Categoria: Íntegra

No mundo todo a fúria da natureza dá mostras de que algo muito preocupante está a caminho. No Canadá, um país costumeiramente frio as temperaturas esse ano bateram recordes. Na região da Colúmbia Britânica, os termômetros registraram 50 graus centígrados o que provocou a destruição, por um incêndio florestal, de toda a pequena cidade de Lytton. No Norte da Europa as cheias dos rios provocaram alagamentos nunca vistos na Alemanha e Áustria. As temperaturas próximas a 2022 estão totalmente diferentes dos últimos anos.
Os desastres naturais vêm se acentuando a cada estação. Todo o hemisfério Norte experimentou recordes de calor. Na Itália os termômetros marcaram temperaturas acima dos 40 graus em muitas regiões. Centenas de vidas foram perdidas apenas nas enchentes que devastaram parte da Holanda e Luxemburgo. Para os climatologistas esses são os fenômenos mais intensos dos últimos séculos e ameaçam se repetir.
Na memória tsunamis gigantescos no Japão, seguido de deslizamento de terras devastaram regiões como Shizuoka. No Iraque as temperaturas ultrapassaram a marca dos 50 graus centígrados, derretendo objetos de plásticos, dos automóveis e gerando colapso no abastecimento de energia elétrica e levando muitos à morte. Nos Estados Unidos a tempestade Elsa fez estragos. Também nos EUA uma onda de calor, sem precedente, ceifou vidas na região do Pacífico e em locais, antes frio como Seattle. Lugares como Nova York, Filadélfia e Boston estiveram sob forte ondas de calor, afetando mais de 40 milhões de americanos.
Na África a seca e as intensas ondas de calor, vem registrando marcas também histórica. Na Índia os efeitos de calor, seguidos de enchentes nunca vistas também demonstram que a Terra está entrando num ciclo de mudança do clima que pode afetar todos indistintamente. Na Grécia os incêndios, que nomearam o verão do pesadelo vem varrendo, sem controle, pequenas cidades, nas ilhas próximas a Atenas, numa situação que tem aterrorizado os moradores e turistas.
Na realidade não existe hoje lugar algum nesse planeta que não esteja experimentando condições climáticas extremas, o que só reforça o que há muito vem alertando os cientistas sobre o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, motivados, exclusivamente pela ação humana. Alguns pesquisadores afirmam que a Terra já aqueceu mais de 1,2 graus centígrados desde o início da era industrial, sendo que as temperaturas seguirão subindo cada vez mais, até alcanças níveis de catástrofes globais com a morte de centenas de milhões de pessoas. Segundo o painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à ONU, caso não cessem as atividades humanas que produzem o efeito estufa, o futuro será inclemente para todos e poderá abolir a vida sobre todo o planeta até mesmo antes do que se espera.
A frase que foi pronunciada:
“O problema da realidade é que os desastres como o do efeito estufa ou disfunção do ciclo hidrológico e a perda da diversidade biológica não são violentos. São, pelo contrário, relativamente lentos e por isso a sociedade prefere ignorá-los, assumindo que o problema é de outros ou quiçá acreditando que se resolverão sós.”
Marc Dourojean
O outro lado
Acesse o link para o webinar General Villas Boas. Nomes destacados de pensadores e fazedores de um Brasil melhor. Mediado pelo jornalista Alexandre Garcia, a todo foram 9 dias de debates que trataram um outro lado da história indígena, fundiária, socioeconômica e produtiva, de exploração e sustentabilidade, geopolítica e cultural da Amazônia.
Contraste
A cada ano se intensifica a campanha para a eliminação dos fogos de artifício em festas. Não só pelos animais, mas principalmente pelos idosos, acamados e autistas. É a alegria se contrapondo ao sofrimento.
Prata da Casa
Nesse ano, foram 131 mil cartinhas distribuídas pelos Correios e adotadas por padrinhos. Em vários estados do Brasil crianças e Papai Noel viveram momentos mágicos. Essa foi uma iniciativa dos funcionários dos Correios. Eram tantas as cartinhas endereçadas ao Papai Noel que resolveram lançar a campanha de adoção dos pedidos. O sucesso é emocionante.
Retrospectiva
Por falar em Correios, leia o balanço de 2021. Desde as plataformas digitais modernizadas à participação na logística do Enem. Do leilão de refugos postais até o recorde de postagens. Os Correios souberam realmente se renovar com a chegada da tecnologia.
História de Brasília
Os funcionários da Câmara que residem nas casas da Caixa Econômica receberam a informação de que a partir de julho do próximo ano passarão a pagar Cr$ 22.600,00 de aluguel, sendo que atualmente pagam oito mil cruzeiros. Vale lembrar, no caso, que os funcionários da Novacap que compraram as casas do mesmo tipo pagam, por mês, Cr$ 14.195,00 de prestação. (Publicado em 16.12.1962)
Para os cidadãos que usam os olhos para enxergar além das aparências e usam desse sentido para ler a realidade em seu entorno, mesmo as palavras escondidas ou omitidas pela censura bruta, clamam em silêncio pela verdade. Mesmo se um dia todas as palavras do mundo fossem exiladas num planeta distante, restando apenas imagens borradas, impressas em fotos antigas, mesmo assim toda uma enciclopédica história humana poderia ser levantada dos arquivos empoeirados de fotografias. Não é por outra razão que se diz que uma imagem fala mais que infinitos textos. Por isso mesmo é que a ninguém é dado o direito de esconder da população, mesmo por medo ou outros motivos menos nobres, os ardis e as perfídias que contra ela vão sendo organizadas pela elite no poder. Está tudo impresso em imagens mudas, mas que muito revelam. Compactuar com essas tramas, fazendo ouvidos de mercador, é contribuir, ao seu modo, para que o mal cresça e crie raízes.
Na verdade, não há muito mais o que dizer sobre nossa a realidade nacional nesses dias que correm. Basta fixar os olhos em algumas fotos e outras imagens que circulam nesse oceano midiático da internet, para entender o que se passa nesse país e em outras partes desse planeta. Está tudo aí, bem debaixo de nosso nariz, impresso em cores vivas.
