Categoria: Política
Coluna Brasília-DF
O DEM vai dar mais espaço para que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta desfile como pré-candidato a presidente da República. Porém, vai esperar o momento certo, ou seja, nada em tempos de pandemia e com as pessoas morrendo por Covid-19. Agora, é tratar das pessoas e da doença, não de eleição.
Olho neles/ A avaliação geral é a de que a hora de testar os pré-candidatos será 2021. Quem agir de olho lá na frente vai queimar a largada. Para alguns, Jair Bolsonaro, por exemplo, está errando no timing.
A decisão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de só discutir em junho qual a melhor data para o retorno das sessões presenciais foi a melhor notícia do dia para o presidente Jair Bolsonaro. Isso significa que, neste primeiro semestre, não haverá CPI (da Câmara ou do Senado) e ou CPMI (quando é composta por deputados e senadores) para investigar as denúncias, feitas pelo empresário Paulo Marinho, de que Flávio Bolsonaro foi avisado antecipadamente da operação da Policia Federal que investigava irregularidades na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando o hoje senador ainda era deputado estadual.
Marinho, em entrevista à Folha de S.Paulo, disse que o senador Flávio soube antecipadamente da operação Furna da Onça e, por isso, teria afastado o então assessor Fabrício Queiroz do gabinete na Alerj, de forma a se preservar de qualquer investigação. A partir de então, diz Marinho, quem manteve contatos com o ex-assessor foi o advogado Vitor Alves, que trabalha até hoje com Flávio.
Com a decisão de Alcolumbre, o máximo que pode ocorrer é alguma comissão da Casa decidir chamar Marinho para prestar informações ou usar alguma CPI já em andamento, como é o caso da CPI das Fake News. Ainda assim, sempre haverá alguém para dizer que esse tema não é objeto da investigação parlamentar em curso.
Mais cargos
As dificuldades do Congresso em retomar as sessões presenciais vão dar ainda tempo para que o presidente Jair Bolsonaro possa estreitar suas relações (leia-se cessão de cargos) para o Centrão. O Partido Liberal (PL) de Valdemar da Costa Neto, por exemplo, recebeu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o orçamento de R$ 53,9 bilhões.
Teich desabafa: Está difícil conciliar os desejos de Bolsonaro com a realidade
Coluna Brasília-DF
O ministro da Saúde, Nelson Teich, desabafou com alguns amigos que está difícil conciliar os desejos do presidente Jair Bolsonaro — de uso da cloroquina e flexibilização do isolamento — com o que é possível fazer dentro dos recursos disponíveis no país e o que preconiza a ciência. Há quem diga que essa situação é a segunda temporada do seriado “Saúde na corda bamba”.
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Com a divisão do Centrão e Rodrigo Maia no comando da Câmara por mais oito meses, o que, diante da pandemia, parece uma eternidade, o presidente Jair Bolsonaro aceitou o conselho dos ministros militares com assento no Planalto e decidiu hastear a bandeira branca ao presidente da Câmara.
A abertura ao diálogo, entretanto, terá de ser acompanhada de ações práticas. Uma das sinalizações do presidente deverá ser o adiamento do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio. Da mesma forma, o Congresso também deverá ter um gesto de boa vontade, aprovando propostas de interesse do governo.
Paralelamente a projetos de mérito, o pano de fundo é um mosaico de interesses políticos dos dois lados. Bolsonaro trabalha para evitar a abertura de processos contra ele e, embora o centro da política queira distância desses pedidos de impeachment, ter uma ponte com a Presidência da Câmara é estratégico.
Rodrigo Maia, por sua vez, teve seu papel de articulador diminuído quando Bolsonaro partiu para o varejo com o Centrão. Agora, o chamamento restabelece Maia como interlocutor. As apostas nos bastidores, entretanto, correm soltas para saber quanto tempo esse “namoro” vai durar.
O conjunto da obra
Na Polícia Federal, há quem diga que a investigação sobre a tentativa de interferência na Polícia Federal vai muito além do tal vídeo da reunião de 22 de abril, na qual o presidente Jair Bolsonaro diz ter tratado da segurança pessoal de sua família e não do desejo de influir na Polícia Federal.
Pesam contra o presidente, por exemplo, mensagens trocadas com o então ministro Sergio Moro, na qual Bolsonaro envia uma nota publicada em O Antagonista sobre 10 a 12 deputados na mira da PF e, em seguida, completa: “Mais um motivo para a troca”.
