Eduardo em movimento

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O fato de Eduardo Cunha ter enviado recado aos parlamentares dizendo que, se cair, não vai sozinho, fez com que perdesse parte dos votos que ainda detém na Câmara, na avaliação de muitos, a ameaça passa a ideia de que “quem votar com ele é porque está com medo”. Por isso, na semana que vem, quando fará um pronunciamento, Cunha vai procurar desfazer a imagem de vingativo e manterá o discurso da inocência.

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Quanto à renúncia do cargo de presidente da Casa, ainda que esteja em análise, a avaliação em todos os campos é a de que ele já ultrapassou a linha temporal dos acordos para preservação do mandato e nem mesmo esse gesto seria suficiente para tirá-lo do cadafalso, ainda mais agora, depois da delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica. Cleto é 10º delator a citar Cunha como beneficiário do esquema da Lava-Jato.

Janot de olho

A briga entre os maiores aliados do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e o interino, Waldir Maranhão, por causa da relatoria da CPI do Dpvat vem sendo acompanhada de perto pelo Ministério Público. É que, com a vitória de Marcos Vicente (PP-ES), defendido pelo grupo mais próximo de Cunha, e a derrota de Luiz Tibet, o candidato de Maranhão, ficou aos procuradores a impressão de que, mesmo afastado, Cunha continha mandando.

Calamidade é nas contas

O principal objetivo do governo do Rio de Janeiro ao decretar o estado de calamidade pública é sensibilizar a administração Michel Temer, em especial Henrique Meirelles, para a necessidade de ajuda financeira ao estado. Só o envio da Força Nacional não será suficiente para resolver os problemas até as Olimpíadas.

Quando entrar setembro

Ministro novo para o Turismo, só depois da votação do impeachment no Senado, quando o governo Michel Temer tiver aprovado o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. Essa é a provável data de uma reforma ministerial em caso de Dilma deixar o Alvorada.

O funil é o tempo

Quanto mais Eduardo Cunha demora em renunciar ao cargo de presidente da Câmara, menos atrativo fica o lugar para os candidatos a um mandato tampão. Até aqui, cinco já recusaram concorrer, inclusive Rogério Rosso (PSD-DF). O nome que desponta na corrida é o do segundo-vice-presidente, Fernando Giacobo, do PR-PR, que sabe que não tem chance para um período “cheio” de dois anos.

Pior que Sérgio Machado…/ … Só José Maria Marin, o ex-presidente da CBF condenado por corrupção no escândalo da Fifa. Aos 83 anos, o cartola cumpre pena num luxuoso apartamento na 5ª avenida, em Nova York. O ex-presidente da Transpetro terá ainda um jardim e uma piscina para se exercitar.

E o Henrique, hein?/ Na quarta-feira, antes da conta suíça vir a público, e 24 horas antes de pedir demissão, o então ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, estava em fúria por causa da delação de Machado. Murchou, entretanto, quando soube dos outros.

Almoço para quase 100/ Mal saiu do Planalto, o governador Rodrigo Rollemberg comentou com assessores que precisaria organizar almoço para 27 governadores e seus respectivos secretários de Fazenda e, para completar, assessores e motoristas. É a prévia da reunião de segunda-feira com Michel Temer.

Enquanto isso, no Jaburu…/ A avaliação dos aliados de Michel Temer depois dessas primeiras horas pós-delação de Sérgio Machado é de que o que o presidente em exercício tinha que “sangrar, já sangrou”. Agora, é focar na recuperação da economia.

CUNHA CONVOCA LÍDERES

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O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, está no Rio de Janeiro. Ele acaba de telefonar a vários líderes partidários aliados a ele e outros integrantes da sua base, convocando-os para estarem em Brasília na noite de segunda-feira. Cunha quer todos no Hotel Nacional para acompanhar o pronunciamento que ele fará na terça-feira, 11h. Se fosse algo “light” ou “mais do “mesmo”, dizem alguns, seria uma simples coletiva na residência oficial.

