AlimentosInflacao Foto: Carlos Moura/CB/D.A Press

IPCA: Inflação oficial sobe 0,53%, em janeiro, puxada por alimentos

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

A inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reduziu o impulso, em janeiro de 2023, na comparação com dezembro de 2022, passando de 0,62% para 0,53%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (9/2). A variação do indicador para o primeiro mês do ano, que costuma ter uma atividade mais fraca após as festas de fim de ano, ficou abaixo da mediana das estimativas do mercado coletada pelo boletim Focus, do Banco Central, de 0,55%.

 

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,77%, abaixo dos 5,79% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, a variação foi na de 0,54%.

 

De acordo com os dados do IBGE, a alta dos preços foi puxada pelos grupos Alimentos e Bebidas, que registrou alta de 0,59% e contribuiu com 0,13 ponto percentual na alta do IPCA, o maior impacto do do mês entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Apenas Vestuário teve variação negativa em janeiro, de -0,27%. O grupo Transportes, teve o segundo maior impacto no IPCA, de 0,11 ponto percentual e avanço de 0,55%.

 

A maior variação de preços veio do grupo de Comunicação, de 2,09%, que acelerou em relação ao resultado de dezembro, de 0,50%. Em Saúde e cuidados pessoais, por sua vez, a alta foi de 0,16%, abaixo do registrado no mês anterior (1,60%). As demais áreas ficaram entre o 0,33% de Habitação e o 0,76% de Despesas pessoais, segundo o IBGE.

 

Principais destaques

 

No grupo Alimentação e bebidas, a variação de 0,59% foi impulsionada pela alimentação no domicílio, de 0,60%, ficou abaixo da registrada em dezembro (0,71%). Os destaques ficaram por conta do aumento nos preços da batata-inglesa (14,14%), do tomate (3,89%), das frutas (3,69%) e do arroz (3,13%). Por outro, houve queda em componentes importantes, como a cebola (-22,68%), o frango em pedaços (-1,63%) e as carnes (-0,47%).

 

Na alimentação fora do domicílio, com alta de 0,57%, a maior contribuição (de 0,02 p.p.) veio do lanche (1,04%). A refeição, por sua vez, teve alta de 0,38%, acima do mês anterior (0,19%), conforme os dados do IBGE. Os preços de refrigerantes e água mineral (0,81%) e a cerveja (0,43%) também subiram.

 

Em Transportes, a variação de 0,55%, os combustíveis registraram alta de 0,68%, puxados pelo aumento nos preços da gasolina (0,83%) e do etanol (0,72%). Por outro lado, o óleo diesel, com queda de 1,40%, e o gás veicular, com recuo de 0,85%, contribuíram negativamente no indicador  do custo de vida. Outros destaques foram os subitens emplacamento e licença, com alta de 1,60%, que incorporou pela primeira vez a fração mensal referente ao IPVA de 2023. No lado das quedas, os preços dos transportes por aplicativo recuaram 17,03%, após subirem 10,67% em dezembro.

 

Ainda em Transportes, o IBGE destacou alta de 0,91% dos ônibus urbanos, consequência dos reajustes de 6,17% no Rio de Janeiro (4,20%), válido desde 7 de janeiro, e de 7,04% em Vitória (4,61%), vigente desde 8 de janeiro.

 

No grupo Comunicação, a alta de 2,09% foi puxada pelos reajustes de TV por assinatura (11,78%) e de combo de telefonia, internet e tv por assinatura (3,24%). Juntos, contribuíram conjuntamente com 0,09 p.p. no IPCA de janeiro. Este último foi responsável pelo maior impacto individual no índice do mês (de 0,05 p.p.). Também houve alta nos preços dos aparelhos telefônicos (0,44%) e nos serviços de acesso à internet (2,09%).

 

De acordo com o IBGE, a desaceleração da carestia no grupo de Saúde e cuidados pessoais (de 1,60% em dezembro para 0,16% em janeiro) deve-se ao recuo de 1,26% dos itens de higiene pessoal. Os preços dos perfumes e dos artigos de maquiagem caíram 5,86% e 1,51%, respectivamente. Já a maior contribuição no grupo (de 0,04 p.p.) veio do plano de saúde (com alta de 1,21%), que segue incorporando a fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

 

Conforme os dados do IBGE, 14 das dezesseis áreas tiveram alta em janeiro. A menor variação foi em Curitiba (de -0,05%), por conta da queda de 3,92% nos preços da gasolina. O maior resultado foi em Salvador (1,09%), onde pesaram as altas na energia elétrica (de 8,07%) e na gasolina (de 6,34%).

 

Em Brasília, a inflação de janeiro ficou abaixo da média nacional e teve alta de 0,33%, dado 0,17 ponto percentual abaixo da taxa registrada no mês anterior. É a menor taxa desde setembro de 2022, quando a capital federal registrou deflação de 0,26%.  Nos últimos 12 meses, o IPCA de Brasília acumulou alta de 6,08%.