Mapeamento genético na pauta do ministro da Saúde nos EUA

Ministro da Saude Luiz Henrique Mandetta.
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Nova York — O governo vai começar a trabalhar o mapeamento genético do brasileiro para futuras pesquisas que possam ajudar, quem sabe, na cura do Alzheimer e outras doenças. “Até 2011, o mundo achava que era preciso combater as doenças com remédios. Porém, a partir de 2011, o mundo evoluiu para a terapia genética, ou seja, muda-se o gen defeituoso, para curar. O meu objetivo agora é arrumarmos recursos no Orçamento da Saúde para trabalharmos nessa linha”” diz o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que está nos Estados Unidos desde sábado e hoje participará da conferência de alto nível sobre saúde das Nações Unidas.

As conversas sobre terapia genética são um pus na viagem de Mandetta e foram objeto de conversas com representantes da Inglaterra, que já estão bem avançados nesse campo. O ministro se reuniu ainda com ministra da Saúde da Rússia, Veronika Skovortsova. A conversa com a Rússia gira em torno da vacina contra a tuberculose, que os russos já desenvolveram. Lá, as ações de saúde são vistas como um problema de segurança nacional, enquanto, no Brasil, a ótica é de controle sanitário.

Além dos encontros em busca de novas tecnologias e vacinas para o Brasil, Mandetta receberá um prêmio por causa da redução do tabagismo no Brasil a um índice inferior a 10%. A reunião de hoje na ONU sobre saúde deve soltar um documento a respeito da necessidade de ampliação do atendimento de saúde. “O objetivo 3 do milênio é cobertura universal de saúde. A expectativa é a de que saia ainda hoje um documento sobre isso”, disse o ministro que participa agora pela manhã do encontro de alto nível sobre saúde, uma das dezenas de reuniões que ocorrem hoje no complexo que forma o quartel general das Nações Unidas.

“Muita gente reclama do SUS no Brasil, mas nosso sistema de cobertura universal é um dos mais avançados do mundo, é um país que traz na Constituição o atendimento amplo”, diz ele. Mandetta deve encontrar o presidente Jair Bolsonaro apenas mais ao final do dia para falar sobre os encontros que manteve na ONU. O presidente desembarca nos Estados hoje, no início da tarde, e segue direto para o hotel. O único compromisso dele hoje é o jantar com o presidente Donald Trump. Daqui a pouco começa a cúpula sobre mudanças climáticas, na qual o presidente da França, Emmanuel Macron fará um pronunciamento 11h10 (12h10, hora de Brasília).

Brasil vê cúpula de mudanças climáticas das Nações Unidas como aquecimento para a Cop 25

Homem encapuzado com espada e escudo
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Coluna Brasília-DF


É assim que muitos diplomatas brasileiros veem a cúpula de mudanças climáticas das Nações Unidas hoje, com destaque para a França e outros países. Há uma pressão para que o Brasil e outras nações em desenvolvimento ampliem a contribuição que cada país se propôs quando do Acordo de Paris.

Só tem um probleminha: O Brasil não o fará porque está já perto de alcançar as metas previstas para 2030. Dados do Ministério de Minas e Energia indicam que o país já cumpriu, por exemplo, o percentual de 45% de energia renovável (45,3% em 2018, a meta para 2030 é 45%) e está a 0,6% de cumprir a meta de biocombustíveis.

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O Brasil, como outros países em desenvolvimento, vai se preparar para cobrar investimentos das nações mais ricas. E, como os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris, essa conta vai sobrar para os europeus.

É aí que, dizem os diplomatas, está o nó entre o governo brasileiro e o francês, por exemplo. O próximo palco, depois do quartel general da ONU esta semana,
será no Chile, sede da Cop 25.

Adeus, noruegueses

Se o Brasil conseguir o fundo de bioeconomia da Amazônia discutido em Washington com grandes empresas e o Banco interamericano de Desenvolvimento, poderá prescindir daqueles que hoje fazem doações para a região. O fundo será detalhado num encontro em Belém, de 8 a 10 de novembro.

Corre, Maia, corre

Os parlamentares vão pressionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para votar, a toque de caixa, um projeto que permita aos partidos saber exatamente quanto do Fundo Eleitoral e partidário deve ser destinado a campanhas de prefeitos e quanto para vereadores. E, ainda, qual o limite de gastos de cada vereador e prefeito e se há diferenças entre prefeitos de capitais e de pequenas cidades.

