Uma janela para Lula

Publicado em coluna Brasília-DF

Depois das últimas decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli a favor da liberdade de José Dirceu, o ex-presidente Lula está com esperanças de conseguir uma oportunidade para sair da prisão. É que, neste mês de recesso do Judiciário, Toffoli assumirá a presidência do STF por três ocasiões. O período mais longo será o de 23 a 27 de julho, quando o presidente Michel Temer irá, primeiramente, à reunião da Aliança do pacífico, em Puerto Vallarta, México, 23 e 24. De lá, seguirá direto para a cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Johannesburg, de 25 a 27. A Presidência da República ficará com Cármen Lúcia, a atual comandante do Supremo, e a do STF, com Toffoli.

As viagens de Temer ao México e à África ocorrerão em plena temporada de convenções partidárias para escolha dos candidatos a presidente da República. É quando o PT formalizará a candidatura de Lula e dobrará a pressão e as apostas para ver se consegue a liberdade do ex-presidente. Toffoli estará no comando do STF nesse período e, ainda, em 17 e 18 de julho, quando Temer irá a Cabo Verde. Fortes emoções muito perto de agosto, o mês da bruxa solta na política.

Se a moda pega, lascou
O que mais assustou o governo no caso do afastamento de Helton Yomura, do Ministério do Trabalho, foi, mais uma vez, a Justiça tirar de campo um funcionário de alto escalão do Poder Executivo. Há uma avaliação de que, se a moda pega, qualquer ministro sob investigação está arriscado em ter o mesmo destino.

Tá sobrando
Há quem se lembre que, hoje, tanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quanto o de Minas e Energia, Moreira Franco, têm ações judiciais em curso. E o presidente vive em uma situação em que não pode prescindir deles, considerados do núcleo de poder do Planalto. Padilha, inclusive, assumiu o Ministério do Trabalho, como publicou o Blog da Denise em primeira mão ontem.

Esgotou
A nomeação de Padilha dá ao governo algum fôlego para tentar nomear um substituto até que resolva o problema de vez. O governo cansou de desgastes no Ministério do Trabalho. Há quem diga que a pasta tem problemas há tempos. Carlos Lupi, presidente do PDT, chegou a ser afastado pela então presidente Dilma Rousseff por suspeita de irregularidades.

Técnico, mas nem tanto
O presidente Michel Temer será aconselhado a oferecer o cargo do ministro do Trabalho a alguém de Minas Gerais. Se a bancada recusar, pelo menos, o presidente terá o discurso de que ofereceu. Em tempo: o deputado Saraiva Felipe (foto), que esteve cotado para ministro da Saúde, disse certa vez que, se fosse nomeado ministro,
não seria candidato a um novo mandato.

Marun defende Lula/ Sim é isso mesmo! Em entrevista ao programa Frente a Frente, da Rede Vida, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que é advogado, foi direto: “A lei é clara. No meu modo de ver, o presidente Lula ainda estaria respondendo o processo em liberdade”.

Marun acusa Lula/ Antes que o PT comemore, é bom saber que o ministro foi ainda mais incisivo quando perguntado se essa defesa incluía a candidatura: “Ele é condenado em segunda instância, e a Lei da Ficha Limpa é clara: não pode (ser candidato)”.

Imagina o Temer!/ Se Marun defende Lula, quem dirá o próprio chefe. “Tenho convicção de que não haverá terceira denúncia (contra Michel Temer)”, disse o ministro no mesmo programa, repetindo diversas vezes que Temer é um homem sério e honrado.

É hoje!/ Na Rússia, o Brasil tem time, tem técnico, tem craques e garra. Que os nossos bravos jogadores nos ajudem a acreditar que temos, realmente, a primazia nesse campo. Braasiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiilllllll!!!!!

Colaborou Luiz
Carlos Azedo

Padilha fica como ministro interino do Trabalho até segunda-feira

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Diante do vazio que virou o Ministério do Trabalho com afastamentos e demissões de vários investigados, quem assumirá o comando ali será o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. É que por ali, quase todos os secretário estão afastados. O secretário-executivo, Leonardo Arantes, substituto imediato do ministro, tinha sido preso em outra fase da operação da Policia Federal que investiga irregularidades no Ministério. O secretário de Inspeção do Trabalho, Claudio Secchin, assumiu entre 2 e 9 de junho, mas desde então o cargo ficou vago., Agora, Padilha vai acumular os dois cargos. Pelo menos, até segunda-feira, quando o presidente Michel Temer pretende anunciar o novo ministro. Será um nome da escolha pessoal de Temer.

