Gama Atual bicampeão candango amarga gravíssima crise financeira. Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília Candangão 2021 deve começar em 13 de fevereiro. Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Vice-governador avisa que GDF não flexibilizará regras do BRB para patrocinar times de futebol

Publicado em Esporte

O GDF não avançará o sinal vermelho para convencer estatais como o Banco de Brasília a facilitar ou acelerar o trâmite burocrático para o socorro financeiro a clubes da cidade que não se enquadram minimamente nos pré-requisitos básicos exigidos pelo BRB. É o que afirmou o vice-governador Paco Britto em entrevista ao blog.

Atento aos perrengues da maioria dos clubes da cidade, o político tem chamado a atenção pela presença in loco nas partidas do Gama, no Bezerrão, na Série D do Brasileirão, e em eventos de outros times da capital. Nesta quarta-feira, esteve no lançamento do Brasília para a disputa da segunda divisão do Candangão.

Melhor time entre os 64 da Série D com 93% de aproveitamento, o Gama ostenta oito vitórias e um empate, tem o melhor ataque da quarta divisão (23 gols), está classificado para a fase de mata-mata, mas deve sete meses de salários.  O elenco está em greve desde a última segunda-feira. Ainda não treinou nesta semana para a partida de sábado contra o Tupynambás pela décima rodada da fase de grupos. A torcida faz coleta virtual para colaborar financeiramente com o clube.

Mesmo em tempos de distanciamento social, Paco Britto tem sido aliado alviverde de primeira hora nos jogos do time em casa. Segundo ele, na prática, isso não significa apoio incondicional ao time bicampeão do DF. Questionado pelo blog sobre a gravíssima situação econômica do Gama e o papel do GDF no contexto econômico do clube mais popular do DF, Paco Britto foi direto na resposta:

“O governo, via BRB, destinou valor aos clubes do Distrito Federal desde que cumpram os deveres com o Estado. Quem estiver em dia terá acesso. Tem que estar regularizado. Intercedemos, e o BRB fez o aporte financeiro. Quem apresentar a documentação terá acesso. Não posso transgredir o limite da responsabilidade fiscal”, avisa Paco Britto.

Em 23 de julho, o vice-governador; a secretária de Esportes, Celina Leão; o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa; o mandatário da Federação de Futebol do DF, Daniel Vasconcelos; e os dirigentes do Gama, Weber Magalhães, e do Brasiliense, Luiza Estevão, assinaram protocolo de intenções que prevê investimento de R$ 6 milhões no futebol candango até 2022 – quando expira o mandato do chefe do executivo local, Ibaneis Rocha. Três meses depois da cerimônia no Palácio do Buriti, nenhum clube apresentou documentação para ter acesso a um centavo do programa de incentivo ao futebol do Distrito Federal.

A explicação é simples. Em entrevista ao blog na época da assinatura do protocolo de intenções, o presidente do BRB deixou claro aos interessados que as regras para conquistar o patrocínio seriam rígidas. “Os clubes vão ter que se organizar com todos os requisitos que são de boa gestão e que a lei nos impõe que a gente (BRB) acompanhe e cobre: prestação de contas, certidão de FGTS, INSS, certidão de regularidade fiscal e por aí vai. Acho que dessa forma todo mundo se ajuda”, infomrou Paulo Henrique Costa em entrevista ao blog.

Um mês antes, em 29 de junho, o blog publicou que apenas 2 dos 12 clubes participantes da primeira divisão do Candangão deste ano publicaram balanço financeiro do exercício 2019, como exige a lei: Gama e Capital. O Gama corre contra o tempo para cumprir o checklist e ter acesso ao patrocínio do BRB: conta aberta no banco, ata da eleição, estatuto, RG e CPF do responsável pela conta, certidões negativas do INSS, Receita Federal, FGTS, Secretaria de Fazenda e Trabalhista. Enquanto não houver apresentação completa da decisão, e acordo no que diz respeito à proposta de patrocínio apresentada pelo clube, o contrato não será impresso.

Internamente, executivos do BRB estão irritados com as comparações dos cartolas do futebol candango entre o programa de patrocínio aos clubes do Distrito Federal e a parceria entre a estatal e o Flamengo para a implementação do banco digital. Insistem em explicar que são acordos totalmente diferentes. Isso também tem desgastado a relação entre o banco e os dirigentes do futebol do Distrito Federal.

 

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