“Bolsonaro, não!”

Publicado em Eleições 2018

Sem unidade sobre quem apoiar para presidente da República, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, não descarta que o partido decida pelo “campo das esquerdas”, o que alguns chamam de “neutralidade assistida”. Em vez de fechar apoio formal a um único candidato, o PSB soltaria um documento com o rol de candidatos que podem receber apoio de diretórios estaduais do partido. A ideia é evitar que alguém decida, por exemplo, seguir com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. “Não teremos neutralidade, porque se alguém quiser apoiar Bolsonaro, não autorizaremos. Bolsonaro, não”, disse Siqueira na saída da reunião com as presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; do PCdoB, Luciana Santos; e do PDT, Carlos Lupi. Lupi, por sua vez, considera que o PSB tem tudo para apoiar Ciro Gomes: “Só se os diretórios estduais estiverem mentindo para mim, mas há uma maioria pró-Ciro”, diz Lupi.

Dos quatro partidos, apenas o PSB não tem candidato a presidente. Logo, a reunião pode ser traduzida numa tentativa de os três partidos com pré-candidatos tentarem conquistar o apoio explícito dos socialistas. No caso do PT, embora o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), defenda o apoio ao partido de Lula, Gleisi Hoffmann avisou que não vai retirar a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco em prol da reeleição de Câmara. Se for assim, o PSB não retirará a candidatura de Márcio Lacerda em Minas Gerais. Essa é a queda de braço do PSB e do PT no momento. Até aqui, eles só têm um consenso: Estarão todos juntos no segundo turno. “Essa eleição está cada vez mais parecida com a de 1989. Vamos lançar candidatos e nos unir lá na frente”, comentou Lupi.

Comentário do blog: Em 1989, o país elegeu Fernando Collor, afastado em 1992, acusado de corrupção e com um operador, PCFarias, detentor de um mar de contas de fantasmas. Que Deus nos livre desse desfecho.