Autor: Denise Rothenburg
PSL reforça time na CPMI das Fake News e sai em defesa de Carlos Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
Ciente dos problemas que pode enfrentar na CPI Mista das Fake News, com a oposição controlando a presidência e a relatoria, o PSL de Jair Bolsonaro fez questão de colocar três de seus quatro senadores no colegiado, Flávio Bolsonaro, Major Olímpio e a Juíza Selma. Sobrou apenas Soraya Thronicke, mais ligada ao setor agropecuário. O PSDB que tem um bloco na Casa com o PSL, ficou apenas com uma vaga.
A primeira participação de Flávio no colegiado foi em defesa do irmão, Carlos Bolsonaro, citado por ele como um exemplo de “alvo pré-determinado” por parte do próprio presidente do colegiado, senador Ângelo Coronel (PSD-BA). A ordem no PSL é fazer valer o discurso de que Carlos se defende e defende o pai, é polêmico, mas não propaga informações falsas, apenas suas opiniões — algumas, inclusive, com críticas à democracia. O duelo na CPMI será acompanhado por todos no universo da política.
“Se for fechar, quem vai perder é o Brasil”
Do deputado Eduardo Bolsonaro, a respeito do decreto legislativo que susta os efeitos do decreto presidencial sobre aumento da quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifas.
Missão quase impossível
Presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara, o deputado Marcelo Ramos avisa que não tem muito o que fazer em relação à PEC paralela da reforma previdenciária: “Se a contribuição do setor exportador não passou antes, por que passará agora?” Faz sentido.
Eduardo na lida/ O deputado Eduardo Bolsonaro ainda não deu sinal verde para o pai encaminhar a indicação para embaixador nos Estados Unidos. “Temos votos, mas ainda preciso contactar algumas pessoas”, diz.
A vingança de Machado/ O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, cuja delação serviu para prender Márcio Lobão, é o mesmo que, no passado, gravou conversas com Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros. Todos eles tiveram os processos com base nessas gravações arquivados. A esperança dos advogados de Márcio é de que agora não seja diferente. Porém, a avaliação, em Brasília, é de que não será tão fácil tirar o empresário da cadeia.
Falta de emendas fez Alcolumbre desistir de votar Previdência
Coluna Brasília-DF
O que fez o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, desistir de votar a reforma da Previdência esta semana é a falta de recursos para irrigar as bases eleitorais dos senadores. É que, antes da votação, os senadores querem a deliberação sobre o PLN 18, o projeto que abre um crédito suplementar de R$ 3 bilhões, dos quais uma parte pode ser aplicada nas emendas.
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A avaliação no Senado é de que, nas últimas três semanas, os deputados emplacaram a diretoria da Codevasf e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Aos senadores, que na semana passada votaram a reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça, mal surgiu um “muito obrigado”.
Continhas para Eduardo
Os senadores fecharam o seguinte balanço dos votos na Casa: 15 são da oposição, 20 governistas e 46 do chamado Centrão, um grupo que anda ao sabor do vento e do humor do dia.
Por falar em Eduardo…
Os experientes e tarimbados na Casa acreditam que a aprovação do nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington no plenário do Senado dependerá do humor do dia. Na Comissão, o cálculo indica 11 a oito ou 12 a sete. Pró-Eduardo. Sinal de que o trabalho de bastidor do deputado já ajudou a conquistar alguns.
Apostas para 22
Ainda está tudo muito longe, mas muitos políticos apostam que a polarização não será quebrada em 2022. Os palpites colocam no topo da lista um novo duelo entre o presidente Jair Bolsonaro e o PT, seja quem for o candidato.
A tábua de salvação no NE
No Palácio do Planalto, dois projetos são vistos como a esperança para alavancar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro no Nordeste: O 13º salário do Bolsa Família e a transposição do São Francisco. Quem anda pelo Planalto e pelo Nordeste, assegura que “o presidente está tão ruim por lá que não tem como piorar”.