Lavou as mãos

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, já avisou que não vai legislar sobre esse tema. É um caso do Congresso e os políticos que se resolvam. Se nada for feito até 4 de outubro, um ano antes da eleição, mais uma vez as cúpulas partidárias agirão de acordo com a cara do freguês.

Onde mora o perigo

O receio é de que os recursos sejam destinados apenas àqueles que hoje dominam os partidos e não a candidatos da chamada renovação política. E que os prefeitos das capitais terminem abocanhando os valores deixando o interior à míngua.

CURTIDAS

Leitura ambiental/ O presidente Jair Bolsonaro desembarca em Nova York a tempo de jantar com o presidente Donald Trump na segunda-feira à noite, mas chegará depois da cúpula de mudanças climáticas da ONU. Os ambientalistas não gostaram. Acham que quem poderia jantar com Trump, teria perfeitamente tempo de chegar para a conferência climática.

Leitura médica/ Os médicos, entretanto, não queriam nem que o presidente fosse abrir a 74ª Assembleia Geral da ONU. Precisa ainda de um certo repouso para evitar novas complicações.

Índios de lá e de cá/ A cúpula da Juventude se mostrou um desfile de futuros líderes mundiais em defesa do meio ambiente. Destaque, nos Estados Unidos, para Makassa, descendente dos Sioux, que fez uma cerimônia espiritual logo na abertura.

Saída pela esquerda…/ O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, cruzou com manifestantes parados em frente ao hotel onde ficou hospedado assim que chegou. Para não passar por eles de novo, optou por uma porta lateral. No Twitter, não poupou críticas.

A ONU e Bolsonaro

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Inspirados pela jovem sueca Greta Thunberg, os nova-iorquinos tomaram as ruas da cidade, no Battery Park, ao sul de Manhattan, a fim de chamar a atenção para as mudanças climáticas e cobrar atitudes mais sérias das autoridades na linha do “nosso planeta não pode esperar”. Hoje, a sede das Nações Unidas terá a Youth Summit Climates, o encontro de cúpula da juventude, dedicado a tratar desse tema e propor soluções. É esse clima de “vamos preservar o planeta antes que ele acabe” que toma conta da cidade e que espera o presidente Bolsonaro na próxima terça-feira.

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Para completar, na véspera do discurso do presidente na ONU, a cúpula sobre mudanças climáticas não terá a participação do Brasil. Não que o país tenha sido vetado, conforme se especulou. O evento é para chefes de Estado e de governo. Se os chefes não vão, simplesmente, o país não fala. O governo brasileiro preferiu dar seu recado na abertura oficial da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia seguinte, quando se espera uma presença maciça de chefes de Estado e de governo. Porém, a ausência na cúpula do clima é vista no mundo externo como uma certa falta de prioridade ao tema.

Pega um, pega geral

A operação que envolveu o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), fez voltar os movimentos em prol da derrubada dos vetos à Lei de Abuso de Autoridade, na qual o Senado terá papel decisivo.

Casa complicada

Os senadores foram responsáveis, por exemplo, pelo freio nas mudanças que afrouxaram as regras de financiamento de campanha. E agora, o governo espera contar com a Casa para manutenção dos vetos presidenciais à Lei do Abuso. No entanto, dado o climão da semana, nada está garantido.

“Nossa casa está queimando”

A frase dita pelo presidente francês Emmanuel Macron e que provocou toda a crise entre ele o presidente Jair Bolsonaro foi repetida pela ativista Greta Thunberg, na manifestação em Nova York. Hoje, ela fala nas Nações Unidas.

Enquanto isso, nos bastidores…

A sensação entre diplomatas é de que o Brasil não tem quem o defenda em relação ao meio ambiente nas altas-rodas norte-americanas, como a ONU e importantes fundações nos Estados Unidos, capazes de mobilizar a opinião pública. Sem embaixador nem na ONU nem em Washington, está difícil.

Politics for future/ O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, apoiou a liberação dos alunos de escolas públicas para participar da greve global em favor do clima, a “Friday for future”, que levou milhões às ruas pelo mundo. Embora não esteja mais postulando a vaga de candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, ele continua na política.

