Edifício em chamas

Publicado em Íntegra

Uma possível volta de Lula ao Palácio do Planalto, como quer ele próprio, como querem seus partidários e apoiadores e como querem todos os empresários e políticos, que de uma forma ou outra experienciaram aquele período cuidando basicamente de dilapidar os cofres públicos, representará para toda essa gente uma vitória final sobre a Justiça e as leis, confirmando assim a tese e a sina, atribuída por alguns ao antropólogo Claude Lèvi-Strauss de que o Brasil passaria do estágio de evolução da barbárie diretamente à decadência sem conhecer o apogeu civilizatório.

O país do futuro, imaginado pelos ufanistas e outros otimistas de plantão, vai , par i passo, sendo sepultado por uma parcela significativa da classe política, que de mãos dadas com empresários e com o respaldo das altas cortes, cuidam para não haja um amanhã.

Da mesma forma, mas como o sinal trocado, uma possível reeleição do atual mandatário, como anseia ele próprio, como desejam seus filhos e apoiadores e como tramam os próceres do centrão e de outras bancadas com assento no Congresso, significará o mais do mesmo, o que em outras palavras, significará mais desgoverno, mais inflação, mais crises institucionais e mais da velha política.

Entre as opções, existiria uma terceira via formada por cidadãos de todas as partes do país, cientes do momento delicado que vai se desenhando à frente. A questão aqui é como transformar esse caminho do meio, situado entre dois abismos colossais, em uma senda segura capaz de avançar, transpondo os imprevistos, para alcançar o outro lado.

Tempo para a formação dessa caravana, existe. Como existe também brasileiros dispostos a integrá-la. O movimento ou o sinal que a população espera receber de algumas lideranças capazes de aglutinar forças contra a fatalidade que se avizinha , ainda não aconteceu.

Ao contrário do que vem acontecendo com as forças de esquerda, já prontamente reunidas, sob o comando unificado do demiurgo, todas elas ansiosas para retornarem ao controle do Estado onde irão colocar, novamente, as mãos nas engrenagens da máquina pública.

Entre a estagnação em que nos encontramos e o avanço para trás, como querem as esquerdas, existe o delicado movimento de encontrar uma saída segura que levem os cidadãos para fora desse edifício em chamas chamado Brasil. Um possível flanco para o avanço das forças contra o atraso, pode estar na total ausência de programa de governo que tanto direita como esquerda deixam à mostra.

Aliás essa é uma das características básicas de todos os candidatos dessas forças extremistas. Isso ocorre porque tanto esquerda como direita, usam o governo para atendimento prioritário de suas próprias necessidades, atendendo basicamente aqueles que lhe são simpáticos.

Qualquer candidato que apareça com um programa de governo minimamente bem elaborado e com metas realistas, pode, com mais facilidade confrontar esses aventureiros que almejam o controle do Estado para outros fins, distantes das necessidades da nação. O problema maior em uma terceira via está, não em seu candidato, propriamente dito, mas na quase intransponível muralha erguida pelas instituições da República, a maioria disposta em manter os privilégios adquiridos ao longo das décadas. Sobretudo aqueles que estão no alto da pirâmide do Estado.

Todos eles dispostos a oferecer o máximo de resistência para não perder vantagens. Para tanto não se negam até em retirar do presídio, candidato de sua preferência, lançando-o diretamente numa disputa eleitoral, na esperança de que ele venha a referendar o status quo vigente, deixando tudo como sempre foi, para beneficio apenas daqueles que usufruem desses arranjos , mesmo com prejuízo de muitos.

Qualquer candidato que venha a se posicionar como alternativa viável ao que aí está e ao que aí esteve, terá que lutar, não apenas contra dois fantoches, mas contra essa verdadeira Bastilha, acomodada nos 3 Poderes da República e em parte do empresariado nacional. É aí que residem as maiores resistências e os maiores entusiastas para que tudo permaneça em estado letárgico profundo, para que não haja despertar e não haja nem futuro, nem amanhã algum que venha abalar-lhes a quietude criminosa.

 

A frase que foi pronunciada:

“A mentira mais frequente é aquela que se conta para si mesmo; mentir para os outros é relativamente a exceção.”

Nietzsche

 

Novidade

Mais uma vez a administração do Aeroporto Internacional de Brasília facilita a vida dos passageiros, que já podem fazer gratuitamente o teste de Covid.

 

História de Brasília

Um engenheiro da Capua & Capua explicando o que houve no Bloco 29 da Asa Norte: “Realmente, a estrutura de concreto tendo sofrido movimentos clássicos não foi acompanhada pelos tijolos, criando, durante a deformação do concreto armado tensões internas à tração, que cresceram à proporção que aumentavam as deformações elásticas estruturais”. Entenderam? Nós também. (Publicada em .16/02/1962)

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