Nem todos gostaram do projeto das emendas

Publicado em coluna Brasília-DF
Crédito: Caio Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 27 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A lei que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a fim de garantir transparência à apresentação e liberação das emendas ao Orçamento da União não agradou a todos os parlamentares. E há quem diga que, dificilmente, agradará ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. “É para inglês ver o que foi feito aqui, há 15 dias. Um absurdo! Sem rastreabilidade, tudo o que a gente mudou aqui para dar um pouco mais de transparência, a Câmara tirou. De novo, o Senado foi jogado para trás. A Consultoria do Senado respondeu dizendo que não atende às exigências de transparência e rastreabilidade do Supremo Tribunal Federal”, afirmou o senador Eduardo Girão (Novo-CE).

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Girão aponta as emendas de comissão como mais um problema. Ele considera que apenas um grupo pequeno vai conseguir ser atendido nessa modalidade. “Se você não entra na comissão, não consegue colocar suas emendas porque o colegiado é pequeno e o caciques políticos vão colocar as pessoas deles”, acusou.

A nova onda da polarização

Com o relatório de quase 900 páginas da Polícia Federal colocando o ex-presidente Jair Bolsonaro no papel de “participação ativa” no planejamento de um golpe de Estado, a ordem entre os adversários é bater sem dó nesse ponto em discurso e entrevistas. Enquanto isso, os bolsonaristas ficam na defensiva, para dizer que tudo é perseguição para “tirar” Bolsonaro do páreo de 2026.

Esforço em vão

Ministros e parlamentares passam esta última semana de novembro dedicados à recepção de prefeitos ávidos para fechar as contas deste ano. Só em um probleminha: sem Dino, do STF, liberar as emendas, ninguém tem como prever uma data de quando o dinheiro sai.

Agora lascou

Muitos prefeitos relataram aos deputados dificuldades para fechar as folhas de pagamento dos funcionários da área da saúde. Ou seja, ficaram contando com o dinheiro das emendas em vez de acertar tudo com recursos próprios.

A morosidade dos Poderes

Ao mesmo tempo em que o governo adia o anúncio dos cortes de gastos, será um milagre se for cumprido o cronograma, divulgado ontem, de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 e do Orçamento.

CURTIDAS

Crédito: Reprodução / Redes Sociais

Que Deus nos proteja…/ No Distrito Federal, já se viu gravação que ficou conhecida como “oração da propina”, nos tempos da Operação Caixa de Pandora, feita pelo então deputado distrital e evangélico Rubens Brunelli (PSC). Agora, nas quase 900 páginas de seu relatório sobre o planejamento de um golpe de Estado, a PF menciona uma espécie de “oração ao golpe”.

… e guarde dessa gente/ O padre José Eduardo Oliveira e Silva (foto), que foi indiciado, pede que os brasileiros católicos e evangélicos incluam em suas orações os nomes do ministro da Defesa e de outros 16 generais de quatro estrelas “pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários público de farda (…)”. A mensagem, diz a PF, disseminava a ideia de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

Movimento em prol do emprego e da pequena empresa/ A Coalizão em Defesa do Simples Nacional realiza, hoje, em Brasília, no hotel Windsor Plaza, um almoço debate para esclarecer aos parlamentares os riscos da reforma tributária aos pequenos negócios. A ideia é proteger o Simples. Os estudos da Coalizão indicam que, nos primeiros dois anos, as empresas que pagam impostos pelo Simples, o índice de sobrevivência é de 83%, enquanto esse índice nas que se enquadram nos demais regimes tributários é de 38%.

Cresce a indústria/ O Movimento Brasil Competitivo (MBC) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apresentam, hoje, o Observatório do Custo Brasil, uma ferramenta de acompanhamento que reúne dados, estratégias e avanços para enfrentar os entraves à competitividade nacional. Durante o evento, serão divulgados novos dados sobre a redução de desempenho até aqui e o que ainda pode ser feito para a diminuição do Custo Brasil.

Os “imexíveis”

Publicado em coluna Brasília-DF

 

Crédito: Gomez

Coluna Brasília/DF, publicada em 26 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

No governo Collor, o então ministro do Trabalho, Antonio Rogério Magri, sacou um “imexível” para se referir ao plano econômico do presidente à época. Agora, passados 34 anos, a política adotou o neologismo do então ministro para se referir às trocas no governo Lula. O presidente pode até ter necessidade de substituir alguns colaboradores, mas, se o fizer, terá que ser de forma a não desequilibrar os partidos — ou seja, manter a distribuição entre as legendas que hoje ocupam as vagas.

Por exemplo: tirar Alexandre Silveira do Ministério de Minas e Energia pode ser mais problemático do que parece. Silveira vem de um PSD vitorioso nas urnas para a Prefeitura de Belo Horizonte e é um dos mais fiéis a Lula. Tirar Waldez Goés do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional somente se houver algo mais a oferecer ao senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Saúde na corda bamba

Um ministério que Lula protegeu com a bandeira técnica é o da Saúde. O PP não desistiu de ter a pasta, mas o PT resiste a entregar. A avaliação dos petistas é de que, se o partido abrir mão, perderá de vez o controle sobre uma área-chave. E deixará aberto para que todo mundo “se crie” por ali. Em 2010, em plena pandemia, o então presidente Jair Bolsonaro substituiu o médico e então deputado Luiz Henrique Mandetta pelo general Eduardo Pazuello, seu amigo. A gestão do militar foi considerada um desastre, mas, por outro lado, muitos bolsonaristas lembram que Bolsonaro queimou um potencial nome ao Planalto. Ou seja, não deixou surgir ali um adversário às suas pretensões eleitorais.

