53381310820_eef194a97d_c Palmeiras chega a 12 taças do Brasileirão nas contas a partir de 1959. Foto: Staff Images / CBF Palmeiras chega a 12 taças do Brasileirão nas contas a partir de 1959. Foto: Staff Images / CBF

Lei da semeadura: análise do que cada time plantou e colheu na classificação final do Brasileirão

Publicado em Esporte

Duzentos e trinta e cinco dias depois, o Brasileirão tem um campeão. Aliás, bicampeão. Ou melhor: o Palmeiras soube levar de vencida e mostrar que, de fato, é 12 vezes campeão da Série A. A seguir, o blog analisa a campanha de cada um dos 20 participantes da elite em 2022. O desfecho tem o recordista de títulos abrindo quatro taças de distância em relação aos octas Santos e Flamengo com o Peixe rebaixado pela primeira vez para a Série B. Não é surpresa. Os erros se acumulavam e indicavam que a queda estava próxima.

 

1º) Palmeiras
Justo bicampeão
Título merecidíssimo com assinatura de Abel Ferreira. Um prêmio ao respeito pelo tempo de trabalho. O português completou três anos, um mês e três dias no cargo. Este pequeno grande detalhe permitiu a reinvenção do time várias vezes sem Danilo, Gustavo Scarpa e os lesionado Dudu e Rony na reta final.

 

2º) Grêmio
Libertadores
Que trabalho incrível do Renato Gaúcho. Resgatou o time do qual é o maior ídolo da segunda divisão e conquista, sim, conquista, o vice no Campeonato Brasileiro. O que faltou para o título? Defesa. A quarta pior! Repete o desempenho de 2013, quando também ficou em segundo com o tricolor. Luis Suárez é o protagonista da campanha incrível. Só não brindou o time com o título porque faltou… defesa!

 

3º) Atlético-MG
Libertadores
Campeão simbólico do segundo turno, o Galo fraquejou na última roada diante de um Bahia valente na luta pela permanência na primeira divisão. Temporada soberba do artilheiro Paulinho, autor de 20 gols. Que dupla de ataque formada com Hulk. Sensacional.

 

4º) Flamengo
Libertadores
O quarto lugar do Flamengo é tenebroso. Mais uma vez, incapaz de vencer o São Paulo, no Morumbi, para assegurar o resultado necessário. Disputará a fase de grupos da Libertadores porque o Botafogo não venceu o Internacional. Em 2020, o time rubro-negro foi campeão porque o Internacional não venceu.

 

5º) Botafogo
Pré-Libertadores
De virtual campeão a condenado a disputar a Pré-Libertadores no início da próxima temporada. O maior vexame da história do Campeonato Brasileiro precisa de um estudo de caso científico. A começar por infantilidades como “tapetinho”, “Segovinha”. De tanto brincar, o clube viou meme eterno.

 

6º) Red Bull Bragantino
Pré-Libertadores
Eis um time que entra no Campeonato Brasileiro sabendo exatamente o limite. Volta e meia consegue ir além. Sonha com a Copa Sul-Americana e acorda na Pré-Libertadores. Mérito do excelente técnico Pedro Caixinha. O português será um dos profissionais mais disputados nas férias.

 

7º) Fluminense
Libertadores como atual campeão
Tinha potencial para brigar pelo título. Não conseguiu porque o elenco liderado por Fernando Diniz é limitado em relação aos de Palmeiras, Flamengo e Atético-MG. O comandante tricolor merece mais no ano que vem, mas na verdade pode perder André e Nino depois do Mundial de Clubes da Fifa.

 

8º) Athletico-PR
Copa Sul-Americana
Está fora da Libertadores porque tem um freio de mão chamado Mario Celso Petraglia. É inaceitável o Furacão terminar a temporada sob o comando de um técnico “interino”. O clube deveria ter procurado um profissional para assumir a prancheta deixada por Luiz Felipe Scolari. Sul-Americana é pouco.

 

9º) Internacional
Copa Sul-Americana
Perdeu um tempo danado insistindo na boa relaçào do técnico Mano Menezes com a diretoria, entrou de cabeça na Libertadores ao contratar Eduardo Coudet, viveu um luto avassalador depois da eliminação contra o Fluminense nas semifinais do torneio continental e encerra uma temporada confusa.