Quem se der ao trabalho, nesse fim de ano, de refletir sobre fotos mostrando encontros, reuniões, confraternizações, almoços, pretensos seminários e outros convescotes, realizados não nas concorridas madrugadas da capital, mas em plena luz do dia, pelas mais altas autoridades desse país, pode constatar, sem maiores esforços do intelecto, que estamos todos a bordo de uma nau à deriva. Não uma nau qualquer, mas embarcados numa alegórica barca, muito semelhante a que foi concebida pelo dramaturgo português , Gil Vicente, em “Auto da Barca do Inferno”, escrita e encenada no ano de 1517.
As semelhanças e até as confusões entre uma fantasiosa realidade, imaginada há cinco séculos em Portugal e ao nosso cotidiano, exibido em fotos, são tão precisas que até parecem se tratar de uma continuação, em outro tempo e lugar, da famosa peça vicentina. O uso de instituições do Estado para perseguir e intimidar adversários políticos, pode ser conferida em foto.
Também pode ser atestado em fotos, dessas que as antigas colunas sociais estampavam diariamente nos jornais, um almoço, reunindo os mais famosos escritórios de causídicos desse país, todos eles autênticos janotas, metidos nos mais caros ternos de grife, com seus relógios, de ouro, a marcar o tempo mais valioso que há, homenageando, sem rubor, um ex-detento, desobrigado de cumprir sua pena, e agora candidato ao mais alto posto do país.
Estão todos ali, reunidos contra as leis e contra operações do tipo Lava Jato, que ousou prender os clientes do exclusivíssimo clube das Prerrogativas. Vê-se em fotos também um mandatário a passear com seu jet-ski , sem culpa ou remorso, pelas praias do Sul e Sudeste, enquanto o estado da Bahia submerge em enchentes históricas, com dezenas de mortes e milhares de desabrigados.
Aqui na capital, em Lisboa, Paris e outros pontos do planeta, as imagens se repetem, mostrando sempre personagens conhecidos da nossa República, todos eles com a boca recheada dos mais finos acepipes e vinhos, alegres e sem culpa. Mal sabem eles que no cais já está atracada da Barca do Inferno, cujo o capitão é o próprio capiroto que do leme grita: “embarcai todos vós” que “rapinastis coelhorum et pernis perdigotorum.”
A frase que foi pronunciada:
“ Grande é a verdade, mas ainda maior, do ponto de vista prático, é o silêncio sobre a verdade. Simplesmente não mencionando certos assuntos … os propagandistas totalitários influenciaram a opinião de forma muito mais eficaz do que poderiam com as denúncias mais eloquentes.”
Aldous Huxley
Sem discurso
Com sangue turco, o ministro da Agricultura da Alemanhã, Cem Özdemir, tomou posse nesse mês. Seguiu alguns carros de comitivas até o Palácio Bellevue, de bicicleta. Deu o recado.
Falha
A cada ano a Vara de Execução no DF consegue bater maior recorde de arrecadação. Usa o SisBacen para bloquear até conta salarial, o que é contra a lei. Nenhuma pesquisa é feita antes do bloqueio. O infeliz que se vire para reaver seu salário suado de volta.
Consome dor
Clientes reclamam do Toscanello na 111 Norte, Plaza Mall. Uma data de vencimento na embalagem externa e outra na embalagem interna. É bom ficar de olho.
História de Brasília
Deverá estar de volta no próximo mês, o sr. Jânio Quadros. Fugiu do govêrno numa hora em que devia sustentar suas ideias. Embarcou para a Europa com mêdo, levando tôda a família, inclusive a netinha, e agora volta para perturbar. Mas a democracia lhe dará nova oportunidade para que o povo o julgue melhor. (Publicada em 16/02/1962)
Uma possível volta de Lula ao Palácio do Planalto, como quer ele próprio, como querem seus partidários e apoiadores e como querem todos os empresários e políticos, que de uma forma ou outra experienciaram aquele período cuidando basicamente de dilapidar os cofres públicos, representará para toda essa gente uma vitória final sobre a Justiça e as leis, confirmando assim a tese e a sina, atribuída por alguns ao antropólogo Claude Lèvi-Strauss de que o Brasil passaria do estágio de evolução da barbárie diretamente à decadência sem conhecer o apogeu civilizatório.
O país do futuro, imaginado pelos ufanistas e outros otimistas de plantão, vai , par i passo, sendo sepultado por uma parcela significativa da classe política, que de mãos dadas com empresários e com o respaldo das altas cortes, cuidam para não haja um amanhã.
Da mesma forma, mas como o sinal trocado, uma possível reeleição do atual mandatário, como anseia ele próprio, como desejam seus filhos e apoiadores e como tramam os próceres do centrão e de outras bancadas com assento no Congresso, significará o mais do mesmo, o que em outras palavras, significará mais desgoverno, mais inflação, mais crises institucionais e mais da velha política.
Entre as opções, existiria uma terceira via formada por cidadãos de todas as partes do país, cientes do momento delicado que vai se desenhando à frente. A questão aqui é como transformar esse caminho do meio, situado entre dois abismos colossais, em uma senda segura capaz de avançar, transpondo os imprevistos, para alcançar o outro lado.
Tempo para a formação dessa caravana, existe. Como existe também brasileiros dispostos a integrá-la. O movimento ou o sinal que a população espera receber de algumas lideranças capazes de aglutinar forças contra a fatalidade que se avizinha , ainda não aconteceu.
Ao contrário do que vem acontecendo com as forças de esquerda, já prontamente reunidas, sob o comando unificado do demiurgo, todas elas ansiosas para retornarem ao controle do Estado onde irão colocar, novamente, as mãos nas engrenagens da máquina pública.
Entre a estagnação em que nos encontramos e o avanço para trás, como querem as esquerdas, existe o delicado movimento de encontrar uma saída segura que levem os cidadãos para fora desse edifício em chamas chamado Brasil. Um possível flanco para o avanço das forças contra o atraso, pode estar na total ausência de programa de governo que tanto direita como esquerda deixam à mostra.