O “fusível” Henrique

Publicado em coluna Brasília-DF

Quando há sobrecarga num circuito elétrico, o fusível aquece e o filamento queima. Por consequência, estanca a passagem de “eletricidade” naquele circuito. O circuito é o governo Michel Temer. E a sobrecarga, conforme dito nesta coluna ontem, não é Sérgio Machado. É o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Henrique foi o único ministro que atendeu ao chamado de Eduardo Cunha e deixou o governo Dilma quando Michel Temer ainda não havia embarcado com os dois pés no processo de impeachment. Era considerado um ministro do presidente da Câmara. Agora, com o enfraquecimento de Eduardo, decidiu deixar o governo, porque sabe o que virá.

Henrique era o elo mais forte entre Eduardo e Michel Temer. Foi ele quem introduziu o presidente afastado da Câmara no carteado privê da turma de Michel. Agora, fora do governo, terá o papel de evitar que Eduardo sobrecarregue o Planalto. Resta saber se conseguirá.

Líder na berlinda I
A demora das votações na Câmara começa a ser debitada na conta do líder do governo, André Moura (PSC-SE). Depois da ironia de Alberto Fraga (DEM-DF), ao reclamar do tempo levado para votar uma medida provisória e sugerir ao Planalto que “comprasse outro trator”, começou uma ofensiva palaciana para troca de comando da bancada governista.

Líder na berlinda II
Nos bastidores, há quem diga que Moura é um excelente cumpridor de tarefas. Porém, já houve quem levasse ao Planalto a preocupação com a falta de comando do líder para usar a força e levar a ampla base aliada a vencer rapidamente a obstrução dos petistas.

Enquanto isso, no 3º andar do Planalto…
Mal Henrique Eduardo Alves saiu do gabinete presidencial, onde entregou pessoalmente a sua carta de demissão, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), que transitava por ali, comentou com um amigo: “Olha, se precisar de ministro, estou à disposição”.

…Sabe como é, se colar…
A bancada do PMDB de Minas Gerais reclama desde o dia da posse que é a turma do “sem ministério”. Pediu a Vale do Rio Doce, mas Michel Temer não deu. Agora, vai apostar no Turismo.

Governador retido I/ Calma, pessoal! Falta de luz no Palácio do Planalto deixou a cancela da saída presidencial travada. O policial do Exército de plantão na guarita olhava para um lado, para o outro e nada de conseguir destravar o sistema elétrico e acionar o manual. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, que acabara de sair de uma reunião com Michel Temer, esperou quase 10 minutos, e a cancela não abriu.

Governador retido II/ O carro do governador foi obrigado a voltar à garagem do Planalto e sair pelos fundos. Pegou tanto engarrafamento que por pouco ele não se viu obrigado a cancelar uma reunião com evangélicos.

Próxima parada/ Michel Temer pretende ir a Pernambuco na semana que vem. Lá, onde o governador Paulo Câmara já detectou o crescimento da popularidade de Dilma Rousseff, Michel deve visitar obras do Minha Casa Minha Vida ao lado do ministro das Cidades, Bruno Araújo (foto).

E o Renan, hein?/ Há quem diga que essa briga dele com Rodrigo Janot está muito parecida com aquela que Eduardo Cunha travou contra o Ministério Público. E está perdendo.

O “fusível” Henrique

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Quando há sobrecarga num circuito elétrico, o fusível aquece e o filamento queima. Por consequência, estanca a passagem de “eletricidade” naquele circuito. O circuito é o governo Michel Temer. E a sobrecarga, conforme dito nesta coluna ontem, não é Sérgio Machado. É o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Henrique foi o único ministro que atendeu ao chamado de Eduardo Cunha e deixou o governo Dilma quando Michel Temer ainda não havia embarcado com os dois pés no processo de impeachment. Era considerado um ministro do presidente da Câmara. Agora, com o enfraquecimento de Eduardo, decidiu deixar o governo, porque sabe o que virá.

Henrique era o elo mais forte entre Eduardo e Michel Temer. Foi ele quem introduziu o presidente afastado da Câmara no carteado privê da turma de Michel. Agora, fora do governo, terá o papel de evitar que Eduardo sobrecarregue o Planalto. Resta saber se conseguirá.

Líder na berlinda I
A demora das votações na Câmara começa a ser debitada na conta do líder do governo, André Moura (PSC-SE). Depois da ironia de Alberto Fraga (DEM-DF), ao reclamar do tempo levado para votar uma medida provisória e sugerir ao Planalto que “comprasse outro trator”, começou uma ofensiva palaciana para troca de comando da bancada governista.

