Autor: Denise Rothenburg
Sabe aquela história de réu em ação judicial não poder compor a linha de sucessão da Presidência da República? Começa a se cristalizar no Ministério Público a ideia de que isso se estenda às Assembleias Legislativas estaduais, câmaras Distrital e municipais. Não por acaso tem muitos deputados estaduais e distritais perdendo o sono por causa dessa possibildiade. Afinal, o que não falta é político com receio de virar réu. A “santa de casa”, Celina Leão, que o diga.
Ele fora
O presidente do Senado, Renan Calheiros, avisou a amigos que Rodrigo Maia pode até se mexer para tentar a reeleição à Presidência da Câmara. Porém, ele, Renan, não irá entrar nessa. O acordo para fazer de Eunício Oliveira (PMDB-CE) o novo comandante está selado.
Fúria Palaciana
Assessores e ministros do Planalto ficaram irados com o fato de Eduardo Cunha chamar o presidente Michel Temer como testemunha de defesa. Consideram que a ideia do ex-deputado foi expor o presidente sem necessidade. Só para incomodar.
Os meus, os seus…
O presidente do PSDB, Aécio Neves, marcou para o dia 25, em Brasília, a reunião de todos os prefeitos eleitos pelo partido. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reunirá os eleitos em seu estado uma semana antes.
…e os nossos!
Dentro do PSDB paulista surge a tese de repetir o que foi feito nos Estados Unidos: Barack Obama ganhou as primárias de Hillary Clinton, fez dela secretária de Estado e agora se jogou de corpo e alma na candidatura democrata. Nada impede, na visão dos paulistas, que Geraldo Alckmin faça o mesmo com Aécio Neves no futuro. Os mineiros, entretanto, preferem o inverso.
O perigo do momento
No Rio de Janeiro e em outros estados, há uma onda de servidores públicos em busca de reajustes salariais e pagamento dos atrasados. Na atual conjuntura, avisam os economistas, quem conseguir manter seus empregos, ou simplesmente receber o salário, deve dar graças a Deus. O caixa faliu e não há espaço para aumento de impostos.
Por falar em recursos…
A fim de incrementar os valores destinados à promoção da prática esportiva, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, ficará boa parte da manhã no Congresso para dar um empurrãozinho no projeto que pretende aumentar de 1% para 3% o limite de aplicação do lucro das empresas privadas no setor. É a lei Rouanet do esporte, com direito a incentivos fiscais. A ideia é tentar levar o empresariado a investir na formação de base para várias modalidades, algo que hoje está basicamente na conta do orçamento público.
CURTIDAS
House of Cards/ O netflix do recesso está garantido. O Senado está comprando 200 aparelhos de tevê de 40 polegadas e 40 de 55 polegadas. Dá quase três aparelhos por senador.
Por falar em recesso…/ Se depender do presidente Renan Calheiros, os senadores terão uma semana a mais de folga. Ontem, no plenário, ele mencionou que a sessão legislativa vai até 16 de dezembro. A Constituição menciona 22.
Dever de casa…/ Para quem deseja ocupar cargos na administração pública, é bom dar uma chegada hoje ao Superior Tribunal de Justiça, entre 18h30 e 21h, para acompanhar o lançamento do livro “Improbidade Administrativa _ Temas atuais e controvertidos”.
…com os professores/ Coordenado pelo ministro Mauro Campbell Marques, o trabalho é uma resposta aos debates suscitados pela comunidade jurídica sobre a aplicação e o alcance da Lei 8.429/92. A lei da Improbidade administrativa. O prefácio é do ex-ministro Francisco Rezek.