Consulado reservado/ Qualquer jornalista que procure o Consulado do Brasil na ONU em busca de informações sobre a viagem do presidente Jair Bolsonaro, ou mesmo a participação na Conferência do Clima, é remetido imediatamente aos integrantes da equipe precursora. Ninguém quer avançar o sinal. No passado, não era assim.

Save the date/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), começou a enviar os convites para a sessão em homenagem póstuma ao ex-deputado Sigmaringa Seixas e ao advogado José Gerardo Grossi, em 1 de outubro.

General Ramos em alta no Congresso

General Luiz Eduardo Ramos
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Coluna Brasília-DF/Por Leonardo Cavalcanti

Depois de um início conturbado — com ataques aos parlamentares e à “velha política” —, o presidente Jair Bolsonaro parece ter, finalmente, se convencido de que a guerra aberta com o Congresso só prejudicava a ele mesmo. Assim, o capitão reformado recolheu as armas contra o Parlamento nos últimos dois meses, ao contrário do que ocorreu em relação a setores da sociedade civil e da imprensa.

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A mudança de tom coincide com a atuação mais efetiva do secretário de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos — que substituiu Carlos Alberto dos Santos Cruz e praticamente engoliu Onyx Lorenzoni. A atuação do ministro-militar com líderes partidários tem se mostrado eficiente, pelo menos é este o clima geral dos aliados no Congresso. Tais ações podem explicar um aumento no índice de governabilidade, verificado pela consultoria Prospectiva, que mostra a fidelidade dos parlamentares ao Palácio do Planalto.

Alta fidelidade

Em agosto, o índice de governabilidade chegou a quase 75% das votações. Os melhores resultados apareceram nas pautas econômicas, como liberdade econômica (MP nº 881/19, emenda aglutinativa n° 1); pagamento de peritos do INSS (PL nº 2999/2019); reforma da Previdência (PEC nº 6/2019, segundo turno); e repasse da União à Eletrobras.

Telefonemas

Por falar no general Ramos, ontem pela manhã, ele recebeu uma série de telefonemas estridentes de Bolsonaro sobre a operação da Polícia Federal. Na quarta ligação, o ministro interrompeu a agenda, deixou o gabinete no Planalto e foi se reunir pessoalmente com o presidente.

Curtidas

Decisão confirmada / O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou integralmente a decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Antônio Souza Prudente, que mandou a Vale pagar um salário mínimo para cada indígena, independentemente de idade, das tribos Xikrim e Kaiapó. Os valores referem-se a danos causados aos ecossistemas sócio-ambientais.

Na pauta / O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse a parlamentares que vai pautar, na próxima semana, um projeto de lei que revoga a Lei Kandir. Representantes de cooperativas entraram em alerta e começaram uma peregrinação no Congresso com o argumento dos riscos para a balança comercial, pois taxar a exportação pode aumentar o preço de determinados produtos no mercado internacional e, com isso, levar à queda de produção.

Vingança / O pé de uma nota do grupo “Muda, Senado”, formado por 21 parlamentares independentes, mostra que a não recondução de dois integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (Lauro Machado Nogueira e Dermeval Farias) não pegou nada bem. “Eles foram aprovados por unanimidade na CCJ, sem qualquer tipo de questionamento. Isso aponta, para uma repetição do passado triste onde o Senado funcionava como instrumento de vingança de investigados”, diz a nota, lida por Alessandro Vieira, do Cidadania.

Briga entre Flávio Bolsonaro e Major Olímpio incomoda o Planalto

Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) conversa com o senador Major Olimpio (PSL-SP).
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Coluna Brasília-DF

A iminente debandada do PSL na Câmara, tratada anteriormente pela coluna, é motivo de preocupação para o Planalto. Porém, em termos de base parlamentar, nada incomoda mais do que a briga do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (PSL-SP). Eles trocaram insultos e palavrões por telefone antes de Flávio embarcar para a China.

E o reflexo da discussão, por causa da CPI da Lava-Toga, arrisca deixar o PSL com apenas um senador. A senadora Selma Arruda já deixou o partido rumo ao Podemos. Soraya Thronicke é mais ligada, hoje, à bancada do agronegócio do que às discussões internas do partido. Flávio está cada vez mais sozinho. E o PSL, cada dia menor.