Líder na berlinda II
Nos bastidores, há quem diga que Moura é um excelente cumpridor de tarefas. Porém, já houve quem levasse ao Planalto a preocupação com a falta de comando do líder para usar a força e levar a ampla base aliada a vencer rapidamente a obstrução dos petistas.

Enquanto isso, no 3º andar do Planalto…
Mal Henrique Eduardo Alves saiu do gabinete presidencial, onde entregou pessoalmente a sua carta de demissão, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), que transitava por ali, comentou com um amigo: “Olha, se precisar de ministro, estou à disposição”.

…Sabe como é, se colar…
A bancada do PMDB de Minas Gerais reclama desde o dia da posse que é a turma do “sem ministério”. Pediu a Vale do Rio Doce, mas Michel Temer não deu. Agora, vai apostar no Turismo.

Governador retido I/ Calma, pessoal! Falta de luz no Palácio do Planalto deixou a cancela da saída presidencial travada. O policial do Exército de plantão na guarita olhava para um lado, para o outro e nada de conseguir destravar o sistema elétrico e acionar o manual. O governador do DF, Rodrigo Rollemberg, que acabara de sair de uma reunião com Michel Temer, esperou quase 10 minutos, e a cancela não abriu.

Governador retido II/ O carro do governador foi obrigado a voltar à garagem do Planalto e sair pelos fundos. Pegou tanto engarrafamento que por pouco ele não se viu obrigado a cancelar uma reunião com evangélicos.

Próxima parada/ Michel Temer pretende ir a Pernambuco na semana que vem. Lá, onde o governador Paulo Câmara já detectou o crescimento da popularidade de Dilma Rousseff, Michel deve visitar obras do Minha Casa Minha Vida ao lado do ministro das Cidades, Bruno Araújo (foto).

E o Renan, hein?/ Há quem diga que essa briga dele com Rodrigo Janot está muito parecida com aquela que Eduardo Cunha travou contra o Ministério Público. E está perdendo.

A delação de Cunha

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Enquanto a maioria dos políticos se volta para destrinchar a íntegra da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, a cúpula do PMDB acompanha de perto todos os movimentos do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na madrugada de ontem, depois de aprovado o parecer pela cassação de seu mandato, ele ficou até as duas da matina disparando recados aos companheiros de partido: “Desçam para me ajudar, porque senão…”

O problema é que a ajuda desejada por Cunha, a permanência no Congresso e uma “aliviada” por parte da Lava-Jato, independe dos atores que ele pretende arrastar para o cadafalso. O problema dele é que a Lava-Jato fisgou-lhe a mulher a e a filha. E, para evitar que elas terminem na cadeia, não lhe restará alternativa fora da delação premiada. Foi o envolvimento da família que levou Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) e o próprio Machado a partirem para a delação. Com Cunha, o tempo dirá.

Calcanhar de aquiles
A única vez que os políticos viram Eduardo Cunha com os olhos marejados e como queixo tremendo de ódio foi quando ele mencionou o envolvimento da mulher e da filha na Lava-Jato. Para defendê-las, ele será capaz de tudo.

Temer na tevê
O excesso de obras paradas recebido da presidente Dilma Rousseff estará em destaque no pronunciamento do presidente em exercício, Michel Temer, amanhã, no horário nobre.

EBC será mantida
O presidente em exercício, Michel Temer, decidiu manter a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). A companhia, porém, passará por uma reestruturação.

PF ganha primeiro round
O projeto de autonomia administrativa e financeira da Polícia Federal pulou o primeiro obstáculo ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). O governo tentou retirar a proposta de pauta, mas o relatório terminou lido e houve um pedido de vistas coletivo. Nesse período de Polícia Federal em alta, ninguém quer brigar com os delegados.

Leniência com MP e TCU
O presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Liviano, ouviu ontem do ministro da Transparência, Torquato Jardim, que o Ministério Público deve sim participar de todos os acordos de leniência, e o Tribunal de Contas da União (TCU) precisa recuperar seus poderes nesse processo. O Projeto 3636, que tramita hoje na Câmara, retirou a participação do MP e reduziu os poderes do TCU.

Depois do Sérgio Machado…/ Renan Calheiros restringiu as visitas à sua casa em Brasília, em Maceió ou à casa de praia, em Barra de São Miguel. Nada de receber enroscados na Lava-Jato ou alguém que ele desconfie ter interesse em gravar suas conversas.

