O preventivo de Michel

Publicado em coluna Brasília-DF

A fala de Michel Temer ontem em São Paulo, sobre não ter preocupações eleitorais e ficar satisfeito de conseguir colocar o país nos eixos em dois anos e meio, foi um recado direto para manter na órbita do governo todos os partidos da base aliada que pretendem lançar candidatos a presidente: PSDB, DEM, PPS, PSB. Nesse sentido, cita ainda as duras medidas que virão. Temer sabe que, na hora das medidas amargas, muitos partidos ou pré-candidatos a presidente que hoje lhe dão respaldo serão os primeiros a correr. E é isso que ele quer evitar.

Olho vivo

Os empresários estão “abismados” com a ousadia de políticos que continuam pedindo vantagens em troca de projetos. Mesmo depois do petrolão, a reclamação com os achaques continua forte nos bastidores.

Paternidade

Com a Lava-Jato passando o rodo no partido, os petistas estão num verdadeiro jogo de empurra sobre quem é ligado a quem, em especial ao vereador Alexandre Romano, preso na Operação Pixuleco II, a 18ª fase da Lava-Jato. Em recente depoimento, o deputado José Guimarães afirmou aos procuradores que o padrinho de “Chambinho” é Jilmar Tatto.

Alvos

O discurso político dos procuradores da Lava-Jato ontem em Curitiba, sobre a sociedade cansada do “casamento” de agentes políticos com a corrupção tem como primeiro endereço os deputados da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que vão votar o recurso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O segundo é aquele grupo que planeja engavetar as 10 medidas contra a corrupção e por aí vai.

Insegurança geral

A autorização do governo para que a Casa da Moeda imprima passaportes sem a numeração perfurada em todas as páginas fez soar o alerta na Polícia Federal. “Pode ter brasileiro pedindo passaporte para vender por um bom preço”, avisa Luiz Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais. Boudens lembra que os passaportes brasileiros são os mais valorizados pelo crime organizado por causa da diversidade étnica do país.

“Da sabedoria busquei a humildade; da humildade clamei por justiça”

Enredo da escola Estado Maior da Restinga, em 2016, aquela que recebeu dinheiro de propina via Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT, represo ontem

MMA/ Nos bastidores, a aposta é a de que se Sérgio Machado (foto), algum dia, cruzar na rua com Jader Barbalho, Renan Calheiros ou Edison Lobão, apanha. Já o ex-presidente José Sarney, um cavalheiro à moda antiga, prefere um duelo.

A Esfíngie I/ Todos que tentam puxar assunto sobre sucessão na Câmara com o presidente em exercício têm a mesma resposta: “Ficaria muito feliz se você fosse o candidato, mas busque consenso dentro da base”.

A Esfíngie II/ Temer já recebeu pelo menos dois potenciais candidatos, Rogério Rosso (PSD-DF) e Heráclito Fortes (PSB-PI). Júlio Delgado (PSB-MG) pediu uma conversa e aguarda a marcação da audiência.

Depois de Maranhão…/ Com o Judiciário em recesso, Marco Aurélio Mello aproveita para dar uma palestra em Coimbra, Portugal, num seminário de verão sobre o papel do Direito nos desafios globais. Sabe como é, passada a quebra de sigilo de Waldir Maranhão, nada como uns dias fora do país.

Jogos de Espiões

Publicado em coluna Brasília-DF

Jogos de espiões
Cientes de que simpatizantes da presidente Dilma Rousseff lotados no Planalto repassam informações de governo à inquilina do Palácio da Alvorada, assessores de Michel Temer têm feito chegar dados errados até ela. Ontem, Dilma postou às 8h56 no Twitter que o governo tomava medidas nocivas ao negar o reajuste ao Bolsa Família. Uma hora depois, lá estava o presidente em exercício comunicando uma correção de 12,5% nos valores do benefício, três pontos percentuais acima do que havia sido proposto pela petista.

A ausência do aumento do Bolsa Família na agenda de Temer foi proposital. Agora, o Planalto tem certeza de que há espionagem na Casa, e os espiões de Dilma também sabem que, às vezes, a informação que chega até eles não é bem a atitude que o presidente em exercício adotará.