Deu água I

Naufragou o movimento do ex-senador Pedro Simon para fazer com que o líder na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), desistisse da candidatura a presidente do MDB. O lançamento oficial ocorreu nesta quarta-feira, numa reunião no Lago Sul em Brasília, que contou com praticamente toda a bancada do MDB na Câmara.

Deu água II

Sem consenso em torno do nome da senadora Simone Tebet (MS), a avaliação geral é a de que ela não será candidata. A eleição está marcada para 6 de outubro. Afinal, Baleia Rossi já recebeu também apoio de senadores como Marcelo Castro (PI) e conta também com o apoio do ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Só vai na pressão

A decisão da Câmara de restaurar partes das regras eleitorais retiradas do texto pelos senadores promete mexer ainda mais com o prestígio dos políticos. Os movimentos pela ética na política, que buscam mais transparência no jogo eleitoral, prometem estampar as imagens de quem for favorável à volta de partes do projeto original.

Ajudinha providencial

A Caixa Econômica antecipou o pagamento de dividendos de R$ 7 bilhões para ajudar o governo federal a desbloquear verbas para áreas fundamentais, como educação. Nos próximos dias, o banco deve colaborar novamente com aproximadamente o mesmo valor.

E não tem almoço grátis

A Caixa aproveita essa mudança para ressaltar a importância do banco público, que, aliás, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pensa em privatizar. “Isso demonstra a importância do banco público que, além de cumprir uma missão social, na qual está inserido o estímulo do mercado interno e a ajuda no equilíbrio das contas públicas, ainda gera lucros diretos para sociedade”, afirma Anna Cláudia de Vasconcellos, presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa (Advocef).

CURTIDAS

Botão errado/ O deputado Marcos Feliciano (PR-SP) andou reclamando na Câmara que foi bloqueado no WhatsApp pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (foto). Vai ver que foi sem querer.

Acomodação / Aos poucos as coisas vão se ajustando na PGR, em especial com a volta do grupo da Lava-Jato às funções. A impressão geral é a de que passou o estremecimento da troca de comando, que pareceu um terremoto a balançar a procuradoria.

Nada a ver com o PT…/ …Nem, tampouco, com os republicanos, nos Estados Unidos. A Oracle praticamente trocou a cor de sua marca. Sai a predominância do vermelho. Entra o cinza e cores pastéis. Porém o botão com o “O” em forma de elo de corrente continuará em vermelho.

Por falar em Estados Unidos e Oracle…/ Em Washington, a jovem sueca Greta Thunberg mobiliza corações e mentes em prol de atitudes que reduzam as mudanças climáticas e seus impactos. Em San Francisco, Larry Ellison, da Oracle, encerrou um dos maiores eventos de tecnologia do planeta com anúncio de bases integradas de aplicativos na nuvem que vão facilitar ainda mais a vida de seus clientes e lhes dar mais segurança. No Brasil, a discussão é mais rasa.

18 deputados estão na iminência de deixar o PSL

Pesca do PSL
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Coluna Brasília-DF

Os partidos aliados ao Planalto já armaram suas redes para conquistar parlamentares do PSL. Sim, redes. O cálculo de muitos é o de que pelo menos 18 deputados estão na iminência de deixar a legenda. Só não saíram ainda porque precisam dar um jeito de evitar perder o mandato por infidelidade partidária.

Se os parlamentares conseguirem estender para os deputados estaduais e federais a janela para troca de partido em abril de 2020, quem terá dor de cabeça é o presidente do PSL, Luciano Bivar. Nesse cenário, o PSL encolherá de 53 para 35 deputados, menor que o PT (54), PP (38) e o PSD (36).

O risco é o PSL perder ainda mais posições na Casa. O PSDB, hoje com 32 deputados, o Republicano (antigo PRB), com 31, e o DEM, com 28, não veem a hora de atrair esses 18. Se nada mudar, o partido de Bolsonaro, que já foi comparado ao antigo PRN, de Fernando Collor, não durará nem um mandato como protagonista na Câmara. E pelo menos a curto prazo, nada indica que o partido terá paz.

Brigou com a turma toda

Em meio à discussão do projeto que altera a lei de TV por assinatura (serviço de acesso condicionado), o governo pressiona para incluir uma emenda para que a Agência Nacional de Telecomunicações passe a precificar os canais, ou seja, uma espécie de tabelamento. Nos bastidores, a ideia da emenda é dar a SBT, Record e a quem mais chegar o mesmo valor da Globo.

