Ramalho manda pagar servidores

Publicado em Política

Presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho (PMDB-MG) mandou pagar a antecipação do décimo terceiro salário dos servidores da Casa. “Liguei para o Rodrigo Maia e expliquei que as pessoas já estavam contando com esse dinheiro para pagar suas contas. Se era para suspender, deveriam ter sido avisadas”, explicou Ramalho ao blog.

A conversa, entretanto, segundo outros parlamentares que falaram com Rodrigo, não foi das mais amenas que os o presidente e o primeiro vice já tiveram. Maia chegou a dizer que, como estava fora, quem estava no exercício da Presidência era Ramalho. Portanto, acataria o que o presidente em exercício decidisse, mas ele (Maia) não recuaria. Ramalho, então, mandou pagar. “Não fiz nada à revelia do presidente. Apenas decidi dentro daquilo que considero melhor para todos. No meio do ano, simplesmente, os servidores não terão nada a receber”, comentou Ramalho.

Fábio Ramalho afirmou ainda que há recursos para isso é que não está fazendo nada ilegal. “O STF, a procuradoria e os tribunais do Trabalho também fazem essa antecipação”, afirmou.

Comentário do blog: Privilégio de poucos contar com mais um recurso extra para pagar as contas depois de curtir as férias…

Maia suspende antecipação do 13º de servidores da Câmara

Publicado em Política

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, suspendeu a antecipação do 13º salário de 2018 dos servidores da Casa. Desde 2016, a Câmara antecipa de junho para janeiro o pagamento de parte do 13º. Os servidores estão revoltados, uma vez que muitos contavam com a antecipação para pagamento de impostos e outros compromissos. Muita gente sai de férias, gasta e não se planeja para as contas do início do ano.

O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que está no estúdio da TV Brasília para participar do programa CB.Poder, conta que recebeu vários telefonemas de servidores pedindo ajuda, para que ele conversasse com o presidente da Câmara e apelasse para que ele revisse a decisão. Rodrigo informou ao parlamentar que não recuará. “Lamento essa decisão, porque pegou muitos de surpresa, pessoas que já contavam com esses recursos para suas despesas”, afirmou.

Há risco de a mesma medida ser tomada por outros poderes.

Cardápio eleitoral

Publicado em coluna Brasília-DF

O presidente Michel Temer pode até não conseguir angariar uma popularidade que o faça candidato. Mas é fato que deseja ver a eleição disputada em cima da agenda e dos resultados de seu governo: “limite de gastos, queda dos juros, safra recorde, redução do preço dos alimentos, recuperação das estatais e repactuação das dívidas dos estados”, citados pelo próprio presidente no primeiro artigo em que ele trata de política. O texto publicado pela revista Veja, “O candidato de oposição”, diz que um nome oposicionista ao governo terá que se colocar contra tudo isso e mais um pouco. Fala ainda das reformas e do crescimento econômico. É por aí que a agenda eleitoral deve caminhar, conforme avaliação de ministros.
Para muitos, Temer colocou a receita para qualquer candidato que queira o tempo de tevê do PMDB, o único dos grandes partidos que continua na muda no quesito “sucessão presidencial”. O partido de Temer não tem pressa em entrar nessa avenida. Mas apresentou no artigo seus primeiros acordes.

Reclamações no BC

A recomendação do Banco Central para afastamento dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal (CEF) deixou o presidente Michel Temer sem alternativa, senão acolher o que sugeriu o BC. Os pedidos de afastamento começaram em dezembro por parte de procuradores, porém, o governo segurou para não melindrar os partidos.

Joga para escanteio

Os pedidos de afastamento começaram a ganhar tanta visibilidade e aumentariam ainda mais com a recomendação do Banco Central. Agora, ao cumprir no mesmo dia, ministros esperam tirar fôlego desse tema desgastante pelo menos por uns dias. Assim, quando voltar, o governo já estará mais preparado para tratar do assunto e haverá outros em pauta para dividir as atenções.

Pote de mágoas

Petistas que amargaram tempos de cadeia por causa do mensalão defendem Lula hoje meio empurrados. Alguns nunca receberam sequer um telefonema do ex-presidente. Agora, às vésperas do julgamento no TRF-4, fazem cara de paisagem.

