A violência nossa de cada dia

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Foto: commons.wikimedia.org
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       Não é de hoje que a grande maioria dos brasilienses conhece os riscos de circular por inúmeras localidades da capital, a qualquer hora do dia ou da noite. Assaltos, roubos, furtos, assassinatos, espancamentos e outros tipos de violência vêm tomando conta da capital. Nem mesmo os lugares centrais da cidade, próximos às delegacias e a outros pontos de segurança, escapam da violência diária.

        Considerada, por sua localização central, o principal ponto de intersecção da cidade, por onde circulam centenas de milhares de pessoas a cada dia, a Rodoviária do Plano Piloto e sua grande área em volta são vistas por muitos brasilienses e pelas próprias autoridades de segurança como uma região sensível e de alta periculosidade pelo grande número de ocorrências.

       Somente pessoas que não conhecem a capital, como é o caso de turistas desavisados, ousam circular por essas regiões quando a noite cai. Ocorre que é justamente nesse local que está instalada a grande maioria dos hotéis da cidade. Quando não são feitos passeios em grupos a lugares predeterminados, os hotéis, normalmente, alertam seus hóspedes a ficarem em seus quartos e evitarem as ruas escuras.

         Para uma capital, vista pelo mundo como exemplo de modernidade urbana, tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, uma situação vexatória como esta de reter turistas em hotéis, joga por terra os nossos conceitos de civilização e nos remete a situações que nos colocam como sociedade primitiva, em que as mais simples demonstrações de civilidade, como o respeito à integridade das pessoas, são desprezadas e negligenciadas.

       Para aqueles turistas que experimentaram pessoalmente o trauma da nossa violência cotidiana, fica não só a lembrança de momentos de sofrimento, mas, em muitos deles, a certeza de que por essas bandas jamais retornarão. Para as áreas ligadas ao turismo em particular, ficam os prejuízos. Para a imagem da cidade, em tempos de instantaneidade e disseminação das redes sociais, ficam os alertas daqueles turistas para que evitem visitar a capital.

      Embora se respeite os sentimentos daqueles que se dizem ofendidos pelas recomendações das autoridades estrangeiras para que os turistas evitem suas cidades, é preciso destacar que muitos desses moradores reconhecem, publicamente, até em manifestações corriqueiras contra o fim da violência, que esse é o principal e mais urgente problema da maioria de nossas cidades.

        Nada de prático advém também a nota de repúdio, emitida pelo GDF, contra o alerta do Departamento de Estado norte-americano, ainda mais quando alega, de forma generalizada, que crimes ocorrem em qualquer cidade do mundo e que a segurança em nossas regiões administrativas não pode ser comparada com outras localidades violentas tanto no Brasil quanto no exterior.

        Pelo que é noticiado diariamente na imprensa e pelas estatísticas anuais dos órgãos de segurança, a violência, em todas as suas formas, é nossa mais grave questão atual a requerer medidas a altura do problema. A criminalidade no Distrito Federal deixou de ser um problema, antes mais comuns nas áreas periféricas e carentes da capital. A violência migrou para o centro urbano, para as Superquadras do Plano Piloto e ocorre até nas imediações de palácios e outros pontos famosos.

     O abandono dos antigos Postos Comunitários de Segurança (PCS), construídos por meio de altos recursos tomados dos contribuintes, espalhados por toda a cidade e logo depois queimados e destruídos pelos marginais, falam mais alto do que os informes oficiais e atestam um problema que é crônico até para autoridades de outras nações distantes.

A frase que foi pronunciada

“A sociedade se divide em duas classes: os que têm mais refeições do que apetite e os que têm mais apetite do que refeições.”

Sébastien Roch Nicolas Chamfort, poeta, jornalista, humorista e moralista francês

 

Charge: clicksociologico.blogspot.com.br
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Eleitoral

Breve o TSE iniciará a exibição em cadeia nacional, durante cinco minutos, de campanha para incentivar a participação de mulheres e negros na política. Além disso terá a árdua tarefa de esclarecer aos cidadãos sobre o sistema eleitoral.

Release

A Câmara de Dirigentes Lojistas do DF acaba de divulgar o número de inadimplentes em dezembro de 2017: 906 mil pessoas (39,53% da população entre 18 e 94 anos), dado levantado pelo SPC Brasil. O número ainda é alto, mas a expectativa é de melhora econômica, apesar de lenta. No comércio, as dívidas em atraso no DF diminuíram 17,12%.

História de Brasília

O embaixador Moacyr Briggs, do Dasp, instituiu um curso interno de formação, para funcionários dos níveis 5 a 10. Como os funcionários não se interessassem pelo curso, começaram a faltar, e já quase não há mais frequentadores. (Publicado em 12/10/1961)

Cuidado turistas!

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ARI CUNHA

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Charge: chargesdodenny.blogspot.com.br
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          Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Itália, Reino Unido e Japão emitiram alerta para que seus cidadãos em viagens ao Brasil se cerquem de cautelas ou simplesmente evitem diversas regiões do país. O sinal foi dado por conta dos altíssimos índices de criminalidade registrados. Mostram que a questão da falta de segurança interna, por suas dimensões, se tornou também uma preocupação internacional.

         Recomendações como essas colocam o Brasil no mesmo patamar de nações conflagradas pelas guerras, com a diferença de que aqui se tem matado mais e por muito menos. Obviamente, estar incluído numa listagem desse tipo traz inúmeras consequências nefastas não só para a imagem do país, mas, principalmente, para a economia interna, sobretudo, àquelas ligadas às áreas de turismo.

          Os assaltos e assassinatos de turistas pelo país afora sempre aconteceram. Ocorre, no entanto, que, nos últimos anos, os registros nas delegacias especializadas têm aumentado assustadoramente. Com 61.619 mortes violentas, registradas em 2016, o Brasil, na concepção de muitas agências de turismo e de muitos viajantes independentes, é considerado um roteiro de alto risco mesmo para quem conhece o país.

          Com o alerta emitido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos para que seus cidadãos evitem também diversas localidades aqui na capital, Brasília passou a integrar a listagem de lugares perigosos para a circulação de turistas.