O ressurgimento da farra das passagens pode ser a brecha que o presidente do Senado, Renan Calheiros, esperava para angariar apoios ao projeto de abuso de autoridade. Explica-se: Há seis anos, muitos deputados incluídos na lista chegaram a afastar funcionários de gabinetes que vendiam as sobras das quotas sem conhecimento do parlamentar. Agora, essas excelências que lá atrás ajudaram inclusive a apurar os abusos estão todos denunciados. O fato de colocar todos deputados no mesmo balaio, sejam culpados ou vítimas, já é visto como o argumento que faltava para convencer muitos a votarem em favor da lei de abuso de autoridade. Há quem diga que o Ministério Público, sem tempo para apurar detalhadamente caso a caso, denunciou todo mundo. A revolta na Câmara é grande. Prato cheio para Renan.
Lula pisa em ovos…
Com a Lava-Jato no seu encalço e os petistas deprimidos com os resultados das urnas, Lula levou para a reunião dos deputados ontem duas decisões importantes: 1) Tentar recuperar o partido com uma “atualização programática” capaz de corrigir os erros que desaguaram no Petrolão. E fazer isso, sem caça às bruxas, ou seja, sem “fulanizar”. 2) Montar uma direção forte, representativa de todas as tendências.
…e o PT em cacos de vidro
A conclusão do PT é a de que quanto mais intenso for o processo de mudança no PT, mais unido o partido ficará. O receio hoje é que petistas deixem a agremiação e se unam a outras legendas de esquerda e passem a trabalhar contra o PT. Daí, o esforço de Lula em prol da “atualização programática”. Falta combinar com o partido, que ainda não saiu do luto.
Maia, o candidato
Apesar de o regimento interno e nem a Constituição permitirem, ninguém descarta uma recandidatura de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara, uma vez que o mandato que ele exerce hoje é tampão e coisa e tal. Mas nada disso será discutido agora. A aposta do DEM é a de que com tantos candidatos ao comando da Casa, o atual presidente termine angariando apoios para neutralizar os outros pretendentes.
Previsão do tempo I
Até aqui, o governo de Michel Temer conseguiu conter as disputas veladas entre os grupos da antiga oposição (PSDB e DEM) e o bloco dos “sempre governo” que formaram o tal Centrão. A corrida pela presidência da Câmara, entretanto, está se tornando um novo fator de divisão.
Previsão do tempo II
Enquanto PSDB e DEM conversam para um jogo conjunto, o centrão segue por outro caminho, lançando candidatos, leia-se Rogério Rosso e Jovair Arantes. A preços de hoje, avaliam muitos parlamentares, esses que já lançaram não terão condições de chegar lá.
CURTIDAS
Tem americano no frevo/ Funcionários do consulado dos Estados Unidos em Recife reservaram um bar para acompanhar a apuração da eleição. Ninguém revela preferências, mas os prognósticos apontam para Hillary Clinton.
Por falar em Hillary…/ Os políticos até seguram a torcida, mas, no Salão Paris, no Lago Sul em Brasília, a torcida pela vitória da ex-secretária de Estado norte-americana é escancarada. O proprietário, o cabeleireiro Isaac Ribeiro, atendeu Hillary em abril de 2010, na suíte presidencial de um hotel. “Cheguei 7h, passei por um sistema de segurança reforçado. Ela já estava de cabelos lavados tomando um café bastante saudável”, recorda o hair stylist.
.. ela repete o que gosta/ Em 2012, numa nova visita ao Brasil, Hillary pediu ao cerimonial que chamasse o mesmo profissional de dois anos antes. “Novamente, maquiei e penteei. Ela sempre elegante e simpática”, conta Isaac, que, por timidez, não pediu selfies.
Neguinho é democrático/ No carnaval de 2009, a primeira-dama Marisa Letícia desceu do camarote do governador do Rio, Sérgio Cabral, apenas para cumprimentar o sambista Neguinho da Beija Flor. Ontem, Neguinho foi destaque na noite de samba no Planalto, ao lado do presidente Michel Temer e da primeira-dama Marcela. O samba não tem partido.
