Desculpe, foi engano

Publicado em Íntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

Dizer que o mundo está muito estranho e mudado não chega a ser surpresa para ninguém. O que causa espanto é ver hoje boa parte da mídia noticiosa tecendo elogios e mesmo incentivando para que os Poderes do Estado tomem providências no sentido de regular as redes sociais. Quem poderia imaginar que um dia, a mídia impressa, outrora o maior bastião das liberdades de expressão e de defesa da democracia, se arvoaria agora em censora, tomando a frente de um movimento que desenhará, com as tintas do Poder, aquilo que pode ser visto, lido e ouvido nas redes sociais, clamando pelo estabelecimento de uma legislação dura que coíba o excesso de liberdade dessas empresas.

Quem te viu, quem te lê. A única explicação para essa estranha tomada de posição em favor da censura é que os antigos e tradicionais meios de comunicação estão ressentidos com a concorrência imposta por essas empresas de alta tecnologia. Ver a mídia nacional com esse tipo de campanha em favor da Lei das Fake News, faz lembrar aqueles prisioneiros condenados à morte, durante a Revolução Francesa, reclamando da baixa qualidade das lâminas empregadas nas guilhotinas.

Enquanto parte da mídia deixa explícito o que pensa do PL 2.630/2020, falando abertamente da necessidade de aprovação desse projeto, outros meios, pelo silêncio e até pelo modo pouco engajado com que lidam com o assunto, colaboram, ao seu jeito, para tornar a censura dessas empresas, uma oportunidade. O que esse tipo de comunicação não se dá ao trabalho de analisar é essa campanha ou esse silêncio em prol da censura das mídias. Passa longe do que deseja a sociedade. Uma coisa é certa: tão logo o PL 2.630 seja aprovado, com, ou sem, modificações e entre em vigor, estendendo os braços de polvo da censura sobre todos e sobre tudo, esse mesmo meio de divulgação de notícias, que hoje o apoia ou silencia sobre o tema, não reconhecerá a posição tomada, tão pouco fará mea-culpa sobre sua atuação, restringindo-se a lamentar o ocorrido e colocando-se como a principal vítima desse fato.

Para o cidadão que observa de Norte a Sul a paisagem momentânea do país, fica a certeza de que nesse e em outros acontecimentos desses tempos incertos, de que está só. Sem o observatório de uma rede de comunicação livre e isenta, que é o farol das liberdades civis, vagaremos na escuridão, sujeitos a sermos lançados e esmagados contra as rochas.

É preciso entender que a censura é a ponta de lança ou a força avançada que trará atrás de si a ditadura e todos os seus males. Para os brasileiros que estão atentos a esse estranho projeto, o que se propõe é um atentado à democracia e uma renúncia às liberdades individuais. Deixem que a legislação que aí está cuide do que é fake news, injúrias, difamações e outros crimes. O que não se pode é deixar ao alvitre da subjetividade dos Poderes do Estado o que pode, ou não ser, veiculado.

Caso essa famigerada proposta vá adiante, estará aberta a porteira para a entrada em cena da pós-verdade, conforme elaborada pelo governo, deixando os fatos de lado, mesmos os mais escabrosos, para apelar para as emoções e para as crenças pessoais, fazendo a população acreditar que os maiores erros do governo são realizados de boa-fé e tendo em vista de um bem comum que virá no futuro.

 

A frase que foi pronunciada

“Os socialistas não gostam que pessoas comuns escolham, pois elas podem não escolher o socialismo.”

Margaret Thatcher

 

Comparsas

Derrubadas pelo Varjão, Riacho Fundo I. Interessante notar nas imagens que as casas construídas em terrenos ilegais recebem, sem burocracia, os serviços de água e luz, o que é um disparate. As casas legalizadas, quando precisam dos serviços dessas companhias, levam horas ao telefone ou é um vai e vem incessante de documentos. Ao ver de quem paga impostos, essas empresas também são invasoras.

 

História de Brasília

Já houve, de parte do delegado do Iapfesp, afirmação caluniosa contra êste colunista, mas a retratação veio em menos de 24 horas. Agora, com novo presidente do Instituto, a nossa esperança é a de todos os moradores: de que o Iapfesp exista em Brasília como um nucleo residencial e não como o que é.  (Publicada em 21/3/1962)

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