Categoria: Íntegra
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Ao Estado foi incorporado o papel de grande pai de todos, indutor do progresso. Não é de se estranhar, portanto, que sigamos de mãos dadas com crises periódicas. Os casos recentes levantados em CPIs que estão acontecendo têm como único pano de fundo a mega estrutura de um Estado, capturado, ao longo de nossa história por todas as camadas de elites. Dessa forma, qualquer reforma, por mais criteriosa e técnica que se apresente, se não cuidar primeiro do gigantismo do Estado, estará marcada com a sina do fracasso. É do tamanho do Estado que devemos cuidar. O gigante, que está deitado eternamente em berço esplêndido, não é outro senão o Estado que erigimos e que ameaça tombar sobre nós.
Fatores históricos explicam parte de nosso atraso com relação a outros países do Continente. Com a instalação da República em 1889, o Brasil trocou a monarquia por uma outra forma de governo, apenas de modo oficioso. A concentração de poderes nas mãos do chefe do Executivo, permaneceu semelhante à que havia com a monarquia.
Trocou-se um imperador por um presidente. O cetro foi substituído pela caneta. O aparato permaneceu o mesmo. A população da época, nem se atinou com a substituição de um pelo outro. O mandonismo e o patrimonialismo permaneceram intocados.
O homem cordial, que no período monárquico era identificado com mais facilidade pelo título de nobreza ou por consanguinidade, foi substituído e modernizado com o advento do nepotismo. A hereditariedade na transmissão do poder permaneceu intocada. Não estranha que hoje muitos jovens políticos, ostentem no sobrenome, o brasão que os identifica como seus antepassados ilustres.
Os que, no presente, ocupam o poder, tratam, desde sempre, de aplainar os caminhos para os seus que virão em seguida. Ao mantermos as mesmas estruturas do passado na montagem e composição do governo, adiamos, sine die, nosso encontro com o futuro. Assim, a presença dos clãs políticos no controle do Estado se repete num ciclo monótono.
A manutenção dos mesmos atores e seu séquito no controle da máquina pública, trouxe naturalmente a ideia da imprescindibilidade do Estado como meio de se atingir o desenvolvimento e o paraíso. O caso das estatais explica bem essa questão contraditória que permite a existência de um Estado extremamente rico, em contraponto com uma população que apresenta os mais risíveis níveis de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). É a mesma contradição que permite a existência de suntuosos palácios de mármores como sede dos poderes, enquanto populações inteiras permanecem sem as mínimas condições de infraestrutura sanitária, sobrevivendo com as mesmas carências básicas de séculos passados.
Somente o gigantismo de um Estado injusto, explica o fato de um presidente da república viajar a bordo de uma aeronave de última geração, um verdadeiro hotel seis estrelas, enquanto milhões de brasileiros são obrigados a se submeter a cada dia aos piores meios de transporte do planeta. A redução do Estado, ao mínimo necessário às exigências de quem banca os perdulários é a primeira condição para se livrar do subdesenvolvimento e libertar da nação do labirinto em que se encontra.
» A frase que foi pronunciada
“Deveria existir uma pitada de diletantismo na crítica. Pois o diletante é um entusiasta que ainda não se acomodou e não está preso aos hábitos.”
- Atkinson
Natureza
Sabiás ensaiam os primeiros cantos indicando a proximidade das chuvas. É o momento de limpar as bocas de lobo, cuidar das árvores e reforçar a tinta das faixas de pedestres, quebra-molas e meio-fio.
Mel
Com o suporte técnico da Embrapa, a Confederação Brasileira de Apicultura e Meliponicultura chancela o DF como um dos melhores produtores de mel do país. Loiselene Trindade, diretora-executiva da Emater-DF, tem se esmerado na divulgação de novas atividades, estudos e oficinas.
Alternativa
Restaurante, valorizado pelos celíacos, é a Galeteria Gaúcha do Lago Norte. A cozinha, aberta para visita, prepara a massa separada dos demais alimentos, o que torna o consumo seguro para os intolerantes a glúten.
» História de Brasília
Mais um prédio da Asa Norte está ameaçando ruir. Desta vez, foi evacuado o bloco 32, pelo IAPC, em virtude do perigo apresentado. (Publicada em 23/3/1962)
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Passarela do Brasil
Ao completar o longo ciclo de miscigenação, que misturou na mesma panela de barro o bacalhau, do branco, o mungunzá do negro e o tacacá dos índios, o que resultou dessa massaroca de sangue e culturas, veio a dar no que hoje se conhece como Brasil. Um país, que pelo o que retrata seu hino nacional informal, Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, é de fato habitado por uma sociedade inzoneira, onde a seriedade de propósitos passa longe das regras positivistas e racionais. Ou se adota esse modelo de pouco afeito as regras, ou se enlouquece de vez.
Não por outra razão a população aprendeu e desenvolveu, ao longo dos séculos, um jeitinho próprio e eficaz para driblar as vicissitudes da vida e principalmente para fugir das armadilhas das altas classes dirigentes, encasteladas na máquina do Estado e de onde buscam perpetuar o regime de escravidão, feito agora com novos vernizes de civilização.
Não por acaso, nada por essas bandas funciona a contento, a começar pelos serviços públicos prestados à população. Há toda uma encenação de que as coisas funcionam. A população, de tão paciente faz com que pensem que ela acredita. Como resultado dessa mímica, tudo nestes trópicos tende naturalmente para o caminho da desnaturalização de regras e para nonsense.
A começar pela própria República, que nada mais tem sido do que um arremedo da monarquia, isso sem a seriedade que buscava alcançar Pedro II. Nada é de verdade. Tudo é fingimento. Também pudera. A fonte desse descrédito em tudo e em todos parte justamente de cima para baixo. Nenhum brasileiro, cônscio de suas capacidades mentais e até éticas, aposta um níquel furado nas elites dirigentes do país, ou pelo menos numa grande maioria. Para o estrangeiro, esse é de fato um país estranho. Para os que entenderam como as coisas desandam a cada dia, esse país não é próprio para amadores e para os puros de coração. Temos o nosso próprio modelo desorganizado de organização.