Aqui, não/ O DEM tem, por tradição, expulsar de seus quadros quem se enrosca em casos mal explicados. Foi assim com o ex-governador José Roberto Arruda e com o ex-senador Demóstenes Torres. A aposta é a de que com Luiz Miranda (DEM-DF) não será diferente.
Põe mais um…/ Os senadores que pesquisaram o histórico de sabatinas dos indicados para a Embaixada em Washington descobriram que os dois últimos foram sabatinados no mesmo dia que outros embaixadores. E tudo muito rápido, sem atropelos.
…para acelerar/ Luiz Alberto Figueiredo foi sabatinado junto com o embaixador na Jordânia, Francisco Luz. .O sucessor de Figueiredo, Sérgio Amaral, junto com o embaixador na Argentina, Everton Vieira Vargas. Nos dois casos, as sabatinas tiveram que ser aceleradas por causa da ordem do dia no plenário da Casa.
Onça & vara curta/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não esconde a irritação quando algum senador mais afoito lhe pergunta sobre as indicações para o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A alguns chega a dizer; “Não são meus. E se começarem a cobrar, devolvo tudo para o governo”.
Desconfiados/ Alcolumbre elogiou tanto o presidente em exercício, Hamilton Mourão, ao sair do Planalto ontem que suscitou dúvidas a respeito de sua lealdade a Jair Bolsonaro.
Bolsonaro aposta na aproximação com as pessoas e na polarização para recuperar popularidade
Coluna Brasília-DF
O primeiro 7 de Setembro do governo de Jair Bolsonaro veio sob encomenda para se contrapor ao primeiro da era petista. Naquele setembro de 2003, a festa sob o comando do publicitário Duda Mendonça, idealizador da transferência da festa do QG do Exército, para a Esplanada dos Ministérios, mostrou um presidente longe do público, que olhava o relógio e não se mostrava feliz. Lula até havia cogitado se aproximar das arquibancadas, mas a segurança vetou. Bolsonaro, ao contrário, seguiu feliz para perto das pessoas. Alguns amigos dele diziam: “pode pesquisar. O PT não fez nada disso, nunca”. É sinal de que o presidente apostará cada vez mais na polarização.
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Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro são unânimes em afirmar que os gestos de proximidade com as pessoas, seja nas solenidades, seja na porta do Alvorada, são hoje prioritários para levar o capitão a tentar recuperar a popularidade perdida por frases mal colocadas, indicações polêmicas para postos estratégicos, como a Embaixada do Brasil em Washington, e, de quebra, a demora na recuperação da economia.
Curva fechada à frente
A ideia do governo de só liberar emendas e cargos para deputados fiéis em todas as votações ameaça travar o fluxo dos projetos de interesse do governo. É que uma parte dos parlamentares está na linha do receber primeiro para votar depois.
Muita calma nesta hora
A indicação oficial de Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador em Washington só virá depois que baixar a poeira dos vetos à Lei do Abuso de Autoridade e, de quebra, da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República.
A guerra por recursos I
Causou estranheza na Confederação Nacional do Comércio (CNC) o corte de 20% nos recursos repassados ao Sistema S anunciado recentemente pelo governo. A CNC, que administra o Sesc e o Senac, afirma que não houve formalização de uma proposta de acordo nesse sentido até o momento. Mesmo se recuperando de uma cirurgia, o presidente da Confederação, José Roberto Tadros—com a diretoria da entidade—tem mantido negociações com o Governo para a condução do tema.
A guerra por recursos II
Há menos de uma semana, o secretário Carlos da Costa mencionou o corte de 20% como parte de um acordo com as entidades do sistema S. A CNC não foi ouvida. Da cabeça dos executivos, entretanto, não sai a frase de Paulo Guedes. Em 2018, ele disse, com todas as letras, em reunião na Firjan, que era preciso meter a faca nos recursos do Sistema S. Ao que tudo indica, assim como Bolsonaro, Guedes também gosta de cumprir o que anunciou.
CURTIDAS