Aliás essa é uma das características básicas de todos os candidatos dessas forças extremistas. Isso ocorre porque tanto esquerda como direita, usam o governo para atendimento prioritário de suas próprias necessidades, atendendo basicamente aqueles que lhe são simpáticos.
Qualquer candidato que apareça com um programa de governo minimamente bem elaborado e com metas realistas, pode, com mais facilidade confrontar esses aventureiros que almejam o controle do Estado para outros fins, distantes das necessidades da nação. O problema maior em uma terceira via está, não em seu candidato, propriamente dito, mas na quase intransponível muralha erguida pelas instituições da República, a maioria disposta em manter os privilégios adquiridos ao longo das décadas. Sobretudo aqueles que estão no alto da pirâmide do Estado.
Todos eles dispostos a oferecer o máximo de resistência para não perder vantagens. Para tanto não se negam até em retirar do presídio, candidato de sua preferência, lançando-o diretamente numa disputa eleitoral, na esperança de que ele venha a referendar o status quo vigente, deixando tudo como sempre foi, para beneficio apenas daqueles que usufruem desses arranjos , mesmo com prejuízo de muitos.
Qualquer candidato que venha a se posicionar como alternativa viável ao que aí está e ao que aí esteve, terá que lutar, não apenas contra dois fantoches, mas contra essa verdadeira Bastilha, acomodada nos 3 Poderes da República e em parte do empresariado nacional. É aí que residem as maiores resistências e os maiores entusiastas para que tudo permaneça em estado letárgico profundo, para que não haja despertar e não haja nem futuro, nem amanhã algum que venha abalar-lhes a quietude criminosa.
A frase que foi pronunciada:
“A mentira mais frequente é aquela que se conta para si mesmo; mentir para os outros é relativamente a exceção.”
Nietzsche
Novidade
Mais uma vez a administração do Aeroporto Internacional de Brasília facilita a vida dos passageiros, que já podem fazer gratuitamente o teste de Covid.
História de Brasília
Um engenheiro da Capua & Capua explicando o que houve no Bloco 29 da Asa Norte: “Realmente, a estrutura de concreto tendo sofrido movimentos clássicos não foi acompanhada pelos tijolos, criando, durante a deformação do concreto armado tensões internas à tração, que cresceram à proporção que aumentavam as deformações elásticas estruturais”. Entenderam? Nós também. (Publicada em .16/02/1962)
Num futuro, não tão distante, historiadores vão se deparar com documentos oficiais e chegarão a conclusão absurda de que nossa geração deixou descritas nesses papeis, a narrativa que traça parte de nossos esforços vãos para tentar deter o rompimento de uma enorme barragem com a utilização de esparadrapos.
´Todos sabem e as autoridades mais ainda, que a construção de novos e moderníssimos presídios ou de Unidades de Internação, resolve a questão apenas na ponta final da linha, deixando as razões do problema intocável e sem solução. Dessa forma e diante de uma questão que diz muito sobre o futuro e a segurança de todos nós, não podemos persistir na elaboração dessas ações como se estivéssemos delineando soluções num livro de areia à beira mar, sujeito à ação das ondas e dos ventos e tendo que reescrevê-lo indefinidamente.
Uma observação por cima dos muros dessas prisões, pode revelar alguns indícios que nos levem a identificar de onde vem e por que chegam cada vez mais pessoas para serem detidas nessas unidades.
Quando finalmente forem erguidas todas essas unidades, com os custos que cada uma delas tem para a sociedade, outras sete serão precisas por de pé para seguir o ritmo da demanda que não para de crescer. Nessa toada, chegará o momento em que cada bairro necessitará de não uma unidade prisional, mas de duas ou três para abrigar infratores de idades cada vez menores.
Os próprios promotores de justiça, responsáveis pelas Medidas Socioeducativas (Premse) reconhecem que “ a construção das unidades é essencial para evitar a superlotação em face do aumento anual do número de adolescentes envolvidos com a prática de atos infracionais graves.” Essas novas unidades, dizem, são indispensáveis para a “preservação dos direitos fundamentais dos adolescentes e jovens”. Talvez esteja escondida nessa frase uma das causas do aumento dessas populações de internados.
Nesses documentos que ficarão para o futuro as palavras obrigações ou deveres, que deveriam ser impostos à esses novos albergados desde o início. Um aspecto que chama a atenção para o nosso país e que o difere muito das nações do primeiro mundo. O tratamento que damos aos nossos menores de idade, principalmente nossas crianças. Quem visita alguns desses países, logo observa que é extremamente raro observar nessas localidades crianças andando sozinhas, sem a presença de adultos, mesmo quando em companhia de responsável, é raro encontrar crianças perambulando fora do horário das aulas.
Nessas localidades quando as autoridades se deparam com crianças andando soltas, imediatamente os pais ou responsáveis ou mesmo a escola são notificadas e a situação é devidamente verificada. Casos de descuido com menores não são aceitos sob qualquer hipótese, sendo os responsáveis inqueridos pela justiça.
O zelo com essa parcela da sociedade, que afinal será a sociedade futura, se explica e se justifica plenamente. Não há tergiversações de qualquer tipo, sendo que as penalidades para os responsáveis são pesadas e aplicada de imediato, inclusive retirando a guarda desse menor.
A frase que foi pronunciada:
“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês a minha carga e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração e vocês encontrarão descanso interior. Pois a minha carga é suave e leve.”
Jesus Cristo
Desapareceu
O motorista da empresa São José, Cleuton Batista de Souza entrou mais cedo no trabalho, bateu o ponto às 23h30 e não foi mais visto. Uma semana sem notícias. A família clama por socorro.
Ambiente
Na W3 Norte, a McDonald’s instalou um centro de compostagem com o carimbo de empresa sustentável.
Salvou
Bela iluminação a da Torre de TV. Com a Esplanada sem luzes natalinas, a Torre roubou a cena. Ponto para o BRB.