Talvez esse seja o único modelo a funcionar de fato. Por aqui a coxa de galinha, que nasceu verdadeira com ossos e tudo, se transformou na coxinha de padaria e de lá virou cubinho de caldo de galinha químico. Não somos sérios e talvez esse seja mesmo nosso modo de sobreviver sem cicatrizes. Por isso é que regime nenhum, imposto de cima de para baixo, que sonhe em implantar teorias alienígenas, onde somente a pobreza e os deficits sejam socializados, terá futuro entre nós. E por um motivo singelo: há muito o povo já aprendeu a não esperar nada de bom vindo de cima. O que os brasileiros socializam, desde sempre, é o socorro ao vizinho. Um pouco de arroz, açúcar, farinha passados de mão em mão. É o fiado na vendinha, até o final do mês. Nada do que possa ser angústia e carência social, são estranhos aos brasileiros que se abrigam na base da pirâmide. Temos o nosso próprio socialismo, forjado na necessidade e na indiferença. Não precisamos de outros.
Vivem nessa posição como quem vive debaixo de pontes e onde aprendeu que nada que cai de cima é aproveitável. Por essas bandas aqui regimes e até corruptos de carteirinha, acabam virando enredo de escola de samba. Brasil, samba que dá.
A frase que foi pronunciada:
Viva o Brasil / Onde o ano inteiro / É primeiro de abril
Millôr Fernandes
Sem noção
Foi só uma semana. Agora o prédio do BRB continua de luzes acesas durante a madrugada. Destoa de todos os outros ao lado. No Setor de Autarquia Norte, ao lado da 202.
Zero cooperação
Não se faz dona de casa como antigamente. Um molho de brócolis varia de R$14 a R$ 4. A diferença é muito grande. Como não há reclamação nem boicotes os preços seguem subindo. A competição do mercado é saber quem cobra mais até que a panela estoure.
Esclarece
Dúvida sobre a veracidade de notícias que citem o Senado ou senadores pode ser dirimida pelo Senado Verifica. Agora pelo WhatsApp o cidadão encaminha a questão que será apurada. Basta salvar o número 61981900601 na agenda do telefone e enviar a pergunta pelo WhatsApp.
História de Brasília
Mais um prédio da Asa Norte está ameaçando ruir. Desta vez, foi evacuado o bloco 32, pelo IAPC, em virtude do perigo apresentado. (Publicada em 23.03.1962)
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Esperando a vez
Ainda no século XVI, o poeta Camões costumava afirmar com muita propriedade: “Leis em favor dos reis se estabelecem. As em favor do povo só perecem” Lusíadas (canto IX). De lá para cá pouco, dessa injustiça assentada sempre em privilégios odiosos, foi alterada. Persistem entre nós, nesta Terra de Santa Cruz, os favores e as benesses apenas para uma classe, não a dos mais ricos, que isso se vê em toda a parte do mundo atual, mas daqueles que estão instalados nos altos escalões de nossa falsa República.
Para estes, sejam quais forem as leis e regimentos, há sempre uma porta de saída que os favoreça. Apenas para ficar em dois exemplos dessa desigual medida, observem o caso dos Precatórios, que nada mais são do que dívidas judiciais do Poder Público, que pessoas físicas ou jurídicas têm a receber em forma de indenização, depois de vencida a longa batalha na justiça. Com os precatórios fica reconhecido que o Tesouro Nacional deve pagar à um determinado cidadão ou empresa.
Os valores nesse caso, são sempre superiores a 60 salários mínimos, o que não é pouca coisa. Acontece que esse valor ainda sofre uma majoração por conta de juros ao longo do tempo. Como o governo é sabidamente mal pagador e tudo faz para empurrar para frente essa dívida, os valores a serem recebidos pelos credores são sempre altos. A injustiça começa quando o Estado, do alto de seu poder e contra qualquer obrigação como a aplicada ao cidadão, deixa de pagar o que deve à servidores públicos como professores, médicos e outros profissionais com a justificativa de que não possui dinheiro em caixa para honrar esses compromissos.
O tempo passa, e no entra e sai de governos, que protelam essa dívida, com o amparo do Legislativo e Judiciário, um fator derradeiro entra em cena: muitos desses demandantes, cujo direito de receber era certo e líquido, vão a óbito, sem ver dinheiro. Nesse ponto, a injustiça é consumada e não há, sequer, quem venha a ser penalizado por esse descaso, uma vez que em casos de precatórios, não existe a possibilidade de penhora de bens para a quitação da dívida.
Nesse embate desigual resta a quem tem dinheiro a receber do Estado, vender o direito ao precatório a terceiros à um preço com deságio de mais de 40%. Muitos, por desespero, acabam optando por essa alternativa, embora essa não seja uma escolha fácil de ser concretizada. Para dar mais um toque de mais injustiça a esse problema que se arrasta por décadas, provando que “as leis em benefício do povo só perecem”, muitos desses ocupantes do alto escalão da República, incluindo aí juízes e outros fidalgos, já há muito tempo receberam seus precatórios sem ter que recorrer apelar para agiotas, usando apenas dos relacionamentos e influência que possuem dentro da máquina do Estado.
Quando se trata de indivíduos que já adentraram na perigosa e incerta zona da terceira idade, o tempo é precioso, delicado e parece correr com mais rapidez. Idosos não podem esperar. Deveriam, pela contribuição que já deram ao Estado e à sociedade, serem atendidos com preferência nesses casos. Infelizmente não é o que ocorre.