A ordem dos fatores

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino só tratará da liberação das emendas ao Orçamento depois da sanção do projeto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicação no Diário Oficial da União (DOU) e juntada da nova lei aos autos do processo. Ou seja: esta semana não sai. No sábado, Dino estará no Maranhão, casando no civil com Daniela Lima, sua companheira há 15 anos.

Por falar em emendas…

Não será possível cortar o Orçamento de toda a Esplanada, mantendo as emendas intactas. E com a demora da liberação por Dino, a aposta é de que as que faltam liberar este ano correm o risco de terminarem no pacote de restos a pagar.

Outra visão

Os bolsonaristas veem uma luz para o ex-presidente nos áudios em que um coronel do Exército fala em “democracia é o cacete” e cita, em tom de reclamação, declarações de Jair Bolsonaro sobre não querer sair das quatro linhas da Constituição. Consideram que pode ser uma prova de que o ex-presidente não participou de planos de tentativa de sequestro e assassinato.

Sem descanso

Aliás, depois que o plano de assassinato veio à tona, a ideia de Bolsonaro é falar todos os dias para continuar no contraponto ao governo e aos petistas. E a partir daí, tentar reaglutinar seus eleitores nas ruas para defendê-lo.

Abaixo a polarização

O jantar da Confederação Israelita do Brasil (Conib), no último fim de semana, em São Paulo, ainda ecoa na cabeça dos políticos que viram ali a largada de um movimento na politica brasileira. Houve governadores convidados — por exemplo, Tarcísio de Freitas (SP) ou Ronaldo Caiado (GO). Mas nem Lula e Bolsonaro foram chamados. Cláudio Lottenberg, que preside a Conib, foi direto: “Não convidei o atual, mas o futuro presidente está nesta sala”. Se esta bandeira “abaixo a polarização” e o “extremismo” pegar, ficará ruim para bolsonaristas e petistas.

CURTIDAS

Crédito: Divulgação FIEMS

O “problemão” de Nikolas/ A expectativa de alguns bolsonaristas de ver o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) no Senado terá que esperar. Ele completa 30 anos em 2026 e, para ser senador, precisa ter 35, no mínimo.

Em cartaz/ O público da sessão de 20h de domingo, no Cine Brasília, não só aplaudiu como formou um coro “sem anistia”, ao final do longa Ainda estou aqui, de Walter Salles. As atuações de Fernanda Torres e de Fernanda Montenegro, no papel de Eunice Paiva, a viúva do ex-deputado Rubens Paiva, refrescam a memória dos anos 1970, que muitos parecem esquecer. Que o país nunca mais flerte com ditaduras e golpes de Estado.

Prêmio Marco Maciel/ A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) fará, hoje, a solenidade de entrega da honraria àqueles do setor que se destacaram no diálogo, na ética e na transparência nas relações público-privadas. É a sétima edição em homenagem ao ex-senador e ex-vicepresidente Marco Maciel, que ao longo de sua trajetória política trabalhou em prol dessas premissas.

Por falar em homenagens…/ No Mato Grosso do Sul, o presidente da Federação das Indústrias, Sérgio Longen, celebrou os 45 anos da instituição homenageando o ex-presidente Michel Temer e o ex-governador de São Paulo João Doria (foto).

Inelegível e indiciado, Bolsonaro pressiona o PL para ser candidato a presidente em 2026

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília/DF, publicada em 24 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg

O ex-presidente Jair Bolsonaro comentou com integrantes do PL que vai até o fim numa candidatura presidencial. Ainda que esteja inelegível e indiciado na tentativa de golpe de Estado, continuará percorrendo o país em eventos partidários, independentemente dos inquéritos a que responde. Se for preso, pretende fazer tal e qual Lula, em 2018: lançar um nome que possa representá-lo nessa empreitada. A ideia é manter ocupada a cadeira de pré-candidato do PL e seu eleitorado unido. Assim, se for o caso, na última hora, poderá sacar o nome de Eduardo Bolsonaro para concorrer ao Planalto. O filho 03, pré-candidato ao Senado por São Paulo, é o que tem menos arestas para essa disputa e faz política no maior colégio eleitoral do país. É também o que tem mais ligações com o futuro governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.

Gratidão & lealdade

Com o ex-presidente insistindo em ser candidato, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), volta-se ao projeto da reeleição. Enquanto Bolsonaro não abrir mão dessa candidatura, nem ele e nem outros potenciais concorrentes citados como opções do bolsonarismo arriscam carreira-solo. Está nesse rol a senadora Tereza Cristina (PP-MT). Da mesma forma que Lula tentou sufocar nomes da esquerda em 2022 e juntou todos sob o seu comando, Bolsonaro se manterá candidato para tentar fazer o mesmo com os candidatos que podem surgir no seu campo e tirar um filho do coldre. Esses são os planos A e B e já estão em curso.

Gato escaldado…

Muitos esquerdistas reclamaram da atitude do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de deixar a apresentação da denúncia contra Bolsonaro para o ano que vem. Em conversas reservadas, quem o conhece garante que a ideia é evitar o que houve com a Operação Lava-Jato. Muitos acusados e condenados em outras instâncias se livraram por falhas processuais. Não dá para repetir isso.