Seguidor da máxima de que a política é local, a partir de janeiro, o presidente do Senado, Renan Calheiros voltará seus olhos para Alagoas. Renan não pode mesmo ser candidato a presidente da Casa, ainda que não vire réu nos processos em que é citado. E, desde que seu candidato a prefeito, Cícero Almeida, perdeu para Rui Palmeira, Renan ficou meio desconfiado de que o seu clã político corre algum risco de insucesso no futuro. O filho é governador e candidato à reeleição. Sendo assim, Renan só poderá ser candidato ao Senado. Por isso, em vez de brigar por cargos no plano federal, ele prefere manter o poder em Alagoras. É de lá que vêm seus votos, portanto, a sua força. Essa é a sua prioridade. O resto é consequência.
Porto municipal
O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella, aproveitou a visita a Brasília para pedir ao presidente Michel Temer a municipalização do porto do Rio de Janeiro. Temer ficou de ver. A proposta é arriscada. Se a moda pega, todos os prefeitos vão querer. E será menos um naco de poder para o governo federal.
Muita calma nessa hora
Renan Calheiros e Romero Jucá já foram aconselhados a deixar a lei sobre abuso de autoridade para 2017. Assim, é um projeto polêmico a menos nessa reta de final de 2016, quando a prioridade do governo é o processo de análise da proposta de emenda constitucional do teto de gastos.
O samba do momento
Além de inapropriado para a ocasião, o projeto de abuso de autoridade não tem a simpatia de todo o PMDB. No partido de Renan Calheiros, ninguém está muito disposto a se queimar para salvar ninguém. Há quem esteja entoando a música que ficou famosa na voz de Beth Carvalho, “morreu/ o nosso amor morreu/ mas cá pra nós/ antes ele do que eu”.
Afunilou
Se a denúncia contra 443 parlamentares por causa do uso indevido das passagens aéreas fornecidas pela Câmara resultar em uma maioria de réus, serão poucos os deputados aptos a concorrer à Presidência da Câmara. Em tempo: Nem Rogério Rosso, nem Jovair Arantes, que já estão em campanha, constam na listagem.
Por falar em Rosso…
A carta que Rogério Rosso enviou a todos os deputados apresentando a plataforma de sua candidatura à Presidência da Câmara para suceder Rodrigo Maia atiçou a ira de Eduardo Cunha. O ex-presidente da Câmara considera que Rosso não manteve a fidelidade que ele (Cunha) esperava ao longo do processo. Se puder, vai atrapalhar.
CURTIDAS
Ele tem a força/ No jantar oferecido ao primeiro ministro de Portugal, Antonio Costa, o presidente Michel Temer aproveitou para fazer um afago ao ministro de Relações Exteriores, José Serra. No discurso, enfatizou: “Tantos líderes presentes na véspera de um feriado é graças ao prestígio do ministro José Serra”.
Ela tem a simpatia/ Em quase todas as mesas do jantar no Itamaraty essa semana, o tema predominante foi a eleição nos Estados Unidos. Há uma torcida mundial por Hillary Clinton, porém, muitos incrédulos quanto à possibilidade de vitória.
Passadas as eleições municipais, o país parte para a propalada reforma da Previdência e medidas para promover a criação de empregos, no campo minado da economia, enquanto 2018 surge no horizonte dos partidos. Eleitoralmente falando, 2016 termina com alguns personagens “se achando” e outros obrigados a colocar nas promessas para o ano vindouro recuperar terreno. A base de Michel Temer se saiu bem, porém, precisa passar pelas reformas e recuperar a economia para conseguir se manter no poder daqui a dois anos. Inclua-se aí o PSDB, grande vencedor dessa temporada e dividido no quesito pré-candidatos a presidente da República.
Os tucanos já haviam apresentado um bom desempenho no primeiro turno e agora arremataram quase tudo que disputaram nesse segundo turno. Belo Horizonte, capital das Minas Gerais de Aécio Neves ficou fora dessa conta, o que pode levar Aécio ao time dos que prometem melhorar no ano que vem. Porém, enquanto presidente nacional do PSDB, ele tem o que comemorar e faturar.