Público externo/ Enquanto Dilma Rousseff concedia entrevista a jornalistas estrangeiros, o presidente em exercício, Michel Temer, também mandava seu recado. Dos100 jornalistas que acompanharam a visita dele ao parque olímpico no Rio de Janeiro, 35 eram estrangeiros.

Por falar em Dilma…/ O PT tem reclamado que a Advocacia-Geral da União (AGU) faz “corpo mole” na defesa das contas de 2015, em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).

Liberou-se/ A sessão da Câmara já ia pela madrugada. Quando os líderes partidários encaminharam a votação, o deputado Wellington Prado (PMB-MG) (foto) foi ao microfone dizer que liberava a bancada. Foi uma gargalhada geral. Ele é o único representante do partido na Casa.

Um teto a ser reduzido

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A aposta dos deputados e senadores ligados ao governo é a de que a proposta de limitar os gastos públicos por 20 anos, a ser entregue hoje ao parlamento pelo presidente em exercício, Michel Temer, virá no sentido de deixar para o Congresso fazer a redução. Afinal, é consenso na classe política de que esses 20 anos representam cinco mandatos presidenciais e a ideia é baixar isso para oito ou 10 anos. No governo, há quem diga que é melhor mexer no prazo do que no teto proposto.

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Em tempo: os parlamentares devem ainda prestar muita atenção no tipo de mudança a fazer no ajuste. É voz corrente nos bastidores que qualquer alteração que desfigure o ajuste necessário pode ser a senha para que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, peça o boné. E se tem algo que o governo não deseja nem sonhar é com Meirelles entregando os pontos. Portanto, o momento é de apoiar o que vier a ser proposto.

Quem não controlou 10 em 21…

…Não segurará um colegiado de 40, tampouco um de 513. A cassação do mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, é considerada questão de tempo.

Bateu cansaço

Antigos assessores de Dilma Rousseff perceberam um certo recuo nas falas do senador Humberto Costa (PT-PE). Nas últimas sessões da comissão do impeachment, a única que não aparentava mudança de estilo era Gleisi Hoffman. Do atual grupo de petistas na comissão, ela é a única ex-ministra. Os demais petistas estão mais preocupados é com o futuro de Lula, depois da remessa do processo às mãos de Sérgio Moro.

Todos olímpicos

O governo de Michel Temer divulga há um mês que quem convida para as Olimpíadas é a organização dos jogos. O Comitê Olímpico diz que não é com ele. Continua o mistério sobre quem convidará Dilma Rousseff.

Prioridade

Que teto de gasto que nada. O que causou uma romaria de deputados e senadores ao Planalto é a necessidade de renovação da MP que trata da dívida agrícola.

Festa no aerotemer

O wi-fi no avião presidencial permitiu aos ministros que acompanharam Temer ao Rio de Janeiro saber na hora que a CBF havia dispensado o técnico Dunga. A comemoração foi tanta que parecia gol do Brasil em Copa do Mundo. Raul Jungman, da Defesa, era um dos mais entusiasmados.

CURTIDAS

Perguntar não ofende/ A senadora Lúcia Vânia (foto) quis saber de uma testemunha ouvida na comissão do impeachment se, num banco privado, seria possível o uso de recursos ficar a descoberto por um longo período, como ocorreu com os bancos públicos no caso das pedaladas. Gleisi Hoffman (PT-PR) estrilou: “Essa pergunta não pode ser feita!”. Epa! A pergunta é livre. A testemunha responde se quiser.

Aulão sobre trust…/ Para quem ainda não entendeu o que é trust, repatriação de ativos e o esforço de transparência financeira que toma conta do mundo, a oportunidade é amanhã, 16 de junho, no hotel Mercure da Alameda Itu, em São Paulo, palco do seminário InterNews sobre regularização de ativos no exterior.

…E repatriação/ A palestra de abertura — a cargo do advogado Gil Vicente Gama, sócio do escritório Nelson Wlliams — abordará o regime especial de regularização cambial e tributária e a tendência de maior transparência no sistema financeiro global e o caso Panamá Papers. Depois, entra em cena o trust, na voz do advogado Maucir Fregonesi Júnior, do escritório Siqueira Castro.