O ministro demitido, Helton Yomura, inicialmente não queria sair do cargo. Ele primeiramente afastou as pessoas que estavam sob investigação e achou que estava resolvido. Foi, então, que saiu do Planalto, a ordem para que pedisse demissão. Aí, sem opção, Yomura anunciou que estava fora. O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), conforme o leitor do blog já sabe, esteve no Planalto mais cedo a fim de ver como seria a indicação do novo ministro. Junto com os ministros do Planalto, Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha, descobriu que o PTB perdera todas as condições de indicar um novo nome para o cargo. Virá um técnico ou um nome do MDB.

PTB não ficará com Ministério do Trabalho

Publicado em Política

O afastamento do ministro do Trabalho, Helton Yomura, pelo Supremo Tribunal Federal foi a gota d’água para tirar de vez o PTB do Ministério do Trabalho. O partido, inicialmente, não gostou. O líder Jovair Arantes esteve inclusive no Planalto para conversar com o presidente Michel Temer a respeito. O presidente está em consultas para indicar um nome técnico ainda hoje. O contribuinte agradece.

O presidente Temer ficou para lá de irritado. Ele considerava que o governo tinha passado da fase de escândalos envolvendo ministro. Porém, pelo visto, as emoções continuam.

“O que ele fazia com esse dinheiro em casa?!!! Vai ter que justificar”, diz Marquezelli

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O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) disse ao blog que os policiais levaram de seu gabinete 1 mil Euros, que ele havia comprado o Banco do Brasil na última quarta-feira para que sua esposa vá à Europa com os netos no dia 22 de julho. “E mais dois ou três mil reais que estavam na minha pasta”. Quanto aos R$ 95 mil encontrados no apartamento de Jonas Antunes Lima, seu assessor, ele se mostrou surpreso quando o blog disse a ele que essa notícia, com foto e tudo, estava publicada no site O Antagonista: “Ele vai ter que justificar. Lugar de guardar dinheiro é no banco. Eu comprei os mil Euros para a minha mulher e mostrei o cheque, ele terá que dizer de onde tirou tanto dinheiro”, disse o deputado ao blog.

Marquezelli contou que trabalhou em três projetos da área do ministério do trabalho: A mensalidade dos sindicatos, a reforma trabalhista e, ainda a anista aos transportadores. E que Jonas teve uma atuação forte no marco regulatório. “Não atuo nessa área de sindicatos. No Brasil, ha 18 mil. Os países do primeiro mundo têm uns 170. Aqui é demais, não sou dessa área. Atuo na Agricultura, Saúde, Esportes e Turismo. E sempre orientei o pessoal do meu gabinete a ser honesto e dizer a verdade a todos, inclusive aos prefeitos. Se é legal, dá para fazer, senão, não dá. Todo mundo eve falar a verdade. Estou no sétimo mandato, tenho 28 anos de Câmara. Não tenho o que temer, porque sempre falei a verdade”, disse ele.

O deputado atribui a investigação sobre ele ao fato de ser do PTB “Todos estão sob investigação, por causa do Ministério. Farei do limão, uma limonada”, disse ele, triste, mas confiante de que “a Justiça será feita”: “É desgastante, mas o pior será no almoço de Domingo, os filhos e netos me dizendo, pai, vô, larga a política, você não precisa disso. Eu gosto da politica, o que fazer então?”, disse ele ao blog. Marquezelli passa o fim de semana em São Paulo, com a família. E seu assessor em Brasília. Pelo visto, é cada um por si.

Vai sobrar para os assessores

Publicado em Política

O afastamento do ministro do Trabalho, Helton Yomura, e as buscas no gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB_SP) levaram o PTB a blindar, pelo menos, o deputado. A ordem é dizer que Marquezelli sempre quis que o partido ficasse mais voltado ao Ministério da Agricultura, e não ao do Trabalho. Em conversas reservadas, ele se pronunciam assim: Marquezelli é muito mais ligado à frente parlamentar de agricultura. Se houve algum problema lá no Trabalho, deve ser coisa do assessor (Jonas Lima).

