Longe da democracia e perto dos partidos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Quando aqueles, a quem a leis lhes atribuem o poder de legislar, exercem essa faculdade, não para o bem coletivo, mas em próprio proveito e disso se servem até para enriquecer, o que pode restar a população, que a tudo observa, com olhar manso de um bovino, é sujeitar-se a esses desmandos, colhendo os restos que cai da mesa farta desses pantagruélicos políticos.

Uma outra alternativa, mais eficaz, está na tomada de firme posição, pela parte mais esclarecida da população e que não mais tolera a condição de cidadão explorado e ludibriado por uma elite política que é a razão e causa perpétua da maioria dos problemas nacionais, desde que eles existem. Como a verdadeira reforma política não veio e jamais virá pelas mãos daqueles que com essas mudanças perderiam, de vez, suas sinecuras, governichos e prebendas, é preciso ir fazendo valer a vontade da razão e da ética, por meio de iniciativas, que costurem pelas beiradas, um conjunto de ações capaz de alterar o status quo vigente, dando novos significados a regras e ordenamentos sem que isso ofenda a letra da Constituição.

De certo modo é o que vamos observando, de forma ainda tímida no cenário nacional. Lançamentos de pré candidaturas avulsas, para diversos cargos nas eleições de 2022, todas elas desvinculadas de legendas partidárias, são anunciadas aqui e ali, sem muito alarde e mesmo sem muito apoio da mídia tradicional. O fato é que existe uma forte vontade latente em muitos nichos da sociedade brasileira, para que candidatos desvinculados de partidos políticos se lancem nas disputas.

As razões que levam a iniciativas isoladas desse tipo são inúmeras e todas elas consistentes e racionais. Dado o grau de degeneração que tomou conta das legendas nacionais, todas elas transformadas em empresas com patrões e donos, todos eles peritos profissionais em obter vantagens do Erário público fica fácil entender as razões que levam postulantes a se lançarem em campanhas de modo solo. Ainda que essa possibilidade seja vetada pelo ordenamento jurídico do Tribunal Superior Eleitoral em consonância com que espertamente decidiu o próprio Congresso por meio da Lei nº 13.488/2017, atraindo essa matéria diretamente para uma espécie de monopólio odioso dos partidos, há, de fato, um anseio dos eleitores, por mudanças desse modelo.

Mesmo o cidadão comum já começa a desconfiar que uma democracia em que cabe apenas aos seus proprietários o direito de indicar quem eles querem vem no comando da máquina pública, principalmente dentro do Legislativo e do Executivo, não pode ser grande coisa. As crises cíclicas provam que a população tem razão em desconfiar desse modelo. Porquanto tenha se transformado em ponto passivo, para as instituições do Estado, essa questão está longe de ser consenso para o grosso da população.

Sem uma reforma partidária que acabe com o monopólio dos partidos sobre todo o processo eleitoral, o que se tem é um modelo pré fabricado que não atende ao cidadão e muito menos ao Estado Democrático de Direito, conforme desenhado pela Constituição de 1988. A questão é saber até quando um modelo como esse que aí está, irrigado com cada vez mais dinheiro público, irá funcionar sem antes levar a um esgarçamento violento entre a população e as instituições.

Outro ponto tão importante quanto a libertação dos candidatos do monopólio interesseiro dos partidos , diz respeito ao próprio enxugamento no número de legendas, reduzindo as mais de três dezenas de agremiações, que nem programas partidários consistentes apresentam, em apenas quatro ou cinco siglas com assento no Congresso. Nessas eleições, que já fervilham nos bastidores, muito antes da largada oficial, o que se verifica é a formação de verdadeiras aglutinações ou federações de partidos, concentrando legendas tanto da direita e da esquerda, como de centro, cada grupo empenhado numa candidatura específica.

Se tal fenômeno pode ocorrer em tempos de eleição, pode ocorrer também fora delas, o que prova a tese de que enxugar o número dos partidos, para quatro ou cinco é não só possível como viável. O que os eleitores desejam, é um Congresso com poucos partidos, todos eles com clareza ideológica e programática, capaz de possuir uma genuína ligação com os cidadãos, de preferência turbinado com recursos oriundos dos próprios filiados.

O que o eleitor deseja, há décadas, são legendas representadas por indivíduos probos e, portanto, isentos de processo por corrupção e outros malfeitos. As atuais federações de partidos, que hoje se organizam para as eleições de 2022, poderiam, se houvesse alguma racionalidade e vontade de aperfeiçoamento de nossa democracia, se constituir em partidos políticos permanentes dentro do Parlamento, reunindo forças da direita, esquerda, centro direita e centro esquerda, num esquema partidário moderno e totalmente voltado para a defesa do bem público.

Enquanto a população permitir que a atividade política e empresarial sejam a mesma coisa, com políticos aparecendo rotineiramente nas páginas policiais, o nosso modelo de democracia permanecerá como está, confeccionado para o enriquecimento de grupos, dentro e fora da máquina do Estado, obrigando o eleitor a bancar um esquema viciado e corrompido desde sua origem e que passa longe de qualquer coisa que se assemelhe à uma verdadeira democracia.

A frase que foi pronunciada:

 

“Nossos filhos devem aprender a estrutura geral de seu governo e então eles devem saber onde eles entram em contato com o governo, onde isso afeta seu dia a dia e onde sua influência é exercida sobre o governo. Não deve ser uma coisa distante, alguém outros assuntos, mas eles devem ver como cada engrenagem na roda de uma democracia é importante e tem sua parcela de responsabilidade pelo bom funcionamento de toda a máquina. ”

Eleanor Roosevelt

 

História de Brasília

Os funcionários da Câmara que residem nas casas da Caixa Econômica receberam a informação de que apartir de julho do próximo ano passarão a pagar Cr$ 22.600,00 de aluguel, sendo que, atualmente pagam oito mil cruzeiros. (Publicada em 16/02/1962)

 

 

 

 

Pesadelo anunciado

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“João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém.” Transportando o texto de Carlos Drumond de Andrade para vida árida e sem poesia da política nacional, numa exercício de paráfrase teríamos mais ou menos a seguinte sentença: Lula elegeu Bolsonaro que elegeu Lula que elegeu os militares que não mais elegeram ninguém.