História de Brasília
Um engenheiro da Capua & Capua explicando o que houve no Bloco 29 da Asa Norte: “Realmente, a estrutura de concreto tendo sofrido movimentos clássicos não foi acompanhada pelos tijolos, criando, durante a deformação do concreto armado tensões internas à tração, que cresceram à proporção que aumentavam as deformações elásticas estruturais”. Entenderam? Nós também. (Publicada em 16/02/1962)
Passadas as festas de fim de ano, 2022, que já se anuncia no horizonte, promete ser um tempo de grandes expectativas para o país e para os brasileiros. As mudanças que o país necessitava, para ao menos, se ver livre dos muitos problemas enfrentados ao longo de 2021, simplesmente não foram realizadas e, sequer foram alinhavadas para o ano que começa. Não há, até o momento, evidência alguma de que os assuntos de Estado, de vital importância a vida do cidadão e da sociedade, tenham sido tratados ou equacionados quer pelo Executivo ou pelo Legislativo. Com isso, o que temos pela frente são incertezas e um acúmulo de questões que vão se juntando e que acabarão agora misturadas às eleições ou diluídas em infindáveis debates e discussões políticas frívolas e sem resultados práticos. A pandemia embrulhou todas essas questões num volumoso pacote de fim de ano e esse parece jazer esquecido bem no meio da Praça dos Três Poderes, debaixo da chuva e sob o olhar indiferente das autoridades. As únicas providências que parecem existir, para esse novo ano, se resumem na movimentação das campanhas, um tema que interessa, sobremaneira, apenas aos candidatos, todos de olhos postos nos futuros mandatos.
É nesse ponto que as coisas começam a fazer algum sentido para o cidadão desperto. Não existe, de fato, um Estado brasileiro, no sentido moderno do termo ou que possua sequer, algum sentido conceitual ou prático dentro do que se entende por ciência política. O que há é um arranjo improvisado, distante das premissas de República, feito por indivíduos que encontram no controle da máquina do Estado, benefícios para si e para seu grupo no entorno.
Para tanto exercem esse domínio, distribuindo os encargos que esse controle gera para o restante da população sobre a forma de impostos, tributos e outras taxações. As crises institucionais cíclicas, decorrentes desse arranjo, são todas elas oriundas de conflitos internos entre os controladores da máquina do Estado, e não dizem respeito ao cidadão comum, que permanece à margem de todo esse processo.
No Brasil o agravante dessa disformia de governo decorre do fato de que todo esse arranjo, feito sob a falsa fantasia de eleições e outros mecanismos da democracia, que empresta a esse processo um pálido verniz de legalidade e constitucionalidade, é feito sob critérios de compadrismo, semelhante ao que apontava Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”, quando criou conceito de homem cordial.
O que presenciamos nesse governo com mais nitidez e em outros passados, com maior ou menor grau, é essa constante em fazer da máquina pública do Estado, uma instância a prover diretamente os indivíduos que a controlam e que professam o mesmo credo ou possuem laços sanguíneos ou ideológicos. Ao restante, as leis e o jugo de instâncias como a Receita Federal, e outros órgãos de controle do Estado.
Em linhas gerais é o que existe e que é causa e consequência de tudo o aflige o país. Com a chegada das festas de fim de ano, se é que existe razões para se falar em festas, pelo menos existe a perspectiva de que o grosso das chamadas autoridades estão em recesso prolongado longe do poder. Tal fato pode ser encarado como um algo animador, já que se constata nesse período, que a “crise” entrou de férias e viajou para bem longe da capital.
A frase que foi pronunciada:
“Eis a Brasília que eu recordo agora/Esta que quando a conheci estava em plena gestação ainda(…)/ Nasceu cantando para mim/Mas se faltava letra eu escrevi/Esta história de amor que jamais terá fim”
Declaração de Geraldo Vasconcelos à Brasília, resgatada pelo ex-senador Valmir Campelo
Mais barato
Não que seja uma novidade, mas as casas pré projetadas e fabricadas estão deixando os canteiros de obras vazios e as fábricas bastante movimentadas. Por ser uma forma mais barata tanto para quem compra quanto para quem produz, a construção off-site está voltando. Países desenvolvidos adotaram a nova engenharia e arquitetura repaginando os edifícios modulares.
Esforço
Por cima de todas as críticas recebidas no início da gestão, a Neo Energia está se aproximando da população abrindo novos pontos para atendimento presencial. Paranoá, Planaltina e São Sebastião e agora Taguatinga e Samambaia.
Novo ano
Nosso muito obrigada ao Mamfil, Manoel Andrade, nosso colaborador nessa coluna, Bruna Madureira, que nos auxilia nas Redes Sociais e principalmente a cada um dos nossos leitores que carinhosamente, sempre lembrando a memória de Ari Cunha, nos incentivaram a prosseguir mantendo o nome do filósofo de Mondubim na memória da cidade, que ajudou a construir. Os nossos sinceros agradecimentos.
História de Brasília
Mais uma para os inimigos de Brasília: os testes para o funcionamento da Estação de Tratamento de Esgotos têm sido excelentes, e até 21 de abril estará funcionando plenamente. (Publicada em 16/02/1962)
Prerrogativas que o dicionário define como vantagem ou privilégio que algumas pessoas detêm por pertencer a determinado grupo, é também o nome escolhido para batizar um coletivo, formado por advogados brasileiros cujo o ponto comum a uni-los pode ser resumido no combate a Operação Lava Jato e tudo o que ela representou, num dado momento, para a população brasileira.
Para tanto elegeram como alvo predileto o ex-Juiz Sérgio Moro bem como todos os procuradores que compuseram essa exitosa investigação. Utilizam da figura jurídica representada pela defesa do Estado Democrático de Direito, um conceito com vastíssimo significado, dependendo de que lado do balcão se está, para, numa interação direta com os próprios ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), montarem toda uma estratégia no melhor estilo chicana jurídica e assim ir desmontando uma a uma todas as acusações e condenações imputadas aos seus poderosos clientes.