Quem vai dizer se essa avaliação está certa ou não é o Supremo Tribunal Federal.

O medo de ficar sozinho

Publicado em coluna Brasília-DF

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e integrantes da cúpula petista passaram mais de três horas em reunião com a presidente do PCdoB, Luciana Santos, e outros dirigentes, tentando convencer os comunistas que, com ou sem Lula, o PT estará no segundo turno da eleição presidencial. Queriam, com isso, dar aos tradicionais aliados a senha para que desista da candidatura presidencial da deputada gaúcha Manuela D’Ávila e apoie o PT, mesmo sem saber ainda quem será o candidato. O PCdoB não disse nem sim, nem não. O partido está feliz com Manuela que, até aqui, não deu sinais de que sairá da disputa.

Paralelamente, os petistas começaram os movimentos para abrir um canal de conversa com o governador de São Paulo, Márcio França. Trabalha-se o exercício _ por enquanto é apenas um exercício e sem muita firmeza __ de retirar a candidatura de Luiz Marinho ao governo e apoiar a reeleição de França. Tudo para ver se tira do PSB a tendência de fechar com Ciro Gomes (PDT). São as esquerdas que, assim como o centro, também buscam uma união.

A senha

Com a decisão do DEM de não financiar a campanha presidencial de seu candidato para reforçar a perspectiva de eleição dos deputados e senadores, está dado o passe para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se quiser, possa anunciar nas próximas hora que não concorrerá à Presidência da República. O timing agora é do deputado.

A hora mais escura

Pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin ouviu do bloco PP-DEM-SD que qualquer decisão sobre apoio ao tucano só depois da Copa da Rússia. Nada a ver com os jogos da seleção. É que os partidos querem esperar, para poder ter mais confiança de que o ex-governador chega ao segundo turno. E até agora, o tucano não passa essa firmeza a seus potenciais apoiadores. Começa a surgir uma certeza de que ele terá que tirar votos de Jair Bolsonaro para chegar lá, o que não aconteceu nessa pré-temporada.

Chapa pura

O secretário nacional de Relações Institucionais, Marcelo Barbieri (MDB), deixa o cargo hoje no Planalto para poder ser candidato a vice na chapa de Paulo Skaf ao governo de São Paulo, se for necessário. O MDB, aliás, não está livre de lançar chapa pura em outras praças, porque, até aqui, há muita gente querendo distância do partido de Michel Temer. O cargo de Barbieri não é de ministro, portanto, atende a regra do funcionalismo em geral, que deve deixar o posto a três meses do pleito.

Tem o que mostrar

Em entrevista ao programa CB.Poder, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca, foi incisivo ao dizer que o MDB deve manter a candidatura de Henrique Meirelles e, ao mesmo tempo, aproveitar o programa eleitoral para mostrar o portfolio de obras terminadas pelo governo Michel Temer. É a esperança para tentar melhorar a popularidade presidencial nesses seis meses que restam de mandato.

CURTIDAS

Mudou de patamar/ O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi o mais aplaudido no encontro da Indústria. Aos poucos, vai modulando o discurso para aquilo que a plateia deseja ouvir. Não por acaso muitos o comparam hoje ao Ronaldo Caiado de 1989, quando candidatura presidencial como líder ruralista. Caiado não chegou ao segundo turno. Os grandes partidos ainda apostam que Bolsonaro não emplaca, mas não estão mais no ponto de desconsiderá-lo como adversário.

Simples assim/ Presente no lançamento do livro do ex-deputado Marcelo Barbieri ontem na Câmara, o ministro da Casa Civil do governo Itamar Franco, Henrique Hargreaves, comentava que certa vez uma jornalista lhe perguntou: “Se fosse no governo Itamar, como vocês resolveriam a greve dos caminhoneiros?”. A resposta dele foi direta: “Não teríamos esse problema, porque não deixaríamos chegar naquele ponto”.