Calma, Gleisi, calma

Muitos no PT têm pedido cabeça fria à presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann. Em conversas reservadas, dizem que a hora é de baixar a bola e não tocar fogo no país, como ela fez com a declaração, “se Lula for condenado, tem que morrer gente” publicada no site Poder 360. A senadora voltou atrás, mas há quem calcule que o estrago está feito.

Santo de casa/ O presidente Michel Temer está lendo As horas esquecidas, de seu ex-assessor Chico Mendonça, o primeiro livro do jornalista. São 36 contos que, de forma poética, falam daquilo que enxergamos, mas não vemos, de um tempo de impulsividade, de redes sociais, em que a capacidade de observação, investigação e avaliação de cada um muitas vezes inexiste. Tem tudo a ver com o que vem por aí.

Por falar em leitura…/ Temer, neste ponto, tem tuda a ver com a ex-presidente Dilma Rousseff. Ambos não entram num avião sem alguns livros na bagagem de mão.

O que incomoda Renan/ Se tem algo que tira o senador Renan Calheiros (foto) do sério é saber que os adversários estão surfando em seu quintal. Os vídeos do ministro dos Transportes, Maurício Quintela, tocando obras no estado fazem parte desse mal-estar. É que Maurício, do PR, é apontado como pré-candidato ao Senado.

CB.Poder/ O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) é o entrevistado de hoje no programa CB.Poder, ao vivo, às 13h30, na TV Brasília.

Amigos à parte

Publicado em coluna Brasília-DF

Antigos aliados do PT, partidos como o PDT e o PSB não vão engrossar as fileiras petistas em mobilizações pela absolvição e candidatura de Lula. “Justiça não se decide no enfrentamento nas ruas, e sim nos tribunais. Quem tem que participar desse julgamento são os desembargadores do TRF-4 e os advogados de defesa”, diz o ex-deputado Beto Albuquerque, que, com a morte de Eduardo Campos, foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva à Presidência da República. Carlos Lupi, do PDT, ex-ministro de Lula, mandou uma carta de solidariedade e tomou distância regulamentar do caso.

Em ano eleitoral, são poucos os aliados de Lula que desejam se expor em sua defesa. Até aqui, não tem sido comum ver antigos afetos dizendo de peito aberto que a Justiça persegue um inocente.

Sintomático

Até a semana passada, o site do Ministério do Trabalho trazia Cristiane Brasil como ministra. Hoje, o nome dela não aparece no espaço reservado ao titular da pasta. Para muitos que leem os meandros do poder, é sinal de que, no balanço das horas, tudo pode mudar.

Dois coelhos

Apontado por seus mais fiéis escudeiros como pré-candidato à reeleição, o presidente Michel Temer aproveitará o périplo nos programas mais populares para ver se consegue melhorar a avaliação junto ao eleitorado. Sabe como é, se o governo adquirir um pouquinho mais de músculo, terá condições de influir mais, seja no papel de ator principal numa campanha, seja como um coadjuvante de peso. Enfim, não tem nada a perder.

Dá cá sem tomar lá

Aliados do governo Michel Temer, os deputados Alberto Fraga (DEM), Izalci Lucas (PSDB) e Rogério Rosso (PSD), todos do Distrito Federal, estiveram com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, para tratar da continuidade das obras do metrô. Querem ver se tiram do governador Rodrigo Rollemberg a paternidade da aplicação de verbas federais no quadradinho. Reforma da Previdência, entretanto, nem pensar. Até agora, nenhum deles se comprometeu a votar favoravelmente ao texto.

Recorde na Cultura

Enquanto os partidos ficam brigando por 2018, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, amplia os números positivos de sua pasta. Neste início de ano, houve captação sem precedentes para projetos culturais. Perto de R$ 600 milhões. Atribui-se a boa notícia à nova instrução normativa, editada no início de dezembro, para reduzir burocracia e estimular os patrocinadores.

