Diferenças e verossimilhanças

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Diferenças extremas, aos olhos de quem não se deixa enganar pelas aparências e sabe distinguir a realidade de seu oposto, são ilusórias, pois são construídas artificialmente apenas para confundir o observador mais desatento. Na política essa é uma estratégia antiga e igualmente falsa, mas que ainda que é utilizada com relativo sucesso durante as campanhas, dado o grande número de eleitores alienados que se apresentam diante das urnas, como quem embarca numa longa viagem sem saber o destino.

Nada mais parecido, um com o outro, do que esses dois postulantes que agora se apresentam com maiores chances para o pleito de 2022. De tão parecidos, chegam a ser vistos como a cara e a coroa dessa moeda eleitoral. Uma moeda, que pelo visto até aqui, não possui lastro ou valor de face diante de elementos como a ética pública ou o Estado Democrático de Direito e a cidadania.

Trata-se aqui de dois candidatos já testados pela população e que deixaram um rastro imenso de desordem e de fatos mal explicados, além de um passivo enorme traduzido pela expressão herança maldita e tudo o que essa expressão pode conter de nefasto. A prática mostrou que, uma vez instalados no poder, deixaram de lado todo e qualquer plano de governo, optando ambos pela improvisação e pelo voluntarismo, deixando de lado também as promessas feitas aos eleitores, conduzindo seus governos sempre com base na compra de apoio político, por meio do chamado presidencialismo de cooptação. Aliando-se ao que de mais atrasado e fisiológico temos no meio político.

Mas é no tratamento da coisa pública, que as pseudo diferenças entre o candidato da direita e o outro da esquerda mais se estreitam, passando a ser a mesma coisa gosmenta e de mau odor, com a confusão já vista entre o público e o privado e com o uso da máquina do Estado para o atendimento de objetivos pessoais para si para seu clã, tudo isso sem o menor pudor e com o apoio inconfesso de certa parcela da imprensa que também lucra ou com o silêncio ou com apupos, próprios dos que se vendem barato e por trinta moedas.

O que se tem aqui disputa entre uma direita tola versus uma esquerda parva e estulta, onde ambos almejam o poder pelo poder, sem quaisquer outras substâncias do tipo republicanas, para extrair dessa posição o máximo de benefícios materiais possíveis que permitam a continuação do atual status quo, onde a população financia, a duras penas, projetos privados da elite no poder, bancando gastos secretos e exorbitantes, mas sempre carente de prestação de serviços públicos básicos.

A verossimilhança entre os reais objetivos de ambos os candidatos , obviamente escondidos do eleitor que os leva em marcha interesseira rumo ao Palácio do Planalto, pode ser comprovada pela escolha que ambos fazem ao elegerem um inimigo comum e fidagal, na figura do ex-juiz da Lava Jato. O que esses postulantes cínicos enxergam no ex-magistrado é a verdadeira diferença que ele possui em relação à ambos. Nesse ponto se pode falar em extremos estelares, que vai da escuridão à luz.

É a diferença incomensurável que vai da verdade à mentira, do falso ao real. O que esses dois ilusionistas enxergam no ex-juiz é mais do que um concorrente, é a antítese do que são. Por isso o têm como alvo a ser atingido.

 

A frase que foi pronunciada:

“Em uma democracia nada deve ser secreto”.

Dona Dita no REM do sono

 

Resumo da ópera

Uma discussão se inicia depois da observação colocada nas mídias sociais. É preciso vacinar todas as pessoas. Por enquanto, quem está com todas as doses em dia ainda pode pegar ou transmitir Covid. Foi muito bem explicado que o lado bom é que os vacinados não irão para UTI. Quem não for vacinado não entra em vários países do mundo. O controle é ferrenho. A pergunta que gerou dúvidas e debate é: “Se os não vacinados estão proibidos de voar, quem está passando a variante misteriosa são os vacinados?”

 

Aeroporto

Por falar nisso Rodrigo Cruz, do Ministério da Saúde confirmou que a partir da semana que vem será possível a vacinação de passageiros no Aeroporto de Brasília. Um posto de Saúde será disponibilizado ali para os interessados.

 

Força no ar

Pilotos de empresas comerciais aéreas começam a se mobilizar para evitar a obrigatoriedade de vacinação. Mesmo quem tem restrição médica comprovada para se vacinar é forçado pelos CEOs. A classe não está satisfeita com o tratamento recebido.

 

História de Brasília

Outra renuncia, na família do dr. Jânio Quadros. Sua filha Tutu, que tinha uma “boutique” na rua Augusta, em S. Paulo, renunciou à vida de comerciante, e voltou às atividades domésticas. Os negócios não foram tão bem como era de se prever. (Publicada em 15/02/1962)

  Educação como exemplo

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Educação, já dizia o filósofo de Mondubim, se faz, basicamente, pelo exemplo e pelas atitudes práticas que as pessoas mais idosas e experientes exibem diante dos mais jovens. É copiando o modelo de comportamento que enxerga no seu meio convivência, ou no seio da própria família, que o jovem é capaz de reproduzir esses exemplos durante sua inserção num meio social mais amplo.

Fora da família, e na sociedade que se encontram também os maiores e mais variados exemplos de comportamento que serão, necessariamente, copiados pelos cidadãos mais novos. O ensino, dentro das escolas, entra nesse processo de modelagem do comportamento dos moços, de forma lateral, cabendo à essas instituições, como é o caso no Brasil, um papel basicamente de formuladora de conteúdo ou informadora.

Nesse sentido e tendo em vista que os altos escalões sociais, por sua posição de destaque no alto da pirâmide, representam também o ponto mais visível por todos e, portanto, mais reproduzível também. Nos diversos estamentos sociais em que estão divididas a sociedade brasileira, considerada uma das mais desiguais do planeta, é fácil notar que o modelo de comportamento seguido pela grande massa de jovens que está na base mais ampla da pirâmide é sempre aquele que ele percebe nas classes sociais que estão acima, no alto do estamento social.

O exemplo de comportamento ou a educação que serve de modelo para a grande plateia que a tudo assiste do fundo do vale, é sempre aquele exibido e transmitido pelos altos escalões da sociedade. E é aí que todo esse mecanismo de transmissão de educação deixa nosso país em uma situação absolutamente caótica perante o mundo.

