Tadei Vilson Tadei, 66 anos, é o técnico mais experiente. Foto: Foto: Douglas Oliveira/Fértil Comunicação Vilson Tadei, 66 anos, é o técnico mais experiente do Candangão. Foto: Foto: Douglas Oliveira/Fértil Comunicação

Dois técnicos do Candangão estão no grupo de risco da covid-19; saiba o posicionamento deles sobre a possível retomada do futebol no DF

Publicado em Esporte

Dois dos oito treinadores classificados para as quartas de final do Candangão estão no grupo de risco da covid-19. O blog levantou a idade dos treinadores do Gama, Brasiliense, Real Brasília, Formosa, Taguatinga, Capital, Luziânia e Sobradinho. A média é de 56 anos. Vilson Taddei (Gama), 66, e Sebastião Rocha (Luziânia), 65, estão na faixa etária dos profissionais protegidos legalmente e devem trabalhar remotamente quando houver autorização para a retomada dos treinos e da competição. O torneio doméstico está paralisado desde a conclusão da última rodada da primeira fase, em 18 de março. Há um jogo pendente entre Gama e Real Brasília pela décima rodada e 14 confrontos (ida e volta) da etapa de mata-mata para a conclusão do torneio.

Enquanto os debates para a retomada do Candangão se aceleram, Vilson Tadei e Sebastião Rocha cumprem a quarentena, o isolamento social, e aguardam as sinalizações do Governo do Distrito Federal, da Federação e dos respectivos clubes para voltar ao batente. No que depender dos dois, eles irão a campo assim que todos os protocolos forem definidos pelos médicos. Uma comissão de médicos foi designada para confeccionar o manual sanitário para a volta do futebol na capital.

“Gozo de saúde perfeita. O futebol é onde menos se tem problema. O risco é na hora do gol, na hora da comemoração, quando o jogador extravasa. Mas isso aí é só cumprir o protocolo, realizar os testes. Se fosse para voltar amanhã não haveria problema nenhum para mim”, disse ao blog o atual campeão e líder do Candangão Vilson Tadei, o técnico mais velho do Candangão.

Sebastião Rocha classificou o Luziânia para as quartas. Aos 65 anos, ele também não teme a volta ao trabalho, desde que em segurança. “No momento em que você volte e cumpra todos os protocolos que estão sendo elaborados pela Federação e serão entregues aos órgãos competentes, e que esses órgãos nos liberem a fazer os nossos treinos, e consequentemente jogar, eu não vejo nenhum impedimento. Claro que guardando todas as restrições que esse momento nos pede para nós possamos ter esse tipo de comportamento. É claro que a gente não gostaria que fosse dessa maneira, mas, em algum momento, nós temos que pensar na volta segura do futebol como em todas as áreas”, diz o profissional.

 

“Se a curva epidemiológica estiver baixa e houver recomendação para pessoas de mais de 60 anos deixarem o isolamento social, elas poderão trabalhar tomando as devidas precauções, com máscaras. Mas enquanto não for liberada essa flexibilização, as pessoas com mais de 60 anos terão que trabalhar por videoconferência. No caso dos treinadores de futebol, passando as instruções para os auxiliares técnicos de menor idade, que fariam o trabalho de campo”

Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica da CBF, em 3 de maio

 

Assim como Vilson Tadei, Sebastião Rocha se diz pronto para voltar a trabalhar assim que houver a liberação. “Sinto-me confortável para isso, desde que, deixo bem claro, todos os protocolos sejam cumpridos e que a gente consiga resolver da melhor maneira possível. Felizmente, pelo que tenho acompanhado no futebol europeu com portões fechados, voltaremos com todas as seguranças, e com todas as seguranças, não vejo nenhum problema que a gente possa voltar”.

Presidente da Comissão Médica da CBF, o neurocirurgião Jorge Pagura explicou recentemente ao blog do colega Maurício Noriega no globoesporte.com que “se a curva epidemiológica estiver baixa e houver recomendação para pessoas de mais de 60 anos deixarem o isolamento social, elas poderão trabalhar tomando as devidas precauções, com máscaras. Mas enquanto não for liberada essa flexibilização, as pessoas com mais de 60 anos terão que trabalhar por videoconferência”, explicou. “No caso dos treinadores de futebol, passando as instruções para os auxiliares técnicos de menor idade, que fariam o trabalho de campo”, afirmou Pagura.

O Distrito Federal passa por um momento contraditório. O GDF tem flexibilizado, mas o número de óbitos e infectados não para de aumentar. Reportagem do Correio Braziliense mostra que a quantidade de casos em junho subiu 723% em relação a maio. O novo mês está começando. O último boletim da Secretaria de Saúde aponta 196 óbitos e 16.623 contaminações. A situação em Ceilândia, por exemplo, é crítica.

 

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