Categoria: Íntegra
Criada por Ari Cunha desde 1960
jornalistacircecunha@gmail.com
com Circe Cunha e Mamfil
Palavras não são só palavras, ainda mais quando ditas por indivíduos, que pela posição hierárquica que ocupam dentro de uma sociedade civilizada, vêm cobertas de sentidos vários. É preciso, portanto, ir além do entendimento do que esses líderes dizem, analisando palavra por palavra, observando que outros sentidos podem estar ocultos atrás de cada uma delas. Esse é um dos métodos recomendados para os precavidos e para todos aqueles que cuidam para não cair em armadilhas. Os incautos andam como cegos, já os que cultivam o bom senso preferem as trilhas clareadas pela luz.
É seguindo essas recomendações que devemos analisar com cuidado a associação de palavras com conceitos firmados, de modo a entender o significado real da expressão e, quiçá, ligá-lo corretamente à pessoa que o proferiu. Assim temos a expressão, dita pelo atual mandatário em entrevista, que “o conceito de democracia é relativo”. Obviamente que cada indivíduo possui, de acordo com sua experiência, um conceito próprio de democracia. Até aí tudo bem. O problema é quando o conceito de democracia passa a adquirir uma elasticidade e um misto de relativismo e personalização tal, que acaba por destruir ou inverter o sentido real de democracia, erigindo em seu lugar qualquer outro fantasma, que seguramente não será a democracia, “comme il faut” e que prevalece hoje em boa parte do Ocidente desenvolvido.
Para muitos não se deve gastar tempo e tintas analisando garatujas mentais, ainda mais naqueles cuja a conexão entre cérebro e língua inexiste. Mas em se tratando de quem disse o que disse e quais possíveis desejos camuflados por detrás desse entendimento e suas consequências para o futuro da nação, é preciso esmiuçar essa fala, ligando-a diretamente a quem a proferiu. Vai que nos vazios entre uma letra e outra, várias legiões de demônios estão amoitados à espera da hora derradeira.
A democracia, como a entendemos na modernidade, é apoiada por alguns pilares fundamentais e até absolutos como é o caso de eleições periódicas livres, justas e amplamente auditáveis em caso de controvérsias. Também se apoia no respeito aos direitos humanos e liberdades fundamentais. Outro pilar é representado pelo Estado de direito e de governança democrática onde reina o império e o governo da lei. Outro apoio é o do pluralismo político e responsabilidade direta de todos por suas ações. Há ainda o pilar da participação dos cidadãos no processo político dentro dos princípios do igualitarismo, civilidade e de liberdade, ensejando o direito a todos, por meio de negociações políticas constantes, sempre com base na imutabilidade de uma Constituição soberana e acordada por todos.
Poderíamos estender aqui outros pilares nos quais a democracia se firma, como é o caso de aceitar a candidatura de quaisquer brasileiros que atendam às exigências previstas e apresentem uma ficha pretérita limpa e sem máculas, mas isso seria enfadonho demais e até redundante.
A questão aqui é demonstrar que esses e outros pilares são absolutos, ou seja, devem ser mantidos, com firmeza, onde estão, cimentados pelo o que reza a Constituição, descartando portanto, quaisquer outros relativismos não previstos.
Partindo de uma comparação entre dois ou mais elementos, para melhor analisá-los sob diferentes perspectivas, a relativização se opõe ao que é absoluto. Com isso, fazendo-se uma comparação, ao acaso, entre Brasil e um outro país, como por exemplo a Venezuela, é possível chegar a conclusão de que aquele país não segue os ditames democráticos, sendo portanto uma ditadura em todos os seus sentidos.
A continuar ainda um exercício de relativização ligando quem disse, a razão e como disse, o que disse, e ainda por cima agregou à sua afirmação de que a Venezuela é mais democrática do que o Brasil, podemos inferir que a democracia é mesmo um conceito relativo. Relativo e passível de ser transformado e igualado naquilo que se transformou hoje o país de Nicolas Maduro.
A frase que foi pronunciada:
“O comunismo existe hoje por que o cristianismo não está sendo suficientemente cristão.”
Martin Luther King
Hipocrisia
Fizeram um escândalo enorme com as casas distribuídas pela prefeitura de Campinas que medem 15m2. O dono pode fazer puxadinho com o dinheiro que vai sobrar, já que agora tem um teto. Mas ninguém vê esse auê na capital da república, na Asa Norte onde kits pouco maiores, de 20m2, são alugadas. Já vi moradores guardarem a roupa no porta malas do carro, porque não tinha espaço para armário. Em espaço alugado o puxadinho é o carro.
História de Brasília
Já foi iniciado o combate às invasões no Plano Pilôto. A Secretaria do Interior e o DFLO da Prefeitura estão retirando os barracos, e já limparam as superquadras 301, 302 e 303. (Publicada em 01.03.1962)
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Exemplos vindos de toda a parte e em todo o tempo ensinam que os países, ao longo de suas histórias, experimentaram movimentos pendulares na política, ora oscilando numa direção, ora em outra, mas sempre mantendo e obedecendo a direção imposta pela sociedade.
No Brasil essa dinâmica não é diferente e segue exatamente os anseios expressados pela maioria dos cidadãos. Analisando o tema do ponto de vista dessas alternâncias entre sístoles e diástoles ou entre o inspirar e expirar, é fato que em decorrência de fatores puramente históricos , advindos de nossa formação sui generis, é possível atestar na sociedade brasileira , em todos os patamares da pirâmide social a presença de um forte elemento conservador.