O que parece é que seguimos conforme o vaticínio feito pelo antropólogo Claude Levi-Strauss nos anos trinta quando esteve no Brasil, lecionando na Universidade de São Paulo. Dizia ele que o Brasil iria passar diretamente da fase de barbárie à decadência sem conhecer, contudo o estágio evolutivo da civilização.

É isso exatamente que estamos assistindo em todas as direções. A qualquer sopro tênue civilizatório que observamos, segue-se uma baforada de barbáries que tudo desmancham. É o caso aqui desses processos jurídicos que transformaram em pó toda a Operação Lava Jato e que, por um curto período de tempo fez a população acreditar que os ventos da civilização finalmente haviam chegado também ao Brasil.

O lento processo de “descondenação” , empreendido pela suprema corte, que por meio de um autêntico exemplo de chicana jurídica, tornou o ex-presidiário e ex-presidente Lula da Silva, padrinho na indicação de alguns desses ministros, em cidadão de bem, demonstra que estamos em desabalada corrida rumo ao encontro de nossa decadência como sociedade.     Que exemplos os mais jovens irão colher de todo esse recente processo, e que servirão como modelo de educação a ser copiado e levado à praça e ao mundo? Por certo, a primeira lição é que vale a pena ser desonesto se você é poderoso e influente. Outras lições apreendidas é que as leis não valem para todos. Aqueles que estão no alto da pirâmide social tudo podem, é outro aprendizado a ser colhido. Que outros exemplos os brasileiros mais jovens podem captar para servir de modelos em sua vida, ao observar, com atenção o comportamento de nossa elite política.

Nada que possa servir como exemplo educativo de ética é visto no comportamento de nossas elites. Pelo contrário. A correta educação dos mais jovens, feita com base em exemplos práticos, deve ser adquirida longe, muito longe daquilo que exibem nossas elites políticas.

Copiar, como exemplo de educação, o comportamento de nossas elites só tem serventia mesmo para aqueles indivíduos ,que acreditam intimamente, que coisas como leis , ética pública e bom comportamento, são bandeiras para os fracos e derrotados.

 

A frase que foi pronunciada:

“As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.”

Provérbio Chinês

 

Honra ao Mérito

Anos atrás essa coluna anunciava o ganhador de um dicionário francês, por mérito. Rafael Nascimento Gomes, que tinha uma bolsa de estudos na Aliança Francesa era o filho da faxineira da escola. Hoje, Marina  Quirino Isidro nos conta que a Aliança Francesa está custeando os estudos de Rafael na França. Rafael escreve uma carta emocionada se despedindo de todos os que colaboraram com o seu crescimento como cidadão.

“Apesar da intensa rotina de escolas, aulas, reuniões e provas, finalmente, pela primeira vez, consegui preparar a minha mala rumo à França. Um sonho se concretizando. Cada peça de roupa é uma lembrança. Em 2005 comecei a estudar francês na @afbrasilia e durante 15 anos fui bolsista dessa instituição que tanto me ensinou da língua e da cultura francesa e francófona. Muita gratidão! Tantas manhãs, tardes, noites e sábados pelos jardins, salas ou pela mediateca me preparando para esse dia. Finalmente, chegou! Meu interesse pela lingua e cultura francesa era tanto que, mesmo no mestrado na História, me aventurei a cursar Letras Francês na @unb_oficial . Apesar da intensa jornada de trabalho, essa segunda graduação, além de consolidação da língua francesa, tornou-se um hobby! Enfim, minhas utopias se tornam realidades! Gratidão mãe Alessandra, gratidão mãe Socorro e tantas outras pessoas, em especial, meus professores e professoras de francês que fizeram parte dessa minha história! Vamos lá! Agora está na hora voar!”

 

 

Concerto

Hoje é dia de concerto na Catedral de Brasília às 20h. Sob a batuta do maestro Eldom Soares, Brasília terá a oportunidade de conhecer a Misa Criolla, de Ariel Ramirez com o coral Ad Infinitum. O apoio é da Embaixada da Argentina e a entrada é franca. Haverá apenas o controle da entrada para manter o número de pessoas autorizado. para a identificação de quem quiser fazer parte dessa noite inesquecível.

 

 

História de Brasília

O dr. Milton Campos está de azar. Todos os dias os jornais do Brasil inteiro estão falando na “vaquinha” para pagar a despesa com sua campanha eleitoral. O presidente eleito já renunciou e a UDN ainda não pagou a dívida, e sempre que se fala nisso, esclarece-se acintosamente que foi para a campanha do dr. Milton. (Publicada em 15/02/1962)

Elite política faturou durante a pandemia

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  VISTO, LIDO E OUVIDO
*Criada por Ari Cunha DESDE 1960
Interina: Circe Cunha          
 

 

Elite política faturou durante a pandemia

 

Um dos grandes problemas gerados e catalisados pela crise sanitária, e que obrigou o mundo a se fechar num seríssimo regime de pandemia, é que essa doença, ao atingir um país com as características de governança que o Brasil possui – onde as instituições do Estado são, na sua maioria, historicamente estruturadas para atenderem, prioritariamente, as elites no poder – o período extraordinário de calamidade, tem sido utilizado, como uma falsa muleta, para enfeixar, o controle da máquina administrativa pública nas mãos do governo, dos partidos e mesmo do Judiciário.

Nossas autoridades, sem o menor pudor, mas sempre dotada de um senso de oportunismo frio e utilitário, têm aproveitado, como podem, o momento de caos vivido pela população, para materializar seus projetos, tanto aplainando o caminho rumo aos cofres públicos, como erguendo muralhas e restrições para impedir que a sociedade assista a dilapidação dos recursos da nação.

Trata-se aqui de obras que vem sendo erguidas meticulosamente pelos poderosos em meio ao pandemônio que se instalou, quando as atenções dos brasileiros estiveram, todas elas, voltadas para questões básicas de como sobreviver a virose. Com isso vão tornando o país e sobretudo os contribuintes em presas fáceis para seus projetos de apoderamento do Estado. Até mesmo a fase mais crítica do covid 19, quando os cidadãos morriam como moscas, foi aproveitado para impor os desejos pessoais dessa turma, mesmo sob o risco, de num futuro próximo, conduzir toda a nação à falência.