Quem pariu Mateus…
Alguns senadores fizeram de tudo para ver se o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avançava o sinal e dizia que o governo não deseja o reajuste salarial dos servidores públicos. Especialmente Kátia Abreu, ex-ministra de Dilma, que fez questão de ir ao jantar com o ministro na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros. Meirelles não escorregou na casca de banana. “O governo tem seus números, mas não vou invadir a seara do Legislativo”, respondeu, mais político que os próprios congressistas.

…Que o embale em $$
Para uma maioria, o recado está dado: se o Congresso quiser dar o aumento, caberá aos parlamentares, mais cedo ou mais tarde, arrumar dinheiro para pagar a conta.

De olhos bem abertos
A presença de antigos aliados de Dilma Rousseff no jantar com Meirelles foi uma demonstração de que os votos em torno da presidente afastada não são tão sólidos quanto ela imagina. Em especial, os do PTB, bancada que compareceu em peso ao encontro com o ministro.

Renan, Dilma e Temer
Entre senadores aliados de Michel Temer cristaliza-se a ideia de que a visita do presidente do Senado, Renan Calheiros, a Dilma Rousseff foi uma espécie de recado para que o presidente em exercício nomeie logo Max Beltrão (PMDB-AL) como ministro do Turismo. Se o fizer, também terá problemas, porque cobrirá um santo e deixará outros ao relento, uma vez que o governo passará a ter dois ministros de Alagoas e nenhum de Minas Gerais.

Lula, o indiscreto
Sabendo que certamente suas ligações são gravadas, o ex-presidente Lula tem feito piadas com os amigos que demoram a procurá-lo. “Você não tem ligado mais para mim… Está com medo de ser preso?”, diz o ex-presidente, soltando a voz.

Caixinha
A assessoria de Dilma comemorou ontem os R$ 70 mil arrecadados para custear as viagens da presidente afastada. Só tem um probleminha: A hora de voo do Legacy cedido à presidente fica em torno de R$ 20 mil. Ela conseguirá preços bem mais em conta se, em vez do avião da FAB, de 12 lugares, buscar jatos menores, nas companhias de táxi-aéreo.

Jucá, impávido
Quem vê o senador Romero Jucá (foto), do PMDB de Roraima, tão dedicado aos assuntos do parlamento sai certo de que ele não se preocupa com as denúncias que têm envolvido seu nome. Ontem, mesmo depois do depoimento de Nelson Mello, da Hypermarcas, ele nem se abalou.

Seu papel é esse!
Líder na Câmara, o deputado André Moura (PSC-SE) recebeu ordens expressas do Planalto para defender o governo das acusações de que tem agido para proteger o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha, e, assim, tentar evitar a cassação do mandato. Moura, que é aliado de Cunha, cumpriu a missão. Daí a entrevista no fim da tarde de ontem.

Emendas suspensas

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Os líderes do governo começam agora a Trabalhar no sentido de convencer os deputados e senadores a desistirem das emendas ao Orçamento que representem novas obras. É que a fonte secou. Na área de Transportes, o desembolso de R$ 1 bilhão por mês para investimentos encolheu para R$ 1 bilhão por ano. Agora, o governo autorizou R$ 4 bilhões para esse setor e destinará a conclusão das obras em andamento, com prioridade ao que falta para concluir e aos corredores de escoamento de produção. Só no Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) são 66 obras paradas.

Eduardo e Michel I
Num encontro com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB-SP), no Palácio do Jaburu, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria ido explicar por que não pretende renunciar à Presidência da Casa neste momento. Cunha não gostou de ver Temer discorrer sobre a escolha de um candidato único para ocupar o cargo, como se ele estivesse vago. Cunha avalia que tem todo o direito de se defender e nada indica que uma renúncia lhe garantiria esses direitos.

Eduardo e Michel II
O Planalto confirmou a ida de Cunha ao Jaburu. Cunha disse que não esteve lá. Quando a coluna comentou, via mensagem de texto, ao deputado, que a assessoria do Planalto confirmou o encontro, Cunha respondeu apenas “eles se enganaram. Não estive lá”. Então, tá.

A mala que pesa
Foi consenso na reunião do Comitê de Infraestrutura ontem no Planalto que as malas despachadas nos voos nacionais devem ser cobradas à parte pelas companhias aéreas. Não há consenso, entretanto, sobre a taxa de conexão. Aliás, hoje, as pessoas querem mesmo os voos diretos. Não faz sentido cobrar a mais de quem faz conexões.