É preciso, no entanto, esclarecer que o termo conservador aqui não significa, como muitos teóricos da esquerda gostam de pregar, algo atrasado ou parado no tempo. O termo se liga muito mais a preservação daquilo que os brasileiros emprestam um valor simbólico, fundamental até para a existência de cada um, como é o caso dos costumes, da família, da preservação da vida, da religião, patriotismo e de outros elementos que sempre estiveram presentes na vida do cidadão comum, seja rico ou pobre, branco ou preto.
O que está acontecendo agora, com a provável eleição de Jair Bolsonaro, começo a ser preparado quatro anos atrás, com a eleição para o Congresso da maior bancada conservadora em meio século. Levantamentos feito pelo Ibope a dois anos passados mostravam que 54% dos brasileiros de todas as classes expressavam posições conservadoras em relação a temas como aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, maioridade penal, pena de morte e outros temas relevantes. Obviamente que alterações de curso, dentro do tecido social, como é o caso do aumento extraordinários dos índices de violência, fizeram a população mudar radicalmente de posição, considerando , pela primeira vez, tanto a pena de morte como a prisão perpétua para crimes hediondos, como única saída possível para consertar o país. A possível eleição de Bolsonaro vem juntamente nessa onde de conservadorismo, adormecida desde 1964. Para os analistas a grande questão agora será como os conservadores ,que puseram agora a cara na janela, irão tratar da questão da desigualdade social histórica, de forma a fazer valer esses valores, principalmente quanto a agenda liberal de diminuição do Estado e o fim de privilégios a muito enraizados em nossa nação. O saudoso Betinho costumava dizer que democracia não combina com fome e desigualdades. Nesse caso se os conservadores conseguirem, de fato, reduzir esses abismos existentes no país entre pobres e ricos, conseguirão se manter no poder. Caso contrário, o pêndulo irá seguir seu caminho, oscilando para o outro lado.
Desarmar os espíritos é um bom começo, mas não resolve quando o assunto são interesses humanos em jogo. Nesse sentido é tão importante desarmar a agressividade dos homens, como desarmar e desaparelhar as instituições do Estado, livrando-as da ascendência maléfica de ideológicas, sobretudo aquela que dominaram o país por longos treze anos.
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Por incrível que pareça, não se ouvem vozes balizadas discutindo o que interessa ao país, que é a busca por um modelo de gestão administrativa, capaz de fazer cessar as crises institucionais, políticas e econômicas cíclicas. Talvez a razão se deva ao pouco interesse que esse tema suscita entre as elites. O fato é que sem essa discussão ou sem esse esforço em pensar o país, de modo sério e profundo, continuaremos andando em círculos, gastando energias sem ir a lugar algum.
Vivemos mergulhados em improvisos e isso nunca dará certo. A questão aqui é que a cada quatro anos, com a chegada de novos governos, toda a estrutura administrativa do país é desmontada ou simplesmente destruída e deixada de lado. Não é somente o caso de obras públicas, que são abandonadas no meio do caminho, depois de serem investidos bilhões em recursos do Tesouro. São centenas espalhadas pelo país. Os prejuízos são incalculáveis, isso sem contar nas implicações que essas obras acarretam para o desenvolvimento do país e para o bem estar dessas populações que seriam beneficiadas por esses projetos órfãos. Pior ainda que essa situação específica, é o desmonte de toda a estrutura administrativa do país, que é levado a cabo por cada governo que assume.
Primeiro destrói-se o que foi feito e que estava funcionando. Em cima de ruínas, passam a erguer outras estruturas. A cada quatro anos, ministérios, alguns importantes e fundamentais, bem como seus respectivos programas, são desmantelados para dar lugar a novas estruturas, que certamente passarão pelo mesmo processo. Outros ministérios e pastas passam a ser criados, com o todo o universo de pessoas, materiais e programas que isso envolve. Nada fica de pé. Perde-se um tempo precioso, principalmente perdem-se programas que, por sua natureza de efeitos de longo prazo, são abandonados ou deixados inconclusos. Criam-se sinecuras para os que estão na base do novo governo. São abolidas outras que serviam ao ex-governo. Para os contribuintes isso é um acinte inominável.
Quem observa os países desenvolvidos, constata que neles as estruturas pertencentes a administração pública são mantidas, assim como os projetos que ultrapassam o tempo de gestão dos governos. Nesses países, todos os recursos são poupados. Nada de mordomias nem antigas nem novas. Por aqui nenhuma das estruturas responsáveis pela administração pública estão à salvo da sandice dos novos governos. Como se todo esse descalabro não bastasse, ainda temos a destruição ou simplesmente o descumprimento de regras e leis estabelecidas. Damos um passo adiante e dois para trás.
Ordenamentos importantíssimos como a Lei de Responsabilidade Fiscal que obrigava o governante a gastar com base naquilo que arrecada, são esfrangalhadas par atender as exigências de irresponsabilidade dos novos gestores. Se existia um tal de teto de gastos, previamente fixado, fura-se esse teto e seja o Deus quiser. Se existiam penalidades para os maus gestores, criam-se leis que tornam esses governos isentos de culpas e sanções. Do mesmo modo, no campo político, cada governo que assume cuida logo de destruir as oposições. Não obtendo o resultado que deseja, criam estratégias para obter. Com um modelo caótico como o nosso, pensar em progresso e principalmente em melhoria nos índices de desenvolvimento humano ou nos índices que aferem o grau de corrupção na máquina pública é perder tempo. Estamos na rabeira desses índices, assim como estamos nas últimas colocações quando o assunto é educação, violência e outros quesitos que medem a evolução humana moderna. E não pense o sofrido leitor que essa é uma mazela restrita apenas ao Poder Executivo. A cada estação mudam-se as regras. Nada possuí um valor perene, nem mesmo a ética pública. Relativizamos tudo, inclusive o poder do bem e do mal.