      De acordo o Departamento de Estado norte-americano quatro grandes regiões administrativas do Distrito Federal — Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá —  devem ser evitadas, assim como áreas centrais como a Rodoviária do Plano Piloto e adjacências. Além do informe oficial das autoridades e da imprensa, é claro que os comunicados passados pelos próprios turistas, por meio das redes sociais, chegam instantaneamente ao conhecimento de grande número de pessoas pelo mundo afora, criando uma onda de paranoia e medo que só tem paralelo com o sentimento do próprio turista que experimenta na pele a violência nossa de cada dia.

          Não por coincidência, justamente, nessas regiões foram registrados os quatro primeiros casos de homicídio na passagem do ano. O comunicado aos seus cidadãos alerta ainda que as atividades do crime organizado são generalizadas no país, devendo o turista evitar esses locais, não caminhar e circular à noite, não exibir sinais de riqueza, evitar uso de relógios e joias caras, não reagir a assaltos, evitar estranhos e tomar todo o cuidado com transporte público, principalmente no período noturno. Tudo o que o brasileiro faz por precaução e hábito.

          Pelo número de restrições que é colocado pelo alerta das autoridades americanas, dá para imaginar que, para o cidadão comum daquele país, a simples intenção de vir fazer turismo no Brasil e conhecer a sua capital, pelos riscos que a envolvem, essa empreitada merece ser pensada duas vezes, senão posta de lado de uma vez, dadas as consequências, até fatais, dessa decisão.

A frase que foi pronunciada:

“O rio do tempo leva consigo suas margens.”

Robert Musil, escritor austríaco

O que é que isso?

Aos poucos as pessoas estão se dando conta de que não vale a pena se conformar com abusos. Impedida de entrar em um hospital para visita por estar uniformizada, a senhora buscou os tribunais. O juiz de direito Marcelo Coelho de Carvalho, da 2ª turma Recursal do Tribunal de Justiça do Acre, condenou um hospital a indenizar a querelante por danos morais. “A Justiça não atende a quem dorme.”

Culpado

Outro caso interessante foi o de um carro clonado. A vítima foi multada sem cometer qualquer infração. O juiz da 3ª Vara do JE da Fazenda Pública apontou que o proprietário, por ser vítima da fraude, não pode ser eternamente condenado por infrações de trânsito. A obrigação de resolver a situação foi passada ao Detran.

Doação identificada

Durante as eleições deste ano, instituições contratadas vão poder arrecadar recursos para candidatos. Será feito um cadastro e cada doador, identificado pelo nome e quantia doada.

Sem limite

Outra novidade importante de chegar à opinião pública é que o uso de automóvel do candidato, cônjuge e até o terceiro grau de parentesco, para uso pessoal durante a campanha está dispensado de comprovação na prestação de contas.

História de Brasília

De Viçosa, Minas, a Brasília, uma carta levou sete dias. Do DCT de Brasília para a SQS 114, com endereço certinho e tudo, levou quatro meses e oito dias. Não pode estar certa uma repartição com esse gabarito. (Publicado em 12/10/1961)

Pano de fundo

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ARI CUNHA

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Charge: desigualdadeacmt.tumblr.com/
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              Forem amarradas as pontas algumas das principais variáveis que caracterizam o Brasil hoje, fica mais fácil entender não só o desenrolar do processo político mas até o que virá a seguir. Dessa forma não seria lugar comum afirmar que o pano de fundo atual irá ditar o que teremos em termos de eleição para este ano.

              Antes de tudo é preciso ressaltar que o principal problema do país, caracterizado pela desigualdade social e de renda, definitivamente continua sem resolução, apesar da propaganda massiva feita nos últimos anos por governos pretensamente ligados as massas. O Brasil segue, segundo Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), levantado pelas Nações Unidas, como o décimo país mais desigual do planeta. Não é pouca coisa. Temos em nossa companhia países como o Haiti, Zâmbia, Paraguai e outros.

         É com características negativas e históricas como essas que podemos entender, o perfil da maioria das candidaturas postas à apreciação do eleitor. Se formos ligar essa realidade ao fato de que é justamente em países desiguais que as teses e os candidatos populistas mais prosperam, temos que o Brasil do século XXI ainda é um prato cheio para o lançamento e para crescimento de populistas de qualquer vertente política, seja de esquerda ou de direita.

        Em comum, candidatos com esse perfil, sabem explorar muito bem aspectos da desigualdade social e econômica, quer usando-a para demonizar tudo em volta, como faz o candidato do tipo vingador, quer se apresentando como única alternativa ao caos, como gosta de se apresentar o candidato do tipo salvador. Obviamente que nenhum, nem outro tem a menor ideia do que fazer, logo após as eleições.

        Esse pano de fundo explica porque candidatos, aparentemente tão diferentes, como Lula e Bolsonaro prosseguem ainda surfando na preferência nacional, segundo números mostrados pelos principais órgãos de pesquisa de opinião do país.

         Desde os anos trinta do século passado, a fórmula que resulta no populismo encontra guarida entre os brasileiros. Este fato se explica também porque a boa parte da nação já percebeu que as instituições do Estado, todas elas, parecem funcionar apenas para atender aos reclames dos estamentos de cima da pirâmide social, deixando a base larga, desamparada e à mercê de destino incerto.

            Escolas, hospitais, segurança, moradia, transportes, seguridade, justiça ou seja lá quais serviços prestados pelo Estado, não atendem as necessidades da população de baixa renda. A janela que se abre para o cidadão alterar essa realidade de abandono é dada pelas eleições cíclicas. É nesse momento que entram em cena os candidatos que sabem explorar essas carências do Estado.

         Colocando-se acima dos partidos e da instituições, populistas de todas as matizes se apresentam como alternativa e contra “a tudo que está aí” e é assim que todos logram êxito, décadas após décadas, enquanto as péssimas condições sociais e de renda persistirem, pois é em cima da miséria que candidatos como Lula e Bolsonaro armam seus palanques ou palcos.

A frase que foi pronunciada:

“Esse ignóbil Baile de Máscaras se chama sociedade.”

Stendhal, escritor francês.

E agora?