Tal é o que parece estar se desenhando no horizonte do país, com as eleições de 2022 para desespero dos brasileiros de bem. Não há poesia possível, capaz de trazer um naco sequer de luz quando o que está em cena é o breu da política nacional e principalmente de seus protagonistas. O resultado da radicalização e do nonsense que tomou conta da política em nosso país desde o final do século passado, , sinaliza que o final dessa história irá conduzirmos de volto ao beco sem saída da irracionalidade.

Um beco escuro que já conhecemos no passado e para o qual fomos empurrados à força por obra e graça do comportamento arrivista da nossa classe política. O consenso como saída para essa e outras crise, não existe, por conta também do egoísmo que faz com que nossas lideranças políticas sejam incapazes de tirar os olhos do próprio umbigo.

A fórmula do quanto pior, melhor para o adversário, é sempre construída com o sacrifício dos cidadãos e do país. A população, que a tudo assiste entre atônita, passiva e temerosa, não tem a quem recorrer. Nem Congresso, nem tribunal algum pode socorrer ou sequer demonstra interesse em acudir o gado marcado à caminho do frigorífico.

A população lúcida, espera pelo pior, como quem espera por seu algoz. De algum lado dessa estrada bifurcada, como o chifre de um bode, ele virá. Na verdade, como no poema de Carlos Drumond de Andrade, a Quadrilha, nenhum dos personagens, que hoje se apresentam para, mais uma vez, pedir a mão da nação em casamento, ruma para esse matrimônio levado pelas asas do cupido ou por quaisquer outros nobres sentimentos.      Buscam essa celebração não como quem busca a harmonia e o bem de alguém ou de algo. Estão a caminho do altar da eleição, movidos apenas por propósitos cegos que nem a Deus confessam. As alternativas à essa espera do Godot nefasto são escassas e podendo acontecer, caso tudo isso não passe de um sonho turbulento, numa noite de febre alta. A alternativa então viria com o despertar uníssono dos eleitores, pondo um fim ao pesadelo anunciado.

A frase que foi anunciada:

“Todas as vezes que venho à Brasília vejo que essa cidade, realmente, fica mais perto do céu.”

Nívea Melina Madureira Yamim

 

Encrenca

Começam as mobilizações por reajuste salarial. Não é para menos. No supermercado o aumento de preço foi desproporcional nos últimos 3 meses. A gasolina nos últimos 6 meses dobrou o valor. O fato de estarmos em ano de eleições não fez os preços baixarem, o que seria muito melhor que aumento salarial.

 

Reconhecimento

Ao postar uma foto nas mídias sociais de quando governava Fernando de Noronha, Fernando Cesar Mesquita pode ver como é querido. Sua competência, educação e o jeito de administrar falando a verdade cativou muitos, por onde passou.

 

Alquimia

Quem busca na Internet o debate entre Geraldo Alckmin e Lula não acredita que possam trabalhar juntos. Aquele Geraldinho de Pindamonhangaba não é mais o mesmo. Ou era um alguém vestido de outro.

 

Palha

Não dá para compreender como um restaurante recebe autorização para funcionar tendo palha no ambiente. Não é o primeiro que incendeia nessas condições. Ninguém foi ferido. O que parece ser mais uma oportunidade para evitar novas tragédias. A inspeção na Casa Maaya falhou.

 

Obrigada, dona Weslian

Nem todo mundo sabe, mas foi a figura ingênua e simples da dona Weslian Roriz que deu início à entrada de mulheres no Corpo de Bombeiros. Ao participar de uma solenidade quis saber de Joaquim, onde estavam as mulheres. No concurso seguinte já estava admitida a força feminina na corporação.

 

Martírio

Uma viagem de ônibus entre Juiz de Fora e Brasília dura mais de 15 horas. O ônibus para em vários lugares na estrada, inclusive de madrugada, o que deixa os passageiros apavorados. Quando teremos um governo que empenhará os impostos em trens para percorrer esse país com segurança e baixo preço?

 

História de Brasília

As escolas do Plano Pilôto serão mesmo cercadas de arame. Cai por terra o plano de cercá-las de jardins, mas o povo é mal educado demais, e, não encontrando cêrca, invade os prédios para danificá-los e roubar.

(Publicada em 16/02/1962)

 

Tenha fé no jogo

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“Fazer uma fezinha”, que no jargão dos apostadores significa simplesmente apostar num determinado jogo de azar, agora pode ser interpretado também como ter fé na bancada evangélica, pois com ela o retorno dos cassinos ao país será garantido, mesmo que isso vá totalmente contra os preceitos contidos no Livro Sagrado que esses políticos celestes juram conhecer em profundidade.

Numa frase resumida, poderíamos afirmar, sem medo de errar, que o que se viu na noite dessa quinta-feira na Câmara dos Deputados, com a aprovação dupla da isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para os templos religiosos, e da aprovação do regime de urgência, para a tramitação do projeto de lei que permite o retorno dos cassinos e dos bingos ao país foi, uma manobra digna da mais clara manifestação de hipocrisia já vista nos últimos tempos.

Desde que assumiu a presidência da Casa Arthur Lira, por sua ações, não consegue esconder de ninguém que tem, entre suas metas políticas, a aprovação total das atividades dos cassinos e dos bingos em todo o país. Os reais , e talvez inconfessáveis, interesses que estariam por trás dessa manobra, ainda não estão bem claros para muita gente. Sobretudo para a grande maioria dos cidadãos de bem desse país que que já sabem, de antemão, que essa volta à um passado, que não mais existe e que não tem sentido algum agora, trará, à tiracolo, um conjunto de outros malefícios a serem incorporados à um país, já mundialmente famoso pela violência e pelo poderio, sem limites, do crime organizado.

Já se sabe também que esse poderio adquirido pelo crime organizado, que comanda largas parcelas do território urbano, ao mesmo tempo em que compra por suborno, a proteção de policiais e outros altos figurões da República, para que aplaine suas atividades dentro e fora dos presídios, vai estendendo seus braços por dentro do campo político, financiando candidaturas e se opondo à outras contrárias aos seus desígnios.

A possível aprovação dos cassinos e bingos, que agora ganha outro patamar, com a tramitação de urgência, um expediente que deveria ser usado apenas para casos de grande interesse nacional, servirá, como já foi, aqui mesmo dito, para financiar, em larga escala o crime organizado e todos aqueles que vivem sob sua sombra.