Outro exemplo de injustiça também sobre os idosos já aposentados, vem da chamada Revisão da Vida Toda, que vem a ser o direito que muitos desses cidadãos possuem de revisar seus benefícios junto ao INSS, e com isso aumentar significativamente o valor que recebem e ainda gerar outros valores por conta de atrasados a receber.
Com o pedido de revisão no STF a questão foi lançada em banho maria. O INSS, ou seja o Estado, não quer pagar valores anteriores a 13 de abril de 2023, data do acórdão do Supremo, por isso entrou com recurso. O novo ministro Cristiano Zanin pediu vistas do processo. Mesmo que devolva o assunto ao plenário em tempo curto, a questão não está pacificada e pode vir a demorar para acontecer. Também nesse caso vale lembrar: idosos não têm o tempo em seu favor.
A frase que foi pronunciada:
“Quando morre um idoso perde-se uma biblioteca.”
Provérbio Indiano
Bariátrica
UnB recruta voluntários que fizeram cirurgia bariátrica há pelo menos 2 anos para uma pesquisa do programa de pós graduação de Nutrição Humana. É preciso que esses pacientes não estejam praticando atividades físicas nem recebam orientações de nutricionistas. Contato pelo e-mail: projetoneron.unb@gmail.com
Cientistas
Kênia Mara Baiocchi de Carvalho é a coordenadora do estudo que faz parte do doutorado de Gabriela Oliveira e Maísa Araújo, e da pesquisa de mestrado de Ruanda Maia, alunas de pós-graduação da Nutrição Humana. Estudantes de graduação e iniciação científica da Nutrição também participam.
História de Brasília
E mais: nestes próximos dias, para limpeza das máquinas, teremos interrupção de 36 horas. Se não fôr feita esta interrupção, consequências muito piores poderão advir. (Publicada em 22.03.1962) AC.
VISTO, LIDO E OUVIDO – Secretaria dos pedestres
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Bairros residenciais, embora essa nomenclatura não se aplique à Brasília, devem, para se constituir em áreas humanizadas, obedecer a certos parâmetros de ordem urbanística. Entre essas exigências, talvez, a mais importante seja a construção de calçadas, amplas e bem planejadas, de forma a permitir livre circulação de moradores e visitantes. As calçadas foram, desde o tempo da colonização romana, o principal elemento de ligação e de integração entre povos.
É possível afirmar até que sem a pavimentação de milhares de quilômetros de vias de pedestres, o Império Romano não teria a capacidade que lhe permitiu dominar outros povos e culturas por todo o continente Europeu. Um bairro sem calçadas bem planejadas perde a sua principal característica humanizadora, que é a de integrar as famílias que ali vivem, permitindo o estabelecimento de relações. A falta de calçadas acaba aprisionando as pessoas dentro de casa, transformando o endereço em uma ilha fechada isolada.
Não é por acaso que as calçadas são, por sua importância, um elemento identificador de progresso, de conquista cidadã e, sobretudo, de civilização. Se as superquadras, dentro do polígono do Plano Piloto, são bem equipadas de bons e extensos calçamentos para os moradores, o mesmo não ocorre em outras áreas. Mesmo aquelas ,cujo o endereço e localização privilegiada, pagam as mais altas taxas de impostos e contribuição. São os casos dos lagos Sul e Norte. No Lago Sul, onde a situação das calçadas, embora não seja a ideal, ainda permite a circulação de seus moradores com certa facilidade. Mesmo assim, nas ruas ou conjuntos o acesso às casas só pode ser feito pelo asfalto, compartilhando o espaço com carros, no asfalto.
Moradores, principalmente cadeirantes e idosos, ao sairem de casa para poder alcançar as calçadas mais próximas, têm de fazê-lo pelo asfalto, uma vez que elas não existem nesses locais. Os riscos são grandes. Mas é no Lago Norte que o problema com a falta geral de calçadas públicas é mais grave, porque não existe na quantidade necessária nem com a qualidade de desenho exigido pelo bom urbanismo. Apesar de ser classificada geograficamente como uma península, a verdade é que o Lago Norte é uma ilha fechada numa ilha.
A falta de calçadas adequadas mantém as pessoas ilhadas dentro de casa. Nas localidades onde as calçadas existem, a má qualidade do piso, o pouco espaço, sempre estrangulados por postes e outras barreiras e totens de localização, impedem a livre circulação de pedestre e chega mesmo a inviabilizar qualquer tentativa de circulação de cadeirantes e idosos. Surpreendentemente é justamente em área com maiores tributos aos moradores que não se tem esse conforto fundamental.
Fossem tomados como indicadores de civilidade apenas os equipamentos urbanos, como calçadas adequadas, é certo que o Lago Norte poderia ser classificado como um bairro em estágio primitivo de evolução. O problema é antigo, e não têm sido tomadas medidas para resolvê-lo. Além da conhecida má vontade das autoridades, é sabido que até os moradores têm culpa por essa situação precária, uma vez que em muitos endereços nessa região ainda é comum verificar a invasão e avanços sobre as áreas públicas, o que contribui para o estreitamento de muitas ruas.
Com todo esse impasse, entre governo e moradores o Lago Norte, em pleno século 21, ainda é um bairro sem esse elemento básico e humanizador representado pelas calçadas. Quem sabe algum governo no futuro se convença da importância vital das calçadas para a qualidade de vida das populações e estabeleça até uma Secretaria das Calçadas e dos Pedestres.
» A frase que foi pronunciada
“A calçada é a parte humanizada do projeto.”
Jan Gehl
Fluxo
Depois de pronta a obra da Estrutural, certamente será um destaque na cidade. Por enquanto, em meio às obras, durante o engarrafamento no começo e no fim do dia, fluxo que consome mais de hora e meia na travessia. Não há nenhum agente público no local para dar mais agilidade ao trânsito no local.