Trata-se aqui de um grupo poderoso, formado por advogados dos mais caros escritórios de advocacia do país, casuísticos que não estão ao alcance do brasileiro comum, já que cobram milhões de reais por uma simples causa junto aos tribunais. A prerrogativa forma, na verdade um clube de advogados que tiraram a sorte grande ao aceitar como clientes os mais ricos e poderosos criminosos do colarinho branco, formado por empresários e políticos de grosso calibre.
Uma gente com dinheiro de sobra para constituir as mais caras bancas de defensores do país. Prerrogativa forma assim uma espécie de associação dos defensores da elite corrupta que por décadas vem dilapidando esse país. O que esses senhores, metidos nos mais caros ternos do mercado, apreciadores de vinho estrelados e de charutos de marca exclusiva, recebem como honorários por defender esses ladravazes da nação, é exatamente o mesmo dinheiro retirado e lavado por seus clientes. Uma gente que organizou a maior e mais bem aparelhada quadrilha de todos os tempos para assaltar os cofres públicos e que foi devidamente identificada pela Operação Lava Jato, graças ao trabalho de profissionais sérios como ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores de Curitiba. São, portanto, honorários que tem sua origem em fonte suja e manchada com a tinta indelével do crime de corrupção.
É, portanto, dinheiro sujo. Dinheiro retirado de hospitais e escolas e que, acabaram por contribuir para o aumento no número de mortes durante a pandemia. O que Prerrogativa defende , claramente , é a continuação da dilapidação dos recursos públicos por seus clientes, transformando todos eles em almas puras e inocentes, perseguidas maldosamente por juízes implacáveis , transformados em carrascos.
É a inversão descarada dos valores da ética pública, condenando inocentes e livrando criminosos. Malfeitores que foram apanhados com a mão na cumbuca, num processo limpo, com ampla defesa e recursos infinitos. O que esse grupo realiza, na verdade é um trabalho de meio de campo, organizando a defesa de seus clientes com base naquilo que são orientados pelos ministros do supremo.
Dessa dobradinha resulta, que a posição de artilheiro final fica a cargo do próprio ministro que só tem o trabalho de chutar para o gol , anulando todo o processo. Não é por outra razão que esses advogados circulam constantemente e com desenvoltura pelos corredores do supremo, escutando e fazendo consultas em gabinetes diversos.
Há tanta descontração e interação entre ministros e esses abastados advogados, que não raro alguns são flagrados passeando de bermuda pelas dependências da corte. Estão todos em casa, irmanados na missão de salvar gente como ex-presidente Lula, alma mais honesta desse país.
Não é por outra razão que esse mesmo grupo, comemorou agora em jantar festivo a formação da chapa Lula-Alckmin em São Paulo. Na oportunidade o ex-presidente foi presenteado com uma beca de advogado, simbolizando bem de que lado está a defesa da Justiça, quando o cliente pode bancar altos honorários.
Sobral Pinto, para quem o advogado deve antes, de qualquer ação, se certificar que a justiça e a lei a estão ao lado de seu cliente, deve estar muito desgostoso de seus pares atuais.
A frase que foi pronunciada:
“Eis a Brasília que eu recordo agora/Esta que quando a conheci estava em plena gestação ainda(…)/ Nasceu cantando para mim/Mas se faltava letra eu escrevi/Esta história de amor que jamais terá fim”
Declaração de Geraldo Vasconcelos à Brasília, resgatada por Valmir Campelo
Ambiente
Na W3 Norte, a McDonald’s instalou um centro de compostagem com o carimbo de empresa sustentável.
Salvou
Bela iluminação a da Torre de TV. Com a Esplanada sem luzes natalinas, a Torre roubou a cena. Ponto para o BRB.
É uma judiação com os idosos que estão presos em casa há dois anos, ligar a TV ou abrir os jornais e se depararem com tanta violência.
História de Brasília
Vale lembrar, no caso, que os funcionários da Novacap que compraram as casas do mesmo tipo pagam, por mês, Cr$ 14.195,00 de prestação. (Publicada em 16/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Quando aqueles, a quem a leis lhes atribuem o poder de legislar, exercem essa faculdade, não para o bem coletivo, mas em próprio proveito e disso se servem até para enriquecer, o que pode restar a população, que a tudo observa, com olhar manso de um bovino, é sujeitar-se a esses desmandos, colhendo os restos que cai da mesa farta desses pantagruélicos políticos.
Uma outra alternativa, mais eficaz, está na tomada de firme posição, pela parte mais esclarecida da população e que não mais tolera a condição de cidadão explorado e ludibriado por uma elite política que é a razão e causa perpétua da maioria dos problemas nacionais, desde que eles existem. Como a verdadeira reforma política não veio e jamais virá pelas mãos daqueles que com essas mudanças perderiam, de vez, suas sinecuras, governichos e prebendas, é preciso ir fazendo valer a vontade da razão e da ética, por meio de iniciativas, que costurem pelas beiradas, um conjunto de ações capaz de alterar o status quo vigente, dando novos significados a regras e ordenamentos sem que isso ofenda a letra da Constituição.
De certo modo é o que vamos observando, de forma ainda tímida no cenário nacional. Lançamentos de pré candidaturas avulsas, para diversos cargos nas eleições de 2022, todas elas desvinculadas de legendas partidárias, são anunciadas aqui e ali, sem muito alarde e mesmo sem muito apoio da mídia tradicional. O fato é que existe uma forte vontade latente em muitos nichos da sociedade brasileira, para que candidatos desvinculados de partidos políticos se lancem nas disputas.
As razões que levam a iniciativas isoladas desse tipo são inúmeras e todas elas consistentes e racionais. Dado o grau de degeneração que tomou conta das legendas nacionais, todas elas transformadas em empresas com patrões e donos, todos eles peritos profissionais em obter vantagens do Erário público fica fácil entender as razões que levam postulantes a se lançarem em campanhas de modo solo. Ainda que essa possibilidade seja vetada pelo ordenamento jurídico do Tribunal Superior Eleitoral em consonância com que espertamente decidiu o próprio Congresso por meio da Lei nº 13.488/2017, atraindo essa matéria diretamente para uma espécie de monopólio odioso dos partidos, há, de fato, um anseio dos eleitores, por mudanças desse modelo.
