Façam o que eu faço

Publicado em coluna Brasília-DF

Brasília-DF

Quem trabalha no governo federal e completou um ano de recebimento do auxílio-moradia em janeiro e fevereiro tomou um susto este mês. É que a folha de pagamento traz o desconto de 25% no valor do benefício, conforme previsto na Medida Provisória nº 805. No ano que vem, virão mais 25%, até zerar em quatro anos. Se o servidor comprovar que não tem imóvel no DF nem mora com alguém que já receba o benefício, voltará a ter direito ao auxílio.

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A nova regra foi colocada em destaque na mensagem presidencial encaminhada ao Congresso este ano. Tudo para mostrar que, se dependesse do Poder Executivo, estaria liquidada essa mamata de auxílio-moradia para quem tem imóvel próprio ou mora com quem já recebe o benefício. Aliás, reza a norma: no Executivo, o auxílio só vale para quem veio de fora e não tem imóvel no DF.

Vem mais

Depois de a Fitch rebaixar a nota do Brasil, o mercado aposta que a Moody’s virá na mesma batida. Porém, não haverá tanto estresse. Esses movimentos não vão afetar muito os investidores, porque o cenário externo é favorável e já são esperados em função do pé no freio em relação à reforma da Previdência.

Lá e cá

Outro fator que ajuda o Brasil em relação aos investidores é o favoritismo de Andrés Manuel Lopez Obrador, no México. O ex-prefeito da Cidade do México lidera as pesquisas para a eleição presidencial de julho e, se vencer, aumenta a incerteza no país, fazendo com que muitos operadores voltem seus olhos ao mercado brasileiro.

O perigo é outro

Os investidores estão de olho mesmo é na eleição presidencial. Dizem que, enquanto um candidato reformista se apresentar com chances de vencer a eleição, o país estará seguro. Para 2019, entretanto, a previsão é de nervosismo total: o Brasil terá que decidir se fará a reforma para evitar virar uma Grécia ou se viverá um cenário grego para, depois, fazer uma PEC da Previdência muito mais dura.

Mau começo

A forma como o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, desistiu da prévia para presidente da República pode até parecer um alívio para os aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mas arrisca ser um grande problema no médio prazo. Os amazonenses têm problemas em apoiar paulistas por causa da disputa em torno da Zona Franca de Manaus. Para completar, nenhum dos partidos com assento por lá se colocou na linha pró-Geraldo.

Revival?/ Ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante (foto) sugeriu dia desses, numa reunião fechada do partido, que, se fosse para o PT ter um plano B, esse nome deveria ser o da ex-presidente. Os presentes, em sua maioria do grupo Construindo um Novo Brasil (CNB), fizeram ouvidos de mercador para a proposta.

Por falar em plano B…/ Lula, avaliam seus amigos, não está tão animado quanto parece. Sua maior preocupação hoje são os processos envolvendo os filhos.

Enquanto isso, em Minas…/ Tem gente no PT defendendo a seguinte conversa com os tucanos: o PSDB lança o nome que for mais fraco para o governo estadual, deixando Fernando Pimentel navegar com bons ventos. Em troca, os petistas põem um nome mais fraco para o Senado, de forma a dar uma ajuda a Aécio Neves. Pode parecer maluquice, mas, quando se trata de política, e, ainda mais nesta era de incertezas, ninguém está descartando nada.

O “quadradinho” tem seu charme/ O comando nacional do PDT quer o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, candidato a governador do Distrito Federal para dar a Ciro Gomes um palanque na capital federal. O eleitorado é pequeno, 2 milhões, mas é caixa de ressonância para todo o Brasil.

E o Temer, hein?/ Entre os aliados dele, a história de dizer que não é candidato em entrevista na Bandeirantes não colou. Eles continuam apostando na candidatura.