Dia D, E, F…/ O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) brincava com o colega Duarte Nogueira. “Te cuida, Duarte: Seu nome começa com D: primeiro foi a Dilma, depois o Dunga e agora o Dudu”. Outros deputados que estavam por perto, brincaram: “Não, a queda dos “D” terminou com Dunga. Depois veio a E de Eduardo. O próximo é F, e é lá no Senado das Alagoas”.

As lições de Teori e o futuro de Cunha

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Ao negar o pedido de prisão de Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki dá a dica: os diálogos gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado não foram muito além do que foi divulgado. Teori aplica ainda um puxão de orelha no Ministério Público, ao dizer que é preciso haver algo mais concreto para que se peça uma prisão preventiva.

Já em relação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o mistério continua, mas o futuro parece sombrio. Com o relatório pela cassação dele aprovado por 11 a 9, a perda do mandato parlamentar é questão de tempo. E, depois que Teori enviou o processo contra Lula para decisão em Curitiba, seara do juiz Sérgio Moro, é para lá que Cunha seguirá, caso perca o mandato. É o cerco se fechando, tanto para o maior líder petista, quanto para o deputado afastado. Os peemedebistas respiram. Não se sabe por quanto tempo.

Laços de família

Publicado em coluna Brasília-DF

Afastado do Credit Suísse, Sérgio Firmeza Machado, filho do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, rompeu com o pai e com os irmãos, Dide e Daniel. A expectativa do Ministério Público agora é que Serginho faça a “delação da delação” e conte tudo o que Machado não revelou. Até aqui, Machado falou da cúpula peemedebista, mas não citou as relações com o PT tampouco com o governo do Ceará ao longo dos últimos anos.

No rol das coisas que ainda precisam ser esclarecidas, está a compra de aço no Leste europeu e as viagens a São Petersburgo, antiga Leningrado. Depois que os grandes paraísos fiscais do Caribe ficaram manjados, é pra lá que parte da turma interessada em esconder dinheiro se dirige.

Tempo de mudança
Com o grande marqueteiro petista, João Santana, atrás das grades, a troca das agências de publicidade que serviram aos governos Lula e Dilma entrou na pauta do Poder Executivo.
Avaliação de quem sabe
Diante da nova denúncia contra Eduardo Cunha e com Cláudia Cruz transformada em ré em um dos processos da Lava-Jato, até o alto-comando do PMDB ligado a Cunha trabalha com a cassação do mandato.

Auditores em movimento
Os auditores fiscais começam a perder a paciência com a demora do Ministério do Planejamento em enviar o projeto de lei do acordo salarial deles ao Congresso. O projeto deferia ter chegado ao parlamento em 28 de maio, no dia seguinte à aprovação das alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano. Se não for aprovado até o final deste mês, o acordo, que prevê o aumento de 5,5% este ano, sofrerá novos atrasos no pagamento.

O tempo e o vento
As medições de popularidade de Dilma Rousseff pelo governo de Pernambuco indicam uma melhora da avaliação dela no Estado. Ali, dos três senadores, ela contará com dois, Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB). Fernando Bezerra Coelho, pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, integra hoje a oposição. Quando estava no poder, Dilma só autorizou conversas mais consistentes e institucionais com o PSB quando a casa já estava caindo.

CURTIDAS
Beni, um visionário/ Quando soube, em 2003, que Sérgio Machado dirigiria a Transpetro, o ex-governador do Ceará Beni Veras (PSDB), falecido em 6 de novembro do ano passado, comentou com uma amiga e um amigo de longa data: “Ou ele sai de lá trilionário ou preso”. O amigo emendou: “As duas coisas”.

Constrangimento à beça/ Integrante do Conselho de Ética da Câmara, o deputado do PR do Distrito Federal Laerte Bessa (foto) tem passado maus bocados nas entrevistas que concede em defesa de Eduardo Cunha. Essa semana, numa rádio, ele se referiu assim ao comentar que não mudaria seu voto em favor de Cunha pelo fato de Cláudia Cruz ter sido transformada em ré no processo da Lava-Jato: “Não pode criar um factóide que venha a sair do que foi proposto”.

Cid, o discreto/ Cid Gomes avisou ao prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, que deverá ficar mais afastado da campanha pela reeleição para evitar desgastes e polêmicas que atrapalhem o candidato.