Mesmo o cidadão comum já começa a desconfiar que uma democracia em que cabe apenas aos seus proprietários o direito de indicar quem eles querem vem no comando da máquina pública, principalmente dentro do Legislativo e do Executivo, não pode ser grande coisa. As crises cíclicas provam que a população tem razão em desconfiar desse modelo. Porquanto tenha se transformado em ponto passivo, para as instituições do Estado, essa questão está longe de ser consenso para o grosso da população.
Sem uma reforma partidária que acabe com o monopólio dos partidos sobre todo o processo eleitoral, o que se tem é um modelo pré fabricado que não atende ao cidadão e muito menos ao Estado Democrático de Direito, conforme desenhado pela Constituição de 1988. A questão é saber até quando um modelo como esse que aí está, irrigado com cada vez mais dinheiro público, irá funcionar sem antes levar a um esgarçamento violento entre a população e as instituições.
Outro ponto tão importante quanto a libertação dos candidatos do monopólio interesseiro dos partidos , diz respeito ao próprio enxugamento no número de legendas, reduzindo as mais de três dezenas de agremiações, que nem programas partidários consistentes apresentam, em apenas quatro ou cinco siglas com assento no Congresso. Nessas eleições, que já fervilham nos bastidores, muito antes da largada oficial, o que se verifica é a formação de verdadeiras aglutinações ou federações de partidos, concentrando legendas tanto da direita e da esquerda, como de centro, cada grupo empenhado numa candidatura específica.
Se tal fenômeno pode ocorrer em tempos de eleição, pode ocorrer também fora delas, o que prova a tese de que enxugar o número dos partidos, para quatro ou cinco é não só possível como viável. O que os eleitores desejam, é um Congresso com poucos partidos, todos eles com clareza ideológica e programática, capaz de possuir uma genuína ligação com os cidadãos, de preferência turbinado com recursos oriundos dos próprios filiados.
O que o eleitor deseja, há décadas, são legendas representadas por indivíduos probos e, portanto, isentos de processo por corrupção e outros malfeitos. As atuais federações de partidos, que hoje se organizam para as eleições de 2022, poderiam, se houvesse alguma racionalidade e vontade de aperfeiçoamento de nossa democracia, se constituir em partidos políticos permanentes dentro do Parlamento, reunindo forças da direita, esquerda, centro direita e centro esquerda, num esquema partidário moderno e totalmente voltado para a defesa do bem público.
Enquanto a população permitir que a atividade política e empresarial sejam a mesma coisa, com políticos aparecendo rotineiramente nas páginas policiais, o nosso modelo de democracia permanecerá como está, confeccionado para o enriquecimento de grupos, dentro e fora da máquina do Estado, obrigando o eleitor a bancar um esquema viciado e corrompido desde sua origem e que passa longe de qualquer coisa que se assemelhe à uma verdadeira democracia.
A frase que foi pronunciada:
“Nossos filhos devem aprender a estrutura geral de seu governo e então eles devem saber onde eles entram em contato com o governo, onde isso afeta seu dia a dia e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém outros assuntos, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina. ”
Eleanor Roosevelt
História de Brasília
Os funcionários da Câmara que residem nas casas da Caixa Econômica receberam a informação de que apartir de julho do próximo ano passarão a pagar Cr$ 22.600,00 de aluguel, sendo que, atualmente pagam oito mil cruzeiros. (Publicada em 16/02/1962)
- VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
- Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade jornalistacircecunha@gmail.com
- Facebook.com/vistolidoeouvido
- Instagram.com/vistolidoeouvido
“João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém.” Transportando o texto de Carlos Drumond de Andrade para vida árida e sem poesia da política nacional, numa exercício de paráfrase teríamos mais ou menos a seguinte sentença: Lula elegeu Bolsonaro que elegeu Lula que elegeu os militares que não mais elegeram ninguém.
Tal é o que parece estar se desenhando no horizonte do país, com as eleições de 2022 para desespero dos brasileiros de bem. Não há poesia possível, capaz de trazer um naco sequer de luz quando o que está em cena é o breu da política nacional e principalmente de seus protagonistas. O resultado da radicalização e do nonsense que tomou conta da política em nosso país desde o final do século passado, , sinaliza que o final dessa história irá conduzirmos de volto ao beco sem saída da irracionalidade.
Um beco escuro que já conhecemos no passado e para o qual fomos empurrados à força por obra e graça do comportamento arrivista da nossa classe política. O consenso como saída para essa e outras crise, não existe, por conta também do egoísmo que faz com que nossas lideranças políticas sejam incapazes de tirar os olhos do próprio umbigo.
A fórmula do quanto pior, melhor para o adversário, é sempre construída com o sacrifício dos cidadãos e do país. A população, que a tudo assiste entre atônita, passiva e temerosa, não tem a quem recorrer. Nem Congresso, nem tribunal algum pode socorrer ou sequer demonstra interesse em acudir o gado marcado à caminho do frigorífico.
A população lúcida, espera pelo pior, como quem espera por seu algoz. De algum lado dessa estrada bifurcada, como o chifre de um bode, ele virá. Na verdade, como no poema de Carlos Drumond de Andrade, a Quadrilha, nenhum dos personagens, que hoje se apresentam para, mais uma vez, pedir a mão da nação em casamento, ruma para esse matrimônio levado pelas asas do cupido ou por quaisquer outros nobres sentimentos. Buscam essa celebração não como quem busca a harmonia e o bem de alguém ou de algo. Estão a caminho do altar da eleição, movidos apenas por propósitos cegos que nem a Deus confessam. As alternativas à essa espera do Godot nefasto são escassas e podendo acontecer, caso tudo isso não passe de um sonho turbulento, numa noite de febre alta. A alternativa então viria com o despertar uníssono dos eleitores, pondo um fim ao pesadelo anunciado.