    Na conta da Caesb há a indicação Água/esgoto para descrever o custo da prestação de serviço de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

   Há também uma taxa paga pelos consumidores criada pela Lei Complementar nº 711 de 13 de setembro de 2005, ou seja, há 13 anos os consumidores pagam para que a Caesb fiscalize o uso dos recursos hídricos. Além disso o texto explicativo esclarece que há a cobrança da TFS, uma taxa de fiscalização sobre serviços públicos de abastecimento de água e esgoto. Resumindo, o nosso leitor que mora no SHDB QL 32 contradiz com provas o que respondeu a Caesb sobre a cobrança de taxa de esgoto para quem tem fossa. A conta do consumidor foi postada no blog do Ari Cunha.

Vai entender

Biblioteca do Paranoá fechada em plenas férias. Não seria um ótimo momento para estimular a meninada à leitura?

Lucro & Prejuízo

Acontece sempre de uma hora para outra. No IMP Concursos da Asa Sul, na SGAS 603, há um contraste. Enquanto lá dentro ótimos professores dão aulas consistentes, do lado de fora uma quadrilha age há vários anos roubando os pneus dos carros dos estudantes. Nos dois estacionamentos. Ao chegar no carro, quatro rodas roubadas. Seria uma consideração inestimável a quem paga o curso ter, no mínimo, o patrimônio resguardado.

Só para lembrar

Roberto Jefferson. Foi corajoso em dar o primeiro rasgo na cortina que escondia escândalos de corrupção na política. Agora, Lupcínio Rodrigues deixou seu olho roxo. Novamente.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As chuvas chegaram no dia seguinte à escolha do Prefeito. Brasília teve duas satisfações ao mesmo tempo. (Publicado em 12.10.1961)

Políticas públicas não acompanham o envelhecimento da população brasileira

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ARI CUNHA

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Charge: pt.linkedin.com/pulse/envelhecimento-populacional-cuidado-e-cidadania-velhos-marques
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         Com o envelhecimento em ritmo acelerado da população brasileira, problemas relativos ao atendimento especial que essa parcela da sociedade requer e que em  países da Europa levaram mais de um século para serem equacionados terão por aqui que receber um tratamento mais ligeiro e imediato, o que pode implicar em erros e soluções imediatistas e insatisfatórias. É senso comum que o Estado, diante de um desafio de enormes proporções, não esta absolutamente preparado para atender. As carências nesta área começam pelo desenho urbano de nossas ruas e avenidas, flagrantemente inadequadas para a circulação, com segurança desse novo contingente. Com relação aos transportes públicos a situação é ainda mais complicada. Nossos veículos de transporte de massa não são adaptados  a acolher satisfatoriamente nossos idosos, levando e trazendo uma população que necessita cuidados especiais. Segundo pesquisa do IBGE a população brasileira com 60 anos ou mais alcançará 66.5 milhões até a metade desse século. Trata-se de um número fantástico.

         Com isso as políticas públicas terão que sofrer profundas mudanças na saúde, na assistência social e na previdência. A legislação, como um todo, também deverá sofrer alterações de monta para se adaptar aos novos tempos. Sem políticas claras nem eficazes para enfrentar a nova realidade demográfica, o Estado brasileiro necessita adotar, urgentemente, um conjunto de medidas que visem, ao menos, tornar a vida dessas pessoas um pouco menos sofrida. Pesquisadores alertam para o fato de que a faixa da população que mais cresce hoje no país é composta por indivíduos com média de 80 anos ou mais. Definitivamente, e todos disso sabem, não temos cidades adaptadas para atender as necessidades especiais dessa faixa etária.

              Mais do que qualquer outro desafio que temos pela frente, e o Brasil tem muitos, a questão do idoso não pode ser adiada e empurrada para gestões futuras. Para um Estado que tem sido, desde a sua origem, um ingrato com seus cidadãos contribuintes, arrancando deles muito mais do que dá em troca, a tarefa que se apresenta agora é gigantesca.

          Como preparar, em tão pouco tempo, um país inteiro para receber os idosos, numa etapa da vida em que naturalmente as pessoas se tornam mais dependentes e frágeis, em que aumentam os cuidados com a saúde, com a locomoção, o pronto atendimento, a moradia, a segurança, a previdência. Brasília por seu desenho urbano moderno pode com mais facilidades que outros estados da federação ser adaptada para acolher os idosos que chegam com mais dignidade, proporcionando uma vida de segurança para todos. A questão mais urgente é que até o momento não se observam alterações significativas sendo realizadas para esses novos tempos que se avizinham.

               A impressão é de que as autoridades ainda não acordaram para um tempo que definitivamente já chegou.

A frase que foi pronunciada:

“O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação.”

Oscar Wilde, sem saber que no Brasil a piada é a chave da inércia.

Resposta

A Caesb esclarece que são equivocadas as informações divulgadas na coluna Ari Cunha, sábado (06/01), sobre o sistema de esgotamento sanitário no Lago Sul e sobre cobrança indevida de tarifa de esgotos sem que o cliente tenha esse benefício. A Caesb só cobra tarifa de esgotos nos locais onde o serviço já foi liberado para utilização dos moradores. Mesmo assim, a Companhia concede um prazo de trinta dias, depois da comunicação para que o cliente faça a interligação da sua rede interna à rede de coleta de esgotos da Caesb.

E continua

Quanto à situação do serviço de esgotamento sanitário no Lago Sul, informamos que o bairro é atendido por esse benefício, com exceção apenas para as QI e QL de 26 a 29, que estão em obra e serão interligadas ao sistema ainda neste semestre. A Caesb precisa ser informada sobre qualquer irregularidade ou erro na distribuição e cobrança dos seus serviços pelo telefone 115, pelo site da Companhia (www.caesb.df.gov.br) ou por meios de seus escritórios de atendimento.

Crime

Nullum crimen nulla poena sine praevia lege penale. Outro tipo de furto que passa sem o conhecimento dos contribuintes brasileiros é o furto aos dutos de movimentação de combustíveis. Um novo Projeto de Lei tramita na Câmara dos Deputados tipificando esse tipo de crime. Na verdade, há uma lei que define os crimes contra a ordem econômica, mas a intenção é tipificar e punir o crime.