Não há exagero aqui em afirmar que a pandemia foi, mesmo durante o período mais severo da doença, muito lucrativa para as elites políticas. Mesmo em meio à inflação e ao alto desemprego, que se seguiu a doença e que empurram o país para a rabeira dos países em desenvolvimento, com mais de cinquenta milhões de pessoas em situação de fome, nossas lideranças prosseguiram impávidas em seus desígnios, quer turbinando os recursos para as excrescências do Fundo Partidário e para o Fundo Eleitoral, quer cuidando de manipular secretamente o orçamento bilionário da União para enviá-los à seus redutos ou simplesmente embolsá-los, como tem sido noticiado pela própria Polícia Federal recentemente.

Enquanto constroem verdadeiros dutos ligando seus escritórios diretamente aos cofres públicos, outra parte de nossas lideranças vão cuidando de erguer muros para manter todos esses projetos, longe dos olhares de curiosidade da população. Assim é que a própria Lei de Acesso à Informação (LAI), que agora completaria dez anos e que, em tese seria um dos pilares do Estado Democrático de Direito, vai sendo, pouco a pouco, restringido pelo governo, que passou a ampliar, sem qualquer critério legal, o sigilo de inúmeros dados e documentos públicos, aumentado dia a dia as dificuldades para que o cidadão se inteire sobre as ações do governo e seus gastos.

Muitas informações, requisitadas pelos cidadãos ao governo, foram barradas e outras submetidas a sigilos de 100 anos. No mesmo sentido o governo cuidou de interferir na Polícia Federal, mudando delegados que investigava assuntos inconvenientes para as autoridades, punindo-os com transferências e outros mecanismos burocráticos. Isso sem falar no desmonte promovido em órgãos de pesquisa, de ciências e de estatísticas para que não apresentassem dados negativos sobre a atuação governamental em diversas áreas.

Mesmo a Justiça que poderia por um termo nessas ações contra a cidadania e à própria Constituição, emite decisões, para pouco depois fazer o dito pelo não dito, deixando tudo como estava. Esse é o caso agora da decisão do supremo liberando a execução de emendas de relator, ou orçamento secreto, previstas para esse ano, depois de tê-las vetado, sob o argumento de inexistência de transparência.

Por certo, a opacidade dessas emendas continua a mesma. O que muda é o entendimento da Suprema Corte graças a pressões internas e externas. Que a pandemia tenha deixado claro e patente o profundo divórcio existente entre a sociedade e o Estado, isso é um fato que merece não ser esquecido. A questão aqui é saber se esse fato servirá, de alguma forma, para alterar os rumos do país nas próximas eleições de 2022?

 

A frase que foi pronunciada:

“Líderes são pessoas que criam as normas pelas quais eles julgam a si mesmos e pelas quais estão dispostos a serem julgados.”

Haile Selassie

 

Gestão eficiente

Levantamento de Governança de Gestão Pública publicou o resultado de 2021 no Plenário do TCU. A estatal Correios disparou no índice de governança e capacidade em gestão orçamentária. Deixou para trás a Petrobras e BB. Foram muitas inovações que facilitaram a vida do cidadão. Além dos clientes o TCU também reconheceu.

História de Brasília

O melhor negócio, hoje, de Brasília, não é mais fornecer luz elétrica, para residências na Cidade Livre. É fundar um clube. A incorporação dá vinte por cento de comissão na venda dos títulos. Um clube vende cinquenta milhões de ações e rende para corretor? A bagatela de dez milhões. É por isto que há clube em Brasília a torto e a direito. (Publicada em 15/02/1962)

Orçamento secreto e bem escondido nas algibeiras

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Não se engane o leitor e eleitor: tudo que venha ser carimbado com a expressão “secreto” na vida pública ou está eivado de crimes de toda ordem e não pode ser publicizado sob pena de comprometer os envolvidos, ou não presta e pode arruinar, ainda mais, o pobre do cidadão contribuinte. Essa parece ser uma regra que sem exceções.

Burlá-la significa padecer. A primeira vez que se ouviu a expressão “emendas secretas” ou mas burocraticamente RP 9, todos aquelas pessoas que prestam um pouco de atenção sobre os acontecimentos de nossa triste República, não tiveram dúvidas: aí estava mais uma maracutaia, patrocinada, sempre na calada da noite e em convescotes, por nossos ladinos representantes políticos.

Aliás a própria eleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, um nome que já trazia em sua bagagem curricular pretérita, uma capivara invejável, e que foi sagrado vencedor sob uma avalanche de denúncias de compras de votos e consciências, já prenunciavam que, os dias que viriam pela frente no comando do Legislativo, em nada agradariam os brasileiros que prezam pela ética na coisa pública.

Deu no deu. E dará no que dará. Depois de arruinar a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outros cometimentos erráticos, a atual Mesa da Câmara Baixa, pressionou o governo pelos aumentos tanto no Fundo Partidário como no Fundo Eleitoral, obtendo êxito parcial, mesmo em face dos gravíssimos problemas enfrentados pela nação, castigada com desemprego recorde, inflação e queda no PIB.

Tudo isso depois de uma pandemia avassaladora que dizimou mais de meio milhão de cidadãos. Insatisfeito com a política de terra arrasada ou Blitzkrieg patrocinada por grande parte dos políticos, tanto da oposição como do chamado Centrão, dentro daquelas manobras malandras que lhes são peculiares, resolveram promover a tal de emendas de relator, também conhecidas como orçamento secreto.

A coisa virou escândalo somente depois que a notícia chegou aos ouvidos dos brasileiros, graças ao trabalho investigativo de uma parte da imprensa que não é bem vinda pela elite política. Até então tudo corria como o planejado por debaixo dos panos. Com a porta arrombada, tanto o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Contas da União, que nunca sabem de nada ou fingem não saber, tiveram, parecendo que a contragosto, que entrar em cena, exigindo medidas.

Nos bastidores já se sabia que boa parte desses R$ 17 bilhões, escoados secretamente, já estavam lavados e branqueados em mãos alguns deputados que simplesmente embolsaram a fortuna para engordar o próprio patrimônio.