FCEB
Parece incrível que, em tempos de crise como os nossos, as luzes das Quadras 14 até a 17 no Park Way permaneçam acesas durante todo o dia sem que haja providência. Isso é um desrespeito à população.
Indústria
Amplamente vendidos na América do Norte, os suplementos alimentares para a melhora da visão foram proibidos no Brasil. Depois disso, pacientes começaram a se unir para dar a resposta para a proibição. A pesquisa começa com o número de cirurgias de catarata que não deram certo, prescrição para óculos não seguidas e altos preços das cirurgias.
História de Brasília
Enfim. Reduza o consumo em sua casa, no horário das 18h às 22 h. Faça isto voluntariamente, se quiser, pelo menos, durante o mês de março, e vamos esperar pelo que possa vir a acontecer. (Publicada em 22/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Visão de pássaro
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Subir no palanque para fazer discursos políticos para uma campanha eleitoral, um lugar onde cabem todos os tipos de promessas e acenos, é muito diferente do que subir a rampa do Planalto para governar um país complexo como o Brasil.
No palanque, o Brasil que se vislumbra é um. Visto do alto da rampa, da própria rampa ou do terceiro andar do Palácio do Planalto, o país que se descortina é outro totalmente distante dos palavrórios. Obviamente, diante da realidade que se apresenta ao eleito, sempre hão de existir aqueles que preferem tomar atalhos mais fáceis e governar o país por controle remoto, cooptando com benesses, todas as forças políticas ao redor, dentro de esquemas do século passado, dentro do que se chama presidencialismo de coalizão. Nesse tipo de modelo de governança, todos lucram, menos a população que é chamada a pagar a conta desses desacertos escusos e longe da ética pública.
Gastos, e não investimentos, e benesses vão embrulhadas em outras caixas de presente, com a distribuição de cargos no governo, uma boquinha que faz a alegria de parlamentares que não se avexam em trair o eleitor, concorrendo à um cargo e se licenciando para ocupar função no Executivo.
Nesse tipo de jogada, é sabido que nenhum dos lados está certo sob o ponto de vista da correção e da ética. Não chega a ser surpresa que diante de um modelo dessa natureza, para cada passo que o país avançava em frente, corresponde a dois passos recuando, ou seja: ficamos a patinar, sem ir a lugar algum. Prova disso é que em praticamente todas as metas que o governo achou por bem estabelecer, nesses últimos anos, como é o caso na questão do Plano Nacional de Educação (PNE), apenas uma, entre as 20 metas estabelecidas, foi efetivamente cumprida e saiu do papel.
Mesmo em questões prementes como o aquecimento global, tópico que diz respeito à própria sobrevivência da espécie humana, o Brasil tem ameaçado recuar a não cumprir acordos assinados para deter ou reduzir as emissões de gás do efeito estufa. Na vida real o valor daquilo que é prometido aos eleitores em palanque é sempre dez vezes mais ou impossível de ser materializado.
A percepção da população é de que o próprio governo não sabe o que fazer com os recursos que possui, nem quanto gasta, deixando-se guiar não pelos números, mas apoiado no que acredita ser seu infalível instinto político. Mas esse ainda não parece ser nosso maior problema. Arrecada-se muito, o que faz do Brasil um país com as maiores cargas tributárias do planeta. Mas gasta-se com a mesma sem cerimônia, fazendo de nossa máquina pública um enorme sorvedouro de recursos.
Estima-se que a dívida pública já tenha ultrapassado mais de R$ 6 trilhões. Isso equivale a dizer que nem todo o PIB do país seria capaz de honrar essa dívida gigantesca. Quando o governo acena com mais impostos e mais tributos, o que está em pauta não é falta de recursos para tocar o país para frente. Dinheiro, existe em abundância. Como existe também em excesso, má gestão dos recursos públicos, acompanhado por grande número de casos de corrupção. É do perverso trinômio corrupção, má gestão de recursos e silêncio dos contribuintes que alimenta a gigantesca máquina.
Sem um enfrentamento sério desses problemas, de nada adianta aumentar os impostos para arrecadar mais. O pior é que não parece haver perspectiva de acabar com esse flagelo. Para a questão dos gastos tem o remédio que é dar maior eficiência as contas públicas. Já para o caso de corrupção, que corre paralelo a questão dos altos gastos, esse parece ser um problema sistêmico, que só seria resolvido com reformas profundas no Estado. Quanto ao silêncio da população, o que se pensa é que é melhor ficar calada. Reformas que os políticos não desejam e que fazem tudo para que não aconteça.
Infelizmente não existe uma união nacional em torno de propostas desse tipo. Diferentemente dos pássaros, nossas lideranças não possuem a capacidade de enxergar o país de cima, em sua totalidade. De longe e do alto o Brasil é um país magnífico. Visto de perto, através da visão de nossas elites dirigentes, somos um país promissor apenas para essa elite.
A frase que foi pronunciada
“As mulheres desejam profundamente homens competentes e poderosos. E não me refiro ao poder, no sentido de que eles podem exercer controle tirânico sobre os outros. Isso não é poder. Isso é só corrupção.”
Jordan Peterson
Evento
Por elas, por nós: transformando a realidade. Trata-se do Grupo Mulheres do Brasil de Brasília que promoverá o seminário, no próximo dia 15, a partir das 14h, no Auditório José de Alencar, localizado no SEPS 713/913, Edifício CNC Trade Térreo. Uma conversa entre agentes públicos, organizações não governamentais e a sociedade civil é um passo importante na definição de metas.