Diferenças

Os advogados dos réus da Operação Contragolpe têm mais problemas do que os da Lava-Jato. Isso porque, lá atrás, os processos começaram na primeira instância e seguiram até o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, está tudo na Corte. Ou seja, menos chances de recursos.

A guerra será o Senado

Embora o eleitor esteja mais preocupado com o Natal, os políticos estão com a atenção voltada ao período eleitoral de 2026. Tudo o que for feito daqui para frente, estará diretamente relacionado à preparação de terreno, em especial, na disputa para duas vagas ao Senado. Os bolsonaristas já mapearam os potenciais candidatos para tentar garantir maioria e, assim, cavar um impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Em alguns estados, Bolsonaro pretende exigir indicação para as duas vagas.

O cálculo deles

Os bolsonaristas não estão sozinhos nessa conta. Em encontros políticos, ministros do STF também discutem esse tema. Lula e governadores aliados, idem. Na política, existe a certeza de que, se o bolsonarismo eleger 27 senadores (um por estado e o DF), terá condições de juntar votos contra o Supremo. Por isso, a ideia de Lula é que seu partido apoie nomes de outras legendas que estejam fortes, de forma a evitar uma avalanche de senadores que podem flertar com processos de impeachment. O problema é que o PT ainda não se convenceu. E pretende concorrer em todos os estados.

Por falar em Lula…

Não é apenas a insistência de Bolsonaro em ser candidato que tira o governador de São Paulo da eleição presidencial. Se Lula estiver forte em 2026, Tarcísio de Freitas se preservará para a temporada seguinte, calculam seus aliados, sem Lula e sem Bolsonaro.

Juros na roda

Nos bastidores da festa de 60 anos do Sinduscon, um dos assuntos mais comentados foi a necessidade de baixar os juros. Mas, a avaliação geral é a de que não dá para baixar sem segurança técnica. O setor da construção civil prefere um pouso suave quando for seguro, do que baixar demais e, depois, ter que subir além do que seria necessário.

Bia e Nikolas

O bolsonarismo considera seriamente lançar a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) ao Senado, em vez de apoiar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Isso porque o governador, até aqui, não entrou na defesa do ex-presidente. E Bia está rouca de tanto dizer que Jair Bolsonaro é vítima de Alexandre de Moraes. Em Minas Gerais, Nikolas Ferreira é considerado o nome mais forte.

2025 de embates

O PT deflagrou uma campanha virtual pelo arquivamento do projeto de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro. Ainda não recorreu a manifestações de rua. Vai, primeiro, medir o apoio na população conectada. Como o leitor da coluna já sabe, parte do governo não quer saber de convocar manifestações para não atiçar seus opositores e garantir tranquilidade para o processo judicial.

O Novo cresce

Com as eleições deste ano, o partido Novo teve um aumento de 1600% em número de mandatários. Para auxiliar esses prefeitos e vereadores eleitos, o Diretório Nacional fará um “Encontro de lideranças Novo 2024”, para treinamento em gestão e legislação. “Alcançamos um outro patamar. Até hoje, o Novo era um partido de alguns poucos mandatários, agora são quase 300. Esse encontro é essencial para que todos possam se conhecer, trocar experiências e cultivar a nossa cultura institucional”, comenta o presidente da legenda, Eduardo Ribeiro.

Não mexam com quem está quieto

Publicado em China, coluna Brasília-DF, Congresso

Da coluna Brasília-DF publicado em 21 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg

Revelado o plano para matar o presidente Lula; o vice, Geraldo Alckmin; e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, petistas da mais alta cúpula discutiram várias ações, de um pronunciamento do presidente em cadeia nacional de rádio e tevê à convocação de manifestações de rua em defesa da democracia e “não à anistia”. Essas ações, no entanto, foram prontamente rechaçadas pelos mais centrados no governo e no PT. Não é hora de tentar tirar proveito nem de medir a popularidade em função dessas prisões de militares. O momento é de sobriedade e de trabalho no governo. E de aguardar o desfecho das investigações sobre aqueles que planejaram assassinar as autoridades.

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Os petistas há tempos perderam a hegemonia das manifestações de rua. Um chamamento agora, se não fosse amplamente atendido pela população, só animaria os oposicionistas ávidos por ver Lula fora do poder. E ainda deixaria o presidente exposto. A Polícia Federal não descarta a existência de outros terroristas por aí, esperando uma brecha na segurança para atacar, tal e qual o homem-bomba que se explodiu no último 13 de novembro. Nesse sentido, todo o cuidado é pouco.

Apostas sobre o “Juca”

Em conversas reservadas, políticos especulam dois nomes a respeito de quem teria o codinome “Juca” capitado nas conversas daqueles que planejaram um golpe de Estado em 2022. Os investigadores não arriscam dizer, mas os políticos põem dois nomes na roda. O principal é o do ex-ministro José Dirceu, que continua orientando parte dos petistas nos bastidores. O outro é o do ex-ministro da Justiça e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.

E o Mauro Cid, hein?

Hoje é a última chance para o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro contar tudo o que sabe. Se houver uma omissão ou mentira, adeus benefícios da delação premiada.

Avaliação de quem conhece

Os bolsonaristas mais ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro acreditam que Mauro Cid não irá comprometer o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele se manterá firme na tese que o ex-presidente jogou o tempo todo dentro das quatro linhas da Constituição.