Entre aqueles que começam bem do ponto de vista eleitoral está Geraldo Alckmin. O candidato dele, João Dória, venceu na primeira rodada entre os paulistanos e ontem varreu o PT do chamado cinturão vermelho da Grande São Paulo. O PSDB venceu em Santo André e em São Bernardo, tradicionais redutos petistas, e o PSB arrematou Guarulhos. O PSDB sai forte e o PMDB, se quiser algum sucesso, terá que cuidar de preservar os tucanos ao seu lado. E o PT tem que torcer para que nada dê certo para os adversários.
Climão de disputa
NO WhatsApp de tucanos paulistas ligados a Geraldo Alckmin circulou a foto de Aécio Neves com cara de descrença ao lado de João Leite em Belo Horizonte. Há quem jure que Alckmin curtiu essa imagem tanto quanto a vitória de seus candidatos nos municípios paulistas.
PSB no pêndulo
Sem um nome forte para 2018, o PSB do falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos, desponta como um potencial aliado dos tucanos. Será importante observar o jogo entre o vice-governador de São Paulo, Márcio França, empenhado no projeto de Geraldo Alckmin, e o prefeito reeleito de Recife, Geraldo Júlio, mais afeito ao senador Aécio Neves, de quem Geraldo Júlio se aproximou no segundo turno em 2014.
E a família se dividiu…
A derrota do irmão de Eduardo Campos, Antonio Campos, para prefeito de Olinda foi vista com um alívio na base do PSB de pernambuco. A candidatura tinha o apoio da ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, mas constrangeu os socialistas por causa do PCdoB, que há tempos administrava a cidade. Com a disputa, o Solidariedade levou a melhor e vai governar a histórica cidade pernambucana.
PT no mar dos incertos
2016 é um ano que o PT deseja esquecer. Nada deu certo e a fumaça que sufoca seus planos não se dissipou. A única cidade desse segundo turno que o PT quase chegou lá foi Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O partido agora buscará a renovação e isso pode inclusive significar Lula fora da disputa de 2018 mesmo se escapar da Lava Jato.
Sempre governo
Chamou a atenção o desempenho do PR e do PP nessa eleição. Enroscados na Lava Jato e com dirigentes que passaram pela prisão, ambos cresceram em número de prefeitos. Ambos são ex-aliados de Dilma Rousseff assim como o PSD e o PDT, outros que ampliaram o espaço em número de prefeituras
Por falar em PDT…
Ciro Gomes comemorou a vitória de Roberto Cláudio como se fosse a chancela do eleitorado de Fortaleza à sua candidatura à Presidência da República. Tudo porque, dias antes, Ciro afirmou que, se o prefeito não se reelegesse, sua participação corrida presidencial em 2018 estaria comprometida.
E o Cristovam, hein?
Com tanta gente querendo tirar casquinha da eleição municipal, há quem diga que o senador Cristovam Buarque também tem o que comemorar, embora não tenha eleição em Brasília. Ele percorreu várias cidades ajudando os candidatos do PPS.
A eleição de hoje é municipal, mas a mira está focada em 2018. Nesse sentido, os ataques da oposição ao governo Temer a partir da semana que vem estarão direcionados ao ministro das Relações Exteriores, José Serra. Os petistas e aliados vão forçar para a obtenção de todos os detalhes sobre as delações de executivos da Odebrecht, que mencionaram dois operadores como responsáveis pela entrega de R$ 23 milhões à campanha de José Serra em 2010, via caixa dois e, para completar o estrago, depositados em conta na Suíça.
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A escolha de Serra como alvo prioritário, diante de tanta gente enroscada, é uma estratégia eleitoral. Serra não é um ministro qualquer. É pré-candidato a presidente da República e responde hoje pela política externa do país. É ainda considerado o primeiro da fila para assumir a Fazenda, na hipótese de desgaste de Henrique Meirelles.