A frase que foi pronunciada:
“Não, não há duas morais. Para os estados, como para os indivíduos, repito, na paz, como na guerra, a moral é uma só. (…) Se o mundo vê erigir-se agora um sistema que a ela lhe usurpa o nome, revogando todos esses cânones da eterna verdade, não é a moral que se está civilizando: é a imoralidade, encoberta com os títulos da moral destruída, a malfeitora oculta sob o nome de sua vítima; e todos os povos, sob pena de suicídio, devem unir-se para lhe opor a unanimidade incondicional de sua execração.”
Rui Barbosa
Haja
Para renovar o bilhete de identidade na Embaixada de Portugal, o patrício passou 3 meses tentando agendar pelo site. Depois de preencher minuciosamente um formulário em cada tentativa, a resposta vinha dizendo que não havia mais vagas. Com a paciência em frangalhos enviou um e -mail e soube que só no último dia do mês é possível pedir o agendamento. Mais dois meses aguardando o último dia para tentar. Por toda a manhã preenchendo os formulários novamente a cada tentativa. Nada. Dessa vez informaram que só a partir das 14h a agenda estaria aberta. Nem a Caravela Santo Antônio, Caravela São Pedro e Caravela Nossa Senhora Anunciada precisaram passar por tanta burocracia para chegar ao Brasil em 1500.
História de Brasília
Para a construção das casas de alvenaria, informaram que não havia madeira, e existia, em estoque, cimento, tijolos, areia, etc. Mas se forem dar busca nos documentos encontrarão compra de material para essas casas em importância superior à que se construíssem de madeira. (Publicada em 21.03.1962)
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Dois fóruns, ambos realizados por iniciativa de instituições particulares e sempre em terras estrangeiras, têm servido de palco e palanque para que ministros, magistrados e outros políticos invariavelmente ligados direta ou em consonância como atual governo, façam seus discursos e outras análises sobre o Brasil atual.
O pano de fundo do que se ouve nesses encontros, pode ser resumido ou numa recorrente crítica ao ex-presidente Bolsonaro e sua gestão, ou em tecer elogios apoios ao atual governo. Trata-se, ao fim e ao cabo, de dois fóruns com objetivos políticos e certamente partidários, embora haja um esforço tremendo dos seus realizadores para o que é dito nesses palanques internacionais não sejam interpretados dessa maneira.
O primeiro desses fóruns é a LIDE, lideranças empresariais, ligados e comandado pelo ex-governador de S.Paulo João Dória, que tem preferido a cidade de Nova Iorque para realizar esses encontros. O Segundo é o Instituto Brasiliense de Direito Público IDP, ligado ao ministro Gilmar Mendes do STF, que realiza seus encontros na cidade de Lisboa, em Portugal.
Tomando-se a lista com os nomes daqueles que são convidados para esses dois encontros internacionais e periódicos, já se pode ter uma garantia de que o ponto de vista, sobre os mesmos temas ali discutidos, vindos da oposição ou daqueles que não apoiam o atual governo, não existem e são até rechaçados. Na verdade, esse é, de certa forma, um encontro e reunião do que se poderia chamar “O Sistema”.
Pelos assuntos tratados nesses encontros e pelo tipo de avaliação que fazem sobre a conjuntura nacional, fica claro que esses fóruns, são sobretudo palanques políticos com propósitos muito específicos e que atendem objetivamente as estratégias e planos que essas elites sonham e desenham para o futuro do país. Certamente, não é o Brasil com que sonham os brasileiros.
Não é de se estranhar que são em ambientes dessa natureza, longe do Brasil, que magistrados perdem totalmente o recato ao declarar, para toda e qualquer oposição a frase que ficou famosa: “perdeu Mané”. Em lugares como esse, os “Manés” não são ouvidos ou sequer bem vindos. Ditado antigo repetido pelo filósofo de Mondubim qualificava esse tipo de malta: “diz-me com quem andas e eu te direi quem és”. Interessante notar aqui que nesses fóruns, não se ouvem também especialistas como antropólogos, sociólogos, etnólogos, folcloristas e mesmo cientistas políticos independentes, que poderiam, através de uma visão acadêmica e presente, discorrer sobre o Brasil, como ele é, como é sua gente, o que pensam e sobretudo que avaliação fazem dessa gente empolada.
Talvez essas ausências se expliquem pelo fato de que o que esses mestres têm a dizer não seja do agrado daquela plateia. Mais difícil de engolir é que nesses fóruns, falam de um país que não conhecem e que se restringe à capital e seus maneios partidários, suas intrigas e tramas. O Brasil real dista muitas léguas desses fóruns, talvez por isso mesmo, esses encontros sejam realizados sempre em terras estrangeiras, no além mar ou na linha do horizonte.
A frase que foi pronunciada:
“Não, não há duas morais. Para os estados, como para os indivíduos, repito, na paz, como na guerra, a moral é uma só. (…) Se o mundo vê erigir-se agora um sistema que a ela lhe usurpa o nome, revogando todos esses cânones da eterna verdade, não é a moral que se está civilizando: é a imoralidade, encoberta com os títulos da moral destruída, a malfeitora oculta sob o nome de sua vítima; e todos os povos, sob pena de suicídio, devem unir-se para lhe opor a unanimidade incondicional de sua execração.”
Rui Barbosa
Leitor
Renato Mendes Prestes, revoltado com a CAIXA nos envia em missiva:
“A Caixa Econômica Federal, ao invés de facilitar a vida do correntista, está tirando seus caixas eletrônicos dos shoppings, forçando o cliente a se deslocar à agências longínquas.” Reclama da “falta de respeito com a grande massa de correntistas em divulgar tal medida esdrúxula e antipática.”