Termina logo, vai

Os parlamentares não veem a hora de acabar com as sessões plenárias de 2024. Se o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino liberar as emendas, eles votam a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Orçamento de 2025 e, talvez, a reforma tributária. Se não liberar, nem isso.

Entre China e Estados Unidos…

O Brasil negocia cada vez mais com a China, hoje seu principal parceiro comercial. Seja na indústria, seja no agro

CURTIDAS

A onda de Tarcísio/ O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), volta os olhos totalmente a um projeto reeleitoral. Com o presidente Jair Bolsonaro ocupando a cadeira de pré-candidato, ele jamais se apresentará para uma empreitada ao Planalto.

Segurança reforçada I/ Jornalistas de emissora de tevê que tentaram chegar ao Palácio da Alvorada por transporte de aplicativo durante a visita de XI Jinping a Lula, não puderam passar. Só passava pelas barreiras quem estivesse com o carro da emissora e credencial especial emitida apenas para aquele evento. Não teve choro nem vela, nem para quem estava com credencial especialmente emitida para o evento.

Segurança reforçada II/ Na entrada da garagem do Palácio do Planalto, os ocupantes de todos os carros tinham que desembarcar na porta, enquanto o carro era submetido à revista antibombas.

80 anos de José Jorge/ O ex-senador pernambucano reuniu amigos e antigos colaboradores numa festa junina no Iate Clube de Brasília nesta quarta-feira, para comemorar seus 80 anos. Candidato a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin em 2006, José Jorge (foto) conseguiu arrastar vários amigos para Brasília em pleno feriado. Alguns dispensaram o jantar com XI Jinping para abraçar o aniversariante e sua esposa, Socorro, que também comemorou mais uma primavera. Coisa rara.

De legados e fracassos

Publicado em coluna Brasília-DF

Da coluna Brasília-DF publicado em 19 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Aliados comentavam em meio à reunião de cúpula do G20 que se o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminasse em dezembro, seu legado já estaria posto com o G-20 Social e a Aliança contra a Fome — lançada em 2004, quando ele discursou nas Nações Unidas, mas não foi para frente. O discurso no G20, 20 anos depois, poderia ter sido um copia e cola. Naquela época, Lula usou frases do tipo “da fome e da pobreza jamais nascerá a paz” ou “a humanidade está perdendo a luta pela paz”. E conclamou a uma união no combate à fome, com a pergunta: “Se fracassarmos contra a pobreza e a fome, o que mais poderá nos unir?” A frase vale para os dias de hoje. E foi nesse sentido que a Argentina ingressou na nova aliança — não dá para ficar contra um movimento contra a fome. O contraponto que Javier Milei fará — e já ensaiou em seu discurso em defesa do neoliberalismo — será nos meios para se alcançar esse objetivo.

Veja bem

O fato de Lula anunciar uma aliança global contra a fome, 20 anos e dois meses depois daquele discurso na Abertura da 59ª Assembleia da ONU, é sinal de que os países fracassaram nessa empreitada. Agora, com o G20 prometendo, inclusive, um fundo para financiar essa nova tentativa de acabar com a fome, a esperança do governo brasileiro é de que, daqui a 20 anos, os discursos de hoje sejam vistos como primeiro passo de uma caminhada que chegou ao objetivo.

Mais fácil ganhar na Mega

O senador Humberto Costa (PT-PE) foi designado relator do projeto do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) sobre anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Difícil será Mourão arrancar um parecer favorável do petista.

Onde mora o perigo

O que leva os senadores e deputados a colocar de molho essas propostas de anistia é o receio de que alguma dessas pessoas termine partindo para atos extremos, como as bombas da semana passada perto do Supremo Tribunal Federal. Além disso, os lideres consideram que o projeto é polêmico e capaz de acirrar os ânimos num momento em que os parlamentares precisam ter tranquilidade para aprovar projetos urgentes — como o Orçamento de 2025.

Só no papel

As novas regras aprovadas no Senado ainda não representam um sinal verde para a liberação das emendas retidas por decisão do Supremo Tribunal Federal. Antes disso, o ministro Flávio Dino já disse a aliados que precisará de uma leitura detalhada da lei que for publicada no Diário Oficial da União.

Consórcio da sustentabilidade

Terminado o G20, os governadores do Sul e Sudeste têm encontro marcado em Santa Catarina para discutir projetos sustentáveis capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A avaliação de alguns deles é de que não dá para deixar tudo a cargo do governo federal. Não está descartada, inclusive, a discussão de emendas ao Orçamento das duas regiões para financiamentos de projetos.

CURTIDAS

Crédito: Justin Tallis/AFP

Eles estão na área/ Depois do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, começar a rodar o país para se apresentar ao União Brasil como uma opção para 2026, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, deve seguir pelo mesmo caminho. É o nome do PSD para a disputa e o único que, até aqui, tem alguma inserção no Nordeste, por causa do programa do pai, o Programa do Ratinho, um dos mais populares da tevê brasileira.

Theresa May em São Paulo/ A Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge) realiza o congresso brasileiro de seus associados com a presença da ex-primeira-ministra do Reino Unido Theresa May (foto). Ela tem uma vasto conhecimento sobre o tema. Seu governo, de 2016 a 2019, foi responsável pela eficiente transformação do sistema de saúde britânico, o National Health System.

