Autor: Denise Rothenburg
O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) contou ao blog que defenderá daqui a pouco o fim do foro privilegiado para as 55 mil autoridades que hoje têm esse privilégio. Citará inclusive ministros de tribunais superiores que hoje detêm esse benefício. O PMDB está todo no plenário para ouvi-lo. Até porque, há pouco, circulou o boato de que o discurso era para que ele renunciasse ao mandato. “Renunciar por que, se não fiz nada de errado? Vou tratar é do foro”, disse Jader ao blog.
O projeto está parado na Câmara dos Deputados. E, se os congressistas não correrem, o foro especial acabará só para eles, deixando o Judiciário de fora. Afinal, no STF, está em discussão o fim do foro apenas para os políticos. Eles querem isonomia. E, Justiça seja feita:Se for para acabar, deve ser para todos.
Aos poucos, os partidos da base vão entendendo a importância de se aprovar logo a reforma da Previdência e, com ela, garantir o discurso de recuperação econômica na eleição. O PSDB, por exemplo, que não tem tradição de fechar questão em votações tomou essa decisão hoje de manhã, de olho nos números da economia e na perspectiva de não deixar o PT repetir o discurso de 2006, quando jogou no colo dos tucanos o terrorismo da privatização. Os petistas planejam repetir essa estratégia com a reforma da previdência.
Nesse momento, por exemplo, circula nas redes sociais uma notícia falsa, com a marca do PT, de que a reforma acaba com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas de baixa renda. A reforma em análise no Congresso não mexe com o BPC.
Amanhã, o DEM adorará o mesmo recurso de fechar questão para levar os seus deputados a votarem em bloco em favor da reforma previdenciária. De ontem para hoje, o quadro mudou. O governo chega a esta tarde mais otimista. Vejamos as próximas horas.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem alertado em todas as reuniões com parlamentares que, se a reforma previdenciária não for votada este ano, quem vai ganhar é o PT do ex-presidente Lula. Portanto, avalia ele, é melhor votar agora e tirar o assunto da Câmara no ano que vem do que deixar para fevereiro. Aliás, o governo já avisou: o tema não sairá de pauta no ano eleitoral. Portanto, a ordem ainda é “não deixe para 2018 o que você ainda pode fazer agora”. Afinal, se a economia piorar, quem perderá são os governistas.
Façam as contas
A bancada do Distrito Federal, que hoje não tem um só voto favorável à reforma previdenciária e conta com pelo menos dois pré-candidatos ao GDF, vem sendo chamada a fazer as contas: se nada for feito, não haverá recursos para cumprir promessas de campanha. Apenas para pagar as contas, em especial, as aposentadorias. Nunca é demais lembrar que os servidores já receberam salários em parcelas. Para isso se repetir logo ali, não falta muito.
Por falar em candidatos
a governador…
Os cálculos feitos pelo Planalto indicam que, entre os senadores, será mais fácil aprovar a reforma previdenciária. É que ali há muitos interessados em concorrer a governos estaduais, em que as contas vão de mal a pior sem a reforma.
Livro-ouro
Se tem um ministro que ninguém consegue enrolar quando o assunto é votação na Câmara, é o da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele tem uma apostila, com os nomes de todos os deputados da base aliada, como cada um votou nos projetos importantes do governo, a perspectiva de voto na reforma previdenciária e quem tem poder de influência sobre cada um (prefeitos, governadores, empresários, mãe, sindicatos etc).
É isso que tem servido de base nas conversas com cada líder sobre o tema, desde que o governo começou a contagem dos votos. Hoje, está na casa dos 290.
Já viu ponte com nome de vice?
Da conversa com o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa,
o PSB extraiu apenas uma certeza: o
magistrado não será candidato a vice em hipótese alguma. Logo, se o quiserem, terá
que ser no papel de ator principal.
Nem tanto
A empolgação do PSB com Joaquim Barbosa não é lá essas coisas. Para se ter uma ideia, o presidente do partido, Carlos Siqueira, ficou fora do encontro. Tinha outro compromisso em Salvador.
Um voo com Kassab/ O presidente Michel Temer vai nesta sexta-feira a Campinas com o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, para visitar o complexo que abrigará o acelerador de partículas.