Haja
Para renovar o bilhete de identidade na Embaixada de Portugal, o patrício passou 3 meses tentando agendar pelo site. Depois de preencher minuciosamente um formulário em cada tentativa, a resposta vinha dizendo que não havia mais vagas. Com a paciência em frangalhos enviou um e -mail e soube que só no último dia do mês é possível pedir o agendamento. Mais dois meses aguardando o último dia para tentar. Por toda a manhã preenchendo os formulários novamente a cada tentativa. Nada. Dessa vez informaram que só a partir das 14h a agenda estaria aberta. Nem a Caravela Santo Antônio, Caravela São Pedro e Caravela Nossa Senhora Anunciada precisaram passar por tanta burocracia para chegar ao Brasil em 1500.
História de Brasília
Para a construção das casas de alvenaria, informaram que não havia madeira, e existia, em estoque, cimento, tijolos, areia, etc. Mas se forem dar busca nos documentos encontrarão compra de material para essas casas em importância superior à que se construíssem de madeira. (Publicada em 21.03.1962)
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jornalistacircecunha@gmail.com com Circe Cunha e Mamfil Não respeitar a regra do jogo, essa parece ser a regra motriz atualmente. Principalmente quando esses preceitos ameaçam impedir a gastança sem lastro e o populismo irresponsável com o dinheiro dos pagadores de impostos. Diante da incapacidade legal de mudar agora o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um técnico em finanças altamente gabaritado e por isso mesmo respeitado dentro e fora da instituição, os governistas, com assento no Congresso, buscam freneticamente, derrubá-lo por qualquer meio ou deslize. Obviamente que sonham em colocar no lugar, desse “estraga prazeres”, alguém que possa compactuar com os delírios econômicos que já tivemos como aperitivo. Mesmo antes das eleições, Lula já estava leiloando a cabeça de Campos Neto, pois via nesse economista um forte empecilho para a implementar um plano econômico que, diga-se de passagem, não foi apresentado à nação. Em termos de economia, entre a cabeça do presidente da República e a do presidente do Banco Central, parte daqueles que conhecem o passado de gastança prefere não apostar no caos. A permanência de Campos Neto é fundamental como condutor nesse caminho pedregoso. Aqueles que acompanham os gráficos econômicos e oscilantes do país, sabem muito bem que sem responsabilidade contábil, o passado de caos voltará com carga máxima. Para os que têm memória isso é tudo o que não pode voltar a acontecer. A base governista, que está se lixando para coisas como metas de inflação e outros elementos da economia, pedem o afastamento do presidente do BC, por motivos que vão desde seu “comprovado e recorrente desempenho insuficiente para alcance dos objetivos da instituição”, até sua “persistência em manter injustificadamente as taxas de juros, comprometendo a economia do país”. O que essa base governista não diz é que essa é uma ordem expressa vinda do Palácio do Planalto para colocar na rua “esse cidadão que ninguém sabe quem botou lá” e que está “lesando o povo brasileiro”. O que a oposição, que deveria trabalhar para impedir essa demissão, também não fala, é que Campos Neto, goste-se ou não de sua atuação, representa agora o último bastião de resistência aos desatinos e improvisos do governo Lula no âmbito da economia. No campo político, a gente já sabe: estão cassando, via TSE, um a um os parlamentares de direita e quem se propõe a fazer oposição ao atual governo. No campo econômico e na cabeça do atual mandatário, a questão principal não é a taxa Selic, mas a barreira, apresentada pela atual política de juros do Banco Central, que impede o gasto além das receitas e o retorno do populismo na economia. Lula deveria perguntar ao seu colega da Argentina, o que ele fez com a economia daquele país, para estar, pela quinta, de pires na mão, pedindo socorro ao Brasil. Algum assessor tem que se imbuir de coragem e dizer a Lula que Alberto Fernández, que lembra muito o personagem de Péricles, “o amigo da onça”, que ele é hoje o que virá a ser Lula amanhã.
A frase que foi pronunciada:
“Não existe mais Estado Democrático de Direito. Na melhor das hipóteses ele está suspenso.”
Modesto Carvalhosa
Estranho Interessante que o Plano Diretor da Cidade não permite que conjuntos de casas em áreas legalizadas fechem a entrada para proteger os moradores. Já os invasores de áreas verdes podem cercar, fechar e fazer o que bem entenderem.
Notícia boa Muitos elogios sobre a Unidade 22 Horas no Lunabel em Goiás. O atendimento para a comunidade local é sempre rápido e os profissionais são atenciosos.
Imprudência É muito comum ver ciclistas andando na contramão pelas pistas de Brasília. Hora de uma campanha de conscientização.
Chega Todas as notícias de assassinatos e violência trazem o nome dos agressores estampado, dando o holofote para quem ataca ou mata. Um código de conduto impede que a imprensa trate de suicídios. O mesmo código deveria prever a proibição da divulgação do nome de criminosos.
História de Brasília Para a construção das casas de alvenaria, informaram que não havia madeira, e existia, em estoque, cimento, tijolos, areia, etc. Mas se forem dar busca nos documentos encontrarão compra de material para essas casas em importância superior à se construíssem de madeira. (Publicada em 21.03.1962)
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Ora, ora, ora, um ex-presidente corre agora um risco real de perder seus direitos políticos, sob a acusação pueril de ter reunido embaixadores para discorrer sobre a fragilidade e a incapacidade de auditamento, pelos eleitores, das sacrossantas urnas eletrônicas. Ao mesmo tempo seu sucessor, a quem tudo parece consentido, irá reunir, aqui em Brasília, entre os dias 29 de junho e 2 de julho o 26º Encontro do Foro de São Paulo, ocasião em que estarão presentes os maiores déspotas da América Latina, gente acusada de liderar, entre outros crimes, massacres, tráfico de drogas e armas, guerrilha e outras barbaridades, tudo em nome de uma futura e sinistra “Pátria Grande”, ou seja, um continente sob o tacão macabro do comunismo.