Dois Renans/ Há uma semana, o governador de Alagoas, Renan Filho, esteve no Palácio do Planalto em audiência com o presidente Michel Temer e visita a ministros. À coluna, elogiou a cordialidade do presidente e as obras em curso em Alagoas. Pois domingo, no Twitter, o pai dele, senador Renan Calheiros, referiu-se no pequeno texto como governo “temeroso”.

Babel é aqui I/ O primeiro lote de inscrições para o 8º Fórum Mundial da Água, com valores promocionais, alcançou 1.242 inscritos de 95 países. Além do Brasil, estão na lista: África do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Canadá, China, Colômbia, Dinamarca, Estados Unidos, Etiópia, França, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Itália, Japão, Marrocos, México, Moçambique, Palestina, Peru, Portugal, Sérvia, Turquia e Uruguai.

Babel é aqui II/ O rei do Marrocos, Mohammed VI (foto), virá ao evento. Mais de 10 chefes de Estado e de governo são esperados em Brasília em 18 de março, data da abertura. O segundo lote de inscrições segue no site www.worldwaterforum8.org.

Babel é aqui III/ O fórum terá mais de 200 sessões temáticas e trará para Brasília, entre 18 e 23 de março, os maiores especialistas do planeta sobre o tema da água. Na agenda estão temas como mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, saneamento e saúde, ecossistemas, biodiversidade, segurança hídrica e produção sustentável. Para um país que enfrentou a estiagem e o racionamento em diversos estados, a discussão vem bem a calhar.

Sem intermediários?/ O encontro entre o presidente Michel Temer e o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, para tratar de segurança é lido no governo como mais um da série “falo com todo mundo”. Qualquer relação com o presidente ter perguntas a responder até sexta-feira sobre o inquérito dos portos é vista como mera coincidência.

Com Lula, Brasil repetirá Osasco ou Taubaté

Publicado em coluna Brasília-DF

Antes mesmo do julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4, o mundo da política pesquisa os casos em que candidatos enquadrados na Lei da Ficha Limpa terminaram competindo com base em mandados de segurança. Pelo menos dois casos chamam a atenção:

1) Osasco, 2012: O então candidato a prefeito Celso Giglio (PSDB) chegou em primeiro lugar. Foram 150 mil votos que terminaram não computados, porque Giglio estava sub-júdice. Jorge Lapas, à época no PT, segundo colocado, foi eleito porque o terceiro não obteve votos suficientes para provocar o segundo turno. Ainda assim, Lapas corria o risco de ser retirado do cargo, caso Giglio vencesse nas últimas instâncias. Giglio perdeu.

2) Taubaté, 2014: Ortiz Júnior (PSDB) incurso na Ficha Limpa foi candidato à reeleição. Concorreu sub-júdice. Terminou em primeiro lugar. A Justiça Eleitoral não computou os votos dele. Porém, não convocou nova eleição até que a situação de Ortiz fosse resolvida, o que só ocorreu em Novembro. Ortiz venceu nos tribunais e tomou posse em janeiro do ano seguinte.

***********

Esses cenários foram discutidos numa conversa da coluna com o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Ele não descarta que o Brasil viva uma situação parecida com Osasco ou Taubaté no caso de Lula ser condenado daqui a dez dias no TRF-4. Isso porque, dado o número de recursos, a tendência é o processo chegar ao dia da eleição sem um desfecho. Para completar, o PT até aqui descarta qualquer plano B. Portanto, na hipótese de condenação, vem por aí um candidato a presidente concorrendo sub-júdice, com a perspectiva de não ter seus votos computados. É problema para mais de metro que já ronda na mente dos cabeças de todos os partidos.

Maia que saia
O PSDB calcula que seu presidente, Geraldo Alckmin, segue como o mais bem posicionado dos candidatos de centro à Presidência da República. Dedicado ao governo de São Paulo e cuidando das prévias do partido para 4 de março, véspera da abertura da janela para troca de partido. Assim, terá tempo suficiente para segurar os deputados na sua órbita. A amigos, o governador paulista garante que não há força capaz de levá-lo a desistir da empreitada nacional.