O que se estranha, se é que isso ainda é possível nesse país surreal, é que a bancada evangélica, também conhecida como bancada da Bíblia, que sempre se pronunciou, da boca para fora, contra a jogatina, e conforme está contido no Livro Sagrado, tenha se aliado àqueles que sempre desejaram a volta dos chamados “Palácios do Azar”. Nesses estabelecimentos, transformados em verdadeiras agências bancárias do crime, onde o dinheiro de outras atividades ilegais será imediatamente branqueado, a sorte fica apenas com os malfeitores e todos aqueles que se beneficiam com essa atividade.

Para um país imerso em problemas sociais, econômicos e políticos, gravíssimos, e que nos coloca na rabeira e nos subúrbios do mundo civilizado, a volta dos cassinos, acrescenta o que poderá ser a gota d’água para o transbordamento da nação. Mesmo em países como os Estados Unidos, onde a lei existe e é cumprida, existem problemas sérios envolvendo os cassinos e sua manipulação por máfias especializadas. Aqui, onde os órgãos de fiscalização, funcionam à nossa imagem e semelhança, a chegada dos cassinos será uma festa.

O pior é que amanhã, quando tudo estiver perdido, os responsáveis por essas manobras nefastas, já não poderão ser mais punidos, ficando a conta da banca, nas costas dos brasileiros, que tudo permitem.

 

A frase que foi pronunciada:

 

“Eu vou lá quando eu quiser. Essa CPI é minha. Tem o meu nome. E eu vou ser solto.”

Carlos Cachoeira

 

Turista

Russa em passeio na capital ficou encantada com o número de árvores frutíferas ao longo do Eixão. Alguns moradores plantam, mas sempre iremos lembrar do plantador de árvores de Brasília: Osanan Coelho

 

Sem auditoria

No bar do Luiz no Lago Norte colocaram tudo em uma sacola só. O resultado dessas pesquisas de opinião sobre o próximo presidente e a urna eletrônica.

 

Prepare seu coração

Parece que no aeroporto de Brasília o STF não mandou bem. Avião do México chegou e muitos passageiros não mostraram o passaporte de vacinação.

 

História de Brasília

E DCT é desorganização muito antiga para corrigir com duas penadas. Um telegrama, por exemplo, é recebido com recibo, transmitido com recibo, arquivado na origem com recibo, arquivado no destino com recibo, e depois de tôda essa precaução, é entregue a um menino, muitas vezes irresponsável, para a entrega ao destinatário. (Publicada em 16/02/1962)

O grande circo Brasil

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Das operações do intelecto capazes de definir e distinguir o falso do verdadeiro, a lógica é, seguramente a mais importante das funções humanas . Mesmo assim, essa é uma função pouco ou nada usada quando o assunto é política nacional na condução do Estado. É nesse ponto que reside a nossa grande diferença em relação aos demais países do mundo civilizado.

A lógica se liga à verdade, quando demonstra satisfazer as duras exigências da ética humana. A falta de lógica em nosso modelo político de gestão do Estado, demonstra que não há verdade naquilo que é feito. Com isso fica a premissa de que nosso Estado é uma entidade falsa. O que se tem é uma fachada cênica. Por detrás movem-se os eleitos políticos, numa encenação mambembe, que se repete a cada temporada do Grande Teatro Brasil , de quatro em quatro anos.

Por isso mesmo, nada no mundo da política nacional parece fazer sentido para o cidadão de bem desse país. Entre nós, não há regras ou scripts que não possam ser mudados e adaptadas para que nela se encaixem todos os desejos e vontades do elenco formado por nossa classe dirigente. Fica impossível saber até em que terreno estamos pisando.

O que existe, de fato, são dois mundos díspares. Um no palco e outro na plateia . Um formando pelos dirigentes do Estado, incluindo aí os próceres dos 3 Poderes. Outro mundo, totalmente diferente e até distante, é aquele formado por milhões de cidadãos, que fazem o possível para conduzirem suas vidas o mais distante possível de tudo o que Estado possa representar. Não há ligação possível entre esses dois mundos. Diante de uma constatação tão básica como essa. Fica até difícil saber por onde começar para pôr um fim à essa pantomima que transforma nossas vidas numa tragédia sem fim.

Poderíamos, à guisa de imaginação, começar por substituir as eleições de 22, por um referendo popular, que reunisse sugestões para acabar, de vez, com o atual modelo político vigente, reduzindo o Estado, enxugando a máquina pública, extinguindo privilégios de toda a ordem, cortando benefícios supérfluos, interrompendo fundos partidários e eleitorais, pondo um fim na ciranda eterna da impunidade, nivelando nosso modelo de Estado com outros do mundo desenvolvido e dando, quem sabe, um passo decisivo para adentrarmos, de fato no século XXI.

Ou é isso ou é nada. As eleições vindouras, a permitir a repetição desse falso modelo de Estado que ai temos, em nada resultará de produtiva ou lógica. Sem a possibilidade de um amplo plebiscito que remova o velho Estado e inaugure o Estado da lógica, fundado na verdade e na ética, as eleições apenas servirão para renovar alguns poucos quadros desse elenco de embusteiros, sendo que o essencial ficará imutável. Muito mais importantes do que as próximas eleições é a mudança de modelo, capaz de varrer para longe esses seres do nosso leviatã moderno.

Pelo que se afigura na linha do horizonte, onde pesadas nuvens de fuligem se agigantam, escalando o céu, nada de promissor , saídos das urnas , virá ao nosso encontro. Ou usamos da lógica para encontrara verdade que queremos , ou vamos para mais um quadriênio com uma nova temporada do Grande Circo de horrores Brasil.

 

A frase que foi pronunciada:

“É cercear o direito de informação do eleitor e abrir espaço para fake news. Uma vez que não será possível divulgar pesquisa na véspera da eleição por um veículo oficial de uma forma regulamentada como prevê a lei, abre-se espaço para circulação de supostas pesquisas nos grupos sociais, nas redes sociais e grupos de WhatsApp, gerando espaço aí para fake news”.

Márcia Cavallari, CEO da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec).

