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Coluna Brasília-DF
De olho numa relação mais próxima com o governo e, se possível, os cargos de primeiro e segundo escalão, o Centrão se prepara para dar mais suporte ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e, por tabela, ao presidente Jair Bolsonaro. Em conversas reservadas, integrantes desse grupo avaliam que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passou do tom ao dizer, em entrevista, que Guedes “não é sério”. Há quem diga que Maia está levando essa crise para um lado pessoal. Por isso, será nos expoentes de partidos, como o PR (de Valdemar Costa Neto, hoje Partido Liberal), o PP (de Ciro Nogueira, hoje Progressistas) e o PSD de Gilberto Kassab, que o ministro poderá buscar apoio. Além de um pedaço do MDB.
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Esses partidos não gostaram da aproximação de Maia com os partidos de esquerda e, por isso, têm atendido aos convites de Bolsonaro. Por enquanto, é só uma “paquera”. Para um namoro mais firme ou mesmo casamento, é preciso mais gestos. As expectativas de participação no governo por parte dessas agremiações estão fortes. Resta saber se o presidente entrará nesse jogo de toma lá dá cá de que tanto reclamou ao longo de sua trajetória para o poder. O PT, no passado, trilhou esse caminho. Deu no que deu.
Outras batalhas
Com a medida provisória da carteira de trabalho verde e amarela fadada a caducar, por causa do confronto entre Bolsonaro e o Congresso, Paulo Guedes trabalha para tentar reduzir a ajuda aos estados e municípios no Senado.
Mesmo enredo
Até na equipe econômica já se sabe: todas as vezes em que o presidente se vê enroscado em alguma notícia negativa, cria uma nova confusão para tentar se descolar do fato. Na quinta-feira, foi a demissão de Mandetta. Essa estratégia ataque-conflito funciona bem nas redes sociais, mas desgasta ainda mais o governo no mundo real. O país precisa de paz para combater o vírus.
CURTIDAS
De JB para JB/ Patrono do Exército, Duque de Caxias é lembrado pelo senador Jader Barbalho (MDB-PA) como um exemplo a ser seguido por Bolsonaro. “Não sei se o presidente Jair Bolsonaro é dado à leitura, tenho dúvidas, mas os generais que o cercam certamente conhecem a história de Duque de Caxias”, afirma.
De JB para os generais/ O senador, assim como tantos outros parlamentares, considerou absurdo os ataques ao Congresso, em especial a Rodrigo Maia, neste tempo de pandemia, no qual o Parlamento fez quase tudo o que governo queria. “É fundamental que os generais se reúnam com o presidente Jair Bolsonaro e digam a ele que Duque de Caxias era o pacificador. E devemos estar à altura do pacificador”.
O caso do ex-deputado que cresceu/ Mandetta é visto como um dos poucos casos de um político que fecha um ciclo no governo sem mandato e, apesar disso, muito maior do que entrou. Sai como vencedor. Quanto a Bolsonaro, a avaliação dependerá do desempenho do novo ministro da Saúde e da resultante pós-pandemia. Até aqui, o cenário não lhe é favorável.
Portal do Voluntariado/ Neste sábado, às 21h, artistas e também moradores da 302 Sul deslancham o projeto Serenata na Quadra. De quebra, a turma do Portal do Voluntariado pedirá doações de alimentos para as instituições cadastradas. Diante das dificuldades, não dá para ficar parado
Os ataques de Lula contra Bolsonaro na convenção do PT não incomodaram os palacianos. Enquanto o ex-presidente tiver contas a acertar com a Justiça, o discurso para esse grupo está pronto e considerado fácil. Afinal, Lula foi preso, condenado, é acusado de ter bens que não estão em seu nome e por aí vai. O problema para o governo é o centro da política, que começa a sair da toca com nova roupagem, para se mostrar como o ponto de equilíbrio, do diálogo, capaz de tirar o melhor dos extremos hoje representados pelo bolsonarismo e pelo petismo. Esse centro, entretanto, ainda não se uniu. E por isso, a ordem no Planalto daqui para frente é trabalhar para que essa união não ocorra.
Juntos, PSDB, DEM, PP, PL, Cidadania, Solidariedade têm pelo menos 40% do eleitorado. Se esse contingente encontrar um líder, Bolsonaro terá de suar a camisa para um projeto de reeleição. Por enquanto, é só observar.
R$ 10 milhões para cada um
O governo retomou o pagamento das emendas parlamentares. A prioridade é concluir a liquidação dos R$ 10 milhões prometidos para cada deputado.
O problema é que as excelências juram ter recebido a promessa de outros R$ 10 milhões. E essas liberações estão muito lentas, sem perspectiva de conclusão para os próximos dias.