No tempo em que a balança da justiça era regulada e aferida pelos parâmetros da legalidade e do manual da Constituição, essas seriam duas situações distintas e tratadas conforme e grau e o peso de seus efeitos deletérios de malignidade. Ocorre que essa balança hoje muito se assemelha àquelas que vemos nas feiras populares e que aferem o peso sempre em favor do feirante, dono da traquitana.
É o que temos e o que permitimos ter. Na balança indiferente da História contudo, toda essa aferição e pesagem é refeita, mostrando o resultado real de feitos e malfeitos. Mas que importância pode ter o futuro, quando se sabe que muitos desses personagens que hoje manipulam a balança, sequer poderão ser responsabilizados.
Uma das características inerentes à injustiça é que ela é feita por mortais que sabem o tempo que lhes resta. É o que temos ao permitir que o país fosse colocado numa balança viciada de feira popular, lesado e espoliado na cara do freguês. Pensar que a capital, idealizada para abrigar o que se acreditava ser o “homem novo”, terá que receber em seu solo, uma verdadeira legião de demônios, que virá com seus ardis, para tramar um novo inferno sobre o continente é demais para qualquer cristão suportar.
Pensar ainda que todo esse séquito do mal adentrará a cidade com toda a pompa e circunstâncias oficiais, sendo saudado pelo chefe de Estado, parece um pesadelo. O que será comercializado nessa feira do mal, não interessa ao cidadão de bem. É veneno o que esses dragões têm a oferecer.
A frase que foi pronunciada:
“(…) devemos lembrar a morte do comandante Hugo Chávez há 10 anos, depois de chegar ao poder democraticamente, sofrer um golpe e retornar à presidência. Chávez iniciou um novo capítulo na Venezuela e em todo o continente, ao se tornar um exemplo de luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, iniciando o enfrentamento concreto das heranças das ditaduras militares na América Latina e Caribe
Parágrafo 76 do documento do XXVI do Encontro do Foro de São Paulo que acontecerá em Brasília 29.06 a 02.07
Mês terceiro
Uma empresa de segurança que serve condomínios está levando os clientes ao ponto máximo de estresse. Com a justificativa de mudança de funcionários, alega que as datas de vencimento variáveis de mês a mês serão normalizadas.
Na rede social resumiram a situação no Brasil da seguinte forma: O pobre tem moto, celular e carro popular. Mas não tem Educação, Saúde, Segurança ou Saneamento Básico. Tudo o que o pobre tem é por causa do capitalismo e tudo o que o pobre não tem é por causa do Estado.
23 de julho
Queridinhos do povo brasileiro logo são atingidos por flechas eivadas de rancor. Dessa vez é o PIX para pessoa jurídica onde a gratuidade está com os dias contados.
Aqui não!
Em horário estabelecido o BRT tem um ônibus exclusivo para mulheres, tamanho o assédio nos ônibus lotados. Volta e meia entra um engraçadinho falando mole e a mulherada logo bota para fora.
História de Brasília
Todo o mundo fala que falta material para limpeza, que não há verba, não há ordem para comprar. Mas houve dinheiro para construir residências de alvenaria com obras paralisadas, localizadas em lugares impróprios, contrariando normas seguidas por todos os outros Institutos. (Publicada em 21.03.1962)
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Diz com muita propriedade o Salmo 52 que os peixes morrem pela boca e os homens pela língua. Infelizmente esse é um alerta que poucos têm dado ouvidos, sobretudo a classe política de nosso país, historicamente sempre ávida por marcar posições através daquilo que dizem. Servisse de guia e de orientação a ser seguida, muitos contratempos poderiam ser evitados, sobretudo aqueles que acabam gerando crises institucionais.
Não é de hoje que as crises políticas que abalam o país e que de certo modo atrapalham o pleno desenvolvimento da nação, são geradas por falas mal pensadas ou saídas da boca sem passar antes pelo cérebro. A verborragia é a arte dos parlapatões ou dos boquirrotos. Espremidas e peneiradas pela razão e o bom senso, não sobram, senão salivas. Mas pelo mal que, por séculos, têm causado ao país e aos brasileiros, as falas soltas deveriam ser detidas a tempo de não aumentarem nossos infortúnios, que não são poucos.
Para quem se detém em analisar o que nossas lideranças políticas dizem a torto e a direito e de modo despretensioso, o que deixam escapar, sem querer, e o que dizem é aquilo que gostariam de fazer de fato. Para os parlamentares e os que vivem da fala e do discurso, a tarefa de exercitar a mente para educar a língua é sempre um trabalho difícil, mas necessário.
Curioso que temos nesse momento histórico em que vivemos, dois personagens, situados em lados extremos da política, e de tão antagônicos, praticamente se tocam em similitude quando a questão é verborragia e a língua solta. Lula e Bolsonaro são dois grandes parlapatões da atual cena política nacional, e por esse destempero vocal, transformados num misto de vício e mania, já foram muito além do razoável e já causaram diversos danos a si e aos cidadãos desse país. A diferença aqui é que a frouxidão de Lula com a língua parece se estender também para uma lassidão no campo da ética.