Enquanto isso, no setor elétrico…
A ideia é reformular tudo, inclusive refazer a modelagem para os leilões da área de energia de agosto e outubro deste ano, de forma a colocar regras capazes de atrair os investidores. A avaliação do atual governo é de que os últimos leilões foram um fracasso. Ops! O ministro da área era Edison Lobão. Do PMDB. Para não deixar Lobão mal, a equipe de Temer tem dito que quem dava a palavra final sobre esse setor era Dilma Rousseff.

Meia-volta
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Gastão Vieira, vem sendo assediado para retornar ao PMDB. Emissários peemedebistas procuraram-no para dizer que, se ele voltar ao partido, poderá permanecer no cargo. Gastão Vieira hoje é cacique do Pros. No PMDB, era índio. Mas não é totalmente fora de cogitação que possa alcançar um protagonismo maior nesse momento. Afinal, o senador Edison Lobão e seus aliados enfrentam maus bocados por causa da Lava-Jato.

Tudo como dantes // O embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, esteve no Planalto ontem para dizer de viva-voz à equipe de Michel Temer que a saída de seu país da União Europeia em nada muda a intenção de estreitar relações comerciais com o Brasil.

Tudo diferente // Embora a iniciativa da conversa tenha sido do diplomata britânico, foi a primeira vez que o embaixador foi convidado a ir ao Planalto.

Acelera, Janot!!! // Até os assessores do procurador-geral, Rodrigo Janot (foto), consideram que ele está demorando muito para concluir os inquéritos relacionados a políticos, especialmente os senadores. Não adianta Janot correr esta semana. É que, com o recesso dos tribunais superiores a partir de sábado, os processos só vão deslanchar em agosto. E olhe lá.

As agruras dos líderes // Na reunião palaciana ontem pela manhã, os líderes governistas reclamaram bastante. O da Câmara, André Moura (PSC-SE), reclamou do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão. “Não dá mais.” Falta combinar com Eduardo Cunha. Rose de Freitas (PMDB-ES), líder no Congresso, disse que chegou e encontrou um caos, com medidas provisórias quase vencendo. Para completar, o líder do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), lembrou que o impeachment só sai na segunda quinzena de agosto, em meio aos Jogos Olímpicos.

Economia e impeachment dominam a semana

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Com a Câmara praticamente em “férias”, as atenções do meio político se voltam ao Senado. Ali, estarão em debate a perícia nas ações da presidente Dilma Rousseff divulgada nesta segunda-feira, e, ainda, as medidas econômicas, a serem analisadas no encontro do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com os senadores, marcado amanhã, na residência oficial do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Paralelamente, o seminário sobre corrupção promovido pelo Ministério Público, a Lava Jato e seus desdobramentos manterão o clima tenso, mas vamos aos temas:

Planalto
O presidente em exercício, Michel Temer, aproveita a semana para tentar mostrar o governo dedicado à geração de empregos. Para isso, reúne hoje o comitê de infraestrutura e vai amanhã à inauguração da fábrica da Klabin. Ele fará ainda a sanção da Lei de Responsabilidade das Estatais com poucos vetos. No horizonte, surge ainda o anúncio da nova meta fiscal para o ano que vem.

Turismo
O presidente promete para esta semana anunciar o novo ministro do Turismo e tem para isso duas teses: a primeira é nomear o deputado Newton Cardoso Jr e agradar o PMDB de Minas Gerais. A outra é passar o cargo para o PRB de Marcos Pereira, deixando o Ministério de Desenvolvimento, Industria e Comércio para os peemedebistas.

Impeachment
A comissão termina esta semana a oitiva de testemunhas, mas o que deve dominar o debate e pressionar os adversários da presidente afastada é a perícia do Senad , que responsabiliza Dilma diretamente pelos decretos de autorização de gastos sem passar pelo Congresso, mas a isenta de ação direta sobre as pedaladas fiscais. Logo, o governo afastado jogará nesse campo, mas nada indica até aqui que conseguirá alguma mudança de voto na comissão processante. Destaque ainda para o retorno da senadora Gleisi Hoffmann, depois que o marido foi preso, acusado de participação num esquema que desviava de dinheiro por intermédio de firmas contratadas para cuidar de empréstimos consignados a servidores públicos.

