img20251209212655545MED Crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

União Brasil deve dividir palanque com Lula nos estados; Saiba quais

Publicado em Congresso, Eleições, Eleições 2026, GOVERNO LULA, Lula, Senado, STF, União Brasil
Crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Por Eduarda Esposito — O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas (MA), disse que o partido ainda pode compartilhar alguns palanques estaduais com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. Em café da manhã com jornalistas, o deputado afirmou que o apoio do presidente do União Brasil, Antônio Rueda, ao prefeito de Recife, João Campos, para o governo de Pernambuco, abriu um “leque de oportunidades”, já que Campos estará com Lula no ano que vem. “O apoio a João Campos abre uma discussão sobre liberar composição com o governo”, disse o líder.

Essa flexibilização deve ocorrer no Nordeste, onde o próprio grupo político de Pedro Lucas, o do governador Carlos Brandão (PSB), é aliado do presidente Lula. No Ceará, há um movimento parecido, tendo em vista que o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), tem grande abertura com o presidente do União Brasil e com o deputado federal Moses Rodrigues (União-CE), que deve compor a chapa com o PT para o Senado. Alguns estados no Norte, como o Pará, também podem seguir o mesmo caminho. Lá, o União tende a ficar no palanque do MDB de Helder Barbalho, que estará com o petista na eleição presidencial.

No Maranhão, um estado-chave, a federação entre União Brasil e Progressistas, ainda não homologada, precisaria liberar uma composição com a base do governo Lula. Ali, União Brasil e do Progressistas representam 25% da força política. O líder também afirmou não se sentir oposição ao governo, a questão é que a bancada avalia pauta a pauta antes de decidir os votos e, quando a discussão envolve aumento de impostos, costuma ser muito caro ao partido apoiar o tema.

Disputa regional acirrada

No Maranhão, a federação União-PP não é a única a enfrentar divergências. Há um racha dentro do PSB, já que o grupo do governador Brandão rompeu com o grupo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. O atual governador quer ir ao Senado e apoiar a candidatura de seu sobrinho e secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, que tem realizado bons programas no estado. Na visão de Pedro Lucas, caso Lula não apoie essa chapa, o palanque do petista tem muito a perder, porque o grupo do governador abrange hoje 80% da força política no estado.

Troca de partido

Quem deve migrar do PSB para o União Brasil no estado é o deputado Duarte Jr. A conversa está madura e deve sair a decisão em breve. O deputado tem visto como uma opção na legenda de Rueda uma futura candidatura à prefeitura de São Luís e mais espaço na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS. Na visão do líder da bancada do União, a filiação é tida como certa.

Sobre a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, Pedro Lucas afirmou que tentou negociar uma candidatura à Câmara dos Deputados. O presidente Rueda teria permitido que Sabino continuasse no ministério, mas o ministro desejava apoio para concorrer ao Senado. Isso impediu qualquer acordo e o impasse fez com que o ministro fosse expulso. Na visão do União Brasil, Sabino pode sofrer uma “rasteira” do governador do Pará, Helder Barbalho, já que o governador já tem sua chapa encaminhada no estado e não inclui o ministro do Turismo.