História de Brasília
Mas a linha de Três Marias custará dois bilhões e meio, e o país não dispõe de dinheiro para isto. Há a possibilidade de uma usina do Tocantins, e isto é motivo para novos estudos. (Publicada em 22/3/1962)
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Dos políticos brasileiros que hoje trafegam diuturnamente de Norte a Sul pelo país e que por consequência desse privilégio único passaram a adquirir uma visão mais ampla e ao mesmo tempo mais aguda sobre a realidade e as singularidades nacional, talvez nenhum outro tem sabido usar esse conhecimento como o ex-deputado e ex-ministro Aldo Rebelo.
De fato, nesses últimos anos, a missão que Aldo Rebelo tem imposto a si é a de descrever e alertar os seus conterrâneos sobre os enormes desafios termos que encarar para que o país, nesse século XXI não tenha, no seu dizer, o futuro sabotado. Em especial tem chamado a atenção do ex-parlamentar a precária e perigosa situação que vive hoje a parte Norte do nosso país, sobretudo a imensa região amazônica.
Para ele, o Brasil enfrenta hoje uma verdadeira sabotagem por parte de potências ocidentais como os EUA, Suécia, Noruega, Holanda, Alemanha e outros que usam do subterfúgio dos trabalhos realizados por inúmeras ONGs que agem na região, para impedir o desenvolvimento do Brasil. Há em sua avaliação uma sabotagem em curso para inviabilizar o futuro do país.
Essas ONGs vêm, segundo ele, exercendo pressão sobre as atividades produtivas da Amazônia, agindo a mando de seus países, com o objetivo de desorganizar as atividades produtivas naquela região e com isso tirar proveito para suas metrópoles. Para Aldo, “Qual país do mundo aceitaria inutilizar 93% de seu território por pressão de ONG!? Só temos alternativas se enfrentarmos esse bloqueio com um Estado forte, que não aceite ONG mandando em Ministério Público, em órgãos ambientais”, afirmou.
Até mesmo na destinação de recursos, via Fundo Amazônia, administrado pelo BNDES muitas ONGs conseguem mandar na destinação dessas verbas, dizendo quem deve ou não receber esses recursos. Na sua opinião as ONGs não deveriam receber dinheiro público e muito menos orientar projetos na região.
O ex-ministro, ex-presidente da Câmara dos Deputados e futuro candidato ao cargo majoritário pelo Pará, conforme anunciado pela coluna do Repórter 70, afirma todo o tempo que as ONGs representam hoje um Estado paralelo de comando na região. Até mesmo atribuições que são de competência do governo federal, estão sendo transferidos para essas organizações.
Para Rebelo, que foi relator do Código Florestal Brasileiro e é autor do livro O quinto Movimento, além das ONGs a região vive ainda sob ameaça constante e crescente do crime organizado. Juntos, ONGs e crime organizado forma hoje autênticos Estados paralelos que ameaçam nossa soberania. Interessante nota nesse ponto, que em nenhum momento o relatório final elaborado pela Cúpula Amazônica faz menção ao poder do crime organizado e sua atuação na região, como se o problema naquela área não existisse.
Outro perigo para a região é o da biopirataria com produtos da floresta. A Amazônia diz, “é a região onde há os piores indicadores sociais do Brasil. Os maiores índices de mortalidade infantil. As maiores taxas de analfabetismo, de doenças infecciosas, o menor índice de fornecimento de serviços essenciais, como água tratada, luz elétrica, saneamento básico. Você anda nas ruas das cidades da Amazônia, não há saneamento. Há um centavo sequer destinado para esta finalidade, para dar saneamento básico? Não há um centavo. Para saúde? Não há um centavo. Pra desenvolver e elevar o padrão de vida as pessoas? Não. É exclusivamente para essa agenda de interesses internacionais”.
A solução para esse problema seria, segundo prega, limitar a destinação dos recursos do Fundo Amazônia exclusivamente para órgãos públicos, como prefeituras, governo estadual, secretarias de estado, tudo sem acesso das ONGs. A Amazônia não é uma espécie de protetorado informa das ONGs. A Amazônia é um problema nosso, encerra Rebelo.
A frase que foi pronunciada
Nossas crianças devem aprender a estrutura geral de seu governo e então devem saber onde entram em contato com o governo, onde ele afeta sua vida cotidiana e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém da conta de outra pessoa, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina.
Eleanor Roosevelt
Tem que mudar
É preciso que Brasília seja um modelo hospitalar para o Brasil. Não há condições de um posto médico fechar antes do expediente e deixar o paciente sem atendimento ou sem remédio. É um escândalo nos hospitais de Brasília uma fila de dois anos de espera para uma cirurgia que dura duas horas. Falta gestão.
População unida
Mais uma vez a população sai em defesa da Serrinha do Paranoá. Na Câmara Legislativa do DF reuniões lançam a Frente Parlamentar em Defesa da Serrinha do Paranoá. A especulação imobiliária está do outro lado.
» História de Brasília
Depois disso, teremos as soluções intermediárias, com Paranoá e a termelétrica. Há, entretanto, o projeto para ligação com Três Marias. Assim, o Distrito Federal teria duas fontes de abastecimento. (Publicada em 22.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO –
Samba improvisado
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Uma das formas de dirimir problemas sempre presentes em nossa triste República, de modo a precavê-la de crises institucionais, que volta e meia tornam a ocorrer, seria exigir dos ainda candidatos à chefia do Executivo, um programa completo e exequível de governo, dentro das necessidades do Estado e de acordo com as exigências e carências da população.
Não é um programa qualquer, mas um estudo programático dos projetos executivos que seriam implementados ao longo de quatro anos, além do compromisso de dar continuidade aos programas de governos passados que exigissem tempo maior para sua implementação.
Sem a apresentação de programas de governos sérios e racionais, o que se tem verificado, ao longo de décadas, é uma sucessão de mandatários que tem na improvisação seus guias mestres, fazendo do Estado e da população, cobaias para experimentações de última hora e que, de modo geral, terminam sempre em desastres.