Tem que mudar isso
Se o Supremo Tribunal Federal (STF) não suspender a medida provisória que isenta agentes públicos de punição por causa de ações voltadas à covid-19, o texto será totalmente reformulado no Senado para restringir o que já vem sendo feito desde março entre os Poderes. Há técnicos do Tribunal de Contas da União trabalhando em conjunto com o Ministério da Saúde para que não haja erros.
Tem que manter isso
Hoje, existe o Coopera, em que o TCU avalia as iniciativas, a fim de separar as ações para salvar vidas daquelas adotadas por aproveitadores da situação de calamidade. Não dá para, em nome dos bons, blindar os bandidos.
“Não estou criticando a medida provisória. Quero saber o que será feito com os mal-intencionados. Não se pode dizer que pode fazer o que quiser com dinheiro público”
Do presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, referindo-se à medida provisória que isenta os agentes públicos de punição por erros cometidos durante a pandemia da covid-19
Tiro no pé/ Foi considerada mais uma trapalhada do governo o fato de a Advocacia-Geral da União (AGU) fazer a transcrição literal de trechos da reunião de 22 de abril em seu pedido para que apenas algumas falas do presidente sejam divulgadas. Deu apenas mais argumentos para que a defesa do ex-ministro Sergio Moro pedisse a liberação geral, a fim de deixar claro o contexto das falas presidenciais.
Justiça em dobro/ Quem acompanha o dia a dia do Poder Judiciário aposta que este período de quarentena resultará numa queda significativa no número de processos pendentes de julgamentos e despachos. Em isolamento, a maioria dos juízes aproveita para colocar os processos pendentes em dia.
Por falar em isolamento…/ Dos personagens que mais critica em conversas reservadas, os mais difíceis para o presidente Jair Bolsonaro retomar o diálogo são os governadores de São Paulo, João Doria, que o presidente vê como um grande adversário no futuro, e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Se ficar focado em 2022, Bolsonaro corre o risco de se perder no presente.
Vídeo da reunião: Celso de Mello tende a liberar apenas fala de Bolsonaro a Moro
O suspense vai durar, pelo menos, mais alguns horas. Por enquanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello manteve o sigilo sobre vídeo que a Polícia Federal apresentou hoje de manhã aos investigadores, ao ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e seus advogados. Porém, a parte relativa à investigação, ou seja, se houve uma tentativa de interferência na Polícia Federal, deve ser liberada, depois da análise do ministro-relator. Especialmente, as cobranças do presidente da República ao seu ministro da Justiça, Sérgio Moro, naquela reunião de 22 de abril. A dúvida que levou o ministro a refletir, antes de liberar o vídeo, são os comentários sobre outros assuntos, como, por exemplo, a relação com a China. Quem viu o vídeo teme por um incidente diplomático, algo que não tem nada a ver com a investigação em curso no STF. Daí, a tendência de liberar apenas o trechos com referências a Moro e à troca de comando na PF.
Desde o início da tarde, quando terminou a exibição do filme na sede da Polícia Federal em Brasília e as primeiras informações começaram a ser divulgadas, o mundo da politica se viu sob forte tensão, porque as informações são as de que as falas do presidente são estarrecedoras, ao ponto de dizer que, se não pudesse trocar o superintendente do Rio de Janeiro, trocaria o ministro. Chegou ao ponto de o próprio presidente vir a público para desmentir as informações obtidas nos bastidores, por integrantes da PF: “Não existe eu falando superintendência da Polícia Federal, nada disso. Esse vídeo, espero que as questões sensíveis sejam mantidas sobre sigilo. Agora, da parte tocante ao inquérito está liberado, até os palavrões que falei, sem problema nenhum”, disse Bolsonaro agora, no início da noite.
O presidente tenta minimizar suas declarações durante a reunião para ver se consegue acalmar, não só o mercado, que levou o dólar a R$ 5,88. A preocupação dentro do governo cresce a cada dia com a economia, diante de um quadro de saúde que se mostra a cada dia mais grave, haja visto o registro de 881 mortes nas últimas 24 horas, o que levou o Brasil a ultrapassar os 12 mil mortos. Ou seja, a tempestade perfeita continua e parece distante de perder força.