 

Representante

Existe uma regra dentro do Congresso que faz com que os políticos que se preocupam com questões como a ética pública, gastos exorbitantes do Estado , corrupção entre outros temas de interesse direto da população, dificilmente conseguem espaço e apoio de seus pares para fazer avançar seus projetos. Inúmeros são os exemplos de parlamentares que nunca viram prosperarem projetos seus acabando com privilégios e outros direitos reservados apenas para aqueles que estão no poder. Um desses casos é do senador José Reguffe (podemos-DF), proposta de sal autoria acabando com cargos vitalícios nos tribunais de contas e nas altas cortes, assim como a nomeação política de indivíduos para essas importantes funções, aguardam a vez de serem apreciadas há pelo menos quatro anos, e sem qualquer esperança de que venha a sê-lo.

 

Papéis

Seja nos ônibus ou em qualquer estabelecimento comercial, os funcionários deveriam ser proibidos de fazer qualquer comentário no momento de dar o troco. A obrigação de ter trocado é do comércio, não do consumidor. Pela Lei do Troco o comerciante não pode dar balinhas ou fósforo como troco sem o consentimento do consumidor e se não tiver troco precisa arredondar o valor para uma quantia menor.

 

História de Brasília

É calamitosa, a situação do DCT em Brasília. Tôda repartição quando transfere seus funcionários tem o interêsse de localizá-los, antes, em apartamentos. No DCT isto não aconteceu, e o que há é um salve-se quem puder. Os chefes, como podem mais, ganham primeiro. (Publicada em 16/02/1962)

O velório das eleições de 22

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Pesquisas recentes de opinião pública, publicada em muitos espaços da mídia nacional, mostram, na análise fria dos números, as possibilidades de vitória dos candidatos A , B ou C para a corrida presidencial de 2022. São probabilidades numéricas, dentro do universo da matemática, mas que ainda assim são discutíveis ou não, de acordo com a posição de cada lado dessa contenda.

O estabelecimento de uma relação entre o mundo exato da aritmética e das vicissitudes humanas são sempre complicados e, não raro, acabam por frustrar as expectativas dos algarismos. O fato que permanece pairando sobre esses números, apresentados pelas pesquisas, é que a realidade das ruas, assim como as nuvens, muda ao sabor dos ventos.

Na democracia brasileira, mais precisamente com as normas legais para as disputas eleitorais é o que mais tem pesado no resultado final dos pleitos e que acabam por interferir na qualidade dos nossos governantes e no próprio futuro dos brasileiros.

Sem a pretendida reforma política, que ponha em seus devidos lugares todas as normas razoáveis e todas as possibilidades e empecilhos para que um candidato possa realmente disputar uma eleição fundamental para o país, como é o caso da eleição presidencial que se aproxima, fica patente que teremos mais uma corrida presidencial sob o carimbo do improviso e das incertezas. A começar pela instituição da Lei da Ficha Limpa.

Em se tratando de eleições, o Tribunal Superior Eleitoral, deveria ser a instância mais importante para decidir, mesmo depois do Supremo, se um candidato é ou não elegível, tendo em vista sua ficha corrida pretérita. Fica difícil entender como é possível que um postulante, que no caso aqui não se trata de um preso político, encarcerado por suas posições ideológicas, possa sair direto da cadeia para disputar as eleições, tendo atrás de si um tsunami de denúncias que levaram a realização da maior operação policial contra a corrupção de toda a história brasileira.

Para esse fato, o STF providenciou, de um átimo, um neologismo jurídico e linguístico na forma de uma “ descondenação” de um réu, num empreendimento levado à cabo por ministros sabidamente escolhido a dedo , pelo próprio réu, para ocupar essa alta corte do país.

O que se criou com essa aberração jurídica, que nos remete a mais bem acabada chicana que se tem notícia, foi um candidato que, até aqui, não ousa sequer caminhar pelas ruas desse país e que , portanto faz um tipo de campanha, fechado em seu bunker para plateias amigas.          Por certo a certeza dos números favoráveis das pesquisas o levará para bem longe dos debates e dos comícios populares, onde a realidade se faz diferente das previsões matemáticas.

O que o Supremo lançou no ringue das disputas é um candidato fabricado dentro dos gabinetes dos jurisconsultos, impondo sua candidatura goela abaixo da população, exatamente como se fosse um robô. O mais surreal em toda essa armação institucional é que uma possível vitória nas urnas de um candidato com essas características pode ocorrer sem que ele vá sequer às ruas e enfrente seus adversários cara a cara.

Como pode existir escolha de qualidade sem que o eleitor possa selecionar, num debate, o melhor candidato, o mais preparado, o mais íntegro e com melhores propostas para o país. O que temos com essa candidatura imposta por um grupo de ministros do Supremo Tribunal Federal, com o apoio de todos aqueles que se locupletaram com malogrado governo desse boneco, é um autêntico outsider, mais parecido com aqueles candidatos biônicos inventados pela cabeça estratégica e maquiavélica do antigo ministro militar Golbery do Couto e Silva.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando um homem assume uma função pública, deve considerar-se propriedade do público.”

Thomas Jefferson

 

Reconhecimento

Renata Menezes atende pelo telefone. É funcionária da justiça. Além de prestativa tem um conhecimento abrangente de toda a máquina do tribunal.

 

Pobreza extrema

Brasília não foi projetada para pobres e ricos terem uma convivência real. Como no Rio de Janeiro, a meninada do morro soltando pipa com a garotada do asfalto. Aqui, na capital do país, até hoje crianças da Estrutural passam fome, andam descalças, sofrem desnutrição. Jandira Moreira, funcionária do Correio Braziliense há décadas é quem estampa essa realidade nos lembrando aqui no asfalto, que temos uma responsabilidade social.

 

Atestado

Ansiedade e depressão são doenças que aparecem em linha ascendente nos mais jovens. Chega a um ponto em que os remédios não resolvem mais. A ação precisa ser preventiva.

 

História de Brasília

Acham os estudiosos, que as ações das companhias do govêrno nem tôdas são valorizadas, e iria, a aplicação do plano, prejudicar a Previdência Social. Isto, porque os Institutos receberiam papel, entregariam os apartamentos, e caberia à Prefeitura construir novas unidades residenciais.  (Publicada em 16/02/1962)

Ao governo o que é do governo?