Pelo menos não deveria existir governos sem programas sólidos para o país. É da improvisação que nascem as crises institucionais. A perenidade e a certeza de continuação de programas de interesse da população são de fundamental importância para que não haja obra inacabada, que se multiplica aos milhares por todo o país.
Governos que tomam posse, sem trazer debaixo do braço, um calhamaço de programas que atendam à nação, estão fadados ao fracasso. O pior, que a cada prejuízo, levam a população de roldão. Usam o pagamento de impostos, resultado da labuta, para nada que volte como contrapartida ao contribuinte ou aos empresários que também contribuem.
Administrar é coisa séria e dá um enorme trabalho, afinal é o dinheiro suado da população que está em jogo. Tão importante quanto trazer à tira colo seu projeto para o país, é poder apresentá-lo previamente a nação, não nos bate-bocas vazios dos debates televisivos, mas perante uma junta de especialistas e técnicos gabaritados e isentos politicamente.
Sequência de governos que assumem sem programas ou que apresentam projetos feitos apenas para enganar o eleitorado, tem feito mal a nossa República e nunca tem sido levado em conta. É o dever de casa de todo o candidato que se preze.
Não faz sentido que partidos políticos gastem bilhões de reais do contribuinte e não consigam que seus candidatos apresentem projetos de interesse do país. É muito mais importante olhar para o programa de governo do que para o candidato em si. Candidatos sem programas de governo, deveriam ser represados ainda no nascedouro.
Em pleno século XXI, das exigências tecnológicas e de outras demandas mais específicas dos cidadãos, não se pode conceber que ainda haja a possibilidade de permitir que candidatos à presidência da República se apresentem sem propostas e sem planos de governo. A improvisação não é aceita nem em desfile de escola de samba, que dirá na direção de um país da dimensão e complexidade do Brasil. Outra possibilidade urgente é que o contribuinte possa acessar as rubricas do governo para acompanhar cada investimento feito.
Boa parte de nossas agruras decorrem desse nosso jeitinho de fazer as coisas de supetão, sem olhar para as consequências. É como se diz: as consequências são tudo aquilo que vem depois. O atual governo, tão logo tomou posse, sem projetos e sem rumo, recorreu de imediato a medidas improvisadas. Cuidou de estourar o teto de gastos, por meio de medida provisória. Agora cuida de contingenciar verbas para a educação, saúde, transporte, vale gás e outros destinos apenas para tampar furos na receita e com isso evitar que as contas públicas venham a fechar no negativo, o que, para muitos já é uma certeza.
Com isso, fica mais uma vez provado que a improvisação no uso do dinheiro público é a chancela da completa incompetência.
A frase que foi pronunciada
“Nossas crianças devem aprender a estrutura geral de seu governo e então devem saber onde entram em contato com o governo, onde ele afeta sua vida cotidiana e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém da conta de outra pessoa, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina.”
Eleanor Roosevelt
Tem que mudar
É preciso que Brasília seja um modelo hospitalar para o Brasil. Não há condições de um posto médico fechar antes do expediente e deixar o paciente sem atendimento ou sem remédio. É um escândalo nos hospitais de Brasília uma fila de dois anos de espera para uma cirurgia que dura duas horas. Falta gestão.
População unida
Mais uma vez a população sai em defesa da Serrinha do Paranoá. Na Câmara Legislativa do DF reuniões lançam a Frente Parlamentar em Defesa da Serrinha do Paranoá. A especulação imobiliária está do outro lado.
História de Brasília
Depois disso, teremos as soluções intermediárias, com Paranoá e a termelétrica. Há, entretanto, o projeto para ligação com Três Marias. Assim, o Distrito Federal teria duas fontes de abastecimento. (Publicada em 22.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Duas trincheiras
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Que semelhanças e consequências óbvias poderiam existir entre fatos aparentemente distintos e distantes, como são os casos do projeto de desarmamento da população, a possível flexibilização e descriminalização do porte de entorpecentes e os recentes casos que indicam um aumento na letalidade das polícias.
Quanto ao processo de descriminalização do porte de drogas para consumo próprio, levado a cabo, agora, pelo Supremo Tribunal Federal, não deixou os parlamentares à vontade. Uma centelha começa a brilhar indicando mudanças de rumo.
De fato, todas essas adições espetaculares concorrem e nos levam, ao mesmo tempo, para uma questão simples e que diz respeito à vida e à morte de cidadãos. É fato que o desarmamento da população, em um país reconhecidamente violento e onde os índices de criminalidade são os mais altos do planeta, significa, entre outras coisas, que o terreno para o aumento da incursão dos criminosos está sendo facilitado. Como é sabido, o Estado, por mais que queira, não consegue enfrentar as ondas de crimes de igual para igual, sendo tolhido por uma Justiça atrelada aos direitos humanos e que quer parecer pender a favor da bandidagem.
A população tem essa nítida ideia de que o Estado pesa a mão mais para o lado do policial do que do bandido. Engana-se quem acredita que o crime organizado no Brasil age nos moldes amadores. As organizações criminosas, em nosso país, investem muito em armamento e treinamento de pessoal, e poderiam hoje estar classificadas como verdadeiros exércitos paralelos, com tudo o que essas forças dispõem.
A facilitação do porte de drogas vem ao encontro do que desejam as facções criminosas, que passarão a agir com muito mais empenho e lucros no comércio varejista. Para um país como o nosso, onde avança, a passos largos, a liberação dos cassinos, on-line ou físicos, onde o porte de drogas deixa de ser crime, não será demais supor que a polícia terá muito mais trabalho pela frente, com enfrentamentos violentos cada vez mais ocorrentes. Não há no poder quem pense em mais escolas, hospitais ou transporte?
Tristes trópicos esses nos quais o Estado mal dá conta da segurança de seus cidadãos, mesmo com uma das maiores cargas tributárias do mundo, e ainda tem de enfrentar mais e mais desafios.