A frase que foi anunciada:
“Todas as vezes que venho à Brasília vejo que essa cidade, realmente, fica mais perto do céu.”
Nívea Melina Madureira Yamim
Encrenca
Começam as mobilizações por reajuste salarial. Não é para menos. No supermercado o aumento de preço foi desproporcional nos últimos 3 meses. A gasolina nos últimos 6 meses dobrou o valor. O fato de estarmos em ano de eleições não fez os preços baixarem, o que seria muito melhor que aumento salarial.
Reconhecimento
Ao postar uma foto nas mídias sociais de quando governava Fernando de Noronha, Fernando Cesar Mesquita pode ver como é querido. Sua competência, educação e o jeito de administrar falando a verdade cativou muitos, por onde passou.
Alquimia
Quem busca na Internet o debate entre Geraldo Alckmin e Lula não acredita que possam trabalhar juntos. Aquele Geraldinho de Pindamonhangaba não é mais o mesmo. Ou era um alguém vestido de outro.
Palha
Não dá para compreender como um restaurante recebe autorização para funcionar tendo palha no ambiente. Não é o primeiro que incendeia nessas condições. Ninguém foi ferido. O que parece ser mais uma oportunidade para evitar novas tragédias. A inspeção na Casa Maaya falhou.
Obrigada, dona Weslian
Nem todo mundo sabe, mas foi a figura ingênua e simples da dona Weslian Roriz que deu início à entrada de mulheres no Corpo de Bombeiros. Ao participar de uma solenidade quis saber de Joaquim, onde estavam as mulheres. No concurso seguinte já estava admitida a força feminina na corporação.
Martírio
Uma viagem de ônibus entre Juiz de Fora e Brasília dura mais de 15 horas. O ônibus para em vários lugares na estrada, inclusive de madrugada, o que deixa os passageiros apavorados. Quando teremos um governo que empenhará os impostos em trens para percorrer esse país com segurança e baixo preço?
História de Brasília
As escolas do Plano Pilôto serão mesmo cercadas de arame. Cai por terra o plano de cercá-las de jardins, mas o povo é mal educado demais, e, não encontrando cêrca, invade os prédios para danificá-los e roubar.
(Publicada em 16/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam) Desde 1960,
com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
“Fazer uma fezinha”, que no jargão dos apostadores significa simplesmente apostar num determinado jogo de azar, agora pode ser interpretado também como ter fé na bancada evangélica, pois com ela o retorno dos cassinos ao país será garantido, mesmo que isso vá totalmente contra os preceitos contidos no Livro Sagrado que esses políticos celestes juram conhecer em profundidade.
Numa frase resumida, poderíamos afirmar, sem medo de errar, que o que se viu na noite dessa quinta-feira na Câmara dos Deputados, com a aprovação dupla da isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para os templos religiosos, e da aprovação do regime de urgência, para a tramitação do projeto de lei que permite o retorno dos cassinos e dos bingos ao país foi, uma manobra digna da mais clara manifestação de hipocrisia já vista nos últimos tempos.
Desde que assumiu a presidência da Casa Arthur Lira, por sua ações, não consegue esconder de ninguém que tem, entre suas metas políticas, a aprovação total das atividades dos cassinos e dos bingos em todo o país. Os reais , e talvez inconfessáveis, interesses que estariam por trás dessa manobra, ainda não estão bem claros para muita gente. Sobretudo para a grande maioria dos cidadãos de bem desse país que que já sabem, de antemão, que essa volta à um passado, que não mais existe e que não tem sentido algum agora, trará, à tiracolo, um conjunto de outros malefícios a serem incorporados à um país, já mundialmente famoso pela violência e pelo poderio, sem limites, do crime organizado.
Já se sabe também que esse poderio adquirido pelo crime organizado, que comanda largas parcelas do território urbano, ao mesmo tempo em que compra por suborno, a proteção de policiais e outros altos figurões da República, para que aplaine suas atividades dentro e fora dos presídios, vai estendendo seus braços por dentro do campo político, financiando candidaturas e se opondo à outras contrárias aos seus desígnios.
A possível aprovação dos cassinos e bingos, que agora ganha outro patamar, com a tramitação de urgência, um expediente que deveria ser usado apenas para casos de grande interesse nacional, servirá, como já foi, aqui mesmo dito, para financiar, em larga escala o crime organizado e todos aqueles que vivem sob sua sombra.
O que se estranha, se é que isso ainda é possível nesse país surreal, é que a bancada evangélica, também conhecida como bancada da Bíblia, que sempre se pronunciou, da boca para fora, contra a jogatina, e conforme está contido no Livro Sagrado, tenha se aliado àqueles que sempre desejaram a volta dos chamados “Palácios do Azar”. Nesses estabelecimentos, transformados em verdadeiras agências bancárias do crime, onde o dinheiro de outras atividades ilegais será imediatamente branqueado, a sorte fica apenas com os malfeitores e todos aqueles que se beneficiam com essa atividade.
Para um país imerso em problemas sociais, econômicos e políticos, gravíssimos, e que nos coloca na rabeira e nos subúrbios do mundo civilizado, a volta dos cassinos, acrescenta o que poderá ser a gota d’água para o transbordamento da nação. Mesmo em países como os Estados Unidos, onde a lei existe e é cumprida, existem problemas sérios envolvendo os cassinos e sua manipulação por máfias especializadas. Aqui, onde os órgãos de fiscalização, funcionam à nossa imagem e semelhança, a chegada dos cassinos será uma festa.
O pior é que amanhã, quando tudo estiver perdido, os responsáveis por essas manobras nefastas, já não poderão ser mais punidos, ficando a conta da banca, nas costas dos brasileiros, que tudo permitem.
A frase que foi pronunciada:
“Eu vou lá quando eu quiser. Essa CPI é minha. Tem o meu nome. E eu vou ser solto.”