Parceria obrigatória/ No Brasil, o sistema público de saúde atende a 75% da população. Cabe ao privado e suplementar 25% do atendimento. Embora integrados, um sistema depende do outro. Essa interdependência, que sempre gerou um debate longo e polêmico, será o ponto central do congresso da Abrange, na quinta e na sexta-feira, em São Paulo.

Novo normal/ Os cariocas estão acostumados a encontrar celebridades na sua orla, mas o presidente da França, Emmanuel Macron, de terno, acompanhado da mulher, Brigitte, toda de preto, de salto alto, às 23h, no calçadão de Copacabana, foi a primeira vez.

Galípolo baixa expectativas de juros do PT

Publicado em coluna Brasília-DF

 

Crédito: Gomez

Da coluna Brasília-DF publicado em 17 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Foi um banho de água fria no PT a fala do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a perspectiva de redução da queda dos juros nos Estados Unidos no governo de Donald Trump e seu impacto no mundo. O partido via no diretor indicado por Luiz Inácio Lula da Silva a aposta para uma mudança radical na política de juros do atual comandante do BC, Roberto Campos Neto. Porém, no G20 Talks desse feriadão, Galípolo deixou os políticos com a sensação de que essa guinada não será possível, por causa das medidas que Trump promete adotar, tais como, elevação das tarifas de importação e nova política de imigração.

Modo cobrança

Os petistas admitem uma redução das suas expectativas em conversas reservadas, mas, publicamente, a ordem é continuar na linha de pressionar para alteração mais contundente no que vem sendo feito por Roberto Campos Neto. No BC, prevalece a visão de que é preciso todo o cuidado no controle dos juros. Quando a política prevaleceu nesse campo no passado, foi o país quem pagou a conta.

Pente fino 

   Desde quarta-feira, agentes de inteligência varrem as redes sociais em busca de mensagens de ódio. Afinal, foi ali que Francisco Wanderley deu as pistas do que estava planejando. A ordem no governo é vasculhar tudo que possa representar a presença de outros lobos solitários em Brasília. 

Sem guerra, não vai 

    Tem muita gente incomodada com a possibilidade de deixar as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio fora da declaração conjunta do G20 por causa das dificuldades de se chegar a um consenso sobre os conflitos. Se esse tema não entrar, a incapacidade de diálogo no mundo ficará ainda mais evidente.

 PP vai pedir o DF 

    Em conversas reservadas, o PP de Celina Leão definiu que na hora de sentar-se à mesa com os candidatos da direita ao Palácio do Planalto em 2026, pedirá todo o apoio à candidatura da vice-governadora do DF. O partido acredita que não tem nome melhor do que o dela, seja à esquerda ou à direita.

É pegar ou largar 

   A avaliação nos aliados de Celina é a de que o PL de Jair Bolsonaro terá dificuldades em partir para outras candidaturas, porque a vice-governadora é a mais capaz de dar ao palanque bolsonarista na capital da República um discurso conservador avesso a atos violentos. Afinal, em todas as oportunidades ela passou no teste, seja nos ataques de 8 de janeiro ou nas explosões da última quarta-feira.

CURTIDAS

Crédito: AFP

Trump presente/ O presidente da Argentina, Javier Milei, caminha para ser o porta-voz de Trump na reunião de cúpula do G20. Vem disposto a fazer o contraponto com Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto).

5×2 pode ser/ O deputado Luiz Lima (PL-RJ) considera radical a proposta de redução da jornada de trabalho para 4X3, mas acredita que a 5×2, com o sexto dia flexível, uma boa evolução. “Um jovem de 25 anos que recebe comissão vai querer trabalhar seis dias, mas uma senhora de 50 anos que trabalha com a limpeza vai ser beneficiada. É preciso avaliar caso a caso e pensar no sexto dia flexível para negociação entre o empregado e o empregador”, disse.

Então, é Natal/ Depois do atentado da semana passada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a tendência dos congressistas é tentar tirar da pauta do plenário tudo o que acender demais os ânimos. Especialmente, as pautas de costumes, como o aborto.

Por falar em polêmica…/ O ex-deputado Roberto Freire, que concorreu à Presidência da República pelo antigo PCB em 1989, levanta uma em suas redes sociais: “Os ministros do STF devem voltar a ser apenas juízes e falarem nos autos, em última instância e como guardiões da Constituição do Brasil. Temos – para o bem da democracia e reconquista da pacificação nacional – que encerrar os tempos de cronistas, comentaristas e analistas políticos e, especialmente, o de substitutos das polícias criminal e judicial da República”, diz, mencionando ainda a presença deles em convescotes durantes os fóruns que participam mundo afora.

Anistia é problema de Lira e vai para o fim da fila

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF, Senado
Crédito: Kleber

Da coluna Brasília-DF publicado em 15 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

Integrantes do próprio PL consideram difícil levar adiante a intenção da deputada Bia Kicis (PL-DF) de só apoiar para presidência da Câmara quem se comprometer com o projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. É que, enquanto o presidente da Casa for Arthur Lira (PP-AL), o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), candidato da maioria, não tratará desse tema. A deputados próximos, Motta já disse que esse problema cabe a Lira. E se esse assunto chegar a fevereiro do ano que vem sem solução, os líderes, conjuntamente com a Mesa Diretora da Casa, seja ela qual for, é que terão que decidir o que fazer, levando em conta serenidade e bom senso.