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Tomando a Bíblia pelo seu aspecto secular, onde está registrado parte da história humana ocorrida naquela região do planeta, o que se observa, apenas com relação à cobrança de impostos, extraídas, de forma bruta e autoritária, daquelas populações que viveram esse período, a sensação que temos é que pouco ou nada dessa tributação desigual e forçada foi alterada nos dias de hoje em nosso país, mesmo depois de passados dois mil anos.

Ostentamos sem muito orgulho, o campeonato de nação com uma das maiores cargas tributárias do mundo. Se formos observar pelo aspecto de retorno desses impostos para a sociedade, então seremos campeões absolutos. É como se esse aspecto da exploração do homem pelo homem, mesmo em sociedade ditas modernas, permanecessem congeladas no tempo.

Ainda hoje, muito se discute entre nós sobre a urgência de uma reforma tributária que seja mais harmônica e que onere mais quem mais possui. “Quando o governo é justo, diz em Provérbios 29:4, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça,”.

Apenas resumindo toda a complexa discussão sobre a falta de equidade na cobrança de impostos verificada hoje no cotidiano dos brasileiros, nada mais atual do que essa observação colhida há vinte séculos passados.

A situação do ponto de vista da segurança pública do país, onde a criminalidade e a violência são realidades diárias que assustam não apenas os brasileiros, mas todo o mundo civilizado, evidencia que, de fato, pelo volume absurdo de tributação, a “nação acabou em desgraça.”

De fato, sob o ponto de vista histórico, o Cristianismo veio para abalar as estruturas terrenas, estabelecendo uma espécie de conflito pacífico entre o que seria a justiça divina e a justiça dos homens. Contudo o personagem central do viria a ser o Novo Testamento, Jesus, não questionava, de forma frontal, o pagamento de impostos às autoridades que comandavam seu país.

Mesmo deixando claro que os cristãos deveriam obedecer as autoridades terrenas, muito conflitos aconteceram naquelas regiões por conta da cobrança de impostos exagerado. O que a Bíblia histórica enfatiza é que impostos estão dentro das leis, portanto é preciso cumpri-las. “Se a lei da terra afirma que todos devem pagar impostos de guerra, então é isso que devemos fazer. É a lei. Mas devemos, porém, trabalhar e rezar muito para mudar essa lei,” É o que recomendava em Romanos 13:1 e é o que parece que devemos fazer hoje, se desejamos ver implantado uma espécie de justiça tributária.

É nesse ponto que essa discussão é remetida aos representantes da população com assento no Congresso. Uma discussão, ao que parece, não ser do interesse deles, nem do governo, visto que parte significativa desses impostos vão parar, exatamente nas mãos deles, em forma de emendas compulsórias e outros infinitos benefícios pessoais.

Com relação ao retorno desses impostos na forma de serviços à população, no mesmo trecho da Bíblia era recomendado que “uma alternativa seria ter a possibilidade de determinar que nossa parte do imposto de guerra seja utilizado nos esforços de paz. Este caminho seria a forma legal, construtiva e positiva de resolver a situação.”

É o que não ocorre entre nós, mesmo sabendo que não estamos em guerra. O que está implícito em passagens como essas é que os impostos só se tornam justos, quando revertidos em benefício de todos.

Em outra passagem referente à João Batista, contida em Lucas 3,10-18 , era recomendado aos cobradores de impostos: “ Não cobreis nada mais do que foi estabelecido”, sendo que aos oficiais de justiça (soldados) que acompanhavam os cobradores de impostos (publicanos) era recomendado: “não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força; não façais denúncias falsas e conteintai-vos com o vosso salário.” A cada um o que lhe é devido, ensina o livro histórico.

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma sociedade que rouba do indivíduo o produto do seu esforço (…) não é, estritamente falando, uma sociedade,

mas uma revolta mantida pela violência institucionalizada.”

Ayn Rand (1905-1982)

 

Políticas públicas

Com a finalidade de direcionar políticas públicas, a Secretaria da Pessoa com Deficiência está cadastrando todos da população com essa condição física ou mental. Há também a emissão de uma carteira de identificação que nortear o governo sobre a área onde habitam, faixa de renda e principais necessidades. O GDF estima que 600 mil pessoas com algum tipo de deficiência vivam no Distrito Federal.

 

História de Brasília

Quero me referir ao pedido feito pelo sr. Afonso Almiro, para que o representante do Ministério da Fazenda seja substituído pelo govêrno. E êste pedido resistindo a todos os estudos dos técnicos, o plano de venda dos apartamentos apresentado pelo Ministro Franco Montoro. (Publicada em 16/02/1962)

Diferenças e verossimilhanças

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Diferenças extremas, aos olhos de quem não se deixa enganar pelas aparências e sabe distinguir a realidade de seu oposto, são ilusórias, pois são construídas artificialmente apenas para confundir o observador mais desatento. Na política essa é uma estratégia antiga e igualmente falsa, mas que ainda que é utilizada com relativo sucesso durante as campanhas, dado o grande número de eleitores alienados que se apresentam diante das urnas, como quem embarca numa longa viagem sem saber o destino.

Nada mais parecido, um com o outro, do que esses dois postulantes que agora se apresentam com maiores chances para o pleito de 2022. De tão parecidos, chegam a ser vistos como a cara e a coroa dessa moeda eleitoral. Uma moeda, que pelo visto até aqui, não possui lastro ou valor de face diante de elementos como a ética pública ou o Estado Democrático de Direito e a cidadania.

Trata-se aqui de dois candidatos já testados pela população e que deixaram um rastro imenso de desordem e de fatos mal explicados, além de um passivo enorme traduzido pela expressão herança maldita e tudo o que essa expressão pode conter de nefasto. A prática mostrou que, uma vez instalados no poder, deixaram de lado todo e qualquer plano de governo, optando ambos pela improvisação e pelo voluntarismo, deixando de lado também as promessas feitas aos eleitores, conduzindo seus governos sempre com base na compra de apoio político, por meio do chamado presidencialismo de cooptação. Aliando-se ao que de mais atrasado e fisiológico temos no meio político.