Ele é quem tem a perder
Na visão tucana, Rodrigo Maia tem uma reeleição tranquila para deputado federal no Rio de Janeiro e montou uma rede perfeita para se reeleger presidente da Câmara. Ao que tudo indica, o PSDB vai querer amarrar um acordo para manter Maia no comando da Câmara em 2019. Assim, Maia fica fora da corrida presidencial e o DEM apoia Alckmin.

Já colou
Dentro do DEM há quem diga que esse acordo estaria de bom tamanho para o partido. Rodrigo é jovem e, no papel de presidente da Câmara, seria nome certo nesse novo ciclo político que se abre com a eleição de 2018. Falta, entretanto, combinar com o próprio Maia, que está adorando esse desfile presidencial.

CURTIDAS

Não brinquem com ele/ O governo fará tudo o que estiver ao alcance do presidente Michel Temer para tentar garantir a posse de Cristiane Brasil. Desde que Roberto Jefferson denunciou o mensalão desestabilizando o PT, todos o temem. Afinal, se ele partiu para a guerra contra José Dirceu nos idos de 2004, imagine o que fará com quem mexer com sua filha…

Por falar em Temer…/ Um exemplar do livro Elementos do Direito Constitucional, do presidente Michel Temer, editado em 1997, foi visto essa semana num ponto de ônibus de Planaltina próximo ao campus da UnB na cidade, junto com outras duas obras literárias. Se ajudar algum estudante, está valendo.

O circunspecto e o expansivo/ Os companheiros de cadeia de Eduardo Cunha têm reclamado que ele não é de muita conversa com os outros. Como dito aqui há alguns dias, está afundado na leitura dos processos. Já na Papuda quem parece bem enturmado é o ex-ministro Geddel Vieira Lima. Afinal, se seus amigos têm uma certeza é a de que ele não sairá da cadeia nem tão cedo.

Muita calma nessa hora/ Janeiro e fevereiro serão gastos em especulações e desfiles de inúmeros pré-candidatos a presidente da República. Quem acompanha avisa que só levará a sério aqueles que permanecerem depois da Semana Santa, quando a coisa esquentará para valer.

Colaborou Renato Souza


Sds
Denise Rothenburg
(61) 9987-1610

Enviado do meu iPad

A voz do silêncio

Publicado em coluna Brasília-DF

A quietude do PMDB em relação aos pré-candidatos a presidente da República com um viés de centro no espectro da política está diretamente relacionada com a vontade de setores do partido em ver o próprio presidente Michel Temer no papel de candidato daqui a alguns meses. Até na oposição, há quem veja hoje que o governo incentiva Rodrigo Maia, Henrique Meirelles e quem mais chegar sem se comprometer com ninguém. Logo, enquanto o PMDB estiver assim, calado e tocando a vida, sem colar em qualquer um dos que se apresentaram até agora, é sinal de que Michel Temer continua na roda. É isso que dizem aos quatro ventos aqueles que acompanham não só os movimentos de todos os partidos, como também a rotina do presidente nos palácios. Porém, falta combinar esses planos com os analistas de risco, que começaram o ano rebaixando a nota do Brasil.

DEM limpa a área

O DEM aproveitará a convenção de fevereiro para fazer um pente-fino no comando dos diretórios estaduais. A ordem é deixar todos provisórios, a fim de deixar as portas abertas para dar espaço nobre a quem ingressar no partido em março, no período da janela partidária. Há quem diga que não dá para querer levar políticos da estatura e da experiência do deputado Heráclito Fortes, por exemplo, e deixá-lo como soldado do diretório estadual.

Por falar em DEM…

Nem só de movimentos eleitorais vive o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. No almoço ontem com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e o ex-senador Jorge Bornhausen, Rodrigo tratou da reforma da Previdência. O calendário para votação da emenda logo depois do carnaval está mantido.

…Serviço não falta

Colombo e Maia trataram ainda de uma agenda capaz de mobilizar os governadores para ajudar na reforma previdenciária. Vem por aí uma vasta pauta de interesse dos governos estaduais que terá mais condições de ser adotada se houver a reforma da Previdência.

Saco de bondades

Na conversa com o governador Raimundo Colombo, Maia discutiu, por exemplo, a securitização das dívidas, que permitirá aos estados venderem o direito sobre créditos que tenham a receber. O projeto, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), foi aprovado no Senado em dezembro. A ideia é colocar a proposta em regime de urgência.