Por falar em Barbieri…/ Foram mais de três horas com fila no lançamento do livro do ex-deputado, com representes de todos os partidos. Eis que, ao ouvir esse comentário, o um parlamentar saiu-se com esta: “Claro que seria assim. Ele é que cuida da liberação das emendas!”

E o Dória, hein?/ O ex-prefeito respondeu assim quando alguém lhe perguntou ontem a respeito da nota publicada na coluna, sobre as reuniões que ele tem mantido com outros partidos e conversas sobre “ser ungido” numa campanha presidencial: “Sou candidato em SP, Focado em SP, e serei eleito em SP. Geraldo será eleito ao Planalto. Com o meu voto”.

Temer quer se reaproximar do PSDB

Publicado em Eleições 2018

Os elogios que o presidente Michel Temer fez há pouco ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante abertura do Encontro Nacional da Indústria, não foram á toa. Pelo que o blog apurou junto a emedebistas, a referência de Temer ao êxito “extraordinário” dos governos de FHC carrega a vontade de reatar laços com os tucanos. Ocorre que, falta combinar não só com o PSDB como também como o próprio MDB. Daqui a pouco, o presidente do MDB, senador Romero Jucá, reúne a executiva nacional do partido para discutir não só a distribuição dos recursos do fundo eleitoral, como também a candidatura de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer e ex-presidente do Banco Central, no governo Lula. Nunca é demais lembrar que a politica é feita de gestos. E, pelo que se vê, Temer começa a dar os primeiros passos.

O grande eleitor

Publicado em coluna Brasília-DF

O candidato do PDT, Ciro Gomes, saiu de Salvador ontem com a certeza de que terá que estender o tapete vermelho a Lula — não aos erros do PT — para ampliar as chances de chegar ao segundo turno. Especialmente, depois de ouvir de um eleitor que votará em Ciro se o pedetista for o candidato de Lula. O petista encerra o semestre com maior número de intenção de voto nas pesquisas espontâneas. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, apresentado numa única pesquisa como o candidato de Lula, chegou a 11%. Ou seja, há uma certeza entre os políticos de que quem Lula apoiar terá um “reforço”, quer uma parcela dos eleitores goste ou não.

Por essas e outras, quem vem com algum viés de esquerda nessa pré-campanha não atacará Lula. Esse é mais um motivo para o PT mantê-lo no papel de candidato enquanto a Justiça permitir.

Contagem regressiva I
A correria esta semana em Brasília promete, apesar do expediente espremido pelo jogo do Brasil nas quartas de final da Copa da Rússia, na próxima sexta-feira. Os parlamentares ficarão concentrados por causa do prazo dos repasses voluntários de recursos, leia-se emendas ao Orçamento. As liberações só podem ser feitas até sábado, 7 de julho. São mais de R$ 200 milhões.

Contagem regressiva II
Com jogo do Brasil e tudo, tem deputado prometendo ficar de plantão em Brasília, caso a emenda não seja liberada. Sabe como é, assim como no futebol, se vacilar na marcação, o adversário pode levar vantagem. No caso, recursos.

Reviravolta capixaba
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB),
não será candidato à reeleição.
A aposta dos aliados agora é o senador Ricardo Ferraço, do PSDB, que planejou concorrer a um novo mandato no Senado. Ferraço ainda não decidiu se concorrerá.

Bom para Geraldo
Uma candidatura de Ferraço ao governo estadual dá a Geraldo Alckmin (PSDB) um palanque importante no Espírito Santo. Aos poucos, o tucano vai montando uma estrutura forte nos estados. Porém, assim como no futebol, a parte técnica ajuda, mas não é suficiente para vencer o campeonato.

Estações separadas/ As vitórias do Brasil têm sido um alento para o governo, mas nada faz ressurgir as esperanças de melhora da popularidade presidencial. O brasileiro há tempos já separou o futebol da política. O povo quer o hexa, quer ver Neymar o melhor do mundo, mas o presidente continua impopular e o dólar subindo.

Enquanto isso, no MDB…/ O senador Romero Jucá (foto), comandante do partido, mais uma vez aproveitou as redes sociais para reforçar a candidatura de Henrique Meirelles. Em política, há um ditado: quando precisa afirmar muito que tem jogo, é sinal de dificuldades internas.