Um desses traquinos, foi flagrado inclusive, pela Polícia Federal, contando maços de dinheiro em seu bunker no Maranhão. Dinheiro, adivinha de onde? O pior é constatar que nesse tipo de tramoia, que num país decente, seria suficiente levar todos os envolvidos para detrás das grades, aqui ainda é apoiado por boa parte dos parlamentares nas duas Casas.

Mais tenebroso é constatar que entre esses embusteiros, muitos são da atual base política do governo, comungando, inclusive, da mesma legenda, a que o presidente aderiu recentemente. Para espanto de todos, menos daqueles que estão atolados nessas trapaças, o dito deputado, flagrado contando a dinheirama desviada da saúde de seu estado, ainda tem a cara dura se apresentar como pré-candidato ao governo do Maranhão, contando inclusive com o apoio do chefe do Executivo. Estamos em maus lençóis ou algo pior.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sou chamado a responder rotineiramente a duas perguntas. A primeira é ‘haverá saída para o Brasil?’. A segunda é ‘o que fazer?’. Respondo àquela dizendo que há três saídas: o aeroporto do Galeão, o de Cumbica e o liberalismo. A resposta à segunda pergunta é aprendermos de recentes experiências alheias.”

Roberto Campos

 

Turismo

Ao ver a mala chegando na esteira do aeroporto de Brasília o passageiro assiste à pancada da bagagem. Não se sabe se esse é o melhor projeto de esteira, mas que danifica a mala, ninguém tem dúvida.

 

Alegria

Por falar em aeroporto, a movimentação está absolutamente normal. Voos cheios, estacionamento lotado, idas e vindas por todo lado.

 

Reclame aqui

Trata-se de um portal democrático onde as pessoas se identificam com número de documentos pessoais. Desde lojas, atendimento, até de vacinas há reclamações.

https://www.reclameaqui.com.br/empresa/laboratorios-pfizer/lista-reclamacoes/

 

História de Brasília

Essa é a situação pura e simples, do IAPFESP. Dinheiro dado jogado fora, candango ganhado sem trabalhar, e a superquadra com 11 blocos por concluir. (Publicada em 15/02/1962)

Vitaliciedade apenas para a ética pública

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Numa República, que faça jus ao nome e que objetive a universalização do bem público, não caberia, por razões óbvias e éticas, a existência de cargos e outras sinecuras no serviço público, do tipo vitalício. O próprio sentido da vitaliciedade já desconfigura a República, naquilo que ela possui de mais característico, que é a impessoalidade e o interesse comum.

Ao assenhorear-se de um cargo vitalício, todo e qualquer indivíduo, adentra para um mundo onde as leis naturais, que regem outros homens, já não possui mais sentido. Nesse ambiente, distantes anos luz de qualquer sentido republicano, o tempo cuida de amalgamar o cargo, a função e o próprio indivíduo, transmutando tudo num só elemento, onde já não é possível separar e distinguir sujeito e objeto.

O cargo e a função vitalícia representam não só o antípoda da República, como cuida de desmaterializá-la, desmoralizando-a frente a sociedade. Ao transplantar esse modelo próprio da antiga monarquia, para a República, o que o instituto da vitaliciedade conseguiu, foi a contaminação da correta e isenta prestação dos serviços públicos com elementos personalistas, distantes, pois, aos interesses dos cidadãos.

Ao mesmo tempo em que se afasta das necessidades dos cidadãos e da própria ética pública, a vitaliciedade faz da máquina pública um mecanismo à serviço das elites. Para além de servir como instrumento de impunidade para aqueles que eternamente esses cargos, a vitaliciedade cria, aos olhos de todos, cidadãos de primeira e de segunda classe, tornando esses privilegiados e outros, aos quais protegem, blindados pelo manto de intocabilidade, livres de quaisquer punições, mesmo que cometam crimes não condizentes com o cargo que ocupam.

Quando apanhados em crimes e delitos de grande repercussão, dos quais os cidadãos comuns jamais se livrariam, esses eternos senhores são punidos com aposentadoria compulsória, recebendo salário integral e outras prebendas como reparação a expulsão do paraíso. Muitos são os casos de escândalos ocorridos nesses postos, poucas as punições e nenhuma iniciativa para pôr fim à esses privilégios, já que eles, contribuem direta ou indiretamente para dar cobertura também aos mal feitos das elites.

Esse é caso, por exemplo de ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais e da União, que em tese deveriam fiscalizar os gastos públicos da classe política e dos dirigentes em geral, mas que agem para impedir que os crimes contra o patrimônio público sejam devidamente apurados e punidos.

Somente no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro TCE-RJ, toda a cúpula do órgão foi afastada e presa por denúncias de corrupção em 2017, na Operação Quinto de Outro. Com isso o caminho para o combate as malversações do Erário, que em tese caberia à esse órgão mas que já era aberto e franco, ficou com as cancelas totalmente arrombadas, aumentando, ainda mais o estado falimentar das finanças públicas da antiga capital.

Obviamente com consequências catastróficas que esse fato teve para a saúde pública, para a educação e segurança e outros serviços necessários à população. Na contramão desse saneamento o STF, onde a vitaliciedade também é direito constitucional, vem pouco a pouco concedendo habeas corpus à esses conselheiros, permitindo que eles regressem aos cargos no Tribunal de Contas do Estado.

Por certo todos irão, cedo ou tarde, retornarem, como retornarão também os casos de corrupção dentro e fora do Tribunal, o que por sua vez permitirá também que toda a máquina administrativa daquela unidade da federação volte a ser terra arrasada ou terra de ninguém.

Esperar que qualquer sentença judicial, transitada em julgado, venha pôr fim a esse caso é esperar pelo o que jamais irá acontecer. A vitaliciedade de uns acoberta e protege a vitaliciedade de outros e todos vivem felizes para sempre, nessa terra do nunca em que se transformou os cargos vitalícios.

A briga de foice que acontece nos bastidores por vagas no supremo, acontece também por vagas do TCU. As razões são sabidas: todos esses cargos levam o contemplado à uma espécie de paraíso na terra, onde as mordomias são infinitas, as obrigações são poucas e os castigos não acontecem. De vitalício para uma República bastaria a ética.

 

A frase que foi pronunciada:

“Haverá salvação para um país que se declara “deitado eternamente em berço esplêndido” e cujo maior exemplo de dinâmica associativa espontânea é o Carnaval?”