Maldade

Na Internet corre uma pergunta intrigante. A transmissão de cargo para os novos eleitos será com faixas ou com tornozeleiras eletrônicas?

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Com efeito, o Departamento de Parques e Jardins está com a razão, porque não adianta preparar jardim para seis meses do ano, somente, enquanto nos demais, o sol acabará com tudo. (Publicado em 12.10.1961)

Monocultura, latifúndio e trabalho escravo. O tripé do atraso

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ARI CUNHA

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Imagem: sites.google.com/site/profmarciodemedeiros
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      Em qualquer direção que se trafegue pelas cercanias do Distrito Federal é possível avistar imensas monoculturas de milho, soja, algodão ou eucaliptos, plantados em latifúndios, que por sua amplidão, chegam a equivaler, em tamanho territorial, a alguns países da Europa. São lavouras gigantescas, que integram a chamada agricultura de commodities, na qual o Brasil desponta como potência mundial.

      Para alguns desavisados trata-se de uma verdadeira riqueza em forma de biomassa, que gera muitos dividendos para o país e ajuda na balança de exportações. O que muita gente nem suspeita é que as monoculturas, mesmo trazendo divisas para o país, geram imensas riquezas para os proprietários dessas lavouras e para a indústria de fertilizantes e defensivos envolvida diretamente nesses ciclos. De resto, o que essas monoculturas deixam de passivo, principalmente com relação ao meio ambiente e às populações do campo, que não participam desse ciclo de riqueza e por ela são expulsos de suas terras, são de tal monta, que chega a ser surpreendente que ainda haja um enorme e conivente silêncio sobre essas atividades.

      De fato, o que representa riqueza para uns poucos vem sendo denunciado por ambientalistas e cientistas como um desastre de proporções ciclópicas e que já mostram seus efeitos perversos e, em alguns casos irreversíveis. Antes de tudo é preciso compreender que o destino dado às áreas do cerrado que cercam a capital a do país, será o mesmo. Brasília e seu entorno tem destinos comuns. O que for feito à um, trará efeitos sobre o outro. Não há futuros distintos no caso específico da monocultura do eucalipto, uma espécie alienígena, importada da Austrália nos anos setenta, dentro de um programa errático de reflorestamento. Estudos recentes comprovam a ligação direta dessa cultura com a escassez hídrica no cerrado, principalmente nas regiões mais ao Norte.

      Depois de cinco décadas de sua introdução, a monocultura de eucalipto já demonstrou seu potencial sobre o fenômeno da desertificação do cerrado. Estudos científicos realizados por ambientalistas mineiros vem comprovando que as imensas plantações dessa espécie, utilizada nas indústrias siderúrgicas da região, vem afetando diretamente a recarga dos aquíferos dessas áreas. Da média histórica de precipitação pluviométrica, em torno de 1 mil milímetros/ano, o eucalipto consome sozinho 800 milímetros. Como o Cerrado precisa de 500 milímetros, há um deficit anual de 300 milímetros. Em consequência rios e córregos da região vem apresentando a cada ano uma diminuição em seus volumes.

      Pelo estudo fica evidenciado que de 2013 para cá a situação nas bacias dos rios São Francisco e Jequitinhonha vem se agravando, afetando mais de 270 municípios da região que passaram a enfrentar situações frequentes de emergência.

      Estudiosos do problema tem alertado para conter o avanço dessa cultura, pedindo a proibição total de abertura de novas áreas de cultivo e o monitoramento constante dos níveis dos lençóis freáticos da região. Passados quinhentos anos continuamos a insistir no plantio de monoculturas, cultivadas em grandes latifúndios, com a diferença de que hoje a mão-de-obra escrava foi substituída pelo boia fria, uma espécie de escravo moderno.

      Para quem conhece um pouco de história do Brasil, sabe que esse tripé, formado pela monocultura, latifúndio e trabalho escravo se constituiu na base de nossa economia e do nosso atraso, pelo visto, eterno.

A frase que foi pronunciada:

“A inveja é um atestado de inferioridade.”

Napoleão Bonaparte

Carta do leitor

Recentemente entrou em vigor uma lei que condena o motorista alcoolizado a prisão. Esqueceram que não existem vagas para bandidos nas penitenciárias brasileiras. As prisões estão super lotadas com ladrões, assassinos, estupradores etc. Agora então é que a coisa vai complicar para o cidadão pagador de impostos… Quem você acha que o governo vai querer prender? Alguém que tem que pagar uma multa de aproximadamente R$ 3 mil reais para o faturol governamental ou um assassino que custará um absurdo às contas públicas? Breve nas cadeias apenas motoristas! Bandidos, assassinos e ladrões à solta por falta de espaço e pelo faturol! Ray Netto

Sem reguladora

Nosso leitor José Rabello concluiu que não temos energia solar em número suficiente no Brasil, para que tenhamos as tarifas vermelhas. O consumidor em desvantagem, o que faz valorizar as ações das elétricas nas bolsas. Rabello ilustrou a frase: O pior é que, no Brasil, quando se trata de consumidor, um dia é da caça, e o outro da pesca. Quem consome é sempre o alvo de ataque.

Sugestão de pauta

A situação do lote atrás da SHIN QL 2 do conjunto 7 merece uma matéria com imagem. O abandono do local, com restos de obra, mato alto e água acumulada são ameaças constantes aos moradores da área.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As chuvas já começaram e os jardins de Brasília ainda não estão preparados. É que o Departamento de Parques e Jardins diz que só fará jardins onde houver água, e o Departamento de Água e Esgotos não tomou conhecimento disto. (Publicado em 12.10.1961)

A real ameaça a Segurança Nacional

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ARI CUNHA

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Imagem: substantivoplural.com.br
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      Durante todo o tempo em que os militares exerceram o controle do país e, principalmente, após a publicação do Decreto-Lei 314, de março de 1967, que definia os crimes contra o regime, era comum escutar, aqui e ali, a expressão doutrina de segurança nacional. Naquela ocasião, os militares brasileiros, em face do controle do Estado, possibilitada pela revolução de 1964, passaram a identificar como inimigos internos do país todos os indivíduos, ou grupos, que buscavam, sob a influência da então poderosa União Soviética e da China, desestabilizar o regime, com base na difusão de ideologias de orientação comunista.

