O flautista do Planalto

Publicado em Íntegra

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

Desde a redemocratização, ocorrida nos anos oitenta, o chamado presidencialismo de coalizão, vem ganhando fôlego, sem que ninguém faça nada para impedir que essa descaracterização da nossa República, tome corpo e engula o governo e com ele o chamado Estado Democrático de Direito.
Trata-se como já foi dito aqui neste espaço, de uma espécie de governo paralelo, que arrasta o país para beco sem luz das inconstitucionalidades e do vale tudo. Visto como deve ser, de corpo inteiro e sem arremedos, o presidencialismo de coalizão tornou-se, assim como as ditas emendas secretas, não apenas num reduto e valhacouto para bancadas como o Centrão, mas num verdadeiro aleijão a parasitar o Estado, numa simbiose, que parece nutrir Legislativo e Executivo e a mantê-los fornidos com a inesgotável fonte de recursos públicos.
A bancada conservadora, eleita em grande número pela população, para dar fim a esse e a outros vícios, parece que vai, pouco a pouco, aderindo a esse modelo desvirtuoso, certo de que o reencontro com eleitorado e as cobranças que virão ainda estão léguas de distância no tempo. Enganam-se esses deputados e mesmo senadores de primeira viagem, ao acreditarem que boa parte desse eleitorado deixará barato essa traição aos princípios republicanos.
A nova bancada, eleita graças aos ventos de renovação provocados pelo governo do ex-presidente, nem bem disseram ainda ao que vieram e já passam a engrossar o cordão do Centrão, atraídos, como camundongos, para a ratoeira farta do atual dono dos cofres públicos. PP, PL, Republicanos e outras siglas sem ideologia ou boas intenções, que aí estão para banquetear-se, vão sendo cooptadas pelo o que eles chamam de negociações políticas de bastidores, mas que na realidade se resumem ao cheiro inebriador do dinheiro e das vantagens.
Obviamente que esse é um assunto, que por suas nuances despudoradas e mal cheirosas, não deve ser tratado como ele é de fato, mas de modo eufemístico e deleitoso, como acordos de bancada ou de lideranças e coisas do gênero. O loteamento e a ocupação de estatais e de outras empresas públicas são a moeda de troca, assim como a liberação de emendas.
Não há espírito público algum nesses acordos. Tudo é ilegitimamente legal, embora não conste, uma linha sequer desses absurdos, nos alfarrábios da lei. O balcão de negócios se movimenta a todo vapor, tendo como maquinista alguém como muita experiência nesse ramo. A linguagem, cheia de eufemismos da política e fartamente noticiadas nos jornais Brasil afora, comprova a movimentação nesse mercado aberto.
 Se não é desse modo, então vejamos: “Lula fará uma contraproposta para agradar e integrar o PP e o Republicanos no Governo. (Estadão, 14 de julho) . “O presidente da Câmara entregou o prometido na votação” (idem). “Lula aproveita as férias no Congresso para esticar a corda na negociação com o Centrão.”(idem). “Centrão assume o Turismo e busca mais espaço na Esplanada.” (Correio Braziliense, 14 de julho). “Lula defende ministra da saúde após pressão do Centrão: ‘tem ministros que não são trocáveis’”. (O globo, 14 de julho). “Lula manda recado ao Centrão na sanção do Mais Médicos” (Folha de SP, 14 de julho).
Um modelo de gestão como este que aí está, deslanchando suavemente bem debaixo do nariz da população, seguramente jamais trará algo de bom para o futuro da população e na melhor das hipóteses resultará naquilo que vemos desde 1500.
A frase que foi pronunciada:
“Quando os extremistas extraem concessões das democracias em questões de princípio, seja por chantagem ou terror, as democracias não têm muito tempo sobrando. “
Philippe Val, jornalista francês
Atitude
Enfim os pedidos dos moradores da Asa Norte foram atendidos pelo Detran. Motociclistas que guiam pelas calçadas, escapamento alterado para fazer mais barulho. A operação Sossego apreendeu 15 motos.
Proposta interessante do ex-senador José Serra vai à sanção presidencial. O projeto torna lei a negociação prévia antes de multas em estabelecimentos pela Vigilância  Sanitária. Em caráter de alerta a solução é cobrada em um espaço de tempo. Caso não seja cumprida, daí sim, vem a multa.
História de Brasília
A solução seria a segunda etapa de Cachoeira Dourada, já iniciada, por sinal. Mas não ficará pronta antes de 1965, isto se o Banco do Brasil autorizar, logo, a importação do material necessário. (Publicada em 22.03.1962)
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