Tédio e alienação marcam os personagens de Otessa Moshfegh

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Nascida em Boston, uma das cidades mais literárias dos Estados Unidos, terra de Edgar Allan Poe, Ralph Aldo Emerson e Sylvia Plath, Otessa Moshfegh ganhou da crítica literária a etiqueta de voz de uma geração, mas acha a classificação estranha. “Passei a maior parte da minha vida jovem intrigada pelo comportamento humano, enquanto meus colegas e amigos pareciam não se incomodar. Eu não os entendia, e eles não me entendiam. Então, como eu poderia acabar sendo uma voz para qualquer um além de mim mesma é algo milagroso”, pondera, embora reconheça que toda uma geração se identifique facilmente com seus personagens por conta da carga de tédio e alienação que carregam.

Confira os lançamentos que acabam de chegar ao mercado editorial

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Como o mundo funciona — Um guia científico para o passado, o presente e o futuro De Vaclav Smil. Tradução: Antenor Savoldi Jr.. Intrínseca, 400 páginas. R$ 69,90 Como a humanidade criou a energia elétrica, os combustíveis, os motores e microchips par chegar ao que chama de civilização moderna e ao desastre climático? Vaclav Smil, especialista em temas como renovação […]

Confira alguns lançamentos de junho

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Saia da frente do meu sol De Felipe Charbel. Autêntica Contemporânea, 136 páginas. R$ 38,90 Um tio aparentemente sem passado e sem história é o ponto de partida desse romance baseado em uma história real. Foi depois que o autor encontrou uma pasta com documentos e fotos que reconstituíam um passado sobre o qual ele nada sabia que teve a […]

Desaparecimento de crianças é tema de romance de autora indiana

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Jai tem 9 anos e mora em uma favela de uma metrópole indiana. Certo dia, os coleguinhas de escola e de brincadeiras de rua começam a desaparecer. A turma do menino então se junta e incorpora todo o espírito dos detetives tantas vezes vistos em filmes na televisão para traçar estratégias de busca dos companheiros. As crianças são mais sérias […]

Um romance sobre trauma, família e viagem

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Diorama é uma cena reconstituída com detalhes que a tornam muito realística em um cenário com personagens tridimensionais. Costuma ser usada em museus, especialmente os de história natural, para representar como viviam os ancestrais do homem e quais eram as aparências da fauna e da flora que os rodeavam. Muitas  vezes, nessas reconstituições, usa-se animais empalhados que podem conferir um […]

A língua poética de Valter Hugo Mãe

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O igarapé educa para atenção, nome é uma palavra habitada, nossa língua é nosso comportamento e o tempo é uma mentira que impede de viver. Quando Valter Hugo Mãe toma a dianteira da língua portuguesa, o leitor pode sentar e se maravilhar com algumas das mais belas frases da literatura contemporânea. Como um Manoel de Barros português, ou um José Saramago brasileiro, Hugo Mãe, que nasceu em Angola, cresceu em Portugal e tem um afeto declarado pelo Brasil, consegue transformar a leitura em uma emoção só. Coloque nisso uma história brasileira, violenta como foi a colonização, trágica como foi a matança dos índios e a escravização dos africanos, e fica difícil não querer derramar uma lágrima aqui e outra ali. 

Ensaios de Carola Saavedra refletem sobre o lugar da literatura

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Cada um  dos temas de O mundo desdobrável – Ensaios para depois do fim poderia render um romance. E em cada um desses temas surge a pergunta “mas o que é literatura?”. O novo livro de Carola Saavedra pode ser descrito como uma reunião de ensaios sobre coisas do cotidiano. Plantas, família, origens, ancestralidade, pandemia, isolamento. Há um pouco de tudo nessas 210 páginas traçadas, como diz a autora, do ponto de vista de uma escritora, e não de uma pesquisadora. 

Quando a literatura encontra a zoologia

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Construído com viuvinhas, joões e marias, o pequeno universo enciclopédico de Maria Esther Maciel é um mundo muito delicado. Começou com uma pesquisa acadêmica sobre animais na literatura, iniciada há alguns anos. Dezenas de compêndios zoológicos de todas as épocas, incluindo os bestiários medievais, livros de história natural e manuais de zoologia fantástica passaram sob os olhos da pesquisadora. Depois de listar um sem número de animais e plantas de diferentes espécies, ela sentou para escrever a pequena enciclopédia de seres comuns. E, numa associação profundamente poética entre zoologia e literatura, construiu um breviário de sutilezas povoado por seres que não são nem monstruosos nem fantásticos, mas ganham certa magia na narrativa da escritora mineira e nas ilustrações de Julia Panadés.

Novo livro de Bernardo Carvalho imagina o mundo pós-pandemia

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O último gozo do mundo começou a tomar forma como uma novela curta feita sob encomenda. O escritor Bernardo Carvalho estava em casa, isolado por causa da pandemia, e topou a encomenda de um produtor de cinema para escrever uma história que se passasse logo após a quarentena. O combinado era o produtor pagar uma quantia mensal em troca do trabalho do autor. O contrato não seguiu adiante, mas o livro, sim. O romance que chega às livrarias pela Companhia das Letras é descrito como uma distopia, mas é tão próximo da realidade atual que pode ser lido como uma visão catastrófica para o que nos espera após a pandemia, caso ela acabe.