E o Loures, hein?/ Já era esperado que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures virasse réu no processo que apura o caso da mala com R$ 500 mil, aquela que ele carregava com ar de assustado pelas ruas de São Paulo. Novidade, dizem os peemedebistas, só se ele resolver envolver outros na história.
Tem, mas acabou/ A decisão do TRE do Rio que tornou o ex-prefeito Eduardo Paes (foto) inelegível enterrou o nome que o PMDB considerava lançar para o governo estadual. A ordem agora é buscar uma aliança com algum outro partido e fazer bancada na Câmara estadual e federal.
Festa na Agricultura/ Eleito com o apoio unânime das 27 federações do país para um mandato de mais quatro anos, o presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), João Martins da Silva Júnior, toma posse hoje, às 10h, com uma solenidade no espaço Unique. O presidente Michel Temer confirmou presença.
Com o ministro Antonio Imbassahy fora da Secretaria de Governo, o presidente Michel Temer ganha um espaço nobre para tentar fechar os votos que faltam à reforma previdenciária. A tendência é a nomeação do deputado Carlos Marun (PMDB-MT), que tem um bom trânsito no chamado Centrão. Aliás, Marun foi acusado pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de ter ido a Curitiba tratar com o ex-deputado Eduardo Cunha sobre o nomeação de André Moura (PSC-SE) para líder do governo. Renan chegou a se referir ao deputado como um mensageiro do ex-presidente da Câmara.
As reclamações de Renan não foram rebatidas pelo Planalto, que nomeou André Moura, sem dar satisfações aos senadores do partido e sim aos deputados da base, algo que o presidente repetirá agora com o substituto de Imbassahy. O PP, que mais reclamava de Antonio Imbassahy, não tem restrições ao nome de Marun. Há um mês, quando Bruno Araújo deixou o ministério das Cidades para que Temer pudesse acomodar melhor o Centrão, o PMDB chegou a anunciar que Marun seria ministro. A operação foi tão atrapalhada que irritou o tucano e Temer recuou.
No mesmo dia da posse de Aleandre Baldy no lugar de Bruno Araújo ficou acertado que Imbassahy sairia quando da convenção do PSDB, marcada para a amanhã. Os peemedebistas agora, como alguns setores do Centrão, aguardam a nomeação de Marun. O deputado, aliás, havia dito há um mês que abriria mão de disputar a reeleição “se fosse para ajudar o presidente Michel Temer” no governo. A disposição de Marun não mudou. Resta saber se a do presidente Michel Temer e de seus aliados continua a mesma.
Às vésperas da convenção que deve fazer de Geraldo Alckmin presidente do PSDB, os tucanos têm dilemas que vão muito além da reforma previdenciária. Por exemplo, quem tiver a curiosidade de saber por que o governador não apresenta um bom índice nas pesquisas pré-eleitorais basta sentar-se à mesa numa roda de jovens endinheirados de São Paulo. Por ali, diz-se que a confiança no partido ficou abalada depois que o presidente licenciado da legenda, Aécio Neves, foi objeto de gravação por parte do empresário, hoje preso, Joesley Batista. Agora, vem mais esse baque da quebra de sigilo do senador. Nesse ritmo, se Alckmin quiser recuperar esse eleitorado, terá de demonstrar que esse episódio foi um caso isolado.
» » »
Aécio, por sua vez, não vê a hora de se dedicar exclusivamente à própria defesa e se voltar ao fortalecimento do partido em Minas Gerais, algo que fará a partir de amanhã, depois da convenção nacional. Enquanto isso, Alckmin terá de se desdobrar para governar São Paulo e percorrer o país tentando mostrar aos eleitores que podem confiar nele “sem medo de ser feliz”. O slogan, usado no passado pelo PT, agora cabe como uma luva nos sonhos dos tucanos de retomada do poder.
O jeitão da coisa
Pelo andar da carruagem, os deputados tentam arrancar até o último centavo do caixa da União com a promessa de votar a reforma da Previdência. Porém, não planejam cumprir a parte deles no acordo. Tem muita gente com saudade dos tempos em que as excelências negociavam o mérito das propostas e não um ganho eleitoral.
A culpa é da “patroa”!
Já tem parlamentar ensaiando a justificativa de que a esposa mandou ficar em casa na semana de 20 de dezembro para ajudar nos preparativos de Natal. E, sabe como é, a última semana de funcionamento do Congresso sempre é esvaziada. Até orçamento só sai por acordo.
A culpa é do “patrão”!
