Casamento “arranjado”

Publicado em coluna Brasília-DF

É assim que um grupo expressivo do PSB recebe o potencial candidato a presidente da República Joaquim Barbosa em seu primeiro encontro partidário. Ele, hoje, é a ponte para o partido não se esfacelar na eleição de 2018. No momento, uma coligação com o PSDB, ideal para o governador de São Paulo, Márcio França, implode o partido. Uma aliança com o PT, como deseja o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, levará para o mesmo caminho. Barbosa deixa o PSB a salvo desse esfacelamento no primeiro turno. O fato de estar num partido com mais tradição na política lhe transforma ainda no único novato com condições de chegar ao segundo turno.

A tendência do PSB hoje é aceitar a candidatura, se Joaquim assim quiser. Porém, se ele insistir em só dizer sim se houver “amor”, leia-se unanimidade, por parte do PSB, o casamento não vai ocorrer. Ali, a ordem é aquela que num passado não muito distante norteou muitos dos casamentos da nobreza: um arranjo para preservar a herança. A resposta a essa equação, Joaquim e o PSB só darão entre fim de maio, início de junho. Talvez, até lá, muitos dos “padrinhos” já tenham assumido outros compromissos.

Candidato versus partido

O pré-candidato do PRB à presidente da República, Flávio Rocha, teve uma demonstração, esta semana, de que precisa acertar e muito os ponteiros em seu partido. Ele defende o cadastro positivo e o seu partido terminou engrossando a obstrução que levou ao adiamento da votação. Quem avalia a capacidade de liderança dos postulantes ao Planalto registrou o descompasso.O do PSC, Paulo Rabelo de Castro, também precisa se agarrar no mesmo serviço. Os partidos de ambos estão com problemas em fazer valer as ideias dos seus postulantes.

Era assim ou…

A decisão de Edson Fachin de conceder prisão domiciliar de ofício a Paulo Maluf foi jogo combinado para evitar que a Suprema Corte terminasse aceitando novos recursos por parte dos réus. Na visão de aliados do ministro, assim Maluf fica como uma exceção por causa do seu estado de saúde e fim de conversa. A porteira para dois recursos continuou fechada.

Ser ou não ser

Do Japão, onde está em viagem oficial pelo Senado, o senador Antonio Anastasia voltou a refletir sobre a candidatura ao governo de Minas.

Calma, Gleisi, calma

As críticas da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, ao envio do caso do ex-governador Geraldo Alckmin à Justiça Eleitoral é vista por quem entende do traçado como um tiro no pé. Afinal, o caso dela pode ter o mesmo destino, se for considerado dinheiro de campanha.

Fechada em copas/ A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, evita ao máximo as audiências com políticos. Especialmente aqueles que ela sabe que vão reclamar do trabalho dos procuradores.

Reclama com o Bispo!/ O resultado do estilo portas fechadas na Procuradoria é que vão todos reclamar no Supremo Tribunal Federal, onde as ações contra os políticos deságuam.
Festa/ O ex-ministro José Eduardo Cardozo (foto) reuniu um grupo de amigos, em sua maioria advogados, para comemorar o aniversário num restaurante de Brasília. À mesa, a expectativa era a de que o Supremo Tribunal Federal daria um alívio a Paulo Maluf ontem. Ficou abaixo do que eles queriam.

Lembram dele?/ Mineiro de Paracatu, Joaquim Barbosa tem um jeitão parecido com o do ex-presidente Itamar Franco, que era de alguns rompantes, mas saiu do governo com aprovação. Privilégio de poucos no Brasil.