Dois coelhos

Ao dar destaque ao projeto do tucano José Serra, o presidente da Câmara, por tabela, angaria simpatia justamente daquele que disputa com Geraldo Alckmin o protagonismo no PSDB de São Paulo. Obviamente, o objetivo final não é esse, mas sabe como é…Agregar alguma simpatia no tucanato nunca é demais.

CURTIDAS
Nacional & local/ O PDT escolheu Brasília para o pré-lançamento da candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, em 8 de março. Ciro vai inaugurar, na sede do partido, o salão de eventos que levará o nome Neusa Brizola, uma homenagem à mulher de Leonel Brizola. O presidenciável será colocado ao lado de Joe Valle, apontado pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi, como o nome para o GDF.

Marina suspende pré-campanha/ A ex-senadora Marina Silva (foto) adiou todos os compromissos agendados para as primeiras semanas do ano. Ela permanece no Acre, de olho na saúde do pai, sr. Pedro, de 87 anos, que continua hospitalizado.

Agora vai/ Os ministros da Justiça, Torquato Jardim, da Defesa, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, estão no Rio de Janeiro para assinar com o governador Luiz Fernando Pezão o protocolo de metas e compromissos para a segurança estadual em 2018.

Nem tanto/ O problema da segurança, entretanto, está longe de ser resolvido, haja visto o número divulgado pelas Forças Armadas no fim do ano. Vale recordar: nas 33 vistorias em 31 unidades prisionais, foram encontradas 11 mil armas. Considerando o universo de 22 mil presos, tem-se em média uma arma a cada dois presidiários.

“Lula não pode ser impedido”

Publicado em Política

Vice-presidente do Tribunal de Contas da União, o ministro José Múcio Monteiro saiu em defesa da candidatura de Lula. Em entrevista à rádio Jornal, em Recife, ele afirma que “líder não pode ser impedido” de se candidatar: “Se Lula não for candidato é ruim para a democracia. SE ele for impedido sem prova inconteste, quem ganhar terá muita dificuldade de governar”, avalia. José Múcio defendeu ainda a reforma da Previdência proposta pelo governo Michel Temer: “Tem que mexer. É feito remédio ruim, tem que tomar, senão morre”, compara, citando inclusive a situação do Rio de Janeiro, onde o governo estadual parcelou o pagamento das aposentadorias.

A posição de José Múcio, de defesa da candidatura de Lula, começa a ganhar corpo em outros setores. Até mesmo entre os adversários do PT, já existe que o melhor é derrotar o ex-presidente nas urnas, de forma a evitar que mais tarde os movimentos sociais ligados ao PT tentem tumultuar a vida de qualquer outro que seja democraticamente eleito em outubro. Essa discussão, aliás, promete ganhar corpo nesses dias em que o julgamento se aproxima. A sessão do TRF-4 que analisará o recurso de Lula contra a sentença do juiz Sérgio Moro no caso do tríplex no Guarujá está marcada para 24 deste mês.

Da parte do governo do presidente Michel Temer, entretanto, não se ouvirá muitas vozes defendendo de público a candidatura do ex-presidente. O próprio Temer estará em Davos, na Suíça, quando houver o julgamento. A data do forum econômico mundial não podia ser melhor para tirar Temer de cena, enquanto Lula estiver em julgamento no TRF-4, em Porto Alegre.

Perigo à frente

Publicado em coluna Brasília-DF

A forma como a Advocacia-Geral da União (AGU) trabalhou nas primeiras horas em relação à liminar que suspendeu a posse da ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, começa a complicar a vida do governo com o PTB. Entre os petebistas, há quem atribua a demora nos recursos por parte da AGU ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, que também faz política no Rio.

Nesse clima, se o PTB concluir que o governo fez “corpo mole” para a resolver o problema, a desconfiança estará instalada, ainda que a ministra tome posse hoje. Por enquanto, Roberto Jefferson tem dito apenas que o atraso se deu por causa das férias do pessoal da AGU. Porém, nos bastidores, outros petebistas são mais ácidos nas críticas ao governo.