Dívida e política I
Em 2017, o governo abriu a possibilidade de renegociação de dívidas contraídas até 31 de dezembro daquele ano por parte dos produtores rurais do Nordeste, prejudicados por sucessivas adversidades climáticas. À época, o Banco do Nordeste (BNB) cumpriu a resolução. O Banco do Brasil, não. Agora, um projeto de lei uniu a bancada do Nordeste em torno dessa proposta. Assim, todos os bancos oficiais terão que cumprir.
Dívida e política II
O texto é assinado pelo deputado João Roma (Republicanos-BA) e tem o apoio dos nordestinos do PSL ao PT. A ideia é votar nessas quatro semanas que faltam para fechar o período legislativo.
E a sede?/ O Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, ainda não tem sede definida. Enquanto não decide, vai funcionando no escritório do secretário-geral da sigla, o advogado Admar Gonzaga.
Menos, Lula, menos/ O PSB tem encontro esta semana para discutir seu caminho. “O Lula despreza a nossa inteligência, ao dizer que quem não está com ele está a favor do Bolsonaro. Não vejo Lula nem Bolsonaro como meu líder. Essa polarização só interessa aos dois”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Aguardem novos capítulos I/ Por enquanto, Renan Calheiros não respondeu ao senador Major Olímpio, na última semana, quando eles discutiam o que Renan chamou de “ameaças de Olímpio a ministros do STF”. Mas quem conhece o grau de fervura do sangue alagoano garante que essa fleuma de Renan não vai durar muito.
Aguardem novos capítulos II/Nos corredores do Congresso, quando alguém pergunta a Major Olimpio sobre seu embate com Renan Calheiros na semana passada, o senador paulista responde: “Eu estou do lado de cá das algemas”.
Centrão tira da oposição o discurso de ”alívio” na Previdência
Coluna Brasília-DF
Na hora de votar os destaques da reforma previdenciária, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e os partidos de centro deram um “jeitinho” de deixar a oposição ainda mais irada. A pensão por morte e aposentadoria das mulheres, por exemplo, foi aprovada com o selo do DEM, embora o PCdoB tivesse uma proposta nesse sentido. Ou seja, o centro agora, além de dividir a oposição, conseguiu, por tabela, lhe tirar o discurso do “alívio” ao texto.
De quebra, também havia entre os deputados a expectativa de que a pressa para liberação das emendas servisse apenas àqueles que votaram a favor da reforma. Nesse quesito, ainda não sabiam, ontem à noite, se seriam atendidos. Até porque o governo quer o discurso de cumprimento da lei e não de toma lá dá cá.
Veja bem
Nos bastidores, os parlamentares alertam que é melhor o governo não considerar que a aprovação da reforma por 379 representa o tamanho da base do presidente Jair Bolsonaro. Dizem os deputados: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, tá ok?”
Recesso branco à frente
Os senadores praticamente saíram de férias esta semana. Isso significa que a Lei de Diretrizes Orçamentárias não deve ser apreciada por falta de quórum no Senado. Sem a LDO, o período legislativo é prorrogado automaticamente. Logo, se os deputados quiserem e os senadores também, haverá espaço para adiantar a votação dos projetos de crédito suplementar que chegarem.
Curtidas
Ajudinha/ O deputado Capitão Augusto (PL-SP) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que parlamentar possa ser nomeado embaixador sem precisar renunciar ao mandato. A família Bolsonaro agradece.
Por falar em PSL…/ O partido distribuiu um documento para seus deputados com orientação de voto para cada destaque à reforma da Previdência. Um do PSB, sobre as contribuições que o PSL não deveria acolher a supressão, tinha escrito; “Alerta: prejudica o trabalhador”.
Coincidência/ Mal o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) serviu uma feijoada na sala de café ontem à noite, a votação dos destaques deslanchou. Foram, segundo Fabinho, quase 400 quilos de comida, entre leitão à pururuca, feijoada, arroz, farofa, frango, pé de moleque, doces mineiros e, na madrugada…. Pão com linguiça. Bem… pelo menos, os deputados não tinham como dormir, depois de tanta comida. Aff…
Mourão e Marco Maciel/ A direção da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) estará hoje com o vice-presidente Hamilton Mourão especialmente para convidá-lo a tomar parte na solenidade de entrega do Prêmio Marco Maciel 2019, que a associação concede àqueles que se destacaram na defesa da atividade do lobby, com ética, transparência e profissionalismo. Maciel, tanto como senador quanto como vice-presidente foi um defensor da atividade. A entrega do prêmio será 13 de agosto.