A facilitação ao crime ocorre com pequenas e seguidas medidas de afrouxamento das leis. Ainda bem longe de resolvermos nossos problemas com uma educação pública de qualidade ou com o atendimento universal na área de saúde, partimos para o vale-tudo. Isso sem comentar a falta de respeito de alunos em inúmeras escolas públicas. Jogam mesas e cadeiras nos professores, xingam, estragam o carro e até matam.
Permite-se a compra de armas para aqueles que só querem defender suas famílias e propriedades, mas nada fazem para acabar com o armamento pesado nas mãos das quadrilhas. Determinam-se o fechamento de manicômios judiciais, soltam-se presos, afrouxam as penalidades com a introdução de regimes abertos e outras medidas, enquanto a população é obrigada a ficar presa em casa, refém da leniência de um Estado indiferente ao cidadão que paga seus impostos em dia.
Querer que todas essas medidas facilitadoras do crime não resultem em maior enfrentamento e maior letalidade dos órgãos de segurança contra a bandidagem é ilusão. Quanto mais frouxas as leis, maiores são os índices de criminalidade. Do mesmo modo, esperar que os policiais ajam de modo calmo ao verem seus colegas de farda e de destino tombarem mortos, friamente, por bandidos que nada têm a perder e tudo podem hoje em dia, é impossível.
Trata-se aqui de uma guerra, como outra qualquer, em que ficam, de um lado, a população de bem junto com a polícia e, em outro, a trincheira, os bandidos e todos aqueles que os apoiam direta ou indiretamente.
» A frase que foi pronunciada
“O ladrão rouba para comprar drogas, mas, então, por que ele não rouba logo a droga? Simples, os traficantes andam armados.”
Enéas Carneiro
Pratas da casa
São inúmeros os funcionários públicos na ativa que passaram de 41 anos de serviços prestados. Ontem, conversamos com o amigo Ciro Freitas Nunes, do Senado. Tão logo completou 18 anos, ele foi conduzido à Câmara Alta. Participou de todo o processo de abertura do regime e viu os primeiros computadores IBM serem descarregados e terminais ligados aos gabinetes. As histórias são muito interessantes.
História de Brasília
Há muitos dados técnicos que poderíamos exibir, mas o que interessa a você, leitor, é isto. Por todo o mês de março, continuará a mesma dificuldade, até que Cachoeira Dourada possa produzir mais, com a baixa das águas. (Publicada em 22/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO – Abre as asas sobre nós
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com Circe Cunha e Mamfil
No Evangelho de Cristo, o sentido de liberdade e principalmente a busca de libertação das amarras e agruras do mundo estão associadas à luta contra o que a Igreja chama de pecado. Nesse sentido, o pecado não seria muito distante de tudo aquilo, que de uma forma ou outra, atenta contra a dignidade humana.
À libertação do que a Igreja qualifica como pecado está associado também a tudo que nesse mundo, ou no plano secular, contribui para a infelicidade do ser humano. A plenitude humana se liga à libertação dos muitos grilhões que aprisionam o homem, quer no plano econômico, cultural, social ou político.
Só há verdadeira liberdade, no sentido do Evangelho, quando essa alcança a dignidade do homem sobre a Terra. Afinal, a opressão exercida contra a plena liberdade humana é, antes de tudo, um pecado tanto no âmbito espiritual como terreno. Os obstáculos terrenos, não são impostos pelas condições exigidas no Evangelho, mas são, sobretudo, fruto da ação de homens contra homens.
É nesse ponto que o cercear das liberdades passa a constituir na mais grave das faltas sobre a Terra e contra o que orientam as luzes do céu. Assim, é que a liberdade é um ganho de dois mundos. A liberdade do espírito é também a liberdade da carne.
Não chega a ser uma surpresa o fato de que quanto mais os homens sentem na carne o sentimento opressor da falta de liberdade, mais e mais partem em busca de brechas que religuem a liberdade do espírito à sua condição humana. A liberdade que vem do Evangelho é sempre uma esperança para as brutalidades desse mundo. De fato, quando os homens negam a liberdade a outros, estão, em sentido direto, negando tudo aquilo que prega o Evangelho.
A transformação da Terra de Éden a inferno é obra humana, e não um castigo vindo do alto. Não há, pois, no sentido cristão, maior falta ou pecado do que negar a emancipação. Nenhuma política ou ação econômica e social, que vá concorrer para diminuir a liberdade humana pode ser vista como uma medida dentro do que prega o Evangelho.
Há uma interligação entre independência, dignidade humana e as condições necessárias para exercer essa liberdade plenamente na Terra. O céu e o inferno estão aqui no mesmo lugar, sendo que esse segundo é erguido por ação daqueles que, pelo poder que desfrutam momentaneamente permanecem longe do Evangelho.
Notem que o sentido de restrição dos direitos é sempre orientado para alcançar o outro distante e nunca erguida para todos igualmente. A liberdade é um dom de Deus e não pode, por isso mesmo, ser usada de forma leviana, para promover a desarmonia entre os homens.
Modernamente, podemos dizer que o estado do pecado é dado pelo Estado cerceador da liberdade. Não se enganem: a dignidade humana só é realizada plenamente quando a justiça passa a trabalhar pela verdade e pela liberdade. Não de alguns; mas de todos.
» A frase que foi pronunciada
“Quando o povo teme o governo, há tirania. Quando o governo teme o povo, há liberdade.”
John Basílio Barnhill.
Paixão
Por um preço bem acessível, a professora Maria das Dores Brigagão criou Ebooks, disponíveis na Amazon, que vão convencer a criançada de que o mundo da matemática é realmente fantástico. Sempre acompanhando o tempo, Brigagão compartilha sua paixão pelos números desde o início de Brasília, onde entre outras escolas ensinava no antigo Sacre Coeur de Marie. Para encontrar os livros basta informar o sobrenome da mestra.