Quer dinheiro?

Então, vote sim à reforma da Previdência. A contar pelo que disse o presidente do PTB, Roberto Jefferson, na entrevista ao programa CB.Poder, vem por aí um novo tipo de toma lá dá cá envolvendo a votação. “Quem vota contra a reforma diz que o faz porque tem voto popular. Portanto, terá mais facilidade de se reeleger. Logo, quem votará contra precisará de mais recursos para promover a sua campanha”, diz.

Ordem de chegada

A insistência de Arthur Virgílio em concorrer numa prévia contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deixou uma avenida para Rodrigo Maia tentar fechar apoios com partidos do Centrão até março. Afinal, Alckmin está amarrado ao governo de São Paulo e terá de cuidar ainda da prévia. Rodrigo fechará fevereiro com o apoio oficial do DEM, conforme antecipou ontem a coluna.

Fato quando cria perna

De olho na velha máxima do futebol “quem se desloca recebe, quem pede tem preferência”, os tucanos vão monitorar com uma lupa esses movimentos. O receio hoje é de que Rodrigo caminhe tanto que não tenha ponto de recuo. Aí, será inevitável, dizem os integrantes do PSDB, uma divisão do centro.

PP em Itaipu

O Partido Progressista, aquele que no passado indicou Paulo Roberto Costa para diretor da Petrobras, festeja a posse do engenheiro eletricista Mauro Coberllini no cargo de diretor-técnico executivo da Itaipu Binacional. A indicação coube ao presidente estadual do PP do Paraná, Dilceu Sperafico. Sperafico foi inocentado no processo da Lava-Jato no fim do ano passado, por falta de provas.

Obsessão I/ O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (foto) não perdeu o gosto pelo estudo dos temas que podem lhe render algum benefício. Desde que foi preso, praticamente decorou os códigos de processo, especialmente, o Penal. Chega ao ponto de discutir com os advogados e ordenar mudanças na estratégia da defesa.

Obsessão II/ Vale lembrar que, em 2011, quando outro presidiário, Henrique Eduardo Alves, comandava o PMDB, Eduardo Cunha chegou a ser indicado para relatar o Código de Processo Civil. Perdeu o cargo porque a bancada dos parlamentares advogados chiou. Agora, Cunha está praticamente querendo dar aulas sobre o tema a seus defensores.

Por falar em advogados…/ O
fato de Sérgio Cabral responder a 20 processos levantou uma dúvida entre os investigadores: estão todos curiosos para saber de onde o
ex-governador do Rio está tirando dinheiro para cobrir as despesas com honorários da equipe que cuida desse mundo de ações contra o político e a mulher dele, Adriana Anselmo.

… Haja dinheiro/ A aposta de quem conhece o traçado da Justiça é a de que Cabral não sairá da cadeia tão cedo. Logo, ainda vai pagar muitos honorários à equipe responsável pela defesa.

Jefferson detona candidatura de Meirelles

Publicado em Política

Além de dizer que vai lutar até o fim pela posse da deputada Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, falou ao CB.Poder sobre outros temas, de reforma previdenciária a cenários para 2018. De antemão, ele avisa: “Não dá para o Meirelles fazer a reforma da Previdência pensando em ser candidato. Ele não tem o charme de Fernando Henrique Cardoso e, portanto, está longe de repetir o que o Fernando Henrique fez em 1994”, diz. Jefferson considera que o melhor nome do centro da politica é o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que trem experiência administrativa. “É disso que o país precisa”, comenta, descartando todos os demais postulantes.

Jefferson, porém, avisa que não deixará de votar a reforma por causa do desfile pré-eleitoral do ministro. Apenas considera que Meirelles não deve ser candidato, porque precisa cuidar da economia. O petebista aposta inclusive que o comandante do PSD, Gilberto Kassab, não apoiará a candidatura de Meirelles por causa dos interesses que tem em São Paulo. “Ele não vai contar com o Kassab”, diz, com uma segurança de quem sabe exatamente a posição da cúpula do PSD sobre uma candidatura do ministro.