Brigou com os americanos

Só tem um probleminha: a intenção desse quase “tabelamento” de preço de canais brasileiros contraria as leis de mercado e mexe com todo mundo. Hoje, quem tem mais público e investe milhões em conteúdo acaba conseguindo um preço melhor por seu canal.

Não é à toa que a emenda ao projeto provocou uma corrida ao Congresso esta semana. Canais como os da Time Warner, AT&T, HBO e Disney têm conteúdos mais caros e com mais público. O projeto está hoje na pauta da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.

Os recuos de Davi

O pé no freio dado ontem na reunião de líderes a respeito do projeto dos partidos mostra que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não está disposto a se “queimar” para ajudar as legendas. Os parlamentares querem saber se ele fará o mesmo em relação à Lava-Toga.

“Não é possível que não tenhamos 41 senadores enxergando que esse projeto representa um retrocesso”

Da senadora Simone Tebet (MDB-MS), logo pela manhã, sobre a propostas de mudanças na legislação eleitoral e partidária. À noite, teve mais que isso: a casa inteira, em votação simbólica.

Quando eles têm apoio…/ Entre os projetos de estudantes exibidos no stand da Oracle Education Foundation, chama a atenção um videogame para que crianças com câncer aprendam a entender melhor a doença e a fortalecer o próprio organismo. Foi desenvolvido por quatro jovens, de 15 a 18 anos.

E a Dilma, hein?/ A ex-presidente Dilma Rousseff não perdeu a chance de comentar a entrevista do ex-presidente Michel Temer ao Roda Viva esta semana: “Temer cometeu novo ato de sincericídio: admitiu que eu sofri um golpe de Estado e disse que, se Lula tivesse ido para o meu governo, não teria havido o impeachment”.

Veja bem/ Entre os petistas, entretanto, o “se” que eles colocam é outro. Dilma não aceitou os conselhos de Lula no início do mandato, tampouco abriu a guarda para que ele pudesse ser candidato em seu lugar, em 2014. “Se” tivesse aceitado, a história teria sido outra. Agora, com o leite derramado, não adianta mais falar de Temer.

Enquanto isso, no governo…/ Secretários de Agricultura do Maranhão e da Bahia, ambos de partidos adversários ao presidente Jair Bolsonaro, parabenizaram a ministra Tereza Cristina, da Agricultura e Pecuária, pela forma como o governo trabalha para evitar que a peste suína entre no Brasil. A peste assola hoje os rebanhos chineses e já foi detectada, inclusive, na Irlanda, em carne enlatada. Por aqui, não há casos registrados. A ministra, aos poucos, vai reduzindo resistências na sua área nos partidos de oposição.

Relatora da CPMI das Fake News investigará eleições em novembro

CPMI das Fake News
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Relatora da CPMI das Fake News, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) vai começar de forma leve, com audição de professores universitários e especialistas em mundo digital. Por uma questão de estratégia, deixou para novembro as exposições sobre o “esquema de financiamento, produção e disseminação de fake news, com o intuito de lesar o processo eleitoral no Brasil”. A ideia de deixar para o fim é ter tempo de coletar todas as informações de bastidores possíveis a respeito desse tema.

Coincidência ou não, é nesse período que o governo começará a tratar de mudanças no Ministério com vistas à formação de uma maioria mais sólida no Parlamento, levando também para o primeiro escalão aquilo que o atual ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, já faz valer para a liberação de emendas. Quem ajuda o governo, tem tratamento melhor do que quem faz corpo mole na hora crucial.

“Desembarque da Normandia”

Com o primeiro ano de governo chegando ao fim, é assim que muita gente ligada ao presidente Jair Bolsonaro define os ministros que participaram ou participam destes 12 meses iniciais. Ou seja, chegaram para trocar tiros na primeira fase, alguns tombaram pelo caminho, mas a missão de ocupar o terreno foi cumprida.

Fim do recreio

A partir de janeiro do ano que vem, a toada será outra. Até porque, com um ano eleitoral a caminho, é preciso garantir a lealdade e mais visibilidade a ações governamentais e
entrega de serviços.

Onde pega

Uma das maiores preocupações do Planalto é evitar ataques no Congresso, em especial, à família do presidente, e também uma melhoria do ambiente econômico. Nesse sentido, conforme a coluna já publicou, Paulo Guedes está hoje em fase quase estágio probatório. E precisa entregar um ambiente mais limpo para o ano eleitoral de 2020.