Lava Jato e seus desdobramentos
Continuam como os principais imponderáveis da politica Que ninguém se iluda: Apesar de todos os movimentos, as investigações seguem como propulsoras da política e assim será até que se desvende todos os casos. No Domingo, o jornal O Globo trouxe mais um braço dessa investigação, desta vez, sobre o setor elétrico, que envolve Furnas, Chesf e as SPEs, Sociedades de Propósito Específico, onde também há indícios de ações de Eduardo Cunha, o presidente afastado da Câmara,.

Apesar da Lava Jato, um respiro para os enroscados
Os tribunais superiores entram em recesso nesta sexta-feira. Um suspeito para os deputados envolvidos na Lava Jato e em outras investigações, uma vez que, sem reunião do pleno e das turmas, haverá apenas trabalhos internos.

Cunha e seus processos
Em meio ao recesso branco da semana, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Osmar Serraglio, pretende indicar o relator do caso Cunha na Comissão preparar para analisar os recursos já na semana que vem.

E o Maranhão, hein?
O presidente da Câmara, Waldir Maranhão, a cada dia se afunda mais. Primeiro, suspendeu os trabalhos da Casa para esta semana. No sábado à noite, recuou. Convocou sessão deliberativa inclusive para esta segunda-feira. Ontem, cancelou a deliberativa de hoje e promete que, para amanhã, quem faltar não terá desconto. Se tem uma unanimidade na Câmara hoje é ele. Nem a nova oposição, nem a antiga e tampouco o centrão querem que ele permaneça no comando da Casa. O problema é que, com a Câmara desmobilizada, até as ações para o afastamento de Cunha e eleição de um novo presidente ficam na geladeira.
E viva São Pedro! Que ele nos ajude a sair de tantas crises!!!

Maranhão volta atrás pela segunda vez

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Pressionado pelos líderes partidários, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, voltou atrás na decisão de não convocar sessões deliberativas para a semana que vem. É a segunda vez que Maranhão toma uma decisão polêmica e volta atrás. A primeira havia sido a suspensão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Várias lideranças partidárias repassaram a informação há pouco pelo WhatsApp às bancadas. Muitos funcionários estão revoltados, porque haviam inclusive comprado passagens aéreas para a semana de folga. O aviso enviado aos servidores informa ainda que haverá sessão deliberativa a partir das 16hs, nesta segunda-feira.
O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur foi um dos que insistiu para que a Casa trabalhasse na semana que vem. Ele considera que não dá para a Casa ficar paralisada diante da crise que o país vive. “Se a Casa parar para homenagear cada um dos Santos que existe, ela não terá mais nenhuma sessão de votação”, disse Mansur.

A távola de Michel

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A távola redonda

Há 43 dias no exercício da presidência, Michel Temer até hoje não usou a escrivaninha do amplo gabinete presidencial. Despacha apenas à mesa circular de madeira, no canto esquerdo. Superstição ou não, a opção de Temer lhe rendeu uma imagem positiva, por causa do simbolismo da mesa sem cabeceira, sem chefe, onde os temas nacionais são discutidos numa roda. Intencionalmente ou não, passa ainda a ideia de um estilo totalmente diferente daquele usado pela presidente afastada, Dilma Rousseff, de “eu fui eleita, eu mando”. Seus auxiliares agora querem que ele adote essa rotina, mesmo se houver o afastamento definitivo da presidente Dilma.

Mais um

Preso na Operação Recomeço, que apura desvio de recursos no Postalis, Ricardo Andrade Magro, dono da refinaria de Manguinhos, é ligado a Eduardo Cunha e a pelo menos 6 offshores listadas no Panamá Papers. O receio agora é que Magro, com os cofres recheados, termine partindo para uma delação premiada.

Devagar…

Com o feriadão na Câmara semana que vem, por causa das festas juninas, quem sai ganhando é o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha. Os deputados tinham agendadas diversas reuniões para discutir a troca de comando na Casa. Agora, ficou tudo adiado para julho.

…Quase parando

Mês que vem entra a temporada de convenções para escolha de candidatos nos municípios. Logo, também não será tempo de muito serviço na Câmara. E, assim, Eduardo Cunha vai cumprindo seu mandato de presidente ainda que afastado.

Viagens suspensas

O presidente em exercício, Michel Temer, decidiu que só fará viagens internacionais depois que o Senado decidir o destino da presidente afastada, Dilma Rousseff. Até lá, ele se limitará a cuidar dos assuntos internos, que não são poucos.