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Depois da conquista do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), o Centrão de partidos como o Progressistas (PP) e o Republicanos (PR) vai jogar a fim de ver se consegue, pelo menos, um naco forte do Ministério da Saúde. Não por acaso, o atual secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, nomeou uma série de militares para cargos na pasta. É a forma de tentar evitar que os políticos terminem emplacando seus apadrinhados.
Entre os deputados do Centrão, entretanto, prevalece a avaliação de que Teich ainda não disse a que veio. Para completar, com o número de casos e mortes em crescimento, o confronto com Bolsonaro não tarda, porque o ministro tem apoiado a maioria das atitudes dos governadores estaduais, de apertar as medidas de isolamento social onde a situação é de colapso do sistema de saúde.
A jogada de Moro
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro preferiu evitar caracterizar a ação do presidente Jair Bolsonaro como um crime porque, se o fizesse, poderia ser acusado de prevaricação. Afinal, era autoridade e teria conhecimento de algo ilegal dentro do governo.
Cada um lê como lhe agrada
O depoimento de Moro, aliás, permite qualquer discurso. Os defensores do presidente afirmam que não comprova a interferência na Polícia Federal. Já os opositores dizem que é caso para impeachment, porque Bolsonaro queria mandar na superintendência da PF no Rio. Avaliação de um expert da política: enquanto estiver nesse nível, Bolsonaro está salvo.
O teste deles
Bolsonaro terá uma prova da fidelidade do grupo, que fará tudo o que estiver ao alcance para evitar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Para um presidente que se encontra em desgaste político perante o eleitorado, já é meio caminho.
O teste dele
O governo, entretanto, tem colocado outro teste na roda: o fim da CPMI das Fake News. Ao CB.Poder, por exemplo, o líder no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que a comissão não foi prorrogada automaticamente e que aguarda a resposta da Mesa Diretora a respeito.
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Hidroxicloroquina…/ Ciente da escassez de hidroxicloroquina no mercado brasileiro, a Fundação Ana Lima fez uma doação limitada do medicamento para as operadoras do Sistema Hapvida. Assim, desde terça-feira, o sistema disponibiliza a medicação gratuitamente para os pacientes com prescrição médica para uso em casa. A novidade permite a realização do tratamento com as dosagens indicadas pelo médico nas próprias residências.
… para tratamento em casa/ Ou seja, o uso não se dá mais apenas para quem está entubado, hospitalizado. “A percepção clínica de nossos médicos é de que o uso da hidroxicloroquina, em associação com outras drogas, na fase inicial da doença, tem sido um elemento essencial para evitar a gravidade da covid-19 em nossos pacientes”, explica o presidente da Hapvida, Jorge Pinheiro.
Salários, a próxima crise/ A sessão da Câmara da última terça-feira estava quase no fim quando o presidente da Casa, Rodrigo Maia, que ainda ouvia propostas de alguns parlamentares, saiu-se com esta: “Vamos parar com essas ideias (de tirar mais categorias do congelamento de salários) porque, senão, vamos escancarar a divisão entre o Planalto e a equipe econômica”.
Depois da Cultura…/ A frase de Maia soou para muitos como um sinal de que as divergências de projeto entre Bolsonaro e Paulo Guedes não estão totalmente sanadas. Porém, dado o volume de confusões que o presidente coleciona com suas falas, essa crise ainda demora algum tempo em banho-maria.
#EuNãoMeCalo/ “Sem imprensa livre, não há liberdade de expressão e de informação. Sem imprensa livre não há democracia”, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.
Colaborou Renato Souza
Regina Duarte perto de ser substituída por ex-ator de Malhação
A turma que deseja a substituição da atriz Regina Duarte na secretaria de Cultura sacou o nome do ator Mário Frias, que fez sucesso em Malhação no final da década de 1990. O ator participou ainda de outros programas da Rede TV, da Record e, no ano passado, de volta à Globo, participou de Verão 90.
O nome dele circulava como possível substituto antes mesmo de Regina Duarte conversar com o presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (6/5). Em entrevista à CNN, há pouco, o ator disse que torce pelo sucesso de Regina, mas que está à disposição, “se for preciso”. Em política, isso quer dizer que aceita o cargo e que Regina Duarte deve estar no ocaso de seu período como secretária de Cultura.
Bom pensar duas vezes…
Para alguns artistas, é um sinal de que é bom pensar duas vezes antes de deixar uma carreira de sucesso para seguir as promessas de “carta branca” para trabalhar dentro do governo do presidente Jair Bolsonaro.