Sarney, a romaria continua/ O fim de semana é de movimento na casa do ex-presidente José Sarney em Brasília, todos prestando solidariedade diante do pedido de prisão apresentado por Rodrigo Janot. A amigos que tentam lhe animar, dizendo que tudo passa, ele responde: “Mas a cicatriz fica. É permanente”.

Guerra aberta

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Instalados em vários postos-chaves da administração, os petistas mostram ao Planalto que ainda detêm poder sobre determinadas instituições. Esta noite, o conselho de administração de Furnas demitiu o diretor de Novos Negócios, Fernando Gomes da Câmara, do PR, aliado ao presidente em exercício, Michel Temer, sem dar qualquer satisfação ao Palácio do Planalto ou ao Ministério de Minas e Energia. A reunião foi feita por telefone e com pauta única. E havia determinação do governo para que não se mexesse nas estatais até que o Congresso aprovasse a nova lei sobre o tema. Pelo visto, a disputa por cargos nos bastidores está maior do que os próprios políticos imaginam.

Na roda das privatizações

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As empresas do setor elétrico que tiveram o controle acionário repassado dos estados para a Eletrobrás serão as primeiras na fila da privatização. A Celg (Centrais Elétricas de Goiás) abrirá a porteira. É que, diante da situação da Eletrobrás, o governo não tem como manter tudo. A ideia é reorganizar o setor elétrico, de forma a aliviar as empresas públicas. Afinal, é voz corrente na gestão de Michel Temer que o sistema só não entrou em colapso porque o país não cresceu e o consumo de energia

Ginástica olímpica I
Descoberto por que o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, partiu como um leão para dizer que não manteria o antecessor, Ricardo Leiser, na equipe. Assim que assumiu, ele descobriu que as secretarias da pasta tinham sido esvaziadas e as funções repassadas para a Secretaria de Alto Rendimento.

Ginástica olímpica II
Inicialmente, o governo de Michel Temer planejava alocar Leiser na Secretaria de Alto Rendimento. Ontem, porém, a Casa Civil informou que sai hoje um novo decreto para redistribuir as funções dentro do Ministério do Esporte.

Foco
O governo já tem uma radiografia da situação da base. O maior problema é o Nordeste, onde a presidente afastada, Dilma Rousseff, ainda tem algum poder de fogo. Não por acaso, é ali que Michel Temer se concentrará nos próximos dias.

Sérgio e Marcelo
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e o empresário Marcelo Odebrecht são hoje os homens mais temidos. Um por parte da cúpula do PMDB no Senado e o outro pelo PT.

Pior sem ele
O governo de Michel Temer vai continuar apostando no voto do senador Cristovam Buarque a favor do impeachment. É que o suplente do ex-governador é Vilmar Lacerda, que presidiu o PT no DF. Esse sim, voto certo em prol do retorno de Dilma Rousseff. Em compensação, com a saída de Walter Pinheiro (sem partido-BA), assume Roberto Muniz, do PP, hoje aliado a Michel.

Cálculos palacianos
Os assessores do presidente em exercício calculam que o tiroteio sobre o governo Michel Temer prosseguirá pelo menos até a votação do impeachment em agosto. Todos os líderes responsáveis por ajudar na articulação política já foram acionados para ficarem em alerta máximo até lá, especialmente, no Senado.

Ausente/ O presidente do Senado, Renan Calheiros, não compareceu à solenidade de posse dos presidentes dos bancos públicos ontem no Planalto. Os políticos registraram a falta.

Presente!/ Renan, o papa dos gestos dúbios, reuniu os líderes no fim da tarde e avisou que o Senado não será fator de instabilidade no país. Ele trabalhará daqui para frente no sentido de separar as estações Lava-Jato e pauta do Senado. O contribuinte agradece.

O tour de Maranhão/ O presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, também não foi, mas o segundo-vice, Fernando Giacobo, e o primeiro-secretário, Beto Mansur, compareceram. Eles hoje comandam a Câmara. Maranhão, que não consegue presidir uma só sessão da Casa, vai passar mais de uma semana fora. Além do Chile, ele vai também à Espanha.

A lista do Alvorada/ Circula nos gabinetes palacianos a lista de 37 pessoas (32 civis e cinco militares) que a presidente afastada, Dilma Rousseff, levou para assessorá-la nesse período até a votação do impeachment. Só de assessores especiais, são 14. Isso sem contar os lotados no Alvorada.