A falta de quorum vai fazer “sobrar” ainda para Michel Temer. É que o governo foi com tanta sede punir quem votou a favor da denúncia contra o presidente que agora faltaram votos. O peemedebista obteve, em outubro, 251 votos favoráveis. Precisava de, pelo menos, mais 57 para completar os 308 necessários à aprovação da reforma.
Depois não reclama
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, comentava ontem numa roda que em seu estado, hoje, há apenas um trabalhador da ativa para cada inativo. Daqui a pouco, vai ficar impossível sustentar as aposentadorias dos servidores públicos. Ainda assim, o partido dele,
o PSD, resiste a fechar questão.
CURTIDAS
Novo DEM/ O Democratas faz sua convenção no próximo dia 14, quando receberá um grupo de deputados oriundos do PSB, incluindo Danilo Forte (CE), Heráclito Fortes (PI) e Tereza Cristina (MT).
Deixa quieto/ Ao contrário do PSDB, que realiza convenção neste sábado para a troca de comando, o DEM não vai mexer com o seu presidente, senador José Agripino. Não interessa a ninguém fazer marola na cúpula partidária neste momento.
Se melhorar, estraga/ Na avaliação dos Democratas, o partido está bem na foto, com Rodrigo Maia na Presidência da Câmara; Mendonça Filho, no Ministério da Educação; e ACM Neto, na prefeitura de Salvador. Não precisa tumultuar a direção partidária, tirando holofotes dessas três vitrines importantes.
[FOTO2]
Enquanto isso, no PT…/ Caíram as chances de Fernando Haddad como plano B para a disputa presidencial e subiram as do ex-governador da Bahia Jaques Wagner (foto). Essa gangorra vai continuar até a eleição, caso Lula não consiga ser candidato.
Colaborou Paulo de Tarso Lyra
De público, o governo e seus lideres têm dito que não há data marcada para votar a reforma da Previdência. Ocorre que o problema não é de data. É de votos. E, assim, a impressão que se tem hoje é que governo e base vivem uma fase de grande enrolação nesse assunto. Deputados da base aliada querem “compensações” para votar um tema impopular. Estão com medo de aprovar a proposta e lá na frente comprometer a reeleição. Assim, esperam levar “algum” para a base, a fim de amortecer o desgaste. O governo, sem condições de atender a todos, também enrola.
Muita gente, entretanto, acredita que esses deputados terão problemas de qualquer jeito. O PT, conforme você pode ler no post abaixo, já planeja dizer na campanha que é bom o eleitor não votar nos deputados aliados do governo porque, se reeleitos, vão aprovar a reforma da Previdência. Ou seja, o assunto ficará em pauta num festival de versões, tal e qual as privatizações ficaram em 2006.
Esse cenário de acusações sobre os deputados da base pode ficar pior sem a reforma. Vai que a economia desanda. E aí, de quem será a culpa? O mercado vai acusar justamente os deputados que resistiram à reforma previdenciária e Lula chegará dizendo que tempo bom era o dele. Para completar, Jair Bolsonaro, correndo por fora, criticará tudo e todos.
Nesse sentido, vai se procurar nos próximos dias, cristalizar a ideia de que a base aliada não tem saída, a não ser apostar na reforma e torcer para que a mudança nas aposentadorias animem ainda mais a economia. Se isso render votos, a reforma entra em pauta. Caso contrário, a reforma continuará no ar, com eternos adiamentos, perigos e versões a embalar as eleições. Essa jogada, na avaliação de muitos, parece mais arriscada do que votar a reforma e pagar para ver. Esse é o dilema pré-natalino. E parece que não vai terminar tão cedo.
Os petistas já ensaiam a seguinte campanha: “Não vote em partidos que podem ferir os seus direitos”. Planejam, assim, retomar, no tema reforma da Previdência, a mesma estratégia feita contra o PSDB em 2006. Naquele ano, Lula, candidato à reeleição, acusou Geraldo Alckmin de querer privatizar tudo, e o PSDB passou o segundo turno na defensiva. Por essas e outras é que nas últimas reuniões para tratar da reforma da Previdência foi dito que é muito melhor votar logo do que deixar para depois. Afinal, se a economia reagir rapidamente, conforme previsão da Fazenda, o discurso de dias melhores compensará qualquer outro. Falta, entretanto, combinar com o eleitor.