Roberto Campos

 

Urgência

Com as chuvas a presença dos agentes sanitários torna-se fundamental. Mas é preciso o reconhecimento do governo para essa importância. Inclusive quanto aos salários pagos. Para cobrir o Lago Sul não chega a uma dezena o número de agentes. O Lago Norte, onde há surto do mosquito, Setor de Mansões e Península Norte não são atendidos adequadamente.

História de Brasília

Essa é a situação pura e simples, do IAPFESP. Dinheiro dado jogado fora, candango ganhado sem trabalhar, e a superquadra com 11 blocos por concluir. (Publicada em 15/02/1962)

 

       Thêmis, a deusa protetora dos poderosos

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Notório saber é tudo o que não é preciso para um candidato ocupar uma vaga no mais alto tribunal do país. Essa deficiência, vista em muitos titulares do presente, é facilmente contornada com a possibilidade de contratação ilimitada, feita pelo gabinete do escolhido, dos mais ilustres profissionais do Direito, o que torna a tarefa de envergar a toga e caminhar pelos labirintos da justiça, com toda a pompa e circunstância, uma tarefa mais fácil do que tirar pirulito de criança.

Com isso fica claro que o verdadeiro ministro está oculto, na equipe montada dentro do gabinete, ficando à cargo do titular, apenas a leitura do parecer, previamente elaborado. Essa realidade ficaria ainda mais exposta ao público em geral, caso o candidato fosse sabatinado nos moldes como ocorre nos Estados Unidos, onde não é possível ascender à Suprema Corte em caso de carências e lacunas no saber jurídico.

Entre nós, a indicação do candidato, pelo Chefe do Executivo e sua posterior sabatina, feita de maneira superficial e vaga, está na raiz dos problemas e contramarchas que a sociedade hoje assiste nas decisões tomadas pela Corte. Há , de fato, uma contaminação, do tipo ideológica e partidária, visível no modelo de aprovação para esse tão elevado cargo e de vital importância para o país.

A “descondenação” do ex-presidente e ex-presidiário Lula da Silva, bem como o desmanche de toda a Operação Lava Jato, são apenas alguns exemplos desse descompasso gerado ainda na escolha do candidato, e que produzem decisões e sentenças finais, que têm deixado a população de cabelo em pé.

A reversão da prisão em segunda instância e todo o chamado garantismo jurídico que parece guiar a atual formação da corte, esconde, entre suas causas primeiras, a pouca ou nenhuma seleção feita para o assento na suprema corte. A não criminalização da política, como deixou claro em sua sabatina o último escolhido para esse Olimpo, ao soar como o cântico das sereias aos ouvidos dos políticos, abre como um mantra as portas desse novo paraíso, almejado por muitos.

Dizer também que pode detrás de todo o criminoso e político se abriga um ser humano que deve ser respeitado em sua integridade pessoal, mesmo que não colabore para a efetivação da lei, como deve ser, ainda abre brechas para o continuísmo dos casos escabrosos de corrupção que rói o país pelas beiradas.

Também a caracterização do indicado como sendo um indivíduo terrivelmente evangélico, apoiado inclusive, pelos mais controversos e espertos pastores dessas congregações, pode ajudar o chefe do Executivo a angariar votos entre os devotos dessa religião, mas deixa de lado, não só a laicidade do Estado, como abre caminho para tornar essa alta corte numa espécie de puxadinho do templo religioso.

Notório mesmo pode não ser o saber o saber jurídico desses novos membros da suprema corte, mas um fato o é por demais confirmado: quase todos os ministros que compõem a atual formação do Supremo, jamais votaram contra os interesses de seus padrinhos e daqueles que formam o grupo político deste. O aparelhamento político da corte, tem peso maior do que qualquer notório saber jurídico.

É o que está à vista de todos e não há como esconder esses fatos do cidadão comum. Thêmis, a deusa da justiça, deveria, para atualização dos caminhos tomados por nosso Direito atual, deslocar a venda que cobre seus dois olhos, deixando apenas um deles em coberto. Faria todo o sentido.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando se tira o voto ao povo, o povo é expelido do centro para a periferia da história, perde o pão e a liberdade, o protesto passa a ser agitação e a greve rotulada de subversão.”  Ulysses Guimarães

 

Abuso

Há cartórios na cidade que são campeões em erros, trazendo prejuízo financeiro aos cidadãos. Além da demora para a emissão do documento, o contribuinte é obrigado a cobrir os custos se atrasar em qualquer quesito. O interessante é que o cartório erra diversas vezes, declara que foi erro próprio e sem cerimônia. Fica a dica para os distritais que se interessarem em estudar o caso.

 

Perigo e Prevenção

Está na hora de a Defesa Civil e Bombeiros verificarem a situação de segurança nas salas comerciais nas entrequadras. Na 213 Norte, bloco D, por exemplo, um supermercado instalou várias caixas d’água na laje que não foi construída para esse fim.

 

Violência consentida

Mais uma vez o desequilíbrio entre o poder policial e o poder judicial atinge vítimas. Quando o criminoso recebe a liberdade pela justiça, todos os inocentes correm risco. A vítima da policial ciumenta é mais uma prova disso. Assistimos ao segundo ataque. Vamos aguardar pelo terceiro?

 

História de Brasília

Quando o engenheiro esperava sua visita, foi informado de que voltara ao Rio, e “só depois êle vai ver os esqueletos dos prédios”. (Publicada em 15/02/1962)

 

Concertação à brasileira

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Com a possibilidade, apontada até aqui pelas pesquisas de opinião, de uma polarização final, entre esquerda e direita nas próximas eleições para presidente , com tudo aquilo que essas duas tendências ideológicas possuem de mais radical e anacrônica, os cidadãos brasileiros, conscientes desse momento delicado que se aproxima , possuem a chance única de interceder nesse processo, provocando um verdadeiro ponto de inflexão no desafortunado destino político do país, revertendo, pelo voto, a tendência para o caos que se anuncia para todos nós.

É preciso que os cidadãos se inteirem do momento grave, atalhando o prolongamento dessas desventuras que parecem nos perseguir, praticamente desde o período da redemocratização nos anos oitenta. Nessa altura, já se sabe, que não será por meio da miríade de partidos, que parasitam o Estado, transformados em autênticos valhacoutos de garimpeiros dos cofres públicos, que irão propiciar a mudança de rumos e a salvaguarda da nossa cambaleante democracia.