Golpe?
Certamente, não é para conservar as bombas de combustível. Se fosse, o plástico protetor não precisaria estar em frente aos números, confundindo os clientes sobre o total a pagar.
Hoje
Na Câmara Legislativa do DF, a CPI dos Atos Antidemocráticos é transmitida pela TV Câmara Distrital, Youtube, e-Democracia. Às 10h.
» História de Brasília
Há muitos dados técnicos que poderíamos exibir, mas o que interessa a você, leitor, é isto. Por todo o mês de março, continuará a mesma dificuldade, até que Cachoeira Dourada possa produzir mais, com a baixa das águas.
(Publicada em 22/3/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO –
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com Circe Cunha e Mamfil
Uma das questões que tem intrigado os historiadores em todo o mundo, ao longo de mais de dois séculos, diz respeito ao antagonismo envolvendo, de um lado, o cristianismo e seus valores e, de outro, as doutrinas de esquerda. Trata-se de uma longa guerra surda, que nem mesmo a Teologia da Libertação, com sua tentativa de apaziguamento entre Marx e Cristo, conseguiu conter.
Para o historiador Edward Gibbon (1737-1794), autor do monumental clássico A História do Declínio e Queda do Império Romano, obra considerada um marco para a ciência histórica moderna, a decadência do Império Romano, é atribuída, pari passu, à decadência moral de seus dirigentes. Inclui-se nesse declínio moral acentuado, além de outros fatores, a corrupção, a lassidão e a busca por satisfação pessoal imoderada, fenômenos que passaram a contaminar os governos romanos. De certa forma foi graças ao humanismo, inerente ao cristianismo, que, nessa época, se expandia devagar pela Grécia e Roma, que a civilização Ocidental e seus valores culturais e morais não foram totalmente arruinados.
Ao longo da história, houve momentos em que o cristianismo e as ideologias de esquerda se encontraram em conflito. Parte disso pode ser atribuída às diferentes visões sobre questões sociais e políticas. O cristianismo tradicional, com suas raízes na doutrina cristã, muitas vezes foi associado a valores conservadores e a estruturas sociais estabelecidas. Enquanto isso, as ideologias de esquerda, geralmente buscam a igualdade social, a justiça e a mudança nas estruturas de poder existentes.
Há aqui um embate entre o secular e o espiritual. A Teologia da Libertação é, como se sabe, uma corrente teológica que surgiu na América Latina, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Ela procurava conciliar os ensinamentos cristãos com as questões sociais e políticas da região, abordando temas como pobreza, opressão e desigualdade. Embora tenha sido uma tentativa de aproximação entre o cristianismo e algumas pautas da esquerda, a Teologia da Libertação também gerou controvérsias dentro da própria Igreja Católica.
Em o Declínio do Império Romano, Edward Gibbon, destacou a corrupção, a falta de virtude e a busca por interesses pessoais acima dos interesses do Estado como elementos que corroeram a estrutura do Império. O Humanismo cristão, ao enfatizar a dignidade e o valores intrínsecos da pessoa humana, foi uma influência importante na cultura ocidental e também contribuiu para a preservação de certos valores morais e culturais durante períodos de instabilidade política da Roma antiga. Nesse sentido, o Cristianismo desempenhou um papel relevante na formação dos valores ocidentais.
É essencial destacar que as relações entre religião, política e cultura são extremamente complexas e multifacetadas. Não é como muitos podem crer, que o controle exercido no âmbito da religião, sobretudo o controle moral, se torna uma pedra no sapato apertado das esquerdas. O que separa o cristão do comunismo é a dicotomia entre o materialismo e o espírito. O que as esquerdas não aceitam é que o cristianismo possa relevar valores inerentes ao homem que Estado algum possa suprir.
O cristianismo é uma das principais religiões monoteístas e tem suas origens na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo, conforme descritos no Novo Testamento da Bíblia. Por meio dos ensinamentos de amor, compaixão, perdão e justiça social presentes no Novo Testamento, o Cristianismo influenciou a ética e os valores morais de muitas sociedades ocidentais.
Esses princípios fundamentais tiveram um impacto significativo na maneira de como as pessoas interagem umas com as outras, como as leis são formuladas e como as instituições são organizadas. Vale ressaltar que, embora o Cristianismo tenha sido uma influência dominante na moralidade ocidental, também existem outras tradições religiosas e filosóficas que contribuíram para a evolução dos valores morais na região.
O pensamento grego antigo, a tradição judaica e outras filosofias e as crenças religiosas também desempenharam papéis importantes na formação dos valores éticos e morais da cultura ocidental. Além disso, a busca pelo exercício livre da religião é um direito fundamental em muitas sociedades democráticas. A liberdade religiosa permite que as pessoas pratiquem suas crenças e tradições sem medo de perseguição ou discriminação.
Essa liberdade tem sido um princípio importante na definição de muitas nações ocidentais modernas. É importante notar que, apesar das influências históricas do Cristianismo na moralidade ocidental, as sociedades modernas são cada vez mais diversas e multiculturais. À medida em que as populações se tornam mais globalizadas, as tradições religiosas, éticas e morais têm se enriquecido com uma variedade de perspectivas e influências. Assim, os valores que sustentam as instituições contemporâneas são frequentemente o resultado de um processo complexo e em constante evolução, que envolve várias tradições culturais e filosóficas.
» A frase que foi pronunciada
“Nossas vidas começam a terminar no dia em que nos calamos sobre as coisas que importam.”
Martin Luther King Júnior
» História de Brasília
Mas a linha de Três Marias custará dois bilhões e meio, e o país não dispõe de dinheiro para isto. Há a possibilidade de uma usina do Tocantins, e isto é motivo para novos estudos. (Publicada em 22/3/1962)