      Eram outros os tempos e os objetivos do governo. Vivia-se o auge do período da Guerra Fria que, praticamente, dividia o mundo em dois polos antagônicos. De um lado, o capitalismo do Ocidente e, de outro, o socialismo, ou capitalismo de Estado. Cada um, carregado de contradições e críticas de toda ordem.

      No meio de ambos os lados, vivia uma imensa população, na maioria, alheia aos matizes ideológicos, muito mais centrada em entender e participar de um mundo que estava ardendo e virando de cabeça para baixo.

     A revolução que essas pessoas perseguiam e ansiavam era a de costumes, da pílula, da minissaia, da rebeldia contra os modelos de educação e outras verdadeiras revoluções, muito distantes e distintas daquelas propostas por governos. Quaisquer governos.

      Quem vivia do lado da cortina de ferro dos países do Pacto de Varsóvia queria mesmo era passar para o lado dos países da Otan. O pessoal de esquerda, que vivia dentro do mundo capitalista, desejava transformar o Ocidente em algo parecido com o Oriente, desde que pudesse manter o estilo de vida.

      Alheios aos governos de linha-dura, o que a juventude pretendia, dos dois lados da fronteira política, naqueles distantes dias, era um mundo de paz e amor. Quem viveu naqueles loucos anos 1960, mesmo sob forte doutrinação imposta pelos governos da ocasião, almejava um Estado que nenhum dos lados poderia oferecer, principalmente nos regimes de orientação comunista.

      O Brasil, naquele período, era um país ainda mais periférico do que é hoje, visto pelo restante do planeta como um mundo longínquo e exótico. A impressão internacional do país era dada apenas pelo então cartão-postal representado pelo belo Rio de Janeiro. O resto era visto ainda como um imenso continente selvagem, desabitado e sem importância.

   Brasília despertava apenas interesse entre alguns intelectuais e arquitetos curiosos com nossa versão de modernismo urbano. Enquanto o regime de plantão lutava para que o país não descambasse para um modelo tipo Cuba, o que a juventude queria e copiava era o modelo americano, suas modas e seus trejeitos.

       Revoluções por essas bandas, conforme desenhado pelos estrategistas de farda, não tinham chances de vingar. O mundo pretendido pela juventude daquele tempo, em ambos os regimes, passava longe das pretensões dos políticos e dos militares. Embora fosse chique falar em socialismo com um copo de uísque na mão, o que a base da pirâmide social queria era subir na vida e desfrutar também do luxo capitalista. Entrar em filas gigantescas com tíquetes fornecidos pelo Estado para comprar pão e leite racionados era uma realidade que os brasileiros não conheciam, mas era a mesma miséria de sempre, vista através de lentes comunistas. O mundo que esses regimes acenavam e podiam oferecer estava bem distante daquilo que sonhava o grosso da população.

       Olhando hoje o que resultou nossa curta experiência de um país governado, segundo os dogmas da esquerda, dá para imaginar o que se passou pela cabeça daquelas pessoas que assistiram à queda do muro de Berlim. Regimes são bons apenas para aqueles poucos que estão dentro do sistema, para a chamada nomenklatura. Para o restante, fica apenas o desejo de que tudo termine o quanto antes.

    Olhando por cima dos ombros, para esse mundo distante, quando os diversos governos criavam inimigos imaginários apenas para se manter no poder, é que começamos a nos dar conta de que os verdadeiros inimigos do Estado, representados hoje pela corrupção e pelo crime organizado, se tornaram uma realidade presente e uma ameaça concreta a todos nós brasileiros. Essa é, de fato, a real ameaça à segurança nacional.

A frase que foi pronunciada

“— Eu sou da área. Vou avisar ao Meio Quilo que você me assaltou. — Que isso, irmão? Foi mal, toma tudo aí. Vê se não tá faltando nada!”

Malemolência de um carioca que passeava na beira da praia e evitou um assalto só por conhecer o nome do bandido que controlava a região.

Lembrança de Brasília

BSB Memo traz estampas em camisetas que só os candangos entendem. “Pega o Eixão, depois o Eixinho, faz a tesourinha e sobe no balão”. A marca foi criada por Thatiana Dunice e Raffael Innecco e é sucesso.

Incrível

No C.A. 2 do Lago Norte, na saída, em uma placa Premium Corporate, há o maior absurdo de engenharia de trânsito da cidade. É preciso sair pela contramão para não colidir com o carro.

História de Brasília

O Senado ainda não tomou conhecimento da indicação do sr. Sette Câmara para a Prefeitura do Distrito Federal. Tanto assim que, ontem à tarde, os senadores ainda estavam votando a indicação do sr. Sette Câmara para a embaixada brasileira em Genebra. (Publicado em 12/10/1961)

Estado de coma

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     Tomar distância dos problemas, além de se constituir numa boa estratégia para entender a questão em seu conjunto, serve como método para avaliar as repercussões de cada assunto e o que deve ou não ser posto de lado e esquecido de uma vez. Para aqueles que tem a oportunidade de viajar ao exterior e olhar o Brasil de fora, a visão que se tem é de um país que, apesar das potencialidades materiais que apresenta e da disposição geral da população, ainda tem muito o que avançar, em várias frentes. 2018 trará consigo o primeiro grande momento dos brasileiros de mudar definitivamente os rumos do país, depois das muitas revelações e dos escândalos que vieram à tona. Observado a distância dá para perceber, com clareza, que neste ano que se anuncia, uma grande janela de oportunidades irá se abrir. Obviamente que este momento é também percebido por aqueles que ainda lutam internamente pela manutenção do status quo.

     O que dá para visualizar com certa nitidez é que o maior entrave para o estabelecimento de fato da República, conforme estabelecido em seus preceitos básicos desde sempre, ainda está centrado na elite que comanda o país. Nenhum outro fator é mais decisivo para o deslanche do Brasil. Hoje já se pode afirmar com certeza que, está no modelo de Estado que privilegia uma minoria da sociedade, o maior e mais importante elemento que caracteriza o custo tido. De todos os gargalos que impedem o desenvolvimento, o maior e mais poderoso está justamente no tipo de elite que ainda temos à frente no comando da nação.