O que se apresenta no horizonte, não serve aos cidadãos de bem. Tampouco as futuras gerações. Aliado as possibilidades tétricas da nova onda de enfermidades e mortes trazidas pelo estreante Ônicrom, vemos, paralelamente, a formação de algumas candidaturas, já testadas no poder e que se provaram tão ou mais letais para o país que o próprio vírus.

Não há meios termos para definir o que parece vir pela frente com esses estafermos, que bafejados pelos ventos do mal fado, que parecem soprar por essas bandas desde a chegada do primeiro invasor europeu no século XV, surgem em suas mulas mancas.

Ciente de que  a democracia corre sério risco, o eleitor deve acautelar-se, tomando o voto como um bote que pode salvá-lo do naufrágio certo. Lições sobre como proceder ante esse desastre, existem em grande número. Em todo o tempo e lugar.

Mais recentemente Espanha, nos anos setenta e o Chile, nos anos oitenta, se viram igualmente diante do impasse, que bifurcava os destinos do país. Diante da possibilidade ou não do prolongamento do pesadelo da ditadura, escolheram sabiamente o caminho do meio, reunindo, numa mesma frente única, todos aqueles que queriam o caminho da liberdade.          Partidos, sindicatos, intelectuais, organizações sociais e todas as forças vivas da sociedade se reuniram num movimento de “concertación” para decidir imbicar seus países em direção à democracia e à estabilidade política e institucional.

Em nosso país e em pleno século XXI, as esperanças são poucas, dada a baixa qualidade ética e social de nossas legendas políticas, preocupadas apenas em se instalar no poder e dele extrair o que puder em benefícios materiais.

A “concertación” à moda brasileira pode vir a se tornar uma realidade, caso o mais destacado candidato da chamada terceira via, consiga persuadir as forças sociais e políticas do país, na realização de um pacto, para caminharem juntos até as eleições, com um compromisso, assumido de, em caso de vitória, começar as mudanças do país pelas reformas políticas. Sem essas reformas de base, não vamos longe. Nunca.

 

A frase que foi pronunciada:

“A censura é a inimiga feroz da verdade. É o horror à inteligência, à pesquisa, ao debate, ao diálogo. Decreta a revogação do dogma da falibilidade humana e proclama os proprietários da verdade.”

Ulysses Guimarães

Passo importante

Em audiência pública a Câmara Legislativa inicia um trabalho importante de conscientização do etarismo, forma de preconceito e violência contra a pessoa idosa. Interessante notar que as crianças, naturalmente não têm preconceitos. Elas são o canal mais forte para educar a família em relação ao idoso. Um momento nas aulas com os contadores de histórias de cabeça branca é um passo singelo pela valorização e interação dessa parcela da sociedade tão negligenciada.

 

Defensoria

Na Câmara Legislativa a movimentação foi feita pelo deputado Martins Machado, presidente da Frente Parlamentar do Idoso, na Casa. Presente na reunião, Bianca Cobucci Rosière , defensora pública, disse que com a vulnerabilidade do idoso, ele passa a sofrer vários tipos de violência, inclusive a curatela indevida. A afirmação foi feita com a experiência da defensora na Central Judicial do Idoso no TJDFT.

 

Defesa

Segundo Jairo de Souza, militante do Fórum Distrital da Sociedade Civil em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa no DF são 360 mil idosos, 10% da população. E chama a atenção para o fato de a rede pública de saúde no DF ter apenas 10 geriatras para atender essa população e que não houve uma política pública voltada para o seguimento durante a pandemia.

 

Simples

Reconhecimento, capacitação e a vontade de ser útil à sociedade. São reivindicações simples como a revitalização do Conselho dos Direitos do Idoso no DF. É bom que os deputados fiquem atentos às leis sobre os idosos. Um dia todos seremos enquadrados.

 

História de Brasília

E provando a má vontade do comandante do IAPFESP para com Brasília, basta que se diga que o general Aloísio de Andrade Moura estêve em Brasília, foi muito bem recebido na delegacia, ouviu palavras de elogio, recebeu sorrisos, mas não se dignou, sequer a visitar o canteiro de obras. (Publicada em 15/02/1962)

 

 

Escolas, cidade e pandemia

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Foto: jovempan.com

         Por certo, de todos os efeitos deletérios à saúde física e mental dos indivíduos, trazidos pela pandemia, nenhum outro é mais nocivo ao corpo e à mente do que o isolamento social, imposto pelas autoridades de governo, principalmente nos centros urbanos, onde o processo de interação entre as pessoas é fator fundamental para a existência da própria cidade.

         A questão contraditória está em como fazer para que as cidades funcionem sem o protagonismo daqueles que são os responsáveis diretos por seu dinamismo. De fato, não é possível a movimentação de toda a engrenagem de uma cidade, sem suas peças principais, representadas pelas pessoas e, não o mínimo de racionalidade em ter toda uma infraestrutura e mecânica de uma cidade, sem aqueles a quem se destina todo esse esforço. Pelo jeito, estamos na trilha certa, para tornamos nossas cidades em lugares fantasmas, tomadas pelo pó denso da decadência, num processo que, depois de iniciado, será difícil deter. Ao contrário do que muitos imaginam, as cidades não adormecem, não fecham para balanço e não tiram férias. Para as cidades não vale a célebre expressão “eppur si muove” , provavelmente dita em 1633 por Galilei Galilei, perante o tribunal da Inquisição. Já o mecanismo urbano é operado diuturnamente pelo gênero humano. A autonomia dada aos habitantes dos centros urbanos, não vale em relação às cidades.

         Dito isso, fica mais fácil entender que o próprio futuro de nossas cidades e de toda a vida social, é dependente direto e perpétuo do lento processo de formação acadêmica de seus habitantes. Em outras palavras, é preciso formar, sempre e cada vez mais, pessoas aptas a conduzir as cidades, sob pena de termos que abandoná-las, ameaçados pelo eventual caos, que representaria para todos nós, deixá-las administradas por mãos inabilitadas.