O maior castigo
O que mais tem incomodado os Vieira Lima são os filhos. Alguns não conseguem mais frequentar a escola, em Salvador. Uma crueldade com crianças, que não podem ser responsabilizadas pelos erros dos pais. Porém, fica o alerta para as excelências que insistem nos malfeitos.
Crimes sem castigo
Desde a cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o Conselho de Ética da Casa parece fadado a olhar para o tempo, esquecendo todos os deputados relacionados à Lava-Jato. É aí que repousa a tranquilidade de muitos.
Depois do PMDB…
Que PSDB que nada… O partido mais pressionado para apresentar os votos necessários à reforma previdenciária é o PSD, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Se nem os partidários do ministro se mexerem em prol da proposta, o PR, por exemplo, fará corpo mole.
Por falar em Meirelles…
Na noite de terça-feira, técnicos da Fazenda fizeram marcação cerrada, dentro do plenário da Câmara, em favor da medida provisória do Repetro, que definiu os subsídios às petroleiras. Aproveitaram para jogar contra o projeto de lei do Funrural, apresentado depois que a MP perdeu a validade.
Último argumento
A frase que o líder do governo, André Moura, teria dito sobre apenas 170 votos pró-reforma chegou a provocar oscilações no mercado financeiro, o que levou os deputados a desconfiarem de que as declarações haviam sido combinadas para deixar a base na saia justa, com algo do tipo: “Tá vendo? Se a economia desandar, a culpa é de vocês”. O líder negou que houvesse mencionado número de votos, mas o recado ficou.
O número mágico/ Na reunião do DEM sobre a reforma da Previdência, o deputado Cláudio Cajado (BA, foto) foi direto: “Estou pronto para votar a reforma. Arrume os 307, eu serei o 308”. Todos querem ser o 308.
Muro das lamentações/ Ponto de encontro dos parlamentares nas noites de votação da Câmara, o gabinete do primeiro-vice presidente da Casa, deputado Fábio Ramalho, virou área onde os deputados vão reclamar da insistência do governo em votar a reforma da Previdência. Na terça-feira, a coluna contou: de cada dez, apenas três se diziam favoráveis ao texto.
Quem está tomando conta “da lojinha”?/ O presidente Michel Temer tornou a reforma previdenciária praticamente pauta única por esses dias. Assim, quem cuida dos outros temas é o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o novo posto Ipiranga do governo.
Por falar em governo… / O ministro Antônio Imbassahy vai ficando. Como diz o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS): “Aquele cargo é uma máquina de moer políticos: o sujeito assume, fica três meses prometendo, três meses não cumprindo e outros três na frigideira”.
As declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que o governo não estará com Geraldo Alckmin em 2018 podem parecer desastradas à primeira vista, porém, tiveram um objetivo: ver se levam os tucanos a tomarem uma decisão mais firme em direção à reforma da Previdência. Afinal, se a economia se recuperar mais um pouco, mas não o suficiente para fazer do próprio Meirelles candidato, Alckmin terá toda a chance de obter o apoio do PMDB. Entretanto, se desde já o PSDB se exime de ajudar o governo, não pode querer ser ajudado no ano eleitoral pelos peemedebistas. Simples assim.
Em tempo: o jogo foi entendido, porém, o DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, considera que Meirelles exagerou no tom. Para forçar o PSDB a adotar uma posição, o ministro, que já tem até marqueteiro, jogou 2018 na avenida antes da hora, atropelando o esforço pró-reforma. Agora, o trabalho da semana, que seria contagem de votos e conquista de mais alguns, vai incluir também a tentativa de aplainar o desconforto causado pelas declarações de Meirelles. Nesse caminho, se a reforma da Previdência sobreviver, será um milagre.
Vai assim mesmo
O PT aproveitará a conclusão do voto do relator do processo contra Lula no TRF da 4ª Região para reforçar o discurso de perseguição ao ex-presidente. A ordem é dizer que se o petista for condenado é para afastá-lo da eleição. Porém, ele não deixará de enviar seu recado ao eleitor, ainda que seja por bilhetes do cárcere.
Queimou a primeira
Dentro do PMDB, que vê com simpatia a candidatura de Geraldo Alckmin, há quem diga que só tem um jeito de o presidente Michel Temer recuperar o PSDB para votar a reforma da Previdência: fazer mais um aceno em direção a Geraldo e dar um chega pra lá na candidatura de Meirelles. O gesto precisa vir até amanhã.