Esses personagens falam, como se diz, pelos cotovelos e se mostram também, nas entrelinhas quem são. De Bolsonaro, pode-se dizer, perdeu a eleição em novembro de 2022, em parte pela sua verborragia durante seu mandato, comprando brigas e intrigas desnecessárias, indispondo-se com a Stablishment e outros próceres do sistema, queimando pontes e causando conflitos, que ao final vieram lhe prejudicar, colocando parte da imprensa, do Judiciário e do Parlamento contra seu governo. O problema aqui, aliado a língua solta, era o excesso de franqueza e de sentimentos contraditórios que percebia em seu entorno e que foram potencialmente elevados, depois da tentativa de assassinato e seus efeitos físicos posteriores, que passou a experimentar com esse atentado.
De fato, Bolsonaro foi o personagem mais atacado em toda a história de nossa República e ainda segue colhendo infortúnios e perseguições de todos os lados. Mesmo tendo sobrevivido à uma verdadeira guerra, travada em diversas frentes contra ele, Bolsonaro, conseguiu a proeza de se tornar querido junto a grande parcela da população brasileira, por onde transita com facilidade e sempre cercado de grande multidão.
Lula, Lula, Lula, como dizia José Dirceu, com reticências cheias de histórias mal contadas, tornou-se um personagem folclórico da história política brasileira, justamente por sua língua solta que parece dançar dentro da boca. Trata-se aqui de um verdadeiro Macunaíma, o herói sem caráter, o encantador de serpentes incautas. Lula vive hoje, por seus malabarismos passados, a contradição de ser, talvez, o único presidente da República que não pode transitar tranquilamente em vias e praças públicas. De tanto que fala, pode-se inferir que nesse personagem ímpar, estão irmanados diversos outros personagens. Sua língua destrambelhada parece comandada por diversas entidades distintas. Foi com essa lábia toda que construiu seu itinerário político e com ela se mantém em pé até hoje. Seu retorno à vida política nacional, não foi obra apenas sua. Foi resgatado do fundo do poço por um Judiciário açoitado pela língua de Bolsonaro.
Hoje a língua solta de Lula causa transtornos na cena nacional e internacional. Diz o que diz e depois se desdiz com a mesma facilidade. Pena que durante os debates políticos transmitidos pela TV, a regras demasiadas estreitas não permitiram que esses dois personagens pudessem duelar livremente, numa batalha de línguas, mais afiadas que espada espartana, mais venenosas que língua de sogra.
A frase que foi pronunciada:
“O problema com ela é que ela tem o poder da fala, não o poder da conversa.”
George Bernard Shaw
Lei Distrital
Uma só festa na Torre Digital foi capaz de incomodar Asa Norte, Lago Norte e Paranoá sem que as autoridades tomassem providências para evitar reincidência. Bastava aplicar a lei do Silêncio, já que a festa foi da tarde do dia anterior até 6h da manhã do dia seguinte. Talvez a solução seja uma lei impondo que todo responsável por festa rave, ou similar, seja obrigado a distribuir fones de ouvido para cada convidado, assim como se faz com os óculos em filmes de 3 dimensões. Que curtam a festa com seus próprios ouvidos, sem incomodar quem paga os impostos em dia.
História de Brasília
O pessoal de portaria é arrebanhado (há exceções) entre os operários das obras, e é incapaz de dar uma informação, de manter asseada uma entrada, de zelar pelo bloco. (Publicada em 21.03.1962)
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com Circe Cunha e Mamfil
Um dos maiores problemas decorrentes da polarização política extremada é que aqueles que se encontram equidistantes desses pontos, e que representam a grande maioria da população, são justamente os que mais sofrem com os efeitos dessas radicalizações irracionais. Primeiro porque seja quem for o vencedor do pleito, não haverá, por birra política, continuidade de programas e projetos, interrompendo, muitas vezes, projeto vitais e de interesse exclusivo da população.
Esse tem sido um dos principais motivos pelos desperdícios e pelos prejuízos bilionários acarretados com obras e programas sociais, abandonados ou empurrados para um futuro incerto. Por ouro lado o que se verifica, como consequências dessas radicalizações de posições é que a prepotência que faz com os novos governantes comece do zero, como se o Brasil fosse redescoberto, depois de cinco séculos, refazendo o que está feito e desfazendo o que não foi concluído ainda. É nesse vai e vem, que o país não sai do lugar.
Estamos metidos ainda, em pleno século XXI em disputas ideológicas, enquanto o resto mundo avança em novas tecnologias, investindo pesado em pesquisas e planejamento para o futuro. No meio da polarização insana e improdutiva das disputas políticas pelo controle da máquina do Estado, o que sobra para a sociedade são as balas e os obuses perdidos vindas de uma parte e de outra, a atingir, indiscriminadamente a todos.
Vaidade das vaidades, tudo é vaidade e aflição de espírito. Aquilo que é torto não se pode endireitar, (Eclesiastes 1). É com ensinamento como este, vindo de um passado milenar, que devemos pôr nossos sentidos. Ao longo de toda a história humana, que proveitos tiveram aqueles povos colocados ao meio caminho, entre disputas bárbaras, senão a destruição?
É justamente nessa aflição de espírito que vamos ao encontro de outubro, certos de que depois dessa data, não cessarão as agonias e por uma razão simples: os extremos nessa disputa estão, cada um, ao seu modo e com seus vícios, de um lado do precipício. Não se enxergam no horizonte nenhum programa consistente de governo. Tudo são xingamentos e acusações. Há sim um programa de ódio, armado como uma bomba que irá detonar, na hora certa, sobre a cabeça de todos, sobretudo daqueles que nada tem a haver com essas pelejas e que nada esperam delas.
Uma Justiça Eleitoral, digna do epiteto, capaz de conduzir esse e outros pleitos, dentro do que estabelecem as mais básicas regras do respeito e da ética, seria capaz de colocar ordem na disputa, conduzindo todos para o vale da harmonia, transparência e do equilíbrio das partes. Talvez assim, essa campanha, conseguisse alcançar um nível de racionalidade e utilidade pública que a sociedade almeja e merece.