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Até aqui, estamos no seguinte pé em relação às denúncias envolvendo Serra: O ministro negou e o governo se calou para ver se o caso cai no esquecimento. A oposição, entretanto, está se armando para manter essa fogueira acesa pós-feriadão. Se houve depósitos na Suíça, a Justiça dirá. Mas a oposição está no seu papel. Ninguém esperou a condenação de petista para atacar o partido como um todo. Agora, os petistas farão o mesmo com o governo Temer. É do jogo.
Questão de jeito I
Assessores e aliados de Michel Temer estão cada vez mais preocupados com a forma atabalhoada como são feitas as trocas de cargos nas estatais e postos-chaves do governo. A troca de Rose de Freitas por Romero Jucá na liderança do governo no Congresso, da forma como foi feita deixou o governo preocupado. Primeiro, saiu nos jornais e, depois, o presidente conversou com ela. Assim, não dá.
Questão de jeito II
A preocupação é que muitos que estavam no governo Dilma, no início do ano, são hoje aliados de Temer. E, levando-se em conta a máxima de que o adversário de ontem pode ser o aliado de amanhã, é preciso ter cuidado. O próprio Michel Temer, na primeira reunião que fez com sua equipe, assim que tomou posse, alertou: “Denunciem o erro, mas não fulanizem”. Aos olhos de muitos, os ministros esqueceram esse pedaço e começam a repetir o que fazia Dilma Rousseff.
#Xôprivilégio
Os brasileiros, de um modo geral, querem limpar a política, mas alguns querem vingança. Depois de grande parte da cúpula do PT ter parado atrás das grades, os petistas agora querem entrar na campanha lançada pelo Correio Braziliense, de fim do foro privilegiado, para ver se os políticos que ajudaram a empurrar a turma de Lula para o cadafalso também caem. Como diz o ditado, quem for culpado que se quebre.
CURTIDAS
O alerta de Daiello/ Em todos os seminários que participa, o diretor geral da Policia Federal, Leandro Daiello, trata as propostas de legalização do jogo do bicho e da repatriação como conseqüências da transparência provocada a partir da Lava Jato. Por mais que muitos critiquem certas atitudes da operação, ela é um marco histórico. “Daqui a 50 anos, ainda ouviremos falar dela”, tem dito ele.
Enquanto isso, em Curitiba…/ A depressão de Gim Argelo não passa. Nem a raiva de Eduardo Cunha. Desdobramentos virão.
A eleição no CNJ…/ marcada para 8 de novembro, a eleição do futuro integrante do Conselho Nacional de Justiça indicado pela Câmara movimenta os bastidores. Agora, além de Felipe Cascaes, Ana Luísa Marcondes e Lucas Rivas, que já foram apresentados estão em campanha há tempos, entrou o advogado José Augusto Torres, mais conhecido pelo apelido, Guto, tem 51 anos e trabalha na Câmara há 35 e atuou em várias funções, inclusive foi chefe de gabinete da Procuradoria Parlamentar.
…Virou uma incógnita/ Com tantos candidatos, não há favoritos e por isso, os telefones dos deputados não param. Guardadas as devidas proporções, parece até eleição para o TCU.
Ex-servidores comissionados do Superior Tribunal de Justiça estranharam o valor de suas rescisões trabalhistas. Faltaram as horas extras. Um deles diz que ficaram pendentes de pagamento cerca de R$ 2 mil. Quem procurou o setor de recursos humanos para saber do dinheiro saiu de mãos abanando. A assessoria do Tribunal afirma que essa despesa não ficará para o ano que vem: “O STJ trabalha para quitar todas as pendências com ex-colaboradores até o fim de dezembro”.
Em tempo: O teto de gastos ainda não está valendo, porque ainda precisa ser votado no Senado. A hora que o teto estiver valendo, dizem alguns, a situação poderá ficar pior.
