ROSANA HESSEL
O Ministério da Economia elevou de 3,5% para 5,3% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021, devido ao resultado do primeiro trimestre ter ficado acima das expectativas e da melhora nas projeções do mercado. A pasta reconheceu ainda que a vacinação em massa está surtindo efeito na economia. A projeção de avanço do PIB em 2022, de 2,5% projetada em maio, foi mantida.
Os dados fazem parte do Boletim Macro Fiscal da Secretaria da Política Econômica (SPE) da pasta divulgado nesta quarta-feira (14/7). O órgão elevou de 5,05% para 5,9% a previsão de alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, pela primeira vez, acima do teto da meta, de 5,25%, mas abaixo da medida nas projeções do mercado, de 6,1%. Já a estimativa para o indicador da inflação oficial em 2022, de 3,5%, foi mantida.
Já as estimativas para 2021 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que corrige o salário mínimo, passaram de 5,05% para 6,20%. Para 2022, a previsão para o INPC foi reduzida de 3,50% para 3,42%. Já a estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que era de 5,06%, em março, passou para 15,21%, em maio, e agora está em 17,40%.
Ao justificar a melhora na projeção do PIB, o relatório da SPE destacou o investimento como o principal motor desta recuperação. ” Com resultados positivos de diversos indicadores coincidentes, as projeções para o crescimento do PIB em 2021 têm sido revisadas para cima pelo consenso de mercado”, destacou o órgão no documento, acrescentando que, nas últimas semanas, “com o avanço da vacinação em massa, “o Brasil tem observado a redução da média móvel de mortes e casos de covid-19 e menor distanciamento social”.
O boletim também reforça que a vacinação em massa “é imprescindível tanto para o crescimento econômico atual como para o crescimento futuro”. “À medida que a vacinação avança, as restrições à mobilidade vão sendo reduzidas e ocorre o retorno seguro às
atividades de produção e consumo”, destacou o texto destacando que a imunização ajuda a aumentar o produto da economia, melhorando, principalmente, o setor de serviços, o mais afetado pela pandemia, além de reduzir o desemprego e melhorar a a renda das famílias “concomitantemente à retirada das restrições às atividades”. “Já pelo lado das expectativas, uma vacinação mais abrangente e mais rápida da população aumenta as projeções de mercado para o crescimento do PIB para o ano de 2021, pois produz maior otimismo dos agentes quanto à recuperação econômica robusta”, acrescentou.
Projeção do 2º trimestre
Conforme os novos dados do boletim, o PIB do segundo trimestre deverá apresentar crescimento de 0,25% na comparação com os três meses anteriores e de 12,93% na comparação com o mesmo período de 2020.
Do lado da oferta, os indicadores da SPE apontam quedas na produção agrícola e em serviços na comparação com trimestre anterior de 1,17% e de 0,80%, respectivamente. Já a produção industrial deverá ter avanço de 3,02% na margem.
Na comparação interanual, o boletim aponta taxas de crescimento de 3,80%, para agricultura, de 23,15%, para a indústria e de 10,17% em serviços.
Pelos novos cálculos da SPE, o PIB nominal projetado para 2021 é de R$ 8,6 trilhões, valor 16% acima do registrado em 2020, dado resultante do crescimento real do ano corrente de 5,3% e da aceleração do deflator para 10,2%.
Essas novas projeções do boletim devem atualizar os parâmetros macroeconômicos do relatório de avaliação bimestral de receitas e despesas, que será divulgado pela Economia no próximo dia 22.