifestações.

 

História de Brasília

A situação no Ceará está para mudar, e muito. O governador Parsifal Barroso, filho político do sr. João Goulart, no auge da crise mandou um telegrama de inteira solidariedade com o ministro Odílio Denys. (Publicado em 5/9/1961)

Palavras ao vento

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Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

Com Circe Cunha // circecunha@gmail.com

“No início, quando da aceitação da abertura do processo de impeachment, as razões que levam a aceitação dessa abertura, não são razões fundadas na necessidade da aceitação”. A afirmação, feita durante a entrevista dada pela presidente Dilma, após a decisão da Câmara do Deputados que aprovou a admissibilidade de seu processo de impeachment, resume um pouco do silogismo que caracteriza o universo dilmista e que pode ser bem mais  entendido em proposições do tipo: um queijo suíço é cheio de buracos.

Quanto mais queijo, mais buracos. Cada buraco ocupa o lugar onde deveria haver apenas queijo. Assim, quanto mais buracos, menos queijo. Quanto mais queijos mais buracos, e quanto mais buracos, menos queijo. Logo, quanto mais queijo, menos queijo. É dentro dessa estrutura de pensamento que se move o mamulengo criado por Lula para elevar o Brasil à condição de desenvolvimento experimentado por nossos irmãos bolivarianos da Venezuela.

Fosse Dilma a mulher sapiens que acredita ser, nesta altura dos acontecimentos, forçada pelos deputados a se transformar em meia presidenta, diríamos que ela está dependurada apenas por uma das mãos no galho seco da República, prestes a se precipitar no pântano onde os crocodilos a esperam de boca aberta e dentes afiados.

Na coletiva, concedida a jornalistas do tipo amigáveis, Dilma voltou a investir nas teses de que é vítima e perseguida por um processo sem fundamentação legal e, pior, alvo de um golpe urdido por forças conservadoras, tendo àfrente o vice-presidente, Michel Temer e, seu escudeiro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

O alerta feito pela chefe do Executivo de que está sendo alvo de um golpe de Estado, pela gravidade da denúncia deveria mobilizar imediatamente todas as instituições da República, a começar por aqueles que têm o dever constitucional (art. 142) de defender da pátria e a garantia dos Poderes que são as Forças Armadas.

Deveria merecer também a máxima atenção do Conselho da República, do Supremo e do parlamento. Em democracias maduras, Dilma seria convocada incontinenti a explicar perante o Congresso os detalhes dessas ameaças de golpe que pairam sobre o Estado. A orelha mouca às  falas alarmistas de Dilma denota sintoma já sentido também por parte de membros do próprio governo: Dilma pode falar o que quiser, pois o discurso não bate com as provas.

 

A frase que não foi pronunciada

“Não tenho vergonha de dizer que estou triste, não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas.”

Mario Quintana

 

Shopping

Houve uma causa na Justiça em que a mãe conseguiu indenização de um shopping depois que o filho teve o braço machucado por algum defeito das instalações. A verdade é que os funcionários de shopping raramente chamam a atenção de crianças que fazem estripulias porque as próprias mães permissivas não admitem.

 

Crescimento

A Estrutural é uma invasão gigantesca, com população de 39 mil habitantes. Anos atrás, a situação era terrível. Vi crianças, homens e mulheres correndo atrás de caminhões de lixo disputando com os urubus. Hoje, organizados, tiram do lixo o sustento com mais dignidade. Eles são fundamentais à cidade reciclando e aproveitando o material.

 

Mobilidade

Hora de passar das promessas à prática. O governador Rollemberg tem projetos para melhorar a mobilidade no DF e, até agora, nada. Com a Copa do Mundo, a população acreditou que  saísse o metrô de superfície, mas a verba desapareceu. Só há unanimidade em uma coisa: do jeito que está não dá para continuar.

 

Proatividade

Por falar em trânsito, esse é o momento de a engenharia começar os trabalhos para evitar problemas com as chuvas. É preciso proatividade para ter resultados satisfatórios.

 

História de Brasília

Reina absoluta tranquilidade em toda Brasília. Os bancos estão fechados, os colégios também, as pistas do aeroporto interditadas por tambores. Mas que reina, reina. Absoluta tranquilidade. (Publicado em 5/9/1961)