Dessa vez, passa
O governo desistiu de punir, pelo menos, parte dos ausentes à votação do segundo turno da PEC de gastos na Câmara. O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), candidato a prefeito de Ribeirão Preto encabeça a lista de perdoados. Se estivesse em Brasília para votar, Nogueira perderia o debate e o adversário, que tem o apoio do PMDB, nadaria de braçada.
Ontem & hoje
O deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE) passou o dia tentando animar os eleitores do deputado João Paulo (PT-PE) lembrando a primeira eleição do petista para prefeito, em 2000. Naquele período, conta o deputado, Roberto Magalhães (PFL) liderava todas as pesquisas e perdeu. A esperança do deputado é que a história se repita neste domingo.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro…
O prefeito Eduardo Paes avisou a amigos que não pretende se aposentar depois de entregar o cargo, em janeiro de 2017. Há quem acredite que ele será candidato a governador em 2018, ainda que seja por outro partido.
Entressafra
Assessores do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, consideram que o mau humor em relação à Lava Jato não se restringe aos políticos investigados. A imprensa, na avaliação deles, também entrou nesse clima. Mas isso, garantem, não tirará o ânimo da força-tarefa. O contribuinte agradece.
Vôos, vinhos & política
Os companheiros de viagem do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao Azerbaijão foram escolhidos a dedo a fim de discutir cenários para 2017, quando a Casa escolherá seu novo presidente. Há, pelo menos, três pré-candidatos a bordo: O próprio Rodrigo, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), e o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Além deles, estão o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), o do PPS, Rubens Bueno (PR), e o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA). Na ida, param em Madri. Na volta, em Lisboa.
CURTIDAS
Galanteio na Defesa/ Não faltaram piadinhas e brincadeiras no esforço entre os ministros em busca da paz entre os Poderes na reunião de ontem. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, se desdobrou tanto que, lá pelas tantas, saiu-e com esta, dirigindo-se à presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia: “A senhora é a nossa fada-madrinha!”.
Amigos de infância?/ Quem viu o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, na mesma reunião jura que pareciam amigos de longa data. Bastava Renan fazer um aparte para o ministro responder e vice-versa. Momento lindo.
Em nome do filho/ Moraes demonstrou que leva jeito para agradar. Lá pelas tantas, ele disse que Maceió era, em 2014, a cidade mais violenta do Brasil em número de homicídios. Hoje, é a 12ª mais segura. O elogio não veio por acaso. O governador de Alagoas é Renan Filho.
Por falar em Renan…/ Ele foi quem mais falou e pediu apartes na reunião de ontem, sobre segurança pública no Itamaraty. A cada vez que pedia a palavra, Renan mencionava seu passado de afinidades do setor. Tudo vinha acompanhado de comentários do tipo, “quando eu fui ministro da Justiça”, “quando eu presidia a Frente do desarmamento…”. Sabe de tudo!
Houve tempos em que tirar uma semana de folga dava a sensação de que nada mudou. Agora, não. Uma semana significa que você perdeu alguns episódios que podem ter reflexos sobre todo o futuro. Refiro-me, em especial, a esses dias em que um desdobramento da Lava Jato respingou nos senadores e, há pouco, o ministro Teori Zavascki colocou os pingos nos iis (todos que acompanham as redes sociais puderam conferir no site www.correiobraziliense.com.br). A decisão de Teori representa uma vitória de Renan Calheiros, mas isso não significa que o presidente do Senado ganhou o jogo, nem que está fora da alça de mira do ministro. Muito menos protegido pelo Supremo Tribunal Federal.