Reforço na zaga/ O jornalista Ilimar Franco, que estava na Secretaria-Geral da Presidência da República, integra a partir de hoje a equipe de coordenação da comunicação da campanha de Ciro Gomes. Sabe como é… Brincam alguns pedetistas que, ali, é assim: o candidato ataca e a comunicação defende.

Diplomacia na cobrança/ Os diplomatas brasileiros passarão a ter um sindicato, a partir de hoje. O Sindicato dos Diplomatas Brasileiros vai se chamar ADB Sindical e terá como primeira presidente a embaixadora Vitoria Cleaver.

Ajoelhou, tem que rezar

Publicado em coluna Brasília-DF

Quem trocou de partido com promessas de fartura quer o dinheiro na conta. Nesse sentido, deputados do PP e do MDB já avisaram às respectivas direções partidárias que, tão logo as contas de campanha sejam abertas, os tesoureiros terão que cumprir o acordo de transferir os recursos para financiamento das candidaturas. No PP, são R$ 2 milhões para cada deputado. No MDB, R$ 1,5 milhão. Falta um mês para o “pagamento” dessa “dívida”. A tensão na tesouraria dos partidos está grande.

Mina de ouro

O Ministério Público de São Paulo acompanha a distância o que acontece na Polícia Federal, onde está preso Laurence Casagrande Lourenço, ex-presidente da Dersa. Antes de ir para o governo de São Paulo, Laurence era diretor da Kroll, uma empresa que fez dezenas de investigações relacionadas a congressistas e para congressistas.

Mina de preocupação

O ex-diretor do Dersa Paulo Souza, o Paulo Preto, não delatou ninguém. Com Laurence, porém, ninguém tem certeza absoluta. Ainda mais agora que a Polícia Federal tem sinal verde para empreender delações premiadas sem a participação direta dos procuradores. O MP perdeu totalmente o controle do processo.

E tome desgaste

Tatiana, a filha do engenheiro Paulo de Souza, o Paulo Preto, incluiu o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, entre suas testemunhas de defesa. Para o governo, que já está com uma popularidade ínfima, não afeta. Mas para o PSDB de São Paulo é mais um incômodo. Afinal, CPI, Ministério Público e Polícia Federal são instâncias das quais os políticos geralmente querem distância.

“A segunda turma do STF é que
nem ambulância em congestionamento: sai cortando todo mundo e os motoqueiros vão atrás”

Paulo Delgado (PT-MG), ex-deputado, referindo-se à enxurrada de
habeas corpus concedidos nos últimos dias.

Tem limite

PSol e PCdoB apoiaram o ex-presidente Lula quando da prisão, mas a ordem é parar por aí. Eles querem Lula solto, mas farão, cada um, a sua campanha. O PCdoB, por sinal, está muito feliz com Manuela. E não pretende tirar a candidatura dela para fechar com o PT no primeiro turno.

CURTIDAS

Quadrilha na Papuda/ Ontem, Dia de São Pedro, teve festa junina no pátio do presídio. Geddel Vieira Lima ficou de fora. Ali, ao contrário do que ocorria nos tempos em que ele era ministrO no Planalto, xingar funcionário dá castigo.

Prato feito/ Os petistas não esperavam mesmo que Alexandre de Moraes (foto), relator de mais um pedido de liberdade do ex-presidente Lula, fosse soltar o ex-presidente. Agora, é aproveitar a decisão de Moraes e apostar no discurso de “perseguição” por parte dos tucanos e reforçar que o magistrado é ligado ao MDB, de Michel Temer, de quem foi ministro da Justiça, e ao PSDB, de Geraldo Alckmin. E levar alguns regalos para Lula, que não sai da cadeia tão cedo.

JK, um reencontro com o Brasil I/ Hoje é o último dia para assistir ao espetáculo JK, um reencontro com o Brasil, da cantora Gláucia Nasser, no auditório I do Museu da República, às 20h. Ingressos podem ser trocados
por 1kg de alimento.