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Em tempo: Lira também não pretende tratar desse assunto tão cedo. É que há quase um consenso entre os líderes dos partidos de centro sobre a necessidade de, primeiramente, averiguar qual o grau de conexão do homem-bomba da última quarta-feira, Francisco Wanderley Luiz, com os atos de 8 de janeiro. E como as investigações devem demorar, dificilmente haverá tempo hábil de tratar dessa anistia este ano.

Muito além da anistia

As explosões próximas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Câmara dos Deputados levarão a uma revisão completa do sistema de segurança no Legislativo e no Judiciário. Inclusive com investimentos nas áreas de inteligência e contratação de novos policiais.

Por falar em investimentos…

Parte da turma que avalia os cortes orçamentários vai sugerir que os recursos a serem aplicados na área de inteligência e segurança das sedes dos Três Poderes e autoridades sejam preservados e, se possível, ampliados. No Parlamento, já existe muita gente dizendo que não há como fazer economia nessa seara.

… nada está assegurado

Na próxima semana, as pautas em foco da Câmara dos Deputados serão o projeto sobre as emendas parlamentares para destravar o Orçamento, que, de acordo com o deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD-RO), “não tem nada pronto”. Aliás, a essa altura do campeonato, a cinco semanas do fim dos trabalhos legislativos, sequer a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi votada — e nem há prazo previsto para apreciação.

Sem pressa

Como o leitor da coluna já sabe, deputados só querem tratar do Orçamento depois que o ministro Flávio Dino, do STF, liberar as emendas. E as explosões não mudaram em nada essa disposição.

CURTIDAS

Mário Agra/Câmara dos Deputados

Tratamento diferente…/ O deputado Luiz Lima (PL-RJ, foto) lamentou as explosões e afirmou que há diferença de tratamento deste episódio para o atentado do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018. “Quando Bolsonaro sofreu aquele atentado, todos diziam que era um lobo solitário. E hoje já estão falando que tem que investigar (o homem que jogou bombas no STF) porque não é um lobo solitário”, disse.

… mesma dor/ O parlamentar do PL também questionou o porquê de não haver a mesma repercussão quando os deputados do seu partido foram ameaçados por uma influencer. Em vídeo, Festi, uma tiktoker com 1 milhão de seguidores, ameaça sequestrar e botar “um fuzil na cabeça” de parlamentares que não assinaram a Proposta de Emenda Constitucional que reduz a escala de trabalho, hoje de 6×1. “Tem que ter a mesma preocupação. Eu sinto a mesma dor quando os outros são ameaçados. Precisamos trazer o lado mais humano e menos político”, comentou.

Sigamos em frente/ Parlamentares ainda estão consternados com atentado terrorista ao STF, quarta-feira, mas não a ponto de cancelar as sessões de segunda-feira e de terça-feira, ainda que tenha reunião do G20 no Rio de Janeiro, e seja véspera do feriado da Consciência Negra. O tempo até o recesso é pouco e serviço não falta.

Bom feriado/ Que a data da Proclamação da República traga serenidade para as discussões políticas.

Não se render nem vacilar

Publicado em coluna Brasília-DF, STF

Da coluna Brasília-DF publicado em 14 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

A primeira reação no Supremo Tribunal Federal (STF), depois das explosões, foi proteger os ministros, retirando os que estavam no prédio. No Congresso, a ordem foi não se render aos extremistas. Ambas as Casas mantiveram suas sessões, quando a deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP) e o senador Carlos Portinho (PL-RJ), de ideologias opostas, pediram a suspensão dos trabalhos; ela, na Câmara, ele, no Senado. Hoje, entretanto, não há sessão marcada, e todos vão para o feriado sob tensão.

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Todo cuidado é pouco/ Que ninguém se iluda: as grades vão voltar à Praça dos Três Poderes, e a ordem na Câmara, no Senado, no STF e no Planalto é reforçar a segurança e os serviços de inteligência, com bloqueio dos estacionamentos próximos às sedes dos Poderes. É o retorno ao terror que imperou no fim de 2022 e início de 2023.

Caminho para ampla vitória

O que parecia impossível há alguns meses virou pule de 10 a dois meses e meio da eleição do presidente da Câmara. O líder do Republicanos, Hugo Motta, virou candidato único do centro da política. O segredo do sucesso foi a atração do PL à direita e do PT à esquerda. Quando essas duas legendas entraram no blocão de Hugo, distribuindo espaços e comissões da Casa, não sobraram opções de jogo para o União Brasil do centro à direita e nem para o PSD de Gilberto Kassab, do centro para a esquerda. E ficar sem visibilidade e, por tabela, emendas, não era o projeto das bancadas. Agora, Hugo Motta terá de se equilibrar entre governo e oposição tal e qual Arthur Lira.

O equilibrista

Hugo Motta, até aqui, tem sido um equilibrista. Jogou para escanteio a proposta de emenda à Constituição que mexe na escala de 6 x 1 dos trabalhadores para implantar a de quatro dias trabalhados por três de folga. Ao dizer que tem de discutir ouvindo quem emprega, sinalizou que o debate será longo. O setor empresarial gostou e viu na fala do deputado um sinal de que essa mudança não acontecerá tão cedo. A tendência é a de que propostas à direita e à esquerda, se radicais, sejam dirigidas às comissões a perder de vista. E só votar o que obtiver um mínimo de consenso na sociedade.