“Baianidade” fala mais alto/ O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, terá no senador do PT baiano, Jaques Wagner (foto), um cabo eleitoral para ajudar na busca de votos. Nesse ritmo, o novo procurador caminha para ser talvez um recordista de votos no plenário.

Futuro é agora/ A Oracle Open World 2019 apresentou o seu programa de experiências com startups. Chama a atenção a brasileira Jobecam, na área de recursos humanos. A empresa faz a ponte entre aqueles que têm vagas disponíveis e aqueles em busca de um emprego, que, no Brasil, são mais de 12 milhões.

Diversidade em alta/ A Jobecam é uma plataforma de seleção de talentos por meio de vídeos e inteligência artificial, que filtra e ranqueia os perfis dos candidatos. A “menina dos olhos” é o “vídeo cego”, ou seja, a empresa interessada recebe apenas a qualificação da pessoa, sem levar
em conta a aparência física.

Macaco velho…/ Sem dar dica sobre possíveis nomes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai esperar a aprovação do presidente Jair Bolsonaro, que saiu ontem do hospital e voltou a Brasília, para definir o substituto de Marcos Cintra, na Receita Federal.
O anúncio, segundo ele, sairá “possivelmente, em alguns dias”.

Fundador da Oracle chama Amazon para a briga no mundo virtual

Publicado em Política

San Francisco, CA __ No que é conhecido como praticamente a abertura oficial da Oracle Open World em San Francisco, a palestra do co-fundador da empresa, Larry Ellison, abriu guerra contra a Amazon Web Services (AWS). Ao fazer o anúncio de seus novos produtos __ a segunda geração de OCI _ Oracle Cloud Infrastructure __ em vários slides ele comparou seus serviços com os do concorrente. Em especial, quando mencionava todas as suas plataformas de nuvem (que rodam e armazenam todos os serviços de aplicativos). Na Amazon, você é responsável pela configuração”, diz Ellison, ao alertar que, se houver perdas de dados, a empresa não será responsável. “A Oracle Generation 2 é responsável por essa configuração e prevenção de perdas”, diz Ellison.

Numa estratégia de marketing que tem tudo para dar certo, ele anunciou a nuvem e o sistema autônomo database “grátis” para desenvolvedores, estudantes e, ainda, para a Oracle Academia, onde os professores são orientados para levar o conhecimento à sala de aula e empresas (desde que nó seja em larga escala, caso de startups, por exemplo). O “always free”, que marcou o fim da uma hora de palestra de Larry Ellison, é vista como uma forma de atrair as pessoas-chaves do mercado. Afinal, se o desenvolvedor do aplicativo roda muito bem na plataforma Oracle, por que o usuário que pagará pelo serviço arriscará outra? É por aí que Ellison fará dinheiro, conforme análise de especialistas do setor.

Ellison garante que seus produtos têm muito mais segurança de dados do que os do concorrente. Citou ainda a Capital One, a holding de bancos atacada por um hacker que roubou dados de milhões de pessoas. Ellison não relacionou o hacker à AWS em sua palestra e nem precisava. Aquela plateia de mais de duas mil pessoas no auditório não perde um capítulo da novela da tecnologia e está cansada de saber que o hacker preso em agosto era trabalhador formal da Amazon. A oracle Open World termina na quinta-feira. Até lá, ao que tudo indica, novos capítulos dessa guerra virão.

Governo prepara mais cortes em cargos de comissão em várias áreas, agências e empresas

Ministério da Economia cargos em comissão
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Coluna Brasília-DF

Nem só de privatizações vive o projeto do governo de tentar se adequar ao teto de gastos. Vêm por aí mais cortes em cargos de comissão em várias áreas, agências e empresas. Os estudos sobre as novas tesouradas estão guardados a sete chaves para não alarmar os servidores e, em breve, serão enviados à Casa Civil.

Resolvam esse imbróglio

Tem muita gente na atual equipe econômica disposta a dar o seguinte ultimato aos governadores que buscam socorro da União para equilibrar as contas. Primeiro, deem um jeito no “miserê” daqueles que terminam consumindo boa parte dos ajustes. Referiam-se a procuradores, como o de Minas Gerais, que, graças a penduricalhos, chegou a ter contracheques que, em média, representaram R$ 68 mil.