Ouro no Pará I
A 6ª Turma do TRF da 1ª Região julga amanhã a ação que suspendeu o projeto de mineração de ouro da empresa canadense Belo Sun no município de José Porfírio, centro-oeste do Pará. O MP e a Funai alegam que o projeto não está adequado para funcionar em área indígena, mesmo a mais de 12km do território protegido.
Ouro no Pará II
Políticos e moradores da região, inclusive indígenas, protestam contra a ação do MP, de olho nos investimentos de R$ 1,2 bilhão calculados pela mineradora, uma das maiores do mundo.
Valeu, Huck!
O Instituto Paraná Pesquisas procurou saber a opinião dos eleitores sobre Luciano Huck desistir de concorrer à Presidência da República. Dos 601 entrevistados, 82,7% consideram que o apresentador acertou. Só 11,9% acham que ele errou. O restante não soube responder. Sinal de que não teria tantos votos assim.
Revolta brasileira I/ O ex-deputado José Lourenço, hoje com 84 anos e disposição para briga como nos velhos tempos de PFL, tomou um susto ao chegar ontem à porta da agência do Banco do Brasil na cidade do Porto. Tudo fechado e um pedido de desculpas. “Eu chorei. De revolta. São 40 mil brasileiros em Portugal sem atendimento do Banco do Brasil”, diz ele, que já enviou um e-mail para o presidente Michel Temer com suas reclamações.
Revolta brasileira II/ Nem em Lisboa o BB manterá sua agência, reduzindo os serviços a um escritório. “Esses altos funcionários do banco que moram aqui não querem trabalhar. Conheço vários empresários portugueses que exportam para o Brasil, para a Argentina, e que jamais foram procurados por um funcionário do Banco do Brasil. Ora, se querem clientes, têm de correr atrás. Não correm porque são preguiçosos!”, diz o ex-parlamentar, que foi colega de Temer na Câmara por quase 20 anos.
Pizza, não, obrigada!/ Os deputados que foram ontem à casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, saíram reclamando do cardápio. A pizza deixou a desejar. Se quiser manter a pauta da reforma da Previdência, dizem alguns, melhor mudar o menu.
História e direito/ Os políticos têm uma maratona de lançamento de livros hoje. Na Biblioteca do Senado, às 18h30, o jornalista Ângelo Castelo Branco lança o livro Marco Maciel, um artífice do entendimento (foto). No mesmo horário, no Espaço Cultural do STJ, o ministro João Otávio Noronha, a jurista Ana Frazão e o procurador do DF Daniel Mesquita autografam o Estatuto Jurídico das Estatais.
Aécio defende que PSDB feche questão pela reforma previdenciária
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) informou há pouco que vai reabrir no PSDB a discussão para que o partido feche questão em favor da reforma da Previdência. “O PSDB precisa assumir o papel de líder, protagonista e vanguarda da agenda de reformas. O PSDB sempre defendeu as reformas. Soaria incoerente se abdicasse do seu papel de condutor”, afirmou.
O fechamento de questão que Aécio propõe foi rechaçado na última reunião da bancada da Câmara, há duas semanas. Na ocasião, os tucanos encerraram a conversa com o seguinte raciocínio: “Se o PMDB, que é o partido do presidente da República, não fechou questão, por que nós, do PSDB, vamos ter que fechar?”
A resposta de Aécio Neves a essa pergunta é a de que é preciso tomar a iniciativa até para sair na frente, na defesa de reforma. A visão dele é a de que a aprovação do projeto apresentado na semana passada pelo deputado Arthur Maia (BA) facilitará a vida de qualquer um que venha a se eleger presidente em 2018.
Ser ou não ser governo
Aécio considera que mais cedo ou mais tarde o PSDB deixará o governo do presidente Michel Temer, porém, é preciso respeitar aqueles que ainda permanecem e saberão a hora certa de se afastar. “Essa questão de ficar ou sair do governo está superada. Eles (os ministros) saberão a hora de decidir. Hoje não sabemos se nosso caminho será ao lado do PMDB, provavelmente, não. Esse governo é do PMDB, não é do PSDB. Mas apoiamos as reformas. Aliás, é preciso reconhecer que, do ponto de vista econômico, o país avançou muito em um ano e meio”, comentou Aécio. Ele ficou de conversar ainda hoje com o presidente em exercício, Alberto Goldman, para discutir a estratégia do partido para votação da reforma da Previdência.