Mas é no tratamento da coisa pública, que as pseudo diferenças entre o candidato da direita e o outro da esquerda mais se estreitam, passando a ser a mesma coisa gosmenta e de mau odor, com a confusão já vista entre o público e o privado e com o uso da máquina do Estado para o atendimento de objetivos pessoais para si para seu clã, tudo isso sem o menor pudor e com o apoio inconfesso de certa parcela da imprensa que também lucra ou com o silêncio ou com apupos, próprios dos que se vendem barato e por trinta moedas.

O que se tem aqui disputa entre uma direita tola versus uma esquerda parva e estulta, onde ambos almejam o poder pelo poder, sem quaisquer outras substâncias do tipo republicanas, para extrair dessa posição o máximo de benefícios materiais possíveis que permitam a continuação do atual status quo, onde a população financia, a duras penas, projetos privados da elite no poder, bancando gastos secretos e exorbitantes, mas sempre carente de prestação de serviços públicos básicos.

A verossimilhança entre os reais objetivos de ambos os candidatos , obviamente escondidos do eleitor que os leva em marcha interesseira rumo ao Palácio do Planalto, pode ser comprovada pela escolha que ambos fazem ao elegerem um inimigo comum e fidagal, na figura do ex-juiz da Lava Jato. O que esses postulantes cínicos enxergam no ex-magistrado é a verdadeira diferença que ele possui em relação à ambos. Nesse ponto se pode falar em extremos estelares, que vai da escuridão à luz.

É a diferença incomensurável que vai da verdade à mentira, do falso ao real. O que esses dois ilusionistas enxergam no ex-juiz é mais do que um concorrente, é a antítese do que são. Por isso o têm como alvo a ser atingido.

 

A frase que foi pronunciada:

“Em uma democracia nada deve ser secreto”.

Dona Dita no REM do sono

 

Resumo da ópera

Uma discussão se inicia depois da observação colocada nas mídias sociais. É preciso vacinar todas as pessoas. Por enquanto, quem está com todas as doses em dia ainda pode pegar ou transmitir Covid. Foi muito bem explicado que o lado bom é que os vacinados não irão para UTI. Quem não for vacinado não entra em vários países do mundo. O controle é ferrenho. A pergunta que gerou dúvidas e debate é: “Se os não vacinados estão proibidos de voar, quem está passando a variante misteriosa são os vacinados?”

 

Aeroporto

Por falar nisso Rodrigo Cruz, do Ministério da Saúde confirmou que a partir da semana que vem será possível a vacinação de passageiros no Aeroporto de Brasília. Um posto de Saúde será disponibilizado ali para os interessados.

 

Força no ar

Pilotos de empresas comerciais aéreas começam a se mobilizar para evitar a obrigatoriedade de vacinação. Mesmo quem tem restrição médica comprovada para se vacinar é forçado pelos CEOs. A classe não está satisfeita com o tratamento recebido.

 

História de Brasília

Outra renuncia, na família do dr. Jânio Quadros. Sua filha Tutu, que tinha uma “boutique” na rua Augusta, em S. Paulo, renunciou à vida de comerciante, e voltou às atividades domésticas. Os negócios não foram tão bem como era de se prever. (Publicada em 15/02/1962)

  Educação como exemplo

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Educação, já dizia o filósofo de Mondubim, se faz, basicamente, pelo exemplo e pelas atitudes práticas que as pessoas mais idosas e experientes exibem diante dos mais jovens. É copiando o modelo de comportamento que enxerga no seu meio convivência, ou no seio da própria família, que o jovem é capaz de reproduzir esses exemplos durante sua inserção num meio social mais amplo.

Fora da família, e na sociedade que se encontram também os maiores e mais variados exemplos de comportamento que serão, necessariamente, copiados pelos cidadãos mais novos. O ensino, dentro das escolas, entra nesse processo de modelagem do comportamento dos moços, de forma lateral, cabendo à essas instituições, como é o caso no Brasil, um papel basicamente de formuladora de conteúdo ou informadora.

Nesse sentido e tendo em vista que os altos escalões sociais, por sua posição de destaque no alto da pirâmide, representam também o ponto mais visível por todos e, portanto, mais reproduzível também. Nos diversos estamentos sociais em que estão divididas a sociedade brasileira, considerada uma das mais desiguais do planeta, é fácil notar que o modelo de comportamento seguido pela grande massa de jovens que está na base mais ampla da pirâmide é sempre aquele que ele percebe nas classes sociais que estão acima, no alto do estamento social.

O exemplo de comportamento ou a educação que serve de modelo para a grande plateia que a tudo assiste do fundo do vale, é sempre aquele exibido e transmitido pelos altos escalões da sociedade. E é aí que todo esse mecanismo de transmissão de educação deixa nosso país em uma situação absolutamente caótica perante o mundo.

O que parece é que seguimos conforme o vaticínio feito pelo antropólogo Claude Levi-Strauss nos anos trinta quando esteve no Brasil, lecionando na Universidade de São Paulo. Dizia ele que o Brasil iria passar diretamente da fase de barbárie à decadência sem conhecer, contudo o estágio evolutivo da civilização.

É isso exatamente que estamos assistindo em todas as direções. A qualquer sopro tênue civilizatório que observamos, segue-se uma baforada de barbáries que tudo desmancham. É o caso aqui desses processos jurídicos que transformaram em pó toda a Operação Lava Jato e que, por um curto período de tempo fez a população acreditar que os ventos da civilização finalmente haviam chegado também ao Brasil.

O lento processo de “descondenação” , empreendido pela suprema corte, que por meio de um autêntico exemplo de chicana jurídica, tornou o ex-presidiário e ex-presidente Lula da Silva, padrinho na indicação de alguns desses ministros, em cidadão de bem, demonstra que estamos em desabalada corrida rumo ao encontro de nossa decadência como sociedade.     Que exemplos os mais jovens irão colher de todo esse recente processo, e que servirão como modelo de educação a ser copiado e levado à praça e ao mundo? Por certo, a primeira lição é que vale a pena ser desonesto se você é poderoso e influente. Outras lições apreendidas é que as leis não valem para todos. Aqueles que estão no alto da pirâmide social tudo podem, é outro aprendizado a ser colhido. Que outros exemplos os brasileiros mais jovens podem captar para servir de modelos em sua vida, ao observar, com atenção o comportamento de nossa elite política.