Só tem um probleminha

Governadores que tentaram resolver não conseguiram. No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite buscou reajuste zero para todos os Poderes, mas o Judiciário reclamou e conseguiu liminar. Agora, o caso virá para o Supremo Tribunal Federal.

Davi e os leões

A Mesa Diretora do Senado não fez sequer uma reunião este ano. Com isso, estão parados todos os pedidos de informações das excelências aos ministérios e empresas públicas. Há, pelo menos, 60 esperando deliberação, alguns desde o início do ano.

O governo agradece, afinal, ganha tempo e não precisa se preocupar em enviar nada, nem ser cobrado por atrasos. Já os senadores dizem que, se o atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pudesse concorrer à reeleição — não pode, porque é dentro da mesma legislatura —, não teria mais o apoio do grupo que o elegeu.

Parte dessa turma está se sentindo abandonada pelo líder. Não por acaso, Alcolumbre se mostra menos radical quando alguns lhe perguntam sobre a CPI da Lava-Toga. Quem o conhece garante que é uma forma de ganhar tempo a fim de organizar o jogo para as próximas semanas.

Todos por Moro

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) conseguiu chamar a atenção de políticos ligados ao Planalto. Ele é um potencial candidato a presidente da República próximo do ministro da Justiça, Sérgio Moro. E, para completar, vem crescendo o partido. Não por acaso, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de desfilar ao lado ao ministro no 7 de Setembro e a líder Joice Hasselman corre para segurar a CPI da Lava-Jato.

CURTIDAS

Façam como eles/ Dia desses, no Planalto, assessores lembravam que, tanto os ministros Tereza Cristina (Agricultura), quanto Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), não ficam em assuntos periféricos. Nas redes sociais, sempre falam sobre as boas notícias das pastas, diferentemente de outros que passam muito tempo atacando adversários e xingando as pessoas. A ordem é transformá-los em exemplos do que deve ser feito no governo.

Por falar em Tereza…/ Antes de viajar aos países árabes, a ministra conseguiu evitar a derrubada do decreto que ampliou a cota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos. No Egito, a abertura de mercado aos produtos lácteos brasileiros.

Chiquinho versus Santos Cruz I/ Ao ler na revista Crusoé que o ex-ministro da Secretaria de Governo general Santos Cruz teria dito que Bolsonaro estaria disposto a tudo para salvar Flávio Bolsonaro, o ex-senador Chiquinho Escórcio tripudiou: “Eu disse que ele não entendia nada política. Saiu com um ressentimento tão grande que começa a agredir aqueles que confiaram nele, no caso, o presidente Bolsonaro”.

Chiquinho versus Santos Cruz II/ Logo no início do governo, o então ministro Santos Cruz ligou para o ex-senador e avisou que ele estava demitido. Chiquinho, que funcionava como uma espécie de radar para identificar e antecipar possíveis problemas do governo no Congresso, foi direto: “O senhor nem me conhece e já está me mandando embora? Logo se vê que não entende nada de política”.

Tensão sobe após ataque de drones e Estados Unidos elevam alerta de defesa

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente do Irã
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Os mariners americanos entraram em Defcon 3 esta noite, por causa dos ataques dos drones à empresa Aramco na Arábia Saudita. O Defense Condition (Defcon) 3 é uma espécie de “fique de prontidão, porque podemos entrar em guerra”. Pode ser comparado ao sinal amarelo. Só que, nesse caso, são os Mariners e a Força aérea, que têm que se mobilizar e se prepararem para serem acionada em 15 minutos, se a situação não melhorar.

Em 11 de setembro de 2001, por exemplo, os Estados Unidos entraram em Defcon 3. O US Abraham Lincoln, o mega porta-aviões, está em alerta vermelho. A mobilização ocorre porque os Estados Unidos desconfiam do Irã, embora as autoridades iranianas tenham se apressado em negar qualquer participação no ataque.

Paralelamente à tensão gerada pelos ataques, o preço do petróleo dispara por toda a Ásia, onde os mercados já estão abertos. Em Dubai há pouco, a alta era de 10,58% e subindo. Esse assunto promete dominar o cenário mundial hoje.

Atualização : Bolsas europeias abriram em queda e petróleo em alta. Especialistas consideram que é o maior salto desde 1988.