Lupa na ciclovia

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro entrou com uma ação na Justiça para suspensão de todas as obras de reconstrução da ciclovia Tim Maia até que se passe um pente-fino em toda a estrutura e, de quebra, se providencie um detalhado licenciamento ambiental, com, inclusive, controle de batimetria das ondas. E, em caso de não cumprimento, multa de R$ 100 mil por dia às autoridades competentes.

Em família/ A primeira-dama Marcela Temer e o filho do casal, Michelzinho, de 7 anos, mudam-se definitivamente para Brasília em julho.

Ele está em todas/ O ministro de Relações Exteriores, José Serra, é presença constante nas reuniões do presidente em exercício, Michel Temer. Até naquelas matinais, coisa rara na agenda do tucano. Dia desses, Temer brincou: “Na última, ele chegou até mais cedo.
A reunião era às 15h!”.

Se depender dele…/ Antes mesmo da reunião do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com os senadores na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador José Reguffe avisa: “Voto a favor do limite do gasto público. Isso é questão de princípio. Governo não pode gastar mais do que arrecada”.

Enquanto isso, em São Paulo…/ O ex-presidente Lula (foto), até ontem, no fechamento desta edição, não tinha divulgado nota, tampouco se pronunciado oficialmente sobre a prisão de seu ex-ministro Paulo Bernardo. Apenas dizia nos bastidores que o PT não pode baixar a cabeça.

Lava-Jato na Esplanada reforça impeachment

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Em suas avaliações mais reservadas, os petistas calculam que, diante da prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, o partido perdeu qualquer chance de dizer que o coração do governo Dilma Rousseff e de seu antecessor, Lula, estava blindado contra malfeitos e distante da caixa-preta partidária que perpassou a administração da Petrobras. O esquema estava dentro do Planejamento, pasta considerada chave e integrante do chamado núcleo duro em qualquer administração. Diante disso, integrantes do próprio PT consideram que a chance de Dilma negociar um retorno se esvai.

A tese de levar para dentro da Comissão Especial do impeachment a delação de Sérgio Machado contra o PMDB também cairá em desuso. Em termos de escândalos, tem para todos os partidos.

Ela fica, mas…
A senadora Gleisi Hoffmann conversou por telefone com Lindberg Farias (PT-RJ), pra dizer que não iria ontem à comissão do Impeachment, mas, na semana que vem, pretende reassumir seu posto na defesa de Dilma. Ela só sairá do colegiado se quiser.

…vai ter que engolir
Até aqui, a comissão especial foi cortês e solidária com a senadora petista. Porém, na hora em que o debate esquentar, e tem esquentado todos os dias, há dúvidas sobre o uso de luvas de pelica.

Turbulência & Custo
A investigação de ontem colocou mais uma lupa sobre braços da Lava-Jato em Pernambuco. A ordem agora será cruzar dados da Consulcred com o laranjal estourado na Turbulência no início da semana. Os investigadores consideram que esse braço do esquema não era pequeno, até porque passaram pela Consulcred R$ 32 milhões, praticamente 1/3 do que a PF calcula ter sido desviado.

Efeito Orloff
Adversários de Renan Calheiros viram uma certa defesa pessoal nas reclamações da Mesa Diretora do Senado apresentadas à Justiça contra a busca e apreensão na casa de uma senadora (Gleisi Hoffmann). Algo do tipo, “eu posso ser você amanhã”. Nenhum senador quer passar pelo constrangimento de busca e apreensão sem ordens do STF.

Sobraram as pedaladas
Primeiro, Dilma Rousseff perdeu o direito a usar o helicóptero. em seguida, foi a vez do avião presidencial. Agora, não poderá nem andar de motocicleta com Carlos Gabas, alvo de uma condução coercitiva ontem. Restou apenas… A bicicleta.

A hora deles e delas
A Casa vive o período das agruras dos cônjuges. Primeiro, foi a mulher do senador Telmário (PDT-RR). Ontem, o marido da senadora Gleisi.

Além de Moro
Até aqui, os políticos tratavam Sérgio Moro como um justiceiro que destoava da Justiça de um modo geral. Agora, com a decisão do juiz Paulo Bueno de Azevedo (foto) dentro da Operação Custo Brasil, os políticos consideram que esse comportamento será geral.