Teori é considerado um dos ministros mais técnicos da Suprema Corte. Ele transferiu o caso dos seguranças do Senado para o STF para manter no foro privilegiado os próprios senadores, como determina a lei. Dentro da lei, o STF analisará na semana que vem se alguém na linha de sucessão da Presidência da República pode ser réu. O endereço da ação original era o ex-deputado Eduardo Cunha, preso em 19 de outubro. Agora, o endereço é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Ou seja, Renan continuará sob os holofotes, em “viés de alta tensão” com, o Judiciário. A vitória com a decisão de Teori funciona mais no aspecto político de fortalecer Renan perante seus pares do que diante da população e do próprio Judiciário, onde o estrago provocado pelas palavras que o senador proferiu nos últimos dias está feito. Porém, no Senado, Renan é visto hoje um escudo para seus colegas enroscados com a Justiça. E, nesse sentido, a decisão de Teori dá ao senador mais estofo perante os senadores que têm pendências com a Justiça. Mas daí a dizer que agora tudo agora ficará mais calmo é um exagero. Vejamos os próximos episódios. Essa temporada promete.
A prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha soou como uma bomba no meio político. Isso porque, embora esperada, houve o bloqueio de bens. A prisão preventiva foi, acima de tudo, para evitar a fuga. A dupla cidadania e a quantidade de recursos disponíveis (Foram bloqueados mais de R$ 200 milhões) fizeram com que a Policua Fedral passasse a minitorá-lo à de perto e levantou suspeitas de que ele procurava influir no processo.
O susto no meio político ocorre por causa dos desdobramentos. Cunha não só financiou muitos deputados e até senadores, como bolou vários negócios que que abriram as portas da esperança política dentro do PMDB. Como me dizia há pouco um senador, “Com Cunha preso, a bruxa está solta”. Que venha o Halloween”!
Apontado pelos investigadores como o “gestor financeiro” do ex-deputado Eduardo Cunha, o empresário Lúcio Funaro está acomodado no mesmo pavilhão reformado da Papuda que abriga o ex-senador Luíz Estevão. Desde julho, quando Funaro foi para a cadeia fisgado pela operação Sepsis, um desdobramento da Lava-Jato, ele se aproximou de Estevão, que cumpre pena desde março. Os dois descobriram muita coisa em comum além da fama de bons de conversa e do amor ao dinheiro. Quem tem acesso a ambos, garante que surgiu ali uma grande amizade e, quem sabe, futuros negócios.
Sem lenço…
Um veto do presidente Michel Temer à lei que reformou cargos e carreiras terminou por deixar à deriva no serviço público 504 servidores da área de tecnologia da informação (TI). São profissionais que foram tirados de suas respectivas carreiras para compor a nova carreira de Analistas de TI, criada justamente para cumprir a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) no quesito terceirizações.
…com responsabilidade
Só no Datasus, área de saúde, esses servidores fiscalizam, cada um, R$ 42 milhões em contratos. Eles estão em romaria ás autoridades e congressistas para tentar reverter a situação. Afinal, continuam trabalhando, recebendo, porém, sem pertencer a qualquer carreira do serviço público. Ou seja, estão no limbo.
BNB de muitos governos…
Está para ser nomeado diretor de Controle e Riscos do Banco do Nordeste Jefferson Cavalcante Albuquerque, atual superintendente de Logística. Ele já ocupou a superintendência de Controles Internos, Segurança e Gestão de Riscos e, por isso, entrou na lista de gestores do banco denunciados pelo Ministério Público Federal em 2014, por suspeita de um rombo de R$ 1,2 bilhão.
… e muitos cargos
Jefferson esteve no banco no governo petista e agora permanece sob a gestão de Michel Temer e está indicado justamente para o lugar que hoje é ocupado por um funcionário da Receita Federal, Manuel Lucena dos Santos. Vem briga grande por aí.
Alexandre de olho
O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, está preocupado com o crescimento das ligações da política com o crime organizado, em especial, no Nordeste. Não será surpresa se enviar, por exemplo, alguns observadores para acompanhar de perto a disputa em Caucaia, onde há suspeitas de influência do PCC no pleito.
CURTIDAS
Michel e Marcela/ O principal objetivo de Michel Temer na viagem ao Japão, além de, é claro, reforçar os laços afrouxados no governo Dilma, será vender o pacote de investimentos do projeto Crescer. Se conseguir algum sinal positivo aí, terá feito um gol. Caso contrário, dizem as más-línguas, será apenas a apresentação da primeira-dama considerada a mais bonita do mundo, que já faz sucesso por esses dias na Índia.