          Nesse ponto é preciso entender que a pandemia, muito antes de representar um fator de perigo para cada um de nós, representa uma ameaça ainda maior para nosso habitat, tornando, inclusive, nossos centros urbanos em uma ameaça à nossa integridade.

         As contradições, em tempos de pandemia, se acumulam. Não há como ficar na pretensa segurança do lar, deixando à cidade entregue as forças naturais da inércia. Tão ou mais importante que não deixar as engrenagens das cidades pararem, colocando a mão na massa, como fazem, por exemplo, médicos, trabalhadores da limpeza, da segurança e outros, é manter, de forma ininterrupta, sobretudo os mais jovens, nas escolas, em salas de aula, num intenso trabalho de preparação intelectual para uma futura substituição dos mais velhos no controle de nossa vida coletiva e urbana.

         Salvar as cidades da pandemia, é salvar seus habitantes. A possibilidade de uma nova onda, que se anuncia com essa nova variante do corona vírus, denominada de Ônicrom, quando ainda muitas de nossas cidades nem tiveram tempo de se recuperar de um primeiro surto, deixa ainda mais incertezas e aponta para a necessidade de manutenção redobrada de nossas cidades.

          É sabido, por muitos povos, que a cidade é a extensão natural de nossas casas. Portanto está dentro dos limites do que seria o nosso território de vivência. Fechar as cidades, deixando-a entregues à própria sorte, como tem acontecido em outras partes do país e do mundo, é apostar na nossa ruína.

         Por isso, preservar os mais jovens significa, antes de tudo, dar-lhes os instrumentos necessários, através do ensino continuado, para que possam mais do que sobreviver, encontrar a plenitude da vida em ambientes saudáveis e seguros. Somente a escola e o ensino de qualidade podem garantir, nesse momento de expectativas e receios, um porto seguro para as futuras gerações. É no ambiente escolar que estão não só todas as respostas para a superação desse momento de aflição, como para continuidade de nossas cidades e o prosseguimento de nossa própria espécie.

A frase que foi pronunciada:

“Duas pessoas encurtam a estrada.”

Ditado irlandês

Muito estranho

Desde que criaram a faixa central no Eixão, sabe-se que serve para emergências. Ter uma carreta autorizada pelo Detran para emitir frases e se postar na faixa de emergência é uma cena inacreditável. Típico de quem não conhece a cidade.

Observatório

Devair Sebastião Nunes, analista de Tecnologia da Informação do Prodasen, foi o responsável por elaborar o material do lançamento do Observatório de Equidade no Legislativo. Com dados em mãos, ele afirmou que “perto dos homens brancos, uma mulher negra terá muito mais dificuldades para obter uma cadeira no parlamento.” Parece que há problemas com o gênero. Competente como é, a senadora Simone Tebet que o diga. É um sim e dois nãos.

Acesso

Por falar em Observatório da Equidade, os méritos vão para a diretora geral do Senado, Ilana Trombka que trabalha com o tema desde 2015, e agora consolida essa política organizacional que poderá ser consultada pela população brasileira na página do Senado Federal.

História de Brasília

“O presidente João Goulart mandou dar cinco parcelas do dinheiro que está sendo gasto com alguma coisa ou com tudo, menos com as obras. (Publicada em 15/02/1962)

Quem quer dinheiro?

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Kay/Unsplash

 

Não se enganem: nenhum cidadão brasileiro de bem preocupado com o futuro do país e com as novas gerações apoia a liberação dos jogos de azar e a volta dos cassinos ao Brasil. A regulamentação dos cassinos, dos caça-níqueis, dos bingos e mesmo o jogo do bicho, ativamente tramado dentro do Congresso Nacional por grupos de parlamentares que enxergam benefícios nessas contravenções, interessa, sobremaneira, a contabilidade e a receita de diversas organizações criminosas, que terão nessa atividade um alvará e uma licença para a lavagem de dinheiro sem maiores esforços, sem medo da polícia e da Receita Federal.
A liberação dos jogos e a volta dos cassinos não interessam ao professor, ao médico, ao pesquisador, ao trabalhador braçal, ao motorista, ao balconista e uma infinidade de outros profissionais sérios que labutam arduamente no dia a dia para garantir sustento e segurança alimentar a sua família. Essa é uma proposta que interessa apenas àqueles que lucrarão com a miséria alheia.
Na mecânica de corporações como os cassinos, para cada sortudo que sai no lucro, corresponde a outros mil que sofreram prejuízos e perdas. Não há mágicas. Tudo é montado para ludibriar o jogador e a fiscalização, quando existe. Eis aqui um típico projeto que agradará às máfias dos caças-níqueis, aos contraventores, aos contrabandistas, aos corruptos, que podem usar a jogatina para justificar desvios de recursos públicos, aos traficantes e a toda uma cadeia de criminosos, para quem os cassinos representam uma bênção e uma liberdade para delinquir.
Num momento em que o Brasil vive uma de suas maiores crises humanitárias, com centenas de milhares de mortos, desemprego, inflação, insegurança, crise hídrica histórica e uma das piores imagens no exterior, nossos representantes ainda encontram tempo, disposição e indiferença com o que acontece a sua volta e se debruçam em propostas que, mais uma vez, poderão beneficiá-los, em detrimento da nação.
Estivéssemos em um país sério, os representantes da população estariam cuidando de aprovar as reformas políticas, fiscais e tributárias que a população aguarda. Estariam resolvendo questões como a prisão em segunda instância e não tirando poder do MP. O fim do foro privilegiado, como luta o Podemos. Estariam preocupados com os gastos públicos, com as emendas individuais, de bancada e de relatores, que são inócuas e um acinte para os cidadãos.
Essa história, como dizia o filósofo de Mondubim, é “conversa para levar gato para nadar”. Dizer que a liberação dos jogos e dos cassinos gerará empregos e renda para os estados e que só existirão em resort, é uma falácia. Os próprios auditores fiscais, que conhecem a dificuldade que existe para cobrar dívidas dos caloteiros profissionais, sabem muito bem que os efeitos negativos que virão com essas liberações superam infinitamente quaisquer possíveis ganhos econômicos.
Atividades paralelas à jogatina, como o tráfico de drogas, a corrupção, a prostituição, a lavagem de dinheiro e outros crimes, ganham mais espaço e mais poder de atuação à sombra dos cassinos e em torno das mesas de bacará. O que está sendo arquitetado na surdina, dentro do Legislativo e a toque de caixa, é a derrota das leis, do combate ao crime e a ascensão e o fortalecimento do crime organizado e de seus padrinhos do colarinho engomado.
A frase que foi pronunciada:
“Jogos de azar. A maneira segura de conseguir algo por nada. ”
Wilson Mizner, dramaturgo
Wilson Mizner. Foto: amazon.com
Câmara
Deve ser votado no plenário do Senado importante projeto aprovado pela Câmara dos Deputados sobre a semana de conscientização sobre o TDAH. Trata-se do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, que merece atenção, principalmente, dos pais e mestres. Muitos lidam com crianças com TDAH sem conhecer o diagnóstico.
Foto: colegiodosjesuitas.com
Livros
Duas ótimas notícias. Aberta, a Biblioteca Nacional está com a frequência cada vez maior. Com livros, internet e salas de estudo à disposição dos interessados. Os 1.500 livros doados pelo Boulevard Shopping para crianças carentes estão sendo devorados pela criançada. Sem oportunidade de manusear livros, as crianças agraciadas com a doação estão descobrindo um mundo novo.
Foto: agenciabrasilia.df.gov
Filósofo
Muito interessante o registro de Ari Cunha na história de Brasília, que pode ser lida abaixo. Ele sugere a numeração das áreas da cidade, exatamente como são hoje. Essa é a nossa responsabilidade. Ter cuidado com a capital, desde o primeiro dia de vida.
História de Brasília
Assim, as quadras da W-3 teriam a numeração das superquadras, correspondentes em centenas. Seria assim: superquadra 105, superquadra 305, na W-1 e Quadra 505 e 705, na W-3. (Publicada em 10/02/1962)