Olha a foto!
O repórter fotográfico Alan Marques lança hoje à noite o livro A máquina de Acelerar o tempo, com reflexões e conversas com renomados profissionais da área sobre a arte do fotojornalismo contemporâneo. Leitura obrigatória para fotógrafos, jornalistas, estudantes e, ainda, as fontes retratadas nas imagens, a partir das 19h, no SIG Quadra 2 lotes 420/ 430/ 440 — City Offices Jornalista Carlos Castello Branco, Cobertura C13.

PMDB indica deputado para Turismo

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O presidente em exercício, Michel Temer, vai desagradar o PMDB da Câmara se ouvir conselhos de aliados e nomear uma mulher para o ministério do Turismo. É que uma parcela dos deputados peemedebistas se reuniu e fechou o nome do deputado Newton Cardoso Júnior para o lugar ocupado até a última quinta-feira por Henrique Eduardo Alves. O líder da bancada, Baleia Rossi (SP), levou a decisão ontem ao Planalto. Conforme antecipou a coluna na semana passada, é a bancada do PMDB de Minas Gerais, uma das maiores da Câmara, em movimento a fim de garantir um ministro para chamar de seu.

Evangélicos também querem

Ao mesmo tempo em que Baleia Rossi puxa para a sua bancada, a Confederação Brasileira de Turismo tenta emplacar o deputado Roberto de Lucena (PV-SP), pastor evangélico, que foi secretário de Geraldo Alckmin.

Santo de casa…

O pronunciamento de quase duas horas do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, tinha apenas um objetivo: sensibilizar aqueles deputados que o elegeram para o comando da Casa em 2015 a votar pela suspensão do mandato e não a cassação.

…Não faz milagre

Até mesmo entre os aliados de Eduardo Cunha, o pronunciamento foi visto como mais do mesmo do que ele tem dito ao longo do processo. A diferença é que ali foi tudo dito de forma organizada. A maioria dos aliados continua com a tese de que, enquanto Cunha for presidente da Câmara, ficará difícil tentar emplacar apenas uma suspensão. A avaliação é de que a cassação é questão de tempo.

Lula em movimento

O ex-presidente tem contactado diversos senadores a fim de avaliar o quadro dos votos pró-Dilma no plenário da Casa. Ele tem recebido a seguinte informação: quem disser que está tudo resolvido, está chutando. Seja para um lado, seja para o outro.

Pesos & medidas

Desde a campanha de 2014, ficou uma nuvem sobre o avião que serviu a campanha de Eduardo Campos e onde ele morreu de forma trágica. Agora, com a Operação Turbulência, desencadeada ontem, esse tema até aqui evitado por toda a classe política voltará com força. Numa disputa eleitoral, entretanto, o assunto é considerado de potencial bélico bem menor do que o desvendado pela Lava-Jato, a bomba H dos escândalos políticos.

Discretíssimos/ Saraiva Felipe e Mauro Lopes, os dois deputados que fizeram questão de acompanhar in loco o pronunciamento de Eduardo Cunha no auditório do Hotel Nacional tiraram o bóton parlamentar antes de entrar na sala.

Mudou de vez/ Mauro Lopes, para quem não se lembra, é aquele que foi ministro da Aviação Civil de Dilma por menos de um mês. Saiu para votar contra o impeachment e votou a favor. Ontem, ao atender o telefone, na hora em que estava acompanhando o pronunciamento de Cunha, disse “não posso falar agora, vim dar um apoio moral”.

Cardozo é pop/ O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (foto) mal conseguiu comer um queijo quente no Cafezinho do Senado. Quando chegou, um grupo de professoras que estava ali com a senadora Vanessa Grazziotin fez fila para tirar fotos ao lado dele.

E o Bolso, hein?/ Diante da comoção com o Brasil diante de casos de estupro, há quem diga ser difícil Jair Bolsonaro escapar ileso desse processo.

Pula fogueiraiaiá!!!!/ A semana parlamentar terminou ontem. Ficará apenas a comissão do impeachment, ouvindo depoimentos. Até os senadores têm se referido a essas sessões de oitiva de testemunhas como uma tortura.

