Consciência e inteligência artificial travam embate no novo romance de Ian McEwan

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É no passado que Ian McEwan imagina o futuro do mundo. Essa pequena gracinha toma proporções proféticas em Máquinas como eu, o novo romance do autor britânico. McEwan não se interessa por ficção científica nem por fantasia, mas não há como encarar esse livro sem imaginar um mundo distópico no qual a inteligência artificial e a consciência humana travam um embate digno de Blade runner.  

Houellebecq cria personagem trágico e comovente em ‘Serotonina’

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Desilusão, pessimismo, ironia e sexo formam cartilha inevitável quando se trata dos romances de Michel Houellebecq, mas essa combinação está especialmente provocativa e quase sentimental em Serotonina, o sétimo romance do autor francês. Aqui, essa mistura resulta em um livro comovente, embora essa definição possa soar estranha quando se trata do enfant terrible da literatura contemporânea francesa. Mas Florent-Claude Labrouste — que não gosta do próprio nome por achá-lo delicado demais para a virilidade de sua aparência — é comovente na sua miséria e endossa um paradoxo sempre presente na obra do francês: a possibilidade do amor e da felicidade como algo confinado ao plano da fantasia e ao fracasso certo.

Marie Curie por Rosa Montero: um livro duro e delicado

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Nas fotografias oficiais, Marie Curie parece uma mulher fria e dura. Era, talvez, a única postura possível para que uma cientista do sexo feminino e com uma mente brilhante fosse levada a sério no final do século 19. O que não se vê nessas imagens é o lado passional e humano de Marie. Esse, que todos nós temos em algum momento da vida, foi devidamente calado e amordaçado. Afinal, estudar física e química, ser pioneira no ramo da radioatividade, conseguir isolar isótopos radioativos, descobrir o rádio e o polônio e ganhar dois prêmios Nobel era pouco para que uma mulher fosse reconhecida como algo mais do que uma simples dona de casa naquele fim de século. Marie, que além de tudo era polonesa, ou seja, uma estrangeira em uma França bastante preconceituosa, precisava parecer um homem para levar crédito.

“Ritmo louco” é o melhor livro de Zadie Smith

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Ritmo louco, o quinto romance da inglesa Zadie Smith, tem tudo para ser um livro de formação. A narradora, uma criança nas primeiras páginas e uma adulta um pouco perdida nas últimas, é o retrato de uma geração multicultural, nascida em um cenário marcado por desigualdades cada vez maiores e cujas certezas não estavam tão enraizadas quanto as de seus pais.

A sensibilidade aguçada de Gabriela Aguerre

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O quarto branco não é uma biografia, mas não se pode descolar a história de Glória da de Gabriela Aguerre. Muito da experiência da autora, sobretudo no que diz respeito ao deslocamento e à busca da identidade, está nesse primeiro romance, que é para ser lido em isolamento e com atenção especial para a delicadeza com a qual as palavras são organizadas. O quarto branco é um livro sobre os sentimentos, sobre como lidar com o que a vida apresenta quando não se tem os instrumentos para fazer de um limão uma limonada.

“Se a rua Beale falasse”, de James Baldwin: tensão racial e olhar feminino

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Beale Street fica em Memphis, no Tennessee, a mais de mil quilômetros de Nova York, mas é uma rua muito simbólica quando se trata de James Baldwin. O blues, pai do jazz e de todas as outras formas musicais de manifestação da cultura negra norte-americana teriam nascido na tal rua. Simbolicamente falando, para Baldwin, é como se todos os negros norte-americanos tivessem nascido na Beale Street. É tudo que o leitor precisa saber sobre essa rua ao ler Se a rua Beale falasse, romance adaptado para o cinema por Barry Jenkins e indicado ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e roteiro adaptado.

Patricio Pron, literatura e passado: uma mescla latino-americana

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Convidado para falar na 4ª Bienal Brasil do Livro de da Leitura, Pron sobe ao palco do auditório Cora Coralina nesta sexta (24/08), às 19h, para a mesa O passado literário, ao lado do colombiano Juan Gabriel Vasquez. O impacto da história na literatura latino-americana é tema que aparece na obra dos dois autores e rende discussão com reflexos na produção contemporânea.

Drogas, imigração e conflito de gerações no novo livro de Carol Bensimon

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Carol Bensimon passou um tempo no Norte da Califórnia para escrever O clube dos jardineiros da fumaça. Alugou uma cabana no condado de Mendocino, três horas ao norte de São Francisco, exatamente no Triângulo Esmeralda, região conhecida pela plantação de maconha. Passou seis meses por lá e cultivou uma verdadeira intimidade com o lugar. Esse é um dos atrativos do […]

Cinco autoras contemporâneas para você conhecer no Dia da Mulher

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No Brasil, as mulheres representam 51,48% da população. São maioria, segundo dados do IBGE de 2015. Mas esse número cai drasticamente quando se trata de livros publicados e da quantidade de escritoras no país. De acordo com pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) que analisou as publicações de grandes editoras brasileiras nos últimos 49 anos, mais de 70% dos livros publicados são assinados por homens. No entanto, as mulheres escrevem. E muito. Os números do mercado editorial têm várias explicações, entre elas o preconceito de que mulheres escrevem sobre assuntos femininos e o fato de muitas terem menos tempo para a escrita porque são responsáveis por duplas jornadas de trabalho.