Abel Ferreira Abel Ferreira é o segundo técnico estrangeiro do Palmeiras no século. Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP Abel Ferreira é o segundo técnico estrangeiro do Palmeiras no século. Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP

Com Abel Ferreira, Brasileirão iguala número de técnicos estrangeiros do Espanhol e supera quatro ligas europeias

Publicado em Esporte

O anúncio oficial de Abel Ferreira como técnico do Palmeiras nesta sexta-feira é simbólico. O Brasileirão passa a ter a mesma quantidade de treinadores estrangeiros de uma das principais ligas nacionais da Europa. O Campeonato Espanhol emprega cinco profissionais importados. O português, que acaba de se desligar do PAOK da Grécia, é o quinto professor importado a desembarcar na Série A. Os outros são o líder Eduardo Coudet (Internacional), o vice Domènec Torrent (Flamengo), o terceiro Jorge Sampaoli (Atlético) e o 17° colocado Ricardo Sá Pinto (Vasco). Dos 20 técnicos da elite, 5 são gringos, ou seja, um quarto.

Antes de o Palmeiras encaminhar a contratação de Abel Ferreira, o Brasileirão superava quatro ligas europeias em quantidade de estrangeiros — Português (2), Francês (4), Italiano (4) e Holandês (4). Agora, empatada com o Espanhol, a Série A só fica atrás do Alemão (6) e do Inglês (10).

A preferência pelos profissionais portugueses impressiona. Antes de Abel Ferreira e de Ricardo Sá Pinto, passaram pelo país o atual campeão Jorge Jesus (Flamengo), Jesualdo Ferreira (Santos), Paulo Bento (Cruzeiro) e Sergio Vieira (Athletico-PR). Neste ano, Daniel Leite levou o Salgueiro ao título do Campeonato Pernambucano, mas sequer é cogitado pelos times da primeira divisão nacional.

O Brasileirão tem a mesma quantidade de técnicos portugueses da Premier League. Nuno Espírito Santo comanda o Wolverhampton. José Mourinho é treinador do Tottenham. Há outros dois lusitanos em badaladas ligas da Europa. André Villas-Boas no Olympique de Marselha e Paulo Fonseca à frente da Roma, na Itália. Eles estão em alta até nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Qatar-2022. Carlos Queiroz lidera a Colômbia. José Peseiro é treinador da Venezuela.

A aposta do Palmeiras é confusa. A diretoria iniciou o ano sonhando com Jorge Sampaoli, contratou Vanderlei Luxemburgo, esteve perto de fechar com Miguel Ángel Ramírez, cogitou Sebastián Beccacece e Gabriel Heinze, cogitou Quique Setién e fechou com Abel Ferreira.

Pode ser um bom investimento, desde que o clube com sangue italiano tenha a paciência de Jó que faltou com Ricardo Gareca, em 2014. Doze jogos não são suficientes para avaliar ou condenar um trabalho. Prova disso é o sucesso do argentino à frente do Peru. Classificou o país para a Copa do Mundo depois de 36 anos de jejum.

Como diria a letra da música Papo Cabeça do Lulu Santos, há pedras no caminho, que ainda assim é belo para o Palmeiras. O time se deu bem nos sorteios da Copa do Brasil e da Libertadores. Andrey Lopes, o Cebola, entregará a Abel Ferreira um time praticamente classificado para as quartas de final do mata-mata nacional depois da vitória por 3 x 1 sobre o Bragantina, na quarta-feira.

O português ganhará tempo para o duelo contra o Delfín do Equador pelas oitavas de final da Libertadores. Em tese, o roteiro é tranquilo até as semifinais. O português Jorge Jesus é o atual campeão continental. Já pensou se Abel Ferreira igualar o Mister? O Brasileirão terá 20 técnicos portugueses em 2021!

 

Técnicos estrangeiros no Brasil e nas principais ligas da Europa

 

  • Inglaterra: Premier League (10)
    Everton: Carlo Ancelotti (Itália)
    Liverpool: Jürgen Klopp (Alemanha)
    Arsenal: Mikel Arteta (Espanha)
    Wolverhampton: Nuno Espírito Santo (Portugal)
    Tottenham: José Mourinho (Portugal)
    Leeds United: Marcelo Bielsa (Argentina)
    Manchester City: Pep Guardiola (Espanhol)
    Southampton: Ralph Hasenhüttl (Áustria)
    Manchester United: Ole Gunnar Solskjær (Noruega)
    West Bromwich: Slaven Bilic (Croácia) – 52 anos
  • Alemanha: Bundesliga (6)
    Borussia Dortmund: Lucien Favre (Suíça)
    Eintracht Frankfurt: Adi Hutter (Áustria)
    Stuttgart: Pellegrino Matarazzo (Estados Unidos)
    Bayer Leverkusen: Peter Bosz (Holanda)
    Union Berlin: Urs Fischer (Suíça)
    Wolfsburg: Oliver Glasner (Áustria)
  • Brasil: Série A (5)
    Flamengo: Domènec Torrent (Espanha)
    Internacional: Eduardo Coudet (Argentina)
    Atlético-MG: Jorge Sampaoli (Argentina)
    Vasco: Ricardo Sá Pinto (Portugal)
    Palmeiras: Abel Ferreira (Portugal)
  • Espanha: La Liga (5)
    Real Madrid: Zinedine Zidane (França)
    Real Betis: Manuel Pellegrini (Chile)
    Atlético de Madrid: Diego Simeone (Argentina)
    Barcelona: Ronald Koeman (Holanda)
    Elche: Jorge Almirón (Argentina)
  • França: Ligue 1 (4)
    PSG: Thomas Tuchel (Alemanha)
    Olympique de Marselha: André Villas-Boas (Portugal)
    Montpellier: Michel Der Zakarian (Armênia)
    Monaco: Niko Kovac (Croácia)
  • Itália: Série A (4)
    Verona: Ivan Juric (Croácia)
    Roma: Paulo Fonseca (Portugal)
    Benevento: Pippo Inzaghi (Itália)
    Bologna: Sinisa Mihajlovic (Sérvia)
  • Holanda: Eredivisie (4)
    PSV: Roger Schmidt (Alemanha)
    Vitesse: Thomas Letsch (Alemanha)
    Heracles Almelo: Frank Wormuth (Alemanha)
    ADO Den Haag: Aleksandar Rankovic (Sérvia)
  • Portugal: Primeira Liga (2)
    Marítimo: Lito Vidigal (Angola)
    Tondela: Pako Ayestarán (Espanha)

 

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