     A persistir nesta toada, depois das eleições, não será surpresa que, mais a frente, iremos nos deparar com uma ruptura violenta, ditada pelo desespero de muitos e fomentada não apenas pela realidade cruenta que irá se estabelecer, mas por aqueles que querem colocar fogo na lona no circo para escapar em meio ao tumulto generalizado.

     Neste sentido, as forças do atraso apostam parte de suas fichas num Supremo idiossincrático e sob nova direção. Vista do alto o que se nota é que estão centrados na Praça dos Três Poderes os maiores movimentos de contra reforma que buscam salvar a pele de muitos, mesmo as custas da perpetuação do atraso. O problema é que está nas mãos de uma parte da nação, deixada, desde sempre, à margem do Estado, o ponto da virada. É nessa massa, incapaz de perceber com clareza o ponto ebulição, que se apoiam as forças do atraso.

     A unção, pelo voto, daqueles que do ponto de vista ético e moral, não possuem mais qualquer condição de continuar ditando os destinos do país, pode significar, entre outras coisas, no prolongamento da agonia de um Estado, já diagnosticado com morte cerebral e que desde 2014 vem respirando com o auxílio de aparelhos.

A frase que foi pronunciada:

“O que vemos daqui é a ordem e o progresso da corrupção do Brasil, avalizada inclusive pela Suprema Corte.”

Luigi De Marrenieri

Sem vento

O que é certo é que a Caesb proíbe o uso do instrumento que inibe o hidrômetro de rodar com a entrada de ar. Mas o coordenador de Tecnologia de Micromedição, da Caesb, Clóvis Ribeiro, garante que os hidrômetros conferidos por amostragem de lotes conferem o volume d’água consumido e a quantidade rodada.

Parceria

Sem custos adicionais no contrato com o GDF, os papa lixo estão fazendo sucesso nas cidades onde os caminhões não têm acesso. A diretora-presidente do SLU, Kátia Campos explica que é a forma mais segura de acumular lixo sem atrair ratos e escorpiões. Uma parceria entre o SLU e as escolas seria fundamental para ensinar a importância da reciclagem do lixo para o meio ambiente. As crianças são as melhores divulgadoras do que aprendem.

Precaução

Pode até ser emocionante a aventura de entrar em um restaurante congelado artificialmente no Pátio Brasil. Mas uma coisa é certa. Quando havia brinquedos como um parque de diversões o chão tremia. Vale a presença do IAB, engenheiros para atestar a capacidade da estrutura do prédio em suportar tanto peso.

Sinal laranja

A cada dia aumenta o número de sem-teto nos Estados Unidos. Ao longo de um ano inteiro, em 2016, mais de 1,4 milhão de pessoas usaram um abrigo de emergência ou um programa de habitação de transição.

Notícia

Chico Sant’Anna informa que a Católica de Brasília fecha mestrados em Comunicação e em Tecnologia da Informação. Também foram extintos os cursos de graduação em Pedagogia e em Serviço Social. Com o fim desses mestrados, até sexta, 15/12, 28 professores de pós-graduação haviam sido demitidos.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Foi ou será entregue nestas horas, ao Presidente da República um abaixo assinado da Cidade Livre pedindo a nomeação do sr. Cândido Garcia para a Subprefeitura do Núcleo Bandeirante. (Publicado em 11.10.1961)

A Lombriga e o analfabetismo

Publicado em Íntegra

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

http://4seminariopromessas.blogspot.com.br
Foto: 4seminariopromessas.blogspot.com.br

         Na visão mesquinha e imediatista de grande parte das nossas lideranças políticas,  os investimentos realizados em educação sempre possuíram o mesmo potencial de retorno em votos daqueles investidos em água e esgotos encanados. Por se constituírem em gastos em obras que quase ninguém enxerga de imediato, seus resultados, em termos eleitorais e de visibilidade do político sempre foram consideradas escassas. Por isso, acreditam, mais vale investir em obras vistosas, com enormes placas metálicas destacando o nome do benfeitor em letras garrafais, para que todos vejam e se lembrem desse realizador na hora de depositar o nome nas urnas.

         O que esses prestidigitadores políticos parecem não entender é que obras de infraestrutura em saneamento básico e investimentos pesados na preparação de professores e na construção de escolas dignas do nome, por seus efeitos deletérios, possuem o poder de fixar na memória e na gratidão dos cidadãos atendidos o nome desse gestor em letras de fogo, gravadas diretamente na alma, principalmente nos mais novos.

         A falta de água e esgoto tratados, possuem  sobre os contribuintes, os  mesmos efeitos malignos que o analfabetismo produz . Saúde e educação são os maiores bens que um Estado justo pode devolver aos seus cidadãos.  Pouca saúde e muita saúva, os males do brasileiro são, já dizia o escritor Monteiro Lobato, há quase cem anos. A barriga cheia de lombrigas e cabeça vazia de ideias e de sonhos, os males históricos de nossas crianças são como uma marca indelével de nosso subdesenvolvimento.

         Ao relegarem a um plano menor de saneamento básico e educação o que nossas autoridades conseguem de fato é resolver seus problemas do presente em termos eleitorais e adiar sine die o futuro de muitos e, por tabela, do próprio país. Dados recentes revelam o quão distante ainda estamos da universalização ao acesso a água e esgoto tratados e á uma educação básica de qualidade, requisitos fundamentais a cidadania e sem os quais todo o resto é inútil, inclusive a existência do próprio Estado.