JK, um reencontro com o Brasil II/ Quem assistiu, saiu de lá com uma injeção de ânimo e alguma lufada de esperança, não em candidatos, mas na força do brasileiro. #ficaadica

Sem o PSB, PT refaz o jogo

Publicado em coluna Brasília-DF

A guinada do PSB rumo ao PDT, de Ciro Gomes, deixa o PT numa situação complicada e sem muita perspectiva de alianças, a não ser tentar tirar Manuela D’Ávila do páreo para apoiar o pré-candidato do partido. Foi esse o movimento que levou Lula a chamar Fernando Haddad a Curitiba ontem. Embora o ex-presidente lidere as pesquisas e tenha um contingente de eleitores fiéis de fazer inveja a muitos, a condenação em segunda instância é uma espada sobre a candidatura. Haddad vai começar a trabalhar como potencial substituto de Lula. Embora o PT continue usando megafones para dizer que Lula é candidato e que vai registrar a candidatura, os movimentos de bastidores começaram a mudar de direção.

No PSB, a avaliação é a de que tanto o PT quanto a Rede, de Marina Silva, maltrataram muito os socialistas. Na Bahia, o governador pré-candidato à reeleição, Rui Costa, tirou a senadora Lídice da Mata da chapa. Em Pernambuco, o PT pede um cheque em branco nacional para apoiar a reeleição do governador Paulo Câmara. Quanto à Rede, o partido lançou um candidato contra Câmara. Ou seja, dos três potenciais candidatos mais à esquerda que o partido poderia apoiar, restou Ciro Gomes. Pior para o PT.

A senha do STF
O habeas corpus em favor de Eduardo Cunha é mais um sinal de que o Supremo Tribunal Federal não pretende deixar as prisões preventivas correrem soltas, como aconteceu no início da Lava-Jato com empresários e doleiros. Os investigados e réus que tentam a toda hora atrapalhar as investigações comemoram, enquanto o Ministério Público chia.

Nem a segunda
turma acalma
O presidente Michel Temer terá 79 anos quando terminar o mandato. Muitos achavam que ele poderia ficar tranquilo quanto a um possível pedido de prisão, por causa da idade. Porém, depois que Paulo Maluf cumpriu pena na Papuda aos 86 anos, ninguém se sente seguro.

Moral da pesquisa
O número que mais assombrou os aliados do Planalto, na CNI/Ibope, foi o de que 92% não confiam no presidente Michel Temer. A maioria dos aliados agora vai pedir encarecidamente que o presidente fique longe da campanha eleitoral.

Sobrou pra ele
À primeira vista, os políticos creditam a desconfiança em relação ao presidente Michel Temer registrada na pesquisa à greve dos caminhoneiros e seus reflexos. O tabelamento do frete rodoviário, por exemplo, desorganizou todo o setor de logística do país. No Norte, onde o transporte é fluvial, houve aumento do preço do frete das balsas. E o repasse dos reajustes vai bater no bolso dos consumidores.

Lista tríplice/ Os socialistas cotados para candidato a vice na chapa de Ciro Gomes são, nesta ordem: Márcio Lacerda (foto), ex-prefeito de Belo Horizonte, que se movimenta para ser candidato a governador; o deputado Júlio Delgado, líder da bancada na Câmara, e Luciano Ducci, ex-prefeito de Curitiba.

Doce veneno/ Apelidada pelos opositores de “musa do veneno” por causa do projeto da lei dos defensivos agrícolas em discussão no Congresso, a presidente da Frente Parlamentar de Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), recebeu outra versão: a do cantor Ritchie, de Menina Veneno. A música que diz assim: “Menina veneno/O mundo é pequeno/demais pra nós dois/ (…) Você tem um jeito sereno de ser/ Em toda a cama que eu durmo só dá você”.

Temer não confia/ O presidente Michel Temer não consegue entender por que 92% não confiam nele, conforme registrou a pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem. Nem assessores palacianos entendem. Na avaliação governamental, os números só podem estar errados.

Novo hospital/ Brasília ganhará um novo hospital da Rede D’Or: O DF Star, com serviços e ambiente para aqueles que não querem estar num hospital com cara de hospital, mas sim de hotel cinco estrelas. A capital, aos poucos, vai tirando a imagem de que seu melhor serviço de saúde é a ponte aérea Brasília-São Paulo.