A ministro Celso de Mello se prepara para levantar o sigilo do depoimento do ex-ministro Sérgio Moro à Polícia Federal. A intenção é deixar tudo às claras, a fim de evitar que adversários e aliados do ex-ministro posse retirar trechos de contexto. A tendência é difundida nos bastidores entre próprios ministros do Supremo Tribunal Federal.
O pedido de fim do sigilo foi feito pelos advogados do ex-juiz, justamente por causa do receio do uso de trechos do depoimento. Até aqui, sabe-se que Moro entregou à PF todo o arquivo de seu celular para que fosse periciado e contou ainda que ministros presenciaram a tensão entre ele o presidente da República, Jair Bolsonaro em reuniões por causa da Polícia Federal. Tanto é que a ideia é ouvir agora os ministros da Casa Civil, Braga Neto, do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.
Celso de Mello tem tratado esse tema como a chave de ouro de sua carreira no STF e não se desviará um milímetro da letra da lei, doa a quem doer. Em tempo de fake news, a tendência do ministro, de levantar o sigilo, se confirmada, terá o intuito tanto de evitar que o presidente Jair Bolsonaro seja acusado injustamente quanto para assegurar que tudo o que foi dito por Moro não será distorcido pelos aliados do presidente. Aliás, como Bolsonaro não se cansa de repetir citando a Bíblia, “a verdade libertará”.
Delegados da PF darão um voto de confiança ao novo diretor mesmo após troca no Rio
Coluna Brasília-DF
Os delegados da Polícia Federal darão um voto de confiança ao novo diretor-geral, Rolando Souza. Nem a troca do superintendente do Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira, abalou. Isso porque a habilidade de Rolando em convidar o exonerado no Rio para ser o diretor-executivo da Polícia Federal segurou qualquer reclamação.
Agora, se houver alguma insistência em mexer com o grupo de delegados que serve ao Supremo Tribunal Federal, aí sim o delegado Rolando terá os mesmos problemas já vividos por Fernando Segóvia em 2018.
O mesmo vale para possíveis interferências da família Bolsonaro nos inquéritos que correm no Rio de Janeiro e a escolha do futuro superintendente por lá, onde, conforme já noticiou a coluna, um dos nomes fortes é o de Alexandre Saraiva, também amigo da família presidencial. O diretor-geral começa com todos de olho nos seus passos.
A pressa de cada um
Com menos de sete meses de STF, o ministro Celso de Mello está decidido a fechar sua permanência ali com chave de ouro. Isso significa que, se encontrar elementos suficientes para condenar o presidente Jair Bolsonaro nas denúncias de ingerência política na Polícia Federal, assim o fará.
Pau que bate em Chico…
Também é considerado líquido e certo pelos amigos do ministro Celso de Mello que, se não houver provas cabais para levar o processo contra Bolsonaro adiante, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro que se prepare: vai sobrar pra ele.
A aposta de Bolsonaro
O presidente está confiante de que, assim como a substituição de Luiz Henrique Mandetta terminou absorvida por uma parcela expressiva dos seus apoiadores, e até mesmo de setores da política, a de Sergio Moro também o será.
Os desconfiados
O Centrão está disposto a ajudar o presidente, mas a desconfiança em relação ao governo ainda impera. Afinal, da mesma forma que presidente flerta com os extremistas de direita nas manifestações, os deputados apostam que Bolsonaro se voltará contra eles se algo der errado logo ali.
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Tapete vermelho/ O fato de Rolando Souza chegar à direção da PF com todos de olho nos seus passos, não significa que será hostilizado pelos colegas. O delegado é considerado cordato, e muito educado, além de um delegado técnico. Não existe óbice em relação a ele, comentam os delegados nos bastidores.
Pelas bordas/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), é considerado a maior aposta do governo para ajudar na reaproximação com o DEM. Especialmente, depois de levar o governador Ronaldo Caiado (GO) para conversar com Bolsonaro.
A luz do sol../ … é o melhor detergente. Daí, o pedido da defesa de Sergio Moro para retirada do sigilo do inquérito sobre interferência na Polícia Federal. Esconder, avaliam os políticos, só interessa ao presidente.