         Dez anos após entrar em vigor no país , a Lei de Saneamento básico ainda não conseguiu debelar esse  problema de saúde primária. Em 2017, metade da população continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário. Dados do Sistema Nacional de Informações dão  conta que em 2015 mais de 100 milhões de pessoas não possuíam sistema de coleta adequados de dejetos, sendo que parte significativa desses esgotos eram lançados diretamente nos rios. O mesmo aconteceu com relação ao abastecimento de água tratada que avançou pouco desde 2007 quando a Lei 11.445 entrou em vigor. De lá para cá o acesso a água de boa qualidade passou de 80,9% para 83,3% em 2015, uma evolução ainda pequena para uma questão  tão grande. O problema está presente tanto nas áreas periféricas das grandes cidades como em alguns municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Na região Norte esta situação é ainda mais grave. Apenas 49% da população tem acesso a abastecimento de água de boa qualidade, sendo que com relação a coleta de esgoto esse número fica em míseros 7,4%. Entre o Amapá,  com índices de coleta de dejetos de  3,8% e de abastecimento de água tratada de 34%, e o Distrito Federal há um abismo difícil de ser explicado á um estrangeiro. Na capital esses índices são de 95,6% e 84,5% respectivamente.

A frase que foi pronunciada:

“Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”

Denis Waitley, escritor americano

Desconto

Na Califórnia o transporte solidário é estimulado. Ao passar pelo pedágio, o carro que tiver mais de duas pessoas o motorista não paga.

Por justiça

Para não lotar as cadeias os juízes norte americanos apelam cada vez mais para as penas alternativas. Uma delas atingiu duas crianças e a mãe. Uma das crianças cortou o cabelo da coleguinha. O caso foi parar no tribunal. A pena para a mãe da garota que gostaria de ser cabeleireira foi cortar o rabo de cavalo da menina ali mesmo, no tribunal. A mãe fez o que o juiz mandou e protocolou uma reclamação contra o juiz criativo. Assim funciona um país onde a justiça atende quem não dorme em berço esplêndido.

ONG

Muitos norte americanos contribuem com a ONG https://www.childfundbrasil.org.br . Crianças de todo o país são apresentadas a seus padrinhos que pagam uma quantia simbólica por mês. Cartinha vem cartinha vai muita transformação na vida desses pequenos, que com o contato com os padrinhos conseguem vislumbrar uma vida melhor.

Consume dor

Vivenciando os altos dos preços nos aeroportos do Brasil o deputado federal pelo Ceará Vaidon Oliveira elaborou uma proposta que impede o abuso de cobrança nos alimentos em aeroportos. Uma garrafinha dágua por R$6 ou 3 pães de queijo por R$20 é realmente um roubo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Finalmente, não há nada que eu admire tanto quanto o trabalho das senhoras que se dedicam à caridade, e, em toda oportunidade, o meu desejo tem sido simplesmente o de ajudar. (Publicado em 11.10.1961)

A educação e o rabo do cachorro

Publicado em Deixe um comentárioÍntegra

ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido

Fonte: dgabc.com.br
Fonte: dgabc.com.br

Tal qual cachorro que em vão corre em círculos atrás do próprio rabo, prosseguimos às voltas com nosso destino, atados permanentemente ao subdesenvolvimento pelas cordas de um analfabetismo teimoso e longevo. Somente através de escolas públicas de qualidade poderemos aprender a desatar esse nó górdio secular que mantém não só Brasil , mas boa parte da América Latina na rabeira do mundo.

Instituto de Estatística da Unesco dá conta de que mais de 19 milhões de adolescentes que concluem o ensino fundamental, não conseguem ler e entender adequadamente um simples parágrafo, o que os incluem numa nova modalidade de analfabetismo.

No Brasil, de acordo com o Inep, apenas 30% dos alunos que terminam a 9ª série possuem aprendizado satisfatório em leitura e interpretação, muito menos que a média da própria América Latina que já é baixa. Problema como esse ganha contornos ainda mais preocupantes quando se percebe que as novas tecnologias. A intensificação do uso de computadores, tanto na automação e robotização das fábricas , como em outras áreas do trabalho cotidiano estão a exigir, cada vez mais, especializações que serão como barreira a todos aqueles jovens com pouca formação.

O analfabetismo é endêmico em todo o mundo subdesenvolvido e um traço comum a todos esses países. Em outra frente destaca-se o esforço da Unesco para que os jovens desses países tenham reconhecido seu direito à uma educação de qualidade.

Atualmente, avalia a Unesco, cidadãos de quase metade dos países do mundo são incapazes de levar seus governos à justiça se violado o direito à educação, embora todos os países tenham ratificado pelo menos um tratado de direitos humanos que garante algum aspecto do direito à educação. Este direito, embora garantido em tratados, por 82% das constituições nacionais do mundo, apenas 55% dos países permitem que seus cidadãos levem seus governos aos tribunais por violar o direito básico. Além de um novo analfabetismo que se anuncia com jovens incapazes de apreender corretamente um texto, o baixo nível de qualificação de nosso jovens é outra característica comum a estes estudantes.

É sabido que o conhecimento e domínio de uma outra língua, abre novas oportunidades de emprego e colocação no mercado de trabalho, sendo que para esses profissionais bilíngues existe, na teoria, a chance de ganhos extras de até 60% maiores do que aqueles que não falam outro idioma.

O futuro do país está numa educação de qualidade, embora se saiba que isoladamente ela não dará conta do recado. Há aspectos ainda a se resolver tais como justiça social e uma boa implementação de políticas públicas nas áreas de saúde, segurança, moradia, transportes e muitas outras. O problema é que para conhecer essas outras variáveis que nos mantém presos ao atraso é preciso antes entender todo o processo por trás. É aí que entra, de novo, a educação e o rabo do cachorro.

A frase que foi pronunciada:

A história é como um estilingue.Quanto mais fundo você puxa, mais fundo você alcança”.

Aloísio Magalhães

Curiosidade

O Departamento de Parques e Jardins informa sobre as espécies tombadas como Patrimônio Ecológico do DF. Copaíba, sucupira-branca, pequi, cagaita , buriti gomeira, pau-doce, aroeira, embiruçu , perobas, jacarandás e ipês nunca devem ser cortadas. Se o caso for de extrema necessidade haverá compensação ambiental. Pelo menos essa é a regra.

Evolução

Enfim, uma iniciativa inteligente. Valendo 30 créditos para o voluntário que se candidatar a participar do projeto de acolhimento dos calouros. Ponto para a primeira reitora da UnB Márcia Abrahão Moura.