No cinema/ Nem todos os poLíticos passam os últimos dias dedicados a campanhas de segundo turno. Aguinaldo Ribeiro, líder do PP n a Câmara, por exemplo, assistia na última sexta-feira ao filme “Relatos Selvagens”. Diante do que viu ao longo de 2016 na política, o título é sugestivo.
Na eleição/ O PSol paraense está em pé de guerra. Tudo porque, depois de Lula, foi a vez do PMDB de Jader Barbalho e do ministro da Integração, Helder Barbalho, apoiar Edmilson Rodrigues em Belém. Candidato não nega apoios em segundo turno, mas também não impede confusão no partido.
Por falar em PT…/ Há lugares em que Lula ainda faz muito sucesso. Em Recife, por exemplo, o candidato João Paulo Lima, que tenta retomar a prefeitura do PSB, é apontado como “O Lula da região metropolitana”.
Com o presidente Michel Temer a caminho da Índia e Rodrigo Maia interinamente na Presidência da República, abre-se a porta da esperança para o projeto da Repatriação da mesma forma que se abriu a da anistia ao Caixa Dois de campanha no passado recente. Naqueles dias em que Waldir Maranhão assumiu a Presidência da Casa, a anistia entrou em pauta. O mesmo querem fazer alguns parlamentares para incluir agora os parentes de políticos na Repatriação. Têm para isso os próximos dez dias em que Rodrigo estará no comando do país.
Em tempo: Entre os parlamentares, há quem chame projetos como esse de “jacarés”. Ficam por ali, parados, de molho na gaveta, e, quando o sujeito está distraído,… “Nhac!”
Em nome do filho
Condenado a 19 anos de prisão, com o cumprimento de parte da pena em regime fechado, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) até cogitou a delação priemiada, mas mudou de ideia porque não tem como não deixar de citar o filho.
Chama o Exército!
Com a Mendes Júnior fora das obras da transposição do São Francisco, a previsão é de atraso de mais um ano para a conclusão dos trechos sobre responsabilidade da empresa. Para que isso não ocorra, o deputado Danilo Forte (PSB-CE) sugeriu ao presidente Michel Temer que use o Batalháo de Engenharia para a empreitada.
PT na reforma
Os petistas ficarão com a relatoria da reforma política. O nome na roda é o do deputado Vicente Cândido (PT-SP). É uma forma de o presidente da Casa, Rodrigo Maia, prestigiar seus aliados na eleição para o comando da Câmara.
E o Ciro, hein?
Quem acompanha as articulações de Ciro Gomes para concorrer à Presidência da República pelo PDT aposta em carreira-solo. Ou seja, sem alianças. O PT, como já dito aqui, prefere um dos seus a seguir com alguém que não se cansa de criticar os petistas.
CURTIDAS
Acessório/ Não são poucos os personagens da Lava Jato que passeiam pela orla de Salvador. Dia desses, Ricardo Pessoa, da UTC, foi visto caminhando pelo condomínio Interlagos, de Bermuda, camiseta, tênis e… Tornozeleira.
Juntos I/ O líder do PSD, Rogério Rosso, está em Londres, representando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, num evento. Sinal de que as rusgas da campanha pelo comando da Casa estão superadas.
Juntos II/ A proximidade entre Rodrigo e Rosso promete tirar o líder do PSD da campanha de Jovair Arantes para presidir a Câmara no ano que vem. Mas essa é outra história.
Por falar em história…/ O reporter fotográfico Roberto Stuckert Filho, o Tuca, que registrou todo o governo da presidente Dilma Rousseff, brindará todos os interessados em política com um livro sobre os bastidores do período em que acompanhou a rotina da primeira mulher a comandar o Brasil. Leitura obrigatória.