… é o melhor remédio/ Enquanto o inquérito não terminar, as peças da política não vão se mover. Irão apenas acompanhar de perto todos os movimentos, em especial aqueles dos extremistas que foram às redes sociais prometer “ação” contra o Parlamento e o STF.
E a quarentena, hein?/ O ex-deputado João Caldas ficou impressionado com o trânsito na região do SIA, em Brasília, segunda-feira. Na avaliação dele, por aqui, o isolamento social acabou. O engarrafamento que presenciou se dá, exatamente, depois da manifestação em que centenas de pessoas ficaram concentradas na frente do Palácio do Planalto, um grande contingente sem máscara e, ainda, agredindo fotógrafos. A coluna se solidariza com os jornalistas Dida Sampaio e Orlando Brito.
Bolsonaro restabelece laços com Guedes para tentar evitar impeachment
Coluna Brasília-DF
Depois de perder dois ministros populares, Jair Bolsonaro começa a semana restabelecendo o poder de comando do ministro da Economia, Paulo Guedes, como era no início do governo. Esse movimento vai muito além da tentativa óbvia de estancar a sangria de apoiadores entre empresários e mercado financeiro.
Ao manter o apoio desses setores, o presidente quer amortecer os movimentos contrários de congressistas e, por tabela, dificultar a instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Aliados do presidente estão convencidos de que, se mantiver a economia no caminho prometido na campanha, ou seja, com ajuste fiscal e sem gastar a rodo mais à frente, quando a pandemia passar, Bolsonaro manterá o mercado e o setor empresarial ao seu lado e evitará a perspectiva de qualquer pedido de impeachment.
Até aqui, os dois presidentes que perderam o cargo em processos desse tipo, Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, estavam com a economia em frangalhos. Se Guedes continuar como o fiador de dias melhores no pós-pandemia, pelo menos até as eleições de 2022, acreditam os bolsonaristas que qualquer ação mais contundente contra Bolsonaro permanecerá na gaveta.
O pacificador
Quem comandou a operação que terminou recolocando Guedes no lugar de destaque foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, já na sexta-feira, detectou um cenário preocupante de elevação do Risco Brasil e fuga de investidores. Em conversa com Guedes e Tereza Cristina (Agricultura), marcou o café com o presidente para que, juntos, alertassem para a necessidade de reforço político à equipe econômica.
Os cacifados
Além de Guedes, Tereza e Campos Neto, está nesse rol o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também visto como um craque fundamental para levar adiante a agenda de concessões.
Um pelo outro
Ao colocar o advogado-geral da União, André Mendonça, no Ministério da Justiça, Bolsonaro espera arrefecer o clima contra Alexandre Ramagem na Polícia Federal.
O problema da PF
O novo diretor-geral da PF terá que arrumar um meio de preencher as 4.500 vagas existentes no efetivo da comporação. No total, são 15 mil policiais federais em todo o país e só há 10,5 mil na ativa.
Lombardia…
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, está numa sinuca de bico. É que a semana começou com os vereadores aprovando leis de volta ao trabalho, sem a menor base científica em plena pandemia. Tudo começou quando os evangélicos apresentaram um projeto de lei para reabertura dos templos. E, aí, começou o toma lá dá cá.
…ou Nova York é aqui?
Com o projeto, defensores de outros segmentos pediram aos cristãos que apoiassem suas emendas para liberação de construção civil, bares, restaurantes, lancherias (como os gaúchos chamam as lanchonetes) e por aí foi, cada um defendendo o seu nicho. “Um absurdo. Não vi isso em nenhum lugar do mundo”, diz o prefeito, que até aqui mantém a situação sob controle graças ao isolamento.
Os amigos/ Sergio Moro e Paulo Guedes se aproximaram tanto no governo que era comum encontrá-los no restaurante Avenida Paulista, nas noites candangas, para tomar um vinho depois do longo expediente.
A máscara e o sapato/ O sapato que o ministro da Economia usava era um modelo de uFrog, calçado de neoprene com solado antiderrapante desenvolvido no Brasil por Meg Gonzaga, irmã do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga. Já a máscara, dizem amigos do ministro, proteção por causa do vírus e, de quebra, esconder sua insatisfação com a situação.
“Sou a favor de que se investigue e confio no nosso presidente. Se Bolsonaro aprontar, fizer coisas graves, não vou apoiar, mas está longe de aparecer alguma coisa contra Bolsonaro”
Deputada Bia Kicis (PSL-DF)