Os Últimos moicanos

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Apenas dois deputados acompanham in loco o pronunciamento de Eduardo Cunha no Hotel Nacional: Mauro Lopes e Saraiva Felipe, ambos do PMDB de Minas Gerais. Aliás, os peemedebistas mineiros têm uma característica: eram aliados de Dilma e de Eduardo Cunha. Lopes, para quem não se lembra brigou com o partido para virar ministro da Aviação Civil quando o PMDB tinha decidido desembarcar do governo. Depois, saiu para votar contra o impeachment, mas votou a favor.
Em tempo: o fato de só dois deputados estarem aqui, no Hotel Nacional, mostra que Eduardo Cunha está cada vez mais sozinho.

Discurso para o futuro

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Cientes de que reverter o impedimento de Dilma Rousseff é missão praticamente impossível, os senadores petistas mudaram o foco na comissão especial do impeachment. Em vez da defesa pura e simples da presidente afastada, uma reunião recente fechou como estratégia tentar se diferenciar do governo Michel Temer na questão econômica, a fim de reconquistar o eleitorado com vistas a 2018. Integrantes do PT passaram, então, a dizer diariamente que, quando o partido era governo, havia uma preocupação maior com os programas sociais. As imagens estão prontas para compor o horário eleitoral deste ano nos municípios e da próxima eleição presidencial.

O governo Temer já percebeu esse jogo. Daí, a ideia de fazer um pronunciamento à nação, defendida por alguns ministros, para que Temer possa apresentar a real situação recebida da gestão de Dilma. O problema é que, com a Lava-Jato no calcanhar do governo e ministros caindo, está difícil centrar todo o fôlego nos assuntos econômicos. Os senadores petistas, hoje na oposição, têm mais tempo de organizar o discurso. Resta saber se vai colar.

Além das multas
A perspectiva de rejeição das contas eleitorais do PT deixa a área financeira do partido insone e não é apenas por causa da suspensão do fundo partidário ou do pagamento de multa. O que tira o sono é o risco de o partido perder a imunidade tributária e ser obrigado a pagar impostos de forma retroativa. Nos tempos do mensalão, quando essa hipótese foi levantada, o Congresso mudou a lei e ligou a suspensão da imunidade a decisões do TSE sobre as contas partidárias. Agora, pelo visto, não haverá escapatória. Os valores ainda não foram calculados, mas é coisa para milhões.

“O Brasil é grande, mas não sabe ser”
Gui Brandão, embaixador, do alto de seus 87 anos e com a experiência de quem já rodou o mundo

Ruim sem ela…
O governo age para tentar deixar em frequências diferentes as denúncias de pagamento de propina ao presidente do Senado, Renan Calheiros, e o processo de impeachment de Dilma. A ordem dos peemedebistas é, daqui para frente, repisar com mais ênfase aos senadores que os agentes econômicos esperam apenas o afastamento definitivo de Dilma para dar algum fôlego à economia.

Retorno I
Gilberto Kassab quer nomear o ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros para o conselho diretor da Anatel. Quadros, um bem-sucedido consultor na área de telecomunicações e hoje muito ligado ao conselheiro da Anatel Anibal Diniz, já sinalizou que aceitaria o convite. Ele assumiu o ministério como titular do cargo em 1998, no governo Fernando Henrique, depois da morte de Sérgio Motta.

Retorno II
A ideia de Kassab é nomear Quadros na vaga de Rodrigo Zerbone, que termina o mandato em novembro. Quanto a João Rezende, o polêmico presidente da Anatel ligado ao ex-ministro Paulo Bernardo, Kassab não tem alternativa, a não ser mantê-lo. O período dele no colegiado termina apenas em dezembro de 2018.

CURTIDAS

Se dizem que nem cunhado é parente…/ Expedito Machado Neto, Dide, queria se filiar ao PSDB e disputar um mandato de deputado federal e, apesar da roubalheira do pai, pensou em manter o projeto. O senador Tasso Jereissati (foto), porém, vetou a filiação. Embora Dide seja casado com uma sobrinha da mulher do tucano, não é momento de misturar as coisas.

Dupla do barulho/ José Dirceu e Eduardo Cunha são vistos nos bastidores como “aqueles que podem ajudar a passar o Brasil a limpo”. Cunha, dizem alguns, a partir de amanhã, começa a se preparar para essa etapa.

Por falar em Cunha…/ O número de delatores que menciona algum envolvimento de Eduardo Cunha no esquema da Lava-Jato já ultrapassou a casa da dezena.

Custo & benefício/ Com as eleições municipais logo ali, os pré-candidatos a presidente da Câmara fizeram as contas e descobriram que o eleito terá, na prática, menos de três meses no comando.