Release

“Brasil, brasileiros. Por que somos assim?” Esse é o mais novo livro do senador Cristovam Buarque. Trata-se de uma coletânea de 16 textos de pensadores que respondem à pergunta título, motivados por profunda inquietação. No capítulo IV, Cristovam, explica “Como somos”, tentando desvendar as barreiras que nos impedem de avançar, “sem coesão no presente e sem rumo para o futuro”. Os textos do livro foram organizados por Cristovam junto com Francisco Almeida e Zander Navarro.

Sustentare

Os garis começam hoje uma caravana de caminhões de coleta da Sustentare Saneamento, enfeitados com decoração natalina. O comboio irá ao Instituto Social Dona Diva, em Arapoanga, para doar 50 cestas de alimentos e 80 brinquedos.  Os produtos serão entregues por garis vestidos de Papai Noel. Williani Carvalho organizou tudo com o maior carinho.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O fubá de milho e a farinha de trigo bichada que está guardada na obra da Catedral, não são da Legião Brasileira de Assistência e sim da “Cáritas”, da Arquidiocese de Brasília. (Publicado em 11.10.1961)

O que dizem os búzios ?

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Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Fonte: TSE

Todo o final de ano o ritual se repete: é feito um balanço geral das atividades, realizadas ou não, ao longo dos doze meses que passaram, para , no novo período que se anuncia, correções de rumo mais racionais sejam adotadas. Funciona assim com as pessoas, com as empresas e com o próprio Estado. Todos necessitam reavaliar metas e objetivos. No caso particular e no que diz respeito direto ao nosso país, muitas correções de rumo serão necessárias para que o Brasil e, principalmente os brasileiros reencontrem um modelo capaz de apaziguar a população em relação ao governo e mais precisamente com relação aos políticos e autoridades com assento nos mais importantes cargos do Estado.

Perdura ainda no ar uma antipatia visível que separam dirigentes de um lado e a nação de outro. Os seguidos escândalos envolvendo os mais altos escalões da República, com a condenação e prisão de alguns desses personagens, todos invariavelmente envolvidos em desvios de dinheiro público, criaram um tal ambiente de desconfiança e repúdio dos cidadãos contra as classes dirigentes, que será necessário muito trabalho de convencimento para reverter uma situação, que já chegou, inclusive, as vias de fato.

Políticos são caçados, ameaçados e xingados em aeroportos e outros lugares públicos, colocando em risco não só a integridade física desses também cidadãos, mas em níveis mais profundos, aumentando os riscos de um retrocesso no processo democrático, ainda em fase de consolidação. Fôssemos consultar os búzios para saber o que o futuro reserva para o país, em ano eleitoral, não seria difícil adivinhar a resposta: dias de incerteza e até de tumulto se aproximam, não sendo, de todo, surpreendente que aconteçam escaramuças aqui e ali por conta de descontentamentos, traições e ilusões resultantes do comportamento da classe dirigente.

Uma placa, em letras garrafais, exposta a algumas semanas em uma tesourinha no final da Asa Norte, resume o que anda pensando e desejando a população em relação ao governo. Diz a placa: “Governar é não roubar”. A frase parece sintetizar o desejo íntimo dos brasileiros com relação aos governantes. Por trás dessa mensagem estão mais de 200 milhões de brasileiros que sentem na pele os efeitos perversos de maus governos. Não no sentido político e ideológico, mas no plano ético.

A crise experimentada por todos deriva, não de desacertos econômicos ou políticos, mas tão somente do comportamento sem ética de muitos de nossos dirigentes, nos três Poderes. Chegamos a uma situação tão bizarra , que somos obrigados a aceitar o fato de termos um deputado dormindo a noite na cadeia, e dando expediente durante o dia na Câmara dos Deputados, recebendo além do seu salário normal , uma ajuda de custo para moradia. E olha que esse é apenas um exemplo menor.

A frase que foi pronunciada:

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.

Otto Von Bismarck, diplomata alemão.

Pirata

Quem reclama do transporte pirata é o governo. Mal sabe ele que sai do Paranoá um ônibus pirata com destino à Bahia abarrotado de passageiros e bagagem. É mais barato, mais rápido, mais garantido e com zero segurança.

Monitoramento

É bom a vigilância sanitária conferir os salões de beleza da cidade nesse tempo de festas. No Lago Norte , Family’s Hair é raro ver alguma manicure tirar o alicate do esterilizador. As escovas de cabelo também são um enigma. Como salão pode ser um resort para fungos e bactérias, as vistorias deveriam ser constantes.

Pró ativo

Está tudo bem explicadinho no YouTube da Anvisa sobre o que os clientes devem observar nos salões de beleza. Alice Alves, Coordenadora de Serviços de Interesse à Saúde, da Gerência-Geral de Serviços em Saúde dá as dicas. Agora, quando alguma coisa está errada é a Vigilância Sanitária a responsável pela visita de inspeção.

Imbatível

Maria Amélia

Maria Amélia é famosa em Brasília pelos doces que faz. Para o Natal já está preparando panetones de dar água na boca.

Passeio

De 9h às 23h com o custo de R$30 a R$35 para patinar no gelo e R$25 brinquedo da galinha pintadinha. No estacionamento do parque Ana Lídia. A garotada está se divertindo a valer.

Sem zelo

Até hoje uma fita plástica amarela é o que foi deixado no alambrado destruído por um carro que despencou da ponte da Barragem. A altura do lugar pede um guard rail, no mínimo para proteger os motoristas.

Datas

Fonte: Senado.gov.br

Senador Paulo Paim é de uma atividade que impressiona. Ele foi o relator da proposta apresentada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa que propicia uma data diferente para provas e concursos às pessoas que por razões religiosas não possam participar dos certames. “Ninguém será privado do acesso ao ensino ou a cargos, empregos e funções públicas por motivo de crença religiosa, salvo se se recusar a cumprir o procedimento previsto nesta lei”, disse o parlamentar.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Atitude de liberdade, desassombrada e digna, a do sr. Venerando Freitas, telegrafando naqueles termos ao presidente da República. (Publicado em 10.10.1961)