Ao invés disso, o que se observa, flagrantemente, é o posicionamento desses árbitros em benefício de uma das partes, emperrando a balança da justiça e da ordem para um lado, numa clara demonstração de que há um tribunal veio para complicar um pleito, que por si só já bastante confuso, improdutivo e belicoso.
A frase que foi pronunciada:
“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.”
Otto von Bismarck
Pratas da Casa
David Chatelard, da Engenharia Mecatrônica da UnB, representa Brasília e o Brasil com toda a turma de Divisão de Robótica Inteligente em exposições e competições.
Tão simples
Passear a pé pela Asa Norte é diferente de passear no Lago Norte por uma razão. O bem comum. Para os donos de cães do Lago Norte recolher as fezes do animal é uma cena impossível. Por isso, ao longo das calçadas os excrementos compõem a paisagem de uma das áreas mais “nobres” de Brasília. Já na Asa Norte saquinhos para esse fim estão disponíveis para a colaboração como cidadãos.
Brasília
Um fenômeno social acontecendo perto da colina, na L3, residência dos professores da UnB. Uma cena totalmente bizarra. Barracos de lona ao longo da pista de um lado, com crianças descalças brincando na terra vermelha, uma mesquita luxuosa, de arquitetura refinada de outro. Os barracos que invadem a avenida são a moradia de carroceiros que juntam todo tipo de material reciclável. Mereciam viver em um lugar decente, legalizado, para que exerçam essa importante atividade.
Preparação
Poucos no mundo sabem que na Amazônia acontece um carnaval genuinamente raiz, onde o folclore amazonense se mistura com a tradição local. É hora de o Carnaboi ganhar os continentes.
História de Brasília
Já foi iniciado o combate às invasões no Plano Pilôto. A Secretaria do Interior e o DFLO da Prefeitura estão retirando os barracos, e já limparam as superquadras 301, 302 e 303. (Publicada em 01.03.1962)
Criada por Ari Cunha desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
Com base apenas num exercício de imaginação, suponhamos que a CPMI que cuida de desvendar os fatos ocorridos em 8 de janeiro, chegue onde querem as oposições, colocando o governo contra a parede e desvendando toda a trama ocorrida naquele fatídico dia. Essa, apesar de as narrativas ao contrário, é uma possibilidade que pode estar longe da ficção, reforçada ainda pelo o que se diz das CPMIs: sabe-se como começa e não como termina.
Por certo o governo vem fazendo todos os esforços nos bastidores para isto não venha a ocorrer. O material que vem sendo colhido sobre o assunto e a identificação dos protagonistas daquelas depredações, aumenta a chance de uma virada de jogo. Aqueles eventos, que a princípio só contariam com a participação dos acampados em frente aos quartéis, foi sendo, ao longo dos meses, acrescido de novos protagonistas. Muitos deles já identificados com alas do governo. Trazer esses agitadores para depor na CPMI, oferecendo-lhes o benefício da delação premiada, pode render confissões explosivas.
Nessa altura dos acontecimentos, já ficou patente para as oposições que a atuação da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD), dentro da CPMI deve ser monitorada de perto e com toda a cautela. É com seu trabalho de síntese, ao final das investigações, que conta o governo. As oposições sabem que se não trabalharem com afinco e coesão, as chances de levar a bom termo essa CPMI, diminuem bastante. Para quem acompanha de fora o desenrolar desses trabalhos, a visão que se tem é de que o governo está mais comprometido com os acontecimentos do dia 8 de janeiro do que as oposições. Os depoimentos da ABIN e do SISBIN são fundamentais.
Para a população que segue assistindo essas sessões, existe naquela comissão quem deseja trazer a verdade à tona, como existem também aqueles que estão empenhados para que as narrativas se sobreponham aos fatos. Há aqui uma luta renhida entre verdades, pós verdades, narrativas e mentiras, todas elas se estapeando no ringue.
Existem também, dentro da própria comissão e nos arredores, aqueles que acreditam que, dependendo das circunstâncias desfavoráveis ao governo, o Judiciário venha a ser acionado para “melar” o jogo, dando vitória a situação. O problema aqui para as oposições é que o recesso parlamentar de julho venha jogar fria sobre a CPMI, levando essas discussões para os bastidores, onde as negociações, de interesse do governo se farão mais intensas e longe dos olhos do público.
O governo tem muito a oferecer, pois tem a caneta na mão. Há ainda a ameaça real de cassação pelo TSE, que pesa sobre muitas cabeças da oposição e isso pode pender a balança para o lado do governo. Nesse ponto o PT já encaminhou ao Judiciário pedido de cassação das muitas estrelas da oposição, incluindo aí todo o clã de Bolsonaro.
Não será surpresa se as oposições vierem a confeccionar um relatório paralelo. Não será surpresa também se os perseguidos de hoje que foram presos, cassados e banidos, vierem amanhã a reivindicar reparações em dinheiro, por perseguição política, inclusive a inscrição desses nomes no rol das vítimas beneficiadas pelo chamado Bolsa Ditadura. O que se tem até aqui é que o governo está literalmente nas mãos da relatora da CPMI. Outros acreditam que o governo já ensaia balançar pendurado pelo pincel, só faltando a retirada da escada.
A frase que foi pronunciada:
“Não ataco a instituição, mas o presidente da instituição, que quer desmoralizar o Congresso Nacional”
Antônio Carlos Magalhães em confronto com o então presidente do STF, ministro Carlos Velloso.
Meses
Impostos pagos em dia, contas pagas e serviços cada vez mais precários. No ParkWay moradores com telefones fixos não conseguem resolver o problema da falta de comunicação. A Oi não esclarece nada, está muda. Também naquela região postes são ligados durante o dia e a noite escuridão total. CEB também não responde.