Nada que possa servir como exemplo educativo de ética é visto no comportamento de nossas elites. Pelo contrário. A correta educação dos mais jovens, feita com base em exemplos práticos, deve ser adquirida longe, muito longe daquilo que exibem nossas elites políticas.

Copiar, como exemplo de educação, o comportamento de nossas elites só tem serventia mesmo para aqueles indivíduos ,que acreditam intimamente, que coisas como leis , ética pública e bom comportamento, são bandeiras para os fracos e derrotados.

 

A frase que foi pronunciada:

“As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.”

Provérbio Chinês

 

Honra ao Mérito

Anos atrás essa coluna anunciava o ganhador de um dicionário francês, por mérito. Rafael Nascimento Gomes, que tinha uma bolsa de estudos na Aliança Francesa era o filho da faxineira da escola. Hoje, Marina  Quirino Isidro nos conta que a Aliança Francesa está custeando os estudos de Rafael na França. Rafael escreve uma carta emocionada se despedindo de todos os que colaboraram com o seu crescimento como cidadão.

“Apesar da intensa rotina de escolas, aulas, reuniões e provas, finalmente, pela primeira vez, consegui preparar a minha mala rumo à França. Um sonho se concretizando. Cada peça de roupa é uma lembrança. Em 2005 comecei a estudar francês na @afbrasilia e durante 15 anos fui bolsista dessa instituição que tanto me ensinou da língua e da cultura francesa e francófona. Muita gratidão! Tantas manhãs, tardes, noites e sábados pelos jardins, salas ou pela mediateca me preparando para esse dia. Finalmente, chegou! Meu interesse pela lingua e cultura francesa era tanto que, mesmo no mestrado na História, me aventurei a cursar Letras Francês na @unb_oficial . Apesar da intensa jornada de trabalho, essa segunda graduação, além de consolidação da língua francesa, tornou-se um hobby! Enfim, minhas utopias se tornam realidades! Gratidão mãe Alessandra, gratidão mãe Socorro e tantas outras pessoas, em especial, meus professores e professoras de francês que fizeram parte dessa minha história! Vamos lá! Agora está na hora voar!”

 

 

Concerto

Hoje é dia de concerto na Catedral de Brasília às 20h. Sob a batuta do maestro Eldom Soares, Brasília terá a oportunidade de conhecer a Misa Criolla, de Ariel Ramirez com o coral Ad Infinitum. O apoio é da Embaixada da Argentina e a entrada é franca. Haverá apenas o controle da entrada para manter o número de pessoas autorizado. para a identificação de quem quiser fazer parte dessa noite inesquecível.

 

 

História de Brasília

O dr. Milton Campos está de azar. Todos os dias os jornais do Brasil inteiro estão falando na “vaquinha” para pagar a despesa com sua campanha eleitoral. O presidente eleito já renunciou e a UDN ainda não pagou a dívida, e sempre que se fala nisso, esclarece-se acintosamente que foi para a campanha do dr. Milton. (Publicada em 15/02/1962)

Elite política faturou durante a pandemia

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  VISTO, LIDO E OUVIDO
*Criada por Ari Cunha DESDE 1960
Interina: Circe Cunha          
 

 

Elite política faturou durante a pandemia

 

Um dos grandes problemas gerados e catalisados pela crise sanitária, e que obrigou o mundo a se fechar num seríssimo regime de pandemia, é que essa doença, ao atingir um país com as características de governança que o Brasil possui – onde as instituições do Estado são, na sua maioria, historicamente estruturadas para atenderem, prioritariamente, as elites no poder – o período extraordinário de calamidade, tem sido utilizado, como uma falsa muleta, para enfeixar, o controle da máquina administrativa pública nas mãos do governo, dos partidos e mesmo do Judiciário.

Nossas autoridades, sem o menor pudor, mas sempre dotada de um senso de oportunismo frio e utilitário, têm aproveitado, como podem, o momento de caos vivido pela população, para materializar seus projetos, tanto aplainando o caminho rumo aos cofres públicos, como erguendo muralhas e restrições para impedir que a sociedade assista a dilapidação dos recursos da nação.

Trata-se aqui de obras que vem sendo erguidas meticulosamente pelos poderosos em meio ao pandemônio que se instalou, quando as atenções dos brasileiros estiveram, todas elas, voltadas para questões básicas de como sobreviver a virose. Com isso vão tornando o país e sobretudo os contribuintes em presas fáceis para seus projetos de apoderamento do Estado. Até mesmo a fase mais crítica do covid 19, quando os cidadãos morriam como moscas, foi aproveitado para impor os desejos pessoais dessa turma, mesmo sob o risco, de num futuro próximo, conduzir toda a nação à falência.

Não há exagero aqui em afirmar que a pandemia foi, mesmo durante o período mais severo da doença, muito lucrativa para as elites políticas. Mesmo em meio à inflação e ao alto desemprego, que se seguiu a doença e que empurram o país para a rabeira dos países em desenvolvimento, com mais de cinquenta milhões de pessoas em situação de fome, nossas lideranças prosseguiram impávidas em seus desígnios, quer turbinando os recursos para as excrescências do Fundo Partidário e para o Fundo Eleitoral, quer cuidando de manipular secretamente o orçamento bilionário da União para enviá-los à seus redutos ou simplesmente embolsá-los, como tem sido noticiado pela própria Polícia Federal recentemente.

Enquanto constroem verdadeiros dutos ligando seus escritórios diretamente aos cofres públicos, outra parte de nossas lideranças vão cuidando de erguer muros para manter todos esses projetos, longe dos olhares de curiosidade da população. Assim é que a própria Lei de Acesso à Informação (LAI), que agora completaria dez anos e que, em tese seria um dos pilares do Estado Democrático de Direito, vai sendo, pouco a pouco, restringido pelo governo, que passou a ampliar, sem qualquer critério legal, o sigilo de inúmeros dados e documentos públicos, aumentado dia a dia as dificuldades para que o cidadão se inteire sobre as ações do governo e seus gastos.

Muitas informações, requisitadas pelos cidadãos ao governo, foram barradas e outras submetidas a sigilos de 100 anos. No mesmo sentido o governo cuidou de interferir na Polícia Federal, mudando delegados que investigava assuntos inconvenientes para as autoridades, punindo-os com transferências e outros mecanismos burocráticos. Isso sem falar no desmonte promovido em órgãos de pesquisa, de ciências e de estatísticas para que não apresentassem dados negativos sobre a atuação governamental em diversas áreas.