Quanto à filha Cristiane, Jefferson saiu do estúdio direto para a sede do PTB, onde trabalharia com os advogados em duas frentes: Uma no Rio de Janeiro, no sentido de derrubar por lá mesmo a liminar que impede a posse da ministra e, ainda no Supremo Tribunal Federal. A ideia é entrar com uma reclamação direta ao STF, uma vez que a nomeação e posse de qualquer ministro é privativa do presidente da República. Perguntado se o caso de sua filha poderia ser comparado ao de Lula em 2016, quando o petista nomeado ministro da Casa Civil de Dilma, Jefferson foi direto: “Achei uma injustiça não deixar o Lula assumir. Se a Dilma nomeou =, ele deveria ter assumido. É tarefa privativa do presidente da República”, disse. É essa a tese que o PTB pretende levar ao STF ainda hoje. Essa novela da posse ainda terá vários capítulos.

A largada de Rodrigo

Publicado em coluna Brasília-DF

O DEM marcou data para colocar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, oficialmente na roda dos pré-candidatos a presidente da República. Será em 26 de fevereiro, na convenção do partido. “Vou apresentar o nome dele. Teremos 12 candidatos a governador, nossa bancada cresceu, não tem por que deixarmos de ter candidato a presidente da República. O Rodrigo está preparado”, diz o líder da bancada, Efraim Filho (DEM-PB), que, de recesso e com a filha de um ano e meio no colo, combina o jogo com a cúpula dos democratas.

» » »

Em tempo: em 26 de fevereiro, o país terá passado pelo carnaval e, se tudo correr de acordo com o cronograma montado pelo próprio Maia, a reforma da Previdência também já estará aprovada na Câmara.

» » »

Assim, cumprido seu compromisso com o governo, o comandante Rodrigo terá meios de cuidar da própria vida. Será o primeiro presidenciável a fechar fevereiro com o aval do partido. Nem Geraldo Alckmin, que preside o PSDB, conseguiu essa proeza até agora. Henrique Meirelles, por sua vez, ainda não recebeu publicamente o apoio dos comandantes do PSD.

Na primeira fila

O PMDB não moverá um músculo enquanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se aquecem para a disputa ao Planalto. Ali, a avaliação é a de que quanto mais o tempo passa, mais a economia melhora e o partido de Michel Temer ganha mais importância neste jogo para outubro.

Ela tem a força

O PTB acendeu todas as velas em favor da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, de plantão nesse recesso do STF. A esperança do partido é que ela decida logo pela posse da deputada Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho.

Perdas & ganhos I

Nem todos os integrantes do PSL ficaram tristes com a saída do Livres. É que os integrantes do movimento queriam colocar como bandeira do partido o aborto e a legalização da maconha.

Perdas & ganhos II

O partido, entretanto, não está assim tão esfuziante com o ingresso de Jair Bolsonaro. Quem tem os pés no chão está é na torcida para que o presidenciável leve mais deputados para o partido, que hoje só tem três parlamentares na bancada.

Sutis diferenças/ A coluna encontrou o governador de Alagoas, Renan Filho, no Palácio do Planalto quando ele chegava para dar um abraço no ministro Carlos Marun. Renan tinha acabado de sair do gabinete do presidente Michel Temer. “Ele sempre é muito educado”, disse o governador, cujo pai passa horas descascando o presidente.

A vida como ela é/ Perguntado sobre a campanha pela reeleição, se montaria seu palanque junto com Lula, ele não titubeou, mas se esquivou: “Lula é muito forte no Nordeste, mas ainda está cedo para tratar de campanha. Quem está no governo, que é o meu caso, tem é que trabalhar”, desconversou.

Agenda cheia/ Renanzinho saiu de Brasília pra lá de feliz. Além do périplo palaciano, esteve com o ministro dos Transportes, Maurício Quintela, para tratar de obras de mobilidade urbana e o trecho 4 do Canal do Sertão.

Lúcio em campo/ Quem passou pelo Palácio do Planalto ontem foi o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel — que continua preso. Foi visitar o ministro Carlos Marun, mas não pôde ficar muito. Quem estava na sala ao lado garante que ouviu um “Tô f…”, em alto e bom som, dito por Vieira Lima (foto).