Cinematerna
Proibida a entrada para maiores de 18 meses. A iniciativa é de uma ONG que organiza sessões de cinema para mães com bebês. A ideia está se espalhando e cada vez mais mães, que passam pelas mesmas situações com crianças pequenas, buscam essa forma de diversão para relaxar um pouco. São sessões especiais uma vez por mês, com todos os cuidados necessários para atender as espectadoras.
História de Brasília
Viaturas do IAPFESP servem mais às famílias do que à repartição. Prova? Contem-se as horas de trabalho durante a semana, as horas de serviços domésticos, os passeios aos domingos e feriados, tudo isto com gasolina do govêrno. (Publicada em 21.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, coluna criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Falar em aparelhamento do Estado, remete-nos a expressão “Aparelho”, que nos idos dos anos sessenta e setenta, significavam algo como ninho onde se reuniam grupos de militantes da esquerda, para traçar planos para derrubar o governo, no caso aqui, os militares.
Hoje em dia, a expressão mudou de substantivo para adjetivo, conferindo a palavra um sentido mais amplo, transformando o que era um simples “Aparelho”, em aparelhamento. Note que com o passar o tempo a expressão ganhou ainda maior periculosidade, já que esses “Aparelhos”, onde os filhinhos de papai da época, sonhavam com a implantação, no Brasil, da ditadura do proletariado, deixaram de ser lugares clandestinos e fechados, vindo a se instalar, abertamente, no coração das instituições públicas.
E é nesses lugares que os “aparelhos” podem provocar mais danos, agindo como hospedeiro a infectar o organismo do Estado. Dessa forma é possível dizer que os “Aparelhos” geraram o aparelhamento. Não por outra, essa ação de aparelhamento é sempre feito com mais eficiência, quando a bandeira vermelha está no Poder. Interessante notar aqui, que mesmo estando geograficamente situada no Poder, as esquerdas não perderam o vício de querer derrubá-lo. É como estar num barco e querer afundá-lo em alto mar, para fazer, com os destroços, outra embarcação.
É a insanidade, intoxicada por uma construção e interpretação errônea da dialética, onde os meios servem sempre para justificar os fins. A operação Lava Jato, desnudou esse com portamento doentio, na cara da população. Durante aquele acontecimento, tornado o maior caso de corrupção da humanidade, a esquerda, mesmo estando no governo, não se intimidou em servir-se do dinheiro desviado dos cofres públicos, para corromper as elites políticas e empresariais do país, visando destruir o próprio Estado por dentro. “Fê-lo porque quê-lo”, diriam, só não pagou como devia por esse desatino, porque cuidou antes de aparelhar o Estado, trazendo para o coração das instituições o antigo “Aparelho”.
Segue no mesmo devaneio de implantar no país a tal da ditadura do proletariado, agora batizado com eufemismos mais palatáveis para os distraídos, como “socialismo do século XXI” . O risco agora é muito maior do que no passado, já que esses militantes, depois de treze anos no Poder, aprenderam que não pode tomar e derrubar o Estado democrático aparelhando apenas as instituições civis. É preciso, e a história da Venezuela ensina isso, aparelhar sobretudo as Forças Armadas, as Polícias do Estado, trazendo esse pessoal armado para seu lado, fazendo valer, pelo poder do fogo, seus desígnios obscuros.
A má notícia, aqui, se é que se pode falar em más notícias nesses tempos cabulosos, é que esse movimento já vem sendo realizado, pelas beiradas. Esconder da população que o aparelhamento das Forças Armadas segue como planejado pelo mesmo “Aparelho” que voltou a ser instalado no Palácio do Planalto, serve apenas a um propósito: deixar que esse fenômeno nefasto ocorra sem atropelos e sem maiores alardes e sem a contestação da nação. É esse verdadeiro ovo da serpente, que está ser chocado, bem na Praça dos Três Poderes, que urge denunciar, antes que venha à luz, antes que seja tarde demais.
A frase que foi pronunciada:
“A falsidade é suscetível de uma infinidade de combinações; mas a verdade só tem uma maneira de ser.”
Jean-Jacques Rousseau
Planaltina
Produtores rurais do Pipiripau agora têm a sede da Embrapa renovada para os atendimentos. A entrega foi feita pelo governador Ibaneis. Na região são440 propriedades rurais e por volta de 800 produtores, segundo o GDF.
Mudanças
Agora é a hora de os pais se debruçarem sobre o Projeto de responsabilidade educacional do senador Flavio Arns. Entre críticas e elogios o certo é que não há reciclagem que sobreviva a um protocolo de passar de ano o aluno completamente despreparado. O nível de escrita, interpretação de textos e até do estudo de inglês é estarrecedor. Nesse momento histórico a participação dos pais é fundamental.
Importunar
Uma só festa na Torre Digital foi capaz de incomodar Asa Norte, Lago Norte e Paranoá sem que as autoridades tomassem providências para evitar nova reincidência. Bastava aplicar a lei do Silêncio, já que a festa foi da tarde do dia anterior até 6h da manhã do dia seguinte. Talvez a solução seja uma lei impondo que todo responsável por festa rave ou similar seja obrigado a distribuir fones de ouvido para cada convidado, assim como se faz com óculos em filmes de 3 dimensões. Que curtam a festa sem incomodar quem paga os impostos em dia.
História de Brasília
Viaturas do IAPFESP servem mais às famílias do que à repartição. Prova? Contem-se as horas de trabalho durante a semana, as horas de serviços domésticos, os passeios aos domingos e feriados, tudo isto com gasolina do govêrno. (Publicada em 21.03.1962)