Carlos Cachoeira
Turista
Russa em passeio na capital ficou encantada com o número de árvores frutíferas ao longo do Eixão. Alguns moradores plantam, mas sempre iremos lembrar do plantador de árvores de Brasília: Osanan Coelho
Sem auditoria
No bar do Luiz no Lago Norte colocaram tudo em uma sacola só. O resultado dessas pesquisas de opinião sobre o próximo presidente e a urna eletrônica.
Prepare seu coração
Parece que no aeroporto de Brasília o STF não mandou bem. Avião do México chegou e muitos passageiros não mostraram o passaporte de vacinação.
História de Brasília
E DCT é desorganização muito antiga para corrigir com duas penadas. Um telegrama, por exemplo, é recebido com recibo, transmitido com recibo, arquivado na origem com recibo, arquivado no destino com recibo, e depois de tôda essa precaução, é entregue a um menino, muitas vezes irresponsável, para a entrega ao destinatário. (Publicada em 16/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Das operações do intelecto capazes de definir e distinguir o falso do verdadeiro, a lógica é, seguramente a mais importante das funções humanas . Mesmo assim, essa é uma função pouco ou nada usada quando o assunto é política nacional na condução do Estado. É nesse ponto que reside a nossa grande diferença em relação aos demais países do mundo civilizado.
A lógica se liga à verdade, quando demonstra satisfazer as duras exigências da ética humana. A falta de lógica em nosso modelo político de gestão do Estado, demonstra que não há verdade naquilo que é feito. Com isso fica a premissa de que nosso Estado é uma entidade falsa. O que se tem é uma fachada cênica. Por detrás movem-se os eleitos políticos, numa encenação mambembe, que se repete a cada temporada do Grande Teatro Brasil , de quatro em quatro anos.
Por isso mesmo, nada no mundo da política nacional parece fazer sentido para o cidadão de bem desse país. Entre nós, não há regras ou scripts que não possam ser mudados e adaptadas para que nela se encaixem todos os desejos e vontades do elenco formado por nossa classe dirigente. Fica impossível saber até em que terreno estamos pisando.
O que existe, de fato, são dois mundos díspares. Um no palco e outro na plateia . Um formando pelos dirigentes do Estado, incluindo aí os próceres dos 3 Poderes. Outro mundo, totalmente diferente e até distante, é aquele formado por milhões de cidadãos, que fazem o possível para conduzirem suas vidas o mais distante possível de tudo o que Estado possa representar. Não há ligação possível entre esses dois mundos. Diante de uma constatação tão básica como essa. Fica até difícil saber por onde começar para pôr um fim à essa pantomima que transforma nossas vidas numa tragédia sem fim.
Poderíamos, à guisa de imaginação, começar por substituir as eleições de 22, por um referendo popular, que reunisse sugestões para acabar, de vez, com o atual modelo político vigente, reduzindo o Estado, enxugando a máquina pública, extinguindo privilégios de toda a ordem, cortando benefícios supérfluos, interrompendo fundos partidários e eleitorais, pondo um fim na ciranda eterna da impunidade, nivelando nosso modelo de Estado com outros do mundo desenvolvido e dando, quem sabe, um passo decisivo para adentrarmos, de fato no século XXI.
Ou é isso ou é nada. As eleições vindouras, a permitir a repetição desse falso modelo de Estado que ai temos, em nada resultará de produtiva ou lógica. Sem a possibilidade de um amplo plebiscito que remova o velho Estado e inaugure o Estado da lógica, fundado na verdade e na ética, as eleições apenas servirão para renovar alguns poucos quadros desse elenco de embusteiros, sendo que o essencial ficará imutável. Muito mais importantes do que as próximas eleições é a mudança de modelo, capaz de varrer para longe esses seres do nosso leviatã moderno.
Pelo que se afigura na linha do horizonte, onde pesadas nuvens de fuligem se agigantam, escalando o céu, nada de promissor , saídos das urnas , virá ao nosso encontro. Ou usamos da lógica para encontrara verdade que queremos , ou vamos para mais um quadriênio com uma nova temporada do Grande Circo de horrores Brasil.
A frase que foi pronunciada:
“É cercear o direito de informação do eleitor e abrir espaço para fake news. Uma vez que não será possível divulgar pesquisa na véspera da eleição por um veículo oficial de uma forma regulamentada como prevê a lei, abre-se espaço para circulação de supostas pesquisas nos grupos sociais, nas redes sociais e grupos de WhatsApp, gerando espaço aí para fake news”.
Márcia Cavallari, CEO da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec).
Representante
Existe uma regra dentro do Congresso que faz com que os políticos que se preocupam com questões como a ética pública, gastos exorbitantes do Estado , corrupção entre outros temas de interesse direto da população, dificilmente conseguem espaço e apoio de seus pares para fazer avançar seus projetos. Inúmeros são os exemplos de parlamentares que nunca viram prosperarem projetos seus acabando com privilégios e outros direitos reservados apenas para aqueles que estão no poder. Um desses casos é do senador José Reguffe (podemos-DF), proposta de sal autoria acabando com cargos vitalícios nos tribunais de contas e nas altas cortes, assim como a nomeação política de indivíduos para essas importantes funções, aguardam a vez de serem apreciadas há pelo menos quatro anos, e sem qualquer esperança de que venha a sê-lo.
Papéis
Seja nos ônibus ou em qualquer estabelecimento comercial, os funcionários deveriam ser proibidos de fazer qualquer comentário no momento de dar o troco. A obrigação de ter trocado é do comércio, não do consumidor. Pela Lei do Troco o comerciante não pode dar balinhas ou fósforo como troco sem o consentimento do consumidor e se não tiver troco precisa arredondar o valor para uma quantia menor.
História de Brasília
É calamitosa, a situação do DCT em Brasília. Tôda repartição quando transfere seus funcionários tem o interêsse de localizá-los, antes, em apartamentos. No DCT isto não aconteceu, e o que há é um salve-se quem puder. Os chefes, como podem mais, ganham primeiro. (Publicada em 16/02/1962)