 

10º) Fortaleza
Copa Sul-Americana
A classificação para a final da Copa Sul-Americana fez um bem — e uma mal danado ao clube tricolor. Houve um período de depressão depois da derrota para a LDU. Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras e Botafogo não sentiram o peso de jogar na Arena Castelão. O maior feito depois do vice foi rebaixar o Santos.

 

11º) São Paulo
Libertadores como campeão da Copa do Brasil
A maior lembrança deste Campeonato Brasileiro é o vexame de ter vencido apenas uma partida fora de casa neste Campeonato Brasileiro. Dorival Júnior teve de lidar mais uma vez com a acomodação tricolor depois de uma conquista. Foi assim também na passagem pelo Flamengo na temporada anterior.

 

12º) Cuiabá
Copa Sul-Americana
Assim como o Red Bull Bragantino, sabe exatamente onde está pisando. O interesse do clube é ficar na primeira divisão. Cruzar a linha de chegada com vaga para a Copa Sul-Americana e deixando para trás Corinthians, Cruzeiro, Vasco e Bahia, sem contar o rebaixado Santos, é um troféu e tanto.

 

13º) Corinthians
Copa Sul-Americana
A campanha foi a cara do presidente prestes a deixar o cargo. Não acho o elenco fraco como tanto se fala. Difícil é encontrar um técnico minimamente capaz de libertar o time de jogadores históricos como Fagner, Gil, Fábio Santos, Renato Augusto… Resumindo: o time está salvo graça ao Romero!

 

14º) Cruzeiro
Copa Sul-Americana
Começou bem sob o comando de Pepa, viu a Série B de perto na gestão de Zé Ricardo e foi salvo pela experiência do técnico Paulo Autuori. A soma da conquista da Libertadores em 1997 com a permanência na elite em 2024 dão direito ao técnico ganhar uma estátua na Toca da Raposa: 10 pontos ganhos em 18.

 

15º) Vasco
Fica na Série A
O técnico Ramón Díaz bateu na mesa, prometeu que o time não cairia para a segunda divisão e cumpriu sem nenhuma convicção. O argentino certamente temeu pelo pior quando a partida contra o Bragantino estava empatada por 1 x 1. A expulsão caiu do céu. Deixou o Vasco com um a mais e facilitou a reação.

 

16º) Bahia
Fica na Série A
Tem que respeitar o técnico Rogério Ceni. Gosto das ideias dele. Um time capaz de golear o Corinthians por 5 x 1, na Neo Química Arena, certamente teria condição de reagir na Arena Fonte Nova para vencer o Atlético-MM e se manter na primeira divisão. Belíssima partida em casa contra o campeão do returno.

 

17º) Santos
Rebaixamento inédito
Não caiu na última rodada. O rebaixamento vinha sendo construído. Houve lampejos de esperança nas vitórias contra Flamengo e Santos, mas a desorganização era evidente e culminou com jogadores se apresentando embriagados. Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, não merecia isso. A SAF vem aí.

 

18º) Goiás
Rebaixado
Teve oportunidade de permanecer na primeira divisão, porém faltou convicção no trabalho doe quem passou pelo cargo. A fé era facilmente abalada pelos maus resultados, principalmente dentro de casa. A certeza é que um dos times iô-iô do futebol brasileiro deve retornar à elite em 2025.

 

19º) Coritiba
Rebaixado
Aqui jaz uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) rebaixada para a segunda divisão. Quem comprou o clube precisa encontrar o ponto de equilíbrio entre o campo dos negócios e o futebol. Nào se pode tratar o campeão brasiliro de 1985 como quem é protagonista de um reality show. Brincaram de Aprendiz.

 

20º) América-MG
Rebaixado
O rebaixamento do Coelho é quase inacreditável. O time teve boas exibições, porém parece ter se perdido na definição do que era mais importante: Copa do Brasil? Sul-Americana? Relevante era permanecer na primeira divisão. A equipe deu muitas provas de que isso era possível.

 

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