Prefeitos na pressão…

Se tem algo que vai andar rápido no Congresso por esses dias é o projeto que trata das emendas parlamentares. Os prefeitos chegaram com tudo a Brasília nesta semana, pedindo a regulamentação para garantir a liberação daquelas suspensas por decisão judicial.

… e na incerteza

Quem vai liberar de fato é o STF. Até aqui, as irregularidades encontradas pela Controladoria-Geral da União (CGU) não permitiram que a Corte levante a suspensão. E muitos ministros têm insistido que os congressistas precisam enviar as listagens de quem foi beneficiado. Do STF, vem a notícia de que tudo o que foi adotado até aqui ainda não representou o cumprimento da decisão do Supremo

CURTIDAS

NOEL CELIS / AFP

Chineses fecham hotel/ Em sua segunda visita a Brasília, o presidente da China, Xi Jinping (foto), fechou o hotel Royal Tulip, próximo ao Palácio da Alvorada. A segurança do presidente chinês mandou modificar toda a estrutura da suíte presidencial e, além de trocar os móveis de lugar, os chineses fizeram questão da retirada do carpete novinho. Xi Jinping chega a Brasília logo após o G20, no Rio de Janeiro, para uma série de acordos com o governo brasileiro e um encontro com o presidente Lula na próxima quarta-feira.

E não é a primeira vez/ É comum a delegação chinesa bloquear hotéis inteiros em viagens presidenciais. Foi assim também em 2019, em sua primeira visita ao Brasil como presidente da China, ainda no governo de Jair Bolsonaro.

Campeões/ Muitos atentos observadores de delegações chinesas informam que a segurança dos presidentes do Império do Meio costuma ser mais exigente do que a dos presidentes dos Estados Unidos. Pelo mesmo hotel, já passaram o ex-presidente Barack Obama, em 2011, e Joe Biden, no cargo de vice-presidente, em 2013.

Brasil chega à COP29 sem dever feito

Publicado em coluna Brasília-DF, Senado

Da coluna Brasília-DF publicado em 12 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito

O desejo do governo brasileiro de desembarcar em Baku com o mercado de carbono regulamentado no Brasil, terminou frustrado por ausência de uma base política que pudesse bater o pé e garantir a votação na semana passada, no Senado, sem alterações na proposta aprovada na Câmara. A análise em plenário foi adiada a pedido da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que acompanha uma missão empresarial do agro na China. Está prevista uma nova tentativa de aprovação na sessão de hoje. Porém, se houver alteração no texto da Câmara, o projeto volta para apreciação por parte dos deputados. A COP29, no Azerbaijão, vai até 24 de novembro. A esperança da turma da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é de que tudo esteja votado antes disso. Senão, o país sairá da COP com o discurso de que pede aos outros, mas não faz.

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Por falar em Marina…/ Muitos políticos têm reparado que a ministra do Meio Ambiente fala em “desmatamento zero” ao se referir aonde pretende chegar. Só tem um probleminha: os setores relacionados ao extrativismo e ao agro têm mencionado “desmatamento ilegal zero”. Afinal, o Código Florestal Brasileiro fala em preservação de 20% nas propriedades do Cerrado e 80% na região amazônica. Ou seja, há espaço para desmatamento na legislação brasileira.

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Veja bem/ No Congresso, o que se diz é que, se Marina quer desmatamento zero geral, tem que ir ao Parlamento negociar mudanças no Código Florestal. Acontece que, numa Câmara de perfil conservador, qualquer emenda pode sair pior que o soneto e prejudicar ainda mais a política ambiental.

Terceira via

O partido Novo não pretende apoiar nenhum dos dois nomes que concorrem à Presidência da Câmara. Após a líder do partido na Casa, Adriana Ventura, ter dito à coluna que a bancada tomaria uma decisão até dezembro, o deputado Gilson Marques (Novo-SC) afirmou que a legenda não tem candidato. “Ninguém faz parte da nossa decisão, o fato é que nós não queremos apoiar nenhum desses dois”, disse, referindo-se aos líderes do Republicanos, Hugo Motta (PB) e o do PSD, Antonio Brito (BA).

E tem mais

Gilson Marques considera que a presidência da Câmara nem deveria ser assunto agora, já que a Casa tem muito assunto para se preocupar até o fim do ano. “Na verdade, me incomoda ter que discutir, ou fazer campanha, ou estar preocupado com quem vai ter o poder lá em fevereiro, sabe? Acho que a galera devia estar preocupada em resolver os problemas do país, que são muitos”.

Enquanto isso, no Senado…

O fato de o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil), ter se comprometido, se eleito presidente da Casa, a não colocar em pauta nenhum pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deixou o PT e o Judiciário aliviados. O governo não quer saber de marola no único ano que terá para aprovar propostas de seu interesse antes do ano eleitoral.

Olho neles

O governo de Tarcísio de Freitas, que tem um braço de sua campanha na segurança pública, terá que resolver logo a presença de uma parcela de policiais militares da ativa trabalhando para bandidos nas horas vagas, como faziam alguns para o empresário morto no aeroporto de SP.

CURTIDAS

Crédito: Câmara dos Deputados

A nova onda de Bolsonaro/ Com a internet cheia de “clones” de seu estilo “revoltado e solto”, o ex-presidente Jair Bolsonaro mudou sua estratégia. Passou a dar uma série de entrevistas e ainda obteve a publicação de um artigo num dos jornais paulistas de grande circulação, a Folha de S.Paulo. Para quem, nos tempos de Presidência da República, brigava com os repórteres, Bolsonaro, agora, tenta se mostrar mais afeito ao debate e ao centro, tentando perder a pecha de radical.

Polêmica geral/ Até aqui, a deputada Erika Hilton (PSol-SP) não conseguiu completar as assinaturas para a proposta que pretende acabar com o trabalho de seis dias, com uma folga semanal, que reina no comércio. E, diante da pressão da ala conservadora do Parlamento, dificilmente conseguirá. A avaliação nos bastidores é a de que, se a proposta for a votos, passa.

Férias em etapas/ A Frente Parlamentar Mista da Medicina (FPMed) está mobilizada para aprovar o PL 1.732/2022, que permite o fracionamento das férias para médicos residentes. O projeto teve um requerimento de urgência apresentado pelos deputados Doutor Luizinho (Progressistas-RJ) e Altineu Côrtes (PL-RJ), e agora aguarda votação no plenário com expectativa de votação ainda este ano.

Lotação esgotada/ Quem reclama da fila do táxi no aeroporto de Congonhas, não sabe o que é a de Baku. A ex-deputada Perpétua Almeida (foto) esperou quase uma hora para conseguir um transporte por lá.

Militares e civis na cobrança

Publicado em coluna Brasília-DF

Blog da Denise publicado em 8 de novembro de 2024, por Denise Rothenburg

Palestrante na II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, em Belém, o Comandante Militar da Amazônia, general Costa Neves, aproveitou o evento para atestar a “não existência de uma política nacional para a Amazônia” e dizer que a “anomia estatal” na região, com muitos espaços e dificuldade de presença do Estado, facilita a cooptação pelo crime organizado. “Há um ecossistema do crime”, afirmou. A um ano da COP30, o general relata a apreensão de quatro toneladas de pasta base de cocaína, uma tonelada e meia de skank, 200 quilos de mercúrio e mais 110 mil toneladas de cassiterita, além de 200 dragas de garimpos retiradas de circulação.

Os números, que deixaram boquiabertos muitos dos ambientalistas. E, se até os militares consideram que a política para a Amazônia não está clara, a proximidade da COP30 é um bom momento para que todos se agarrem neste serviço, a fim de chegar lá com o dever de casa feito

Toma lá…

Com o pacote fiscal na roda, os parlamentares topam reduzir as emendas de comissão incluídas na proposta aprovada pela Câmara dos Deputados esta semana. Mas não aceitam abrir mão dos recursos que essas emendas representam. OU seja, querem tudo fora do corte de gastos.

… dá cá

A proposta em discussão pelas excelências, inclusive muitos que compõem o grupo que apoia Hugo Motta para suceder Arthur Lira no comando da Casa, é transferir o valor dessas sugestões orçamentárias das comissões técnicas da Câmara e do Senado para as emendas individuais impositivas. Nesse sentido, o governo prefere até as emendas de comissão.

Enquanto isso, na sala da Justiça…

Ninguém move um músculo no sentido de levantar a suspensão das emendas até que tudo esteja no papel e aprovado. Isso inclui a proposta de transparência para o futuro e as listas, do presente e do passado, dos padrinhos mágicos do orçamento secreto.

Segurança nacional

A organização internacional do P20 pediu restrições de acesso à Esplanada por medo de algum ataque. Os deputados acharam um exagero, mas, diante de um mundo incerto, todo o cuidado é pouco. “Imagine parlamentares dos 20 maiores países do mundo sofrendo um ataque aqui?”, contou um deputado à coluna. A Polícia Militar do Distrito Federal confirmou que a Alameda dos Estados está fechada e somente autoridades tem acesso à via.

CURTIDAS

COP30 é agora…/ A um ano da COP de Belém, quem dá o apito de largada é a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Texeira (Foto), que hoje integra o Conselho das Nações Unidas para o clima. Ao homenagear o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, que promove a II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, ela foi direta: “O que Jungmann fez aqui foi um movimento ousado e importante. A COP30 já começou, os minerais estratégicos estão envolvidos. O Kerry inclusive tomou nota, algo raro nesses encontros”, disse, referindo-se às anotações que John Kerry fez durante sua palestra magna.

… e Kerry registrou/ Ex-senador e ex-assessor especial para o clima do presidente Joe Biden, Kerry anotou e repetiu o nome da empresa que desenvolve tecnologia para carregamento rápido de baterias. “O Brasil está se colocando nessa tecnologia e o mundo está tomando nota sobre o Brasil. Não podemos deixar passar esta oportunidade”, diz a ex-ministra.

Protesto em vão/ Somente um seleto grupo de parlamentares pode participar da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20). Houve deputado que quis protestar por acreditar que não poderia entrar nas sessões. O deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) explica que “não é que não podia entrar, um parlamentar chegando ali ninguém impediria ele”. A questão, de acordo com o deputado, seria mais sobre ter um lugar para se sentar devido ao tamanho das delegações participantes.

Gente nova na Secom/ (FOTO) O jornalista e consultor Fabrício Lazzarini Carbonel é o novo secretário da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR). Com 15 anos de experiência em comunicação política, Carbonel assume a função no lugar de Mariana Seixas, exonerada a pedido. Ele vinha exercendo o cargo de Diretor de Mídia e Patrocínio da Secom/Presidência da República. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (07).