“Não tire do seu horizonte ser candidato a presidente”, disse o deputado Beto Mansur ao presidente Michel Temer há três semanas. Temer arregalou os olhos, entrelaçou as mãos. Porém, não disse daquela água não beberei. A discussão de ser ou não ser candidato à reeleição foi tema das conversas palacianas em abril deste ano. O baque causado pelas ações do ex-procurador Rodrigo Janot fez com que os aliados de Temer recolhessem os flaps, a ponto de o presidente proibir que se falasse no assunto. Porém, desde que o governo enterrou a segunda denúncia contra o presidente, o tema voltou à baila. Afinal, os indicadores econômicos havia tempo não apresentavam resultados tão bons.
Obviamente, a ala que torce pelo sucesso do presidente e até por sua candidatura sabe do desgaste fruto das prisões de Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha. Especialmente os três primeiros, muito ligados a Temer. Mas, como dizem por aí, quem é que não tem um amigo ou um parente que, ao longo da vida, se desviou do caminho? Por essas e outras, trata-se de um ensaio. Dá para notar que os aliados de Temer jogam esse balão ao vento para ver se há chances de pouso seguro ou vai explodir no ar. A conversa de Mansur com Temer, relatada pelo próprio deputado, é sinal de que os aliados querem ver como a política se comporta diante desse cenário.
O próprio Temer, internado no hospital para um cateterismo, nega veementemente qualquer movimento em prol de uma candidatura. Nunca é demais lembrar que Fernando Henrique Cardoso fazia o mesmo em 1994, antes de ser anunciado candidato. É de praxe.
Huck à beira
de uma decisão
Em conversas reservadas, amigos de Luciano Huck garantem que ele recebeu um ultimato da TV Globo: se quiser ser candidato, tem que sair em dezembro. A emissora não quer ser acusada de campanha antecipada. Embora pressionado por muitos para concorrer à Presidência da República, Huck está a um passo de dizer que prefere continuar com seu trabalho.
Onde mora o perigo
O fato de os aliados de Michel Temer jogarem o nome dele na roda da campanha elevou a temperatura entre alguns aliados. Se não for muito bem amarrado, pode terminar contaminando ainda mais o clima para votação da reforma da Previdência.
Onde mora a segurança
Outros, entretanto, têm outra leitura: consideram que ou o presidente joga a pré-candidatura no ar, ou o governo corre o risco de ficar sozinho, com cada um cuidando da própria vida.
PSDB terá chapa única
Embora ainda tenha dois pré-candidatos a presidente do partido colocados, o PSDB já definiu uma chapa única para o diretório nacional. Nesse ritmo, há quem diga que chegar à solução de um candidato único não está tão distante quanto parece.
Toffoli de resultados/ Desde que assumiu a vaga no Supremo Tribunal Federal, em 2009, o ministro Antonio Dias Toffoli contabilizou 67,7 mil decisões e, segundo as estatísticas de seu gabinete, baixou mais de 50 mil processos. Tem hoje o menor número de processos em acervo. Nem todo esse trabalho impediu que os colegas dele de STF colocassem um apelido só por causa do pedido de vistas do foro privilegiado. “Empatoffoli”. Mui amigos.
Ajudinha a Sartori/ Se tem algo que o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (foto), não pode reclamar é de falta de apoio do governo federal. Ontem, três ministros de Estado, o da Casa Civil, Eliseu Padilha, que é gaúcho, o da Secretaria de Governo, Moreira Franco, e o dos Transportes, Maurício Quintela, foram até Porto Alegre para marcar a liberação de
R$ 240 milhões destinados à construção da ponte sobre o Rio Guaíba. Melhor que isso só o Grêmio vencer o Lanus na próxima quarta-feira.
Pensando bem…/ Parte dos jornalistas dedicados à cobertura da política local no Rio de Janeiro correm o risco de virarem setoristas do complexo penitenciário. Que tristeza.
Eis alguém que merece todas as honras/ Políticos, jornalistas e empresários têm encontro marcado hoje pela manhã no Cemitério Campo da Esperança para o adeus ao vice-presidente do Correio Braziliense, Evaristo de Oliveira. O enterro está marcado para o meio-dia.