Eleições e masoquismo político

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Foto: AFP / EVARISTO SA e AFP / Fabrice COFFRINI

 

Imensas são as responsabilidades, principalmente os deveres, daqueles, que em função do cargo de representação, dado pelo voto popular, são alçados à condição de chefe da nação. Não é por outra razão que os presidentes da República, no caso do Brasil, concentram grande soma de poder. Infelizmente, não são poucos, em nosso país, aqueles que, uma vez atingida essa condição extraordinária, veem-se muito aquém dessa missão, transformando-se, depois de empossados, em verdadeiros anões políticos, reféns das circunstâncias ou totalmente entregues às forças que os circundam.

Não é um cargo para muitos e, talvez, por isso mesmo, muitos têm fracassado, levando todo o país de roldão para crises que parecem se perpetuar no tempo. A história política de nosso presidencialismo, desde sua implantação à força em 1889, apresenta uma tal sequência ininterrupta de crises que não seria exagero dizer que esse sistema de governo ainda não disse a que veio, nem conseguiu acertar as contas com o passado, quando expulsou, de forma violenta, a família real do país.

A razão para essas crises contínuas reside, como é do conhecimento de muitos, na falta de preparo dos postulantes para exercer cargo tão instável e delicado. A vantagem da monarquia, se é que isso é possível, diante da mediocridade de figuras que desfilaram como presidentes da República, é que, naquele regime, o futuro indicado por laços consanguíneos recebia uma longa e detalhada preparação prévia antes de assumir como soberano.

A verdade é que temos experimentado, em mais de um século, uma sequência enorme e penosa de presidentes da República totalmente despreparados para a função e seguimos nessa toada, onde a única exigência ou pré-condição para atingirem esse posto é dada pelo instrumento do voto. O mesmo acontece para outros cargos no Executivo, no Legislativo e, em certos casos, para a mais alta corte de justiça do país. No lugar dos mais bem preparados, temos os mais espertos. Convenhamos que isso não é um critério que vá levar, ao poder, os cidadãos mais bem preparados e aptos a exercê-lo.

Para um alienígena que por aqui aportasse, soaria estranhíssimo termos exigências curriculares para varredores de rua e não termos as mesmas cobranças para aqueles que ocuparão o comando da nação. A coisa fica ainda mais absurda quando verificamos que estamos nos aproximando de 2022, quando, mais uma vez, teremos que escolher entre dois possíveis candidatos já demasiadamente conhecidos, testados e reprovados por suas performances.

Não há aqui necessidade de termos uma bola de cristal para sabermos que estamos diante de uma nova crise que virá, caso qualquer um desses dois nomes que aí estão em destaque nas pesquisas assumam, de novo, a presidência da República. São as imperfeições inerentes ao regime democrático, diriam uns. Dirão outros que essas são, na verdade, as imperfeições graves de um sistema eleitoral no qual o eleitor é apenas um detalhe incômodo e indispensável para o dia da votação e, depois disso, é deixado de lado e esquecido.

O fato de estarmos em meio à mais uma crise, agravada agora por uma pandemia devastadora, não nos impede, em momento algum, de estarmos preparando o próximo pleito de 22, apenas para darmos continuidade às nossas tribulações infindas. Seria própria da democracia também essa espécie de masoquismo político, que faz com que os cidadãos permaneçam atados a um sistema que parece render apenas crises cíclicas?

A frase que foi pronunciada:

A vontade é a única coisa do mundo que quando esvazia tem que levar uma alfinetada.”

Mafalda

Ilutração: Quino

Sonho

Tomara que a equipe do governador Ibaneis não apenas continue com as obras de melhoramento da W3 Sul, mas estenda essa sua iniciativa também para a W3 Norte, visando, quem sabe, num futuro não muito distante, integrar, para os pedestres, essas duas importantes vias comerciais da capital, formando uma só avenida, iluminada, limpa e atrativa para os empresários, turistas e para a população.

Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

Concreto

Caso o atual governador consiga, o que tem parecido impossível até aqui, que é a revitalização desse importante eixo, esquecido e abandonado no tempo, essas obras representarão um marco do seu governo, capaz de gerar um novo e amplo fluxo econômico da cidade, castigada por uma pandemia prolongada e impiedosa.

Foto: mobilize.org.br

História de Brasília

Está trabalhando ativamente a Associação Profissional dos Jornalistas do Distrito Federal, para que sejam financiados os carros dos seus associados. Os primeiros entendimentos com o cel. Jofre, informa a secretaria da Associação, foram realizados com bastante êxito. (Publicada em 08/02/1962).