Mesmo a Justiça que poderia por um termo nessas ações contra a cidadania e à própria Constituição, emite decisões, para pouco depois fazer o dito pelo não dito, deixando tudo como estava. Esse é o caso agora da decisão do supremo liberando a execução de emendas de relator, ou orçamento secreto, previstas para esse ano, depois de tê-las vetado, sob o argumento de inexistência de transparência.

Por certo, a opacidade dessas emendas continua a mesma. O que muda é o entendimento da Suprema Corte graças a pressões internas e externas. Que a pandemia tenha deixado claro e patente o profundo divórcio existente entre a sociedade e o Estado, isso é um fato que merece não ser esquecido. A questão aqui é saber se esse fato servirá, de alguma forma, para alterar os rumos do país nas próximas eleições de 2022?

 

A frase que foi pronunciada:

“Líderes são pessoas que criam as normas pelas quais eles julgam a si mesmos e pelas quais estão dispostos a serem julgados.”

Haile Selassie

 

Gestão eficiente

Levantamento de Governança de Gestão Pública publicou o resultado de 2021 no Plenário do TCU. A estatal Correios disparou no índice de governança e capacidade em gestão orçamentária. Deixou para trás a Petrobras e BB. Foram muitas inovações que facilitaram a vida do cidadão. Além dos clientes o TCU também reconheceu.

História de Brasília

O melhor negócio, hoje, de Brasília, não é mais fornecer luz elétrica, para residências na Cidade Livre. É fundar um clube. A incorporação dá vinte por cento de comissão na venda dos títulos. Um clube vende cinquenta milhões de ações e rende para corretor? A bagatela de dez milhões. É por isto que há clube em Brasília a torto e a direito. (Publicada em 15/02/1962)

Orçamento secreto e bem escondido nas algibeiras

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Não se engane o leitor e eleitor: tudo que venha ser carimbado com a expressão “secreto” na vida pública ou está eivado de crimes de toda ordem e não pode ser publicizado sob pena de comprometer os envolvidos, ou não presta e pode arruinar, ainda mais, o pobre do cidadão contribuinte. Essa parece ser uma regra que sem exceções.

Burlá-la significa padecer. A primeira vez que se ouviu a expressão “emendas secretas” ou mas burocraticamente RP 9, todos aquelas pessoas que prestam um pouco de atenção sobre os acontecimentos de nossa triste República, não tiveram dúvidas: aí estava mais uma maracutaia, patrocinada, sempre na calada da noite e em convescotes, por nossos ladinos representantes políticos.

Aliás a própria eleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, um nome que já trazia em sua bagagem curricular pretérita, uma capivara invejável, e que foi sagrado vencedor sob uma avalanche de denúncias de compras de votos e consciências, já prenunciavam que, os dias que viriam pela frente no comando do Legislativo, em nada agradariam os brasileiros que prezam pela ética na coisa pública.

Deu no deu. E dará no que dará. Depois de arruinar a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros cometimentos erráticos, a atual Mesa da Câmara Baixa, pressionou o governo pelos aumentos tanto no Fundo Partidário como no Fundo Eleitoral, obtendo êxito parcial, mesmo em face dos gravíssimos problemas enfrentados pela nação, castigada com desemprego recorde, inflação e queda no PIB.

Tudo isso depois de uma pandemia avassaladora que dizimou mais de meio milhão de cidadãos. Insatisfeito com a política de terra arrasada ou Blitzkrieg patrocinada por grande parte dos políticos, tanto da oposição como do chamado Centrão, dentro daquelas manobras malandras que lhes são peculiares, resolveram promover a tal de emendas de relator, também conhecidas como orçamento secreto.

A coisa virou escândalo somente depois que a notícia chegou aos ouvidos dos brasileiros, graças ao trabalho investigativo de uma parte da imprensa que não é bem vinda pela elite política. Até então tudo corria como o planejado por debaixo dos panos. Com a porta arrombada, tanto o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da União, que nunca sabem de nada ou fingem não saber, tiveram, parecendo que a contragosto, que entrar em cena, exigindo medidas.

Nos bastidores já se sabia que boa parte desses R$ 17 bilhões, escoados secretamente, já estavam lavados e branqueados em mãos alguns deputados que simplesmente embolsaram a fortuna para engordar o próprio patrimônio.

Um desses traquinos, foi flagrado inclusive, pela Polícia Federal, contando maços de dinheiro em seu bunker no Maranhão. Dinheiro, adivinha de onde? O pior é constatar que nesse tipo de tramoia, que num país decente, seria suficiente levar todos os envolvidos para detrás das grades, aqui ainda é apoiado por boa parte dos parlamentares nas duas Casas.

Mais tenebroso é constatar que entre esses embusteiros, muitos são da atual base política do governo, comungando, inclusive, da mesma legenda, a que o presidente aderiu recentemente. Para espanto de todos, menos daqueles que estão atolados nessas trapaças, o dito deputado, flagrado contando a dinheirama desviada da saúde de seu estado, ainda tem a cara dura se apresentar como pré-candidato ao governo do Maranhão, contando inclusive com o apoio do chefe do Executivo. Estamos em maus lençóis ou algo pior.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é ‘haverá saída para o Brasil?’. A segunda é ‘o que fazer?’. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias.”

Roberto Campos

 

Turismo

Ao ver a mala chegando na esteira do aeroporto de Brasília o passageiro assiste à pancada da bagagem. Não se sabe se esse é o melhor projeto de esteira, mas que danifica a mala, ninguém tem dúvida.

 

Alegria

Por falar em aeroporto, a movimentação está absolutamente normal. Voos cheios, estacionamento lotado, idas e vindas por todo lado.

 

Reclame aqui

Trata-se de um portal democrático onde as pessoas se identificam com número de documentos pessoais. Desde lojas, atendimento, até de vacinas há reclamações.

https://www.reclameaqui.com.br/empresa/laboratorios-pfizer/lista-reclamacoes/

 

História de Brasília

Essa é a situação pura e simples, do IAPFESP. Dinheiro dado jogado fora, candango ganhado sem trabalhar, e a superquadra com 11 blocos por concluir. (Publicada em 15/02/1962)