Pep Guardiola diz em conferência para brasileiros que seu próximo passo é comandar uma seleção

Publicado em Esporte
Pep Guardiola foi o convidado desta tarde no evento Expert XP 2021. Reprodução: Expert XP 2021

 

Pep Guardiola disse nesta quarta-feira em uma videoconferência que o próximo passo da carreira dele é comandar uma seleção, mas não acredita que a Seleção Brasileira será seu destino. O treinador do Manchester City foi um dos convidados do Expert XP 2021 para falar sobre liderança e construção de uma equipe vencedora.

Questionado sobre o futuro depois do fim do contrato com o Manchester City, o treinador afirmou: “O próximo passo é trabalhar em uma seleção”. Instigado se o Brasil seria o escolhido, o treinador respondeu. “Acho que a Seleção Brasileira sempre terá treinadores brasileiros”, riu, revelando como será o processo profissional depois de deixar o clube inglês. “Vou ter uma pausa, descansar, avaliar o que fiz e se aparecer alguma oferta de seleção vou avaliar. Gostaria de disputar uma Copa América ou uma Copa do Mundo”, disse Guardiola.

Guardiola não fugiu dos temas sobre futebol brasileiro. Ao falar sobre os melhores do mundo que vestiram a camisa do Barcelona, destacou a relevância de cada um deles para o clube catalão do qual é ídolo como jogador e técnico. “Nunca vi nada parecido com Romário. Para ganhar títulos, gosto do Rivaldo. Se você me pergunta sobre um jogador nos últimos 30 metros de campo, aí falo do Ronaldo. E Ronaldinho Gaúcho mudou Barcelona. Estávamos muito deprimidos antes da chegada dele e ganhamos a Champions League (2006) e outros títulos”.

O treinador voltou a exaltar uma de suas inspirações profissionais, a Seleção Brasileira de 1982. “Esporte trabalha com emoção. O Brasil de 1982 era muita emoção. Eu estava em féria em Tarragona naquela Copa do Mundo. Não havia brasileiros na cidade, mas todos ali torciam pelo Brasil porque aquele time produzia emoção”, lembrou ele, que tinha 11 anos à época.

Ao falar sobre o trabalho de Tite, Guardiola ponderou que qualquer seleção da atualidade perderá para a história, mas classificou o trabalho do colega como “maravilhoso”. Atento às seleções, ele evitou prognósticos para a Copa do Mundo do Qatar-2022.

“Estou falando para brasileiros, então o favorito é o Brasil”, riu, para em seguida falar sério. “Não faço ideia. São jogos muito aleatórios, uma competição curta. Os favoritos são os de sempre da América do Sul e da Europa”, desconversou.

Pep Guardiola esquivou-se de apontar o candidato ao título, mas estabeleceu um sarrafo para a Copa do Mundo 2022. “Espero que seja tão boa como foi a Eurocopa neste ano”, desafiou.

Como vários executivos na plateia, Pep Guardiola também falou sobre o mercado corporativo. Ao abordar o tema Recursos Humanos, revelou o que considera fundamental para o sucesso de uma equipe. “Evitar falar mal do outro. Isso é uma virtude para manter grupos unidos. A pior coisa que um fale mal do outro. Custa o mesmo que falar bem e mal”, advertiu.

 

“O próximo passo é trabalhar em uma seleção. Acho que a Seleção Brasileira sempre terá treinadores brasileiros. Vou ter uma pausa, descansar, avaliar o que fiz e se aparecer alguma oferta de seleção vou avaliar”

 

O treinador descartou no momento uma guinada arriscada na carreira. A possibilidade de se tornar, por exemplo, diretor esportivo de algum clube. “Sou bom no que faço. Cada lugar tem que ter o melhor no que faz. Hoje, eu não funcionaria fazendo outra coisa. Gosto muito de golfe, por exemplo, mas cheguei tarde demais ao golfe”, comparou.

Ao citar ídolos no esporte, Guardiola colocou justamente um jogador de golfe na lista. “A capacidade de competir do Tiger Woods é impressionante. Michael Jordan é uma das nossas maiores inspirações. Garry Kasparov (xadrez) e John McEnroe (tênis) também”, elegeu.

Aos executivos, Guardiola deu dicas sobre o investimento na própria carreira. “Aprendi alemão para trabalhar no Bayern de Munique. Aprimorei meu inglês quando vim para o Manchester City. Nem tudo é só futebol. Escolhi trabalhar na Espanha, Alemanha e na Inglaterra porque eu teria que me provar em outro lugar. É importante entender que o negócio sou eu. Eu sou meu próprio negócio. Os jogadores precisam entender isso. Eu posso ser treinador até os 80 anos, mas a carreira do jogador vai até 35, 40 ou 45 no caso do Daniel Alves”, brincou. “O importante é fazermos o possível para não perdemos o que já ganhamos”, aconselhou.

 

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