Andrezinho Carrasco o Flamengo fabrica em casa: Andrezinho eliminou o rubro-negro. Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br

10 pitacos sobre o futebol candango, brasileiro e internacional no fim de semana da bola

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  1. Como se inventa moda…

Brasileiro adora mata-mata, mas os dirigentes amam maltratar essa paixão com fórmulas de disputa mirabolantes. Amigos, como se inventa moda! No Paulistão, o Corinthians fez a melhor campanha disparado da primeira fase e não teve a vantagem do empate contra o Audax Osasco na semifinal em jogo único. O placar de 2 x 2 levou a partida para os pênaltis e o Timão foi eliminado. No Rio, os melhores da Taça Guanabara tinham o empate como trunfo na semifinal em jogo único. No Distrito Federal, se houvesse vencedores diferentes nas semifinais, independentemente do placar agregado e da campanha ao longo do torneio, a decisão da vaga seria nos pênaltis. No caso de Brasiliense e Ceilândia, foi. Numa boa, Estadual é casa de doido. Simplifiquem da próxima vez nos arbitrais em vez de ficar conversando bobagens durante as reuniões para deliberar sobre esses patéticos regulamentos.

 

  1. Deixou de ser nacional

Botafogo e Vasco completam em 2016 três anos sem se enfrentar na Série A do Campeonato Brasileiro. Protagonistas de um triste revezamento na primeira e na segunda divisão desde 2014, eles decidirão o Estadual pelo segundo ano consecutivo. Classificações merecidas e, na minha opinião, inquestionáveis. Mas é constrangedor que o clássico entre dois gigantes do futebol brasileiro fique restrito ao Carioca. Sobre as semifinais, impressionantes os desempenhos dos heróis Riascos e Ribamar. O equatoriano é carrasco do Flamengo em 2016: dois gols foram dele contra o rubro-negro — um em Brasília e ouro em Manaus. E o Ribamar? Três gols como profissional, todos em cima de quem? Do Fluminense. Numa boa, a final é justa. Botafogo e Vasco valorizaram o Estadual desde o início. Enquanto isso, rubro-negros e tricolores priorizavam a Primeira Liga. O Fluminense fez a parte dele e ganhou o título em cima do Atlético-PR. O Flamengo ficou de mãos abanando. É o mico do primeiro semestre.

 

  1. Como nos tempos de Pelé

Impressionante o Santos. Oitava final consecutiva no Campeonato Paulista, igualando os tempos áureos do Rei Pelé. Como disse sem modéstia o técnico Dorival Júnior, seria injusta a eliminação do Peixe. Jogou mais do que o Palmeiras durante o Estadual inteiro e quase deixou a vaga escapar nos pênaltis depois de ceder o empate por 2 x 2 quando vencia por 2 x 0. Herói no título da Copa do Brasil, Fernando Prass virou vilão desta vez nas semifinais. Acontece. Tem crédito de sobra. O técnico Cuca ganhou a confiança da torcida para o Brasileirão. Vai longe. Quanto ao Audax, emociona ver um cara como o Fernando Diniz propondo — com um time limitado — um jogo que não seja à base de chutões, volantes botinudos e contra-ataques. O duelo entre Corinthians e Audax no sábado foi um dos melhores jogos do ano no futebol brasileiro. Tite e Fernando Diniz merecem aplausos. Apesar do 7 x 1, tem gente os dois e o Dorival Júnior na terra de Marco Polo Del Nero quebrando a cabeça com ações isoladas para fazer a CBF enxergar o que, até agora, não quis ver.

 

  1. Jovem, negro e gago

As três palavras acima foram ditas pelo amigo Paulo Vinícius Coelho, o PVC, em uma análise que assino embaixo feita por ele na bancada do programa A Última Palavra, do FOX Sports. Na visão do PVC, o técnico Deivid reunia todos os pré-requisitos para ser desrespeitado, discriminado e descartado pela torcida e a diretoria do Cruzeiro na primeira oportunidade: é um técnico jovem, ou seja, iniciante, negro e gago. Bingo! Acho absurda a demissão de um treinador que tinha 68,6% de aproveitamento em 17 jogos à frente da Raposa. Foram 10 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. O cara passou 138 dias no cargo e só perdeu dois jogos. E há quem diga que Estadual não vale nada, é só uma pré-temporada. Pobre do treinador ingênuo que acredita nisso. Injustiça à parte, bacana a volta do América-MG à final do Mineiro. Sou muito fã do Givanildo de Oliveira. Tem o dom de trabalhar com clubes de médio porte. Quanto ao Atlético, é o favoritaço. Sofreu diante da URT e vai ralar também diante do Coelho.

 

  1. Juventude Donetsk

Fiz uma entrevista em 2015 com Antônio Carlos Zago. O ex-zagueiro estava morando em Donetsk, na Ucrânia, e era auxiliar do romeno Mircea Lucescu no Shakhtar Donetsk. O estágio parece ter funcionado. O treinador acaba de ressuscitar o Juventude. Mesmo com a derrota por 2 x 1, o time desbancou o todo-poderoso Grêmio, de Roger Machado, e vai protagonizar um duelo de ex-beques com Argel Fucks pelo título estadual. A ausência do Grêmio na final escancara as portas do hexa ao Internacional, mas o Juventude pode, sim, faturar o título que não comemora desde a edição de 1998.

 

  1. Arretadas

A final do Campeonato Pernambucano vai ser entre os dois representantes do estado na Série A do Brasileirão. Motivador para a largada nos pontos corridos. Como o Santa Cruz está envolvido na decisão da Copa do Nordeste, ouso dizer que vai dar Sport. A final do Baiano também promete com o clássico entre Bahia e Vitória. A decepção é o Ceará. O Vozão sequer chegou à semifinal e vai ter de engolir o favorito Fortaleza encarar o Uniclinic na batalha final pelo título. No Rio Grande do Norte a taça está entre ABC e América-RN.

 

  1. Copa Alviverde

Como é bacana ver o Gama de volta a um final regional. Fazia tempo. A última havia sido em 2002, na decisão da extinta Copa Centro-Oeste. Lembro que o Gama chegou a vencer o Goiás na partida de ida, no Bezerrão. Estava lá e cobri o jogo. Mas o Gama frustrou a torcida ao ser goleado por 3 x 0 no Serra Dourada. Aquilo deu início a uma crise no alviverde. O adversário na decisão é o Paysandu. No retrospecto, o Gama leva a melhor: duas vitórias contra uma do Papão. Na minha opinião, vai ser muito difícil para o Gama. Mas também era para o Brasília em 2014 e o Colorado espantou o bicho papão no Mangueirão e no Mané Garrincha, e ergueu a taça. É difícil, mas vai que o raio cai duas vezes no mesmo lugar e o Paysandu é vice de novo.

 

  1. Troquem as placas

Contei aqui um dia desses que o prefeito de Leicester promete mudar os nomes das ruas e rebatizá-las com os nomes dos heróis da possível conquista do principal time da cidade no Campeoanato Inglês. É bom correr com as obras. A goleada por 4 x 0 deste fim de semana sobre o Swansea deixou a trupe de Cláudio Ranieri mais próxima da glória. A torcida está tão confiante que até começou a provocar o Tottenham, seu principal perseguidor. Repito mais uma vez o que tenho dito: a conquista do Leicester divide com o conto de fadas de Wendell Lira, vencedor do prêmio Puskás, o título de melhor história do ano no mundo da bola.

 

  1. Se a Bola de Ouro fosse hoje…

Neymar começou a temporada europeia dando pinta de que dividiria com Messi o papel de protagonista do Barcelona. Até foi no período em que o número 1 do mundo teve de se afastar do futebol para tratar uma lesão. Hoje, no entanto, Neymar é o terceiro, talvez. o quarto nome do clube catalão, atrás de Messi, de Suárez e de Iniesta. Ouso dizer que, se a eleição da Bola de Ouro Fifa fosse hoje, os finalistas seriam Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, que têm vagas cativas no prêmio desde 2007, e Luis Suárez. Para mim, o uruguaio venceria. Afinal, não é mole ser artilheiro do Barcelona na temporada e goleador isolado do Campeonato Espanhol em uma disputa acirrada com Cristiano Ronaldo. Vai por mim, o uruguaio pode, sim, fazer história e quebrar o revezamento entre Messi e Cristiano Ronaldo como melhores do mundo. Pena que a ausência na final da Liga dos Campeões pode tirar alguns votos dele.

 

  1. Competência de campeão

Primeiro finalista do Candangão, o Ceilândia eliminou o Brasília e o Brasiliense nos pênaltis nas quartas e nas semifinais, respectivamente. Mais um belo trabalho do time alvinegro, que está na briga pelo tricampeonato depois dos títulos de 2010 e de 2012. Mais importante do que a chance de faturar o terceiro título é a conquista da vaga para duas edições da Série D do Brasileiro. O Ceilândia está garantido em 2016 e 2017. O adversário do Gato sai da semifinal entre Luziânia e Gama. Houve empate por 1 x 1 na ida. O fato lamentável da história é a possibilidade de o primeiro jogo da decisão não ser no Mané Garrincha. As desculpas são duas. Como revelou uma matéria do Correio Braziliense, há duas semanas, a arena está alugada no próximo dia 30 para uma corrida de Cross Urbano agendada para as 15h30, mesmo horário do primeiro jogo da decisão do Candangão. Oficialmente, a Secretaria de Turismo alega que o gramado tem que ser preservado para a passagem da tocha pelo DF, no próximo dia 3.  Durma com um barulho desses. Aliás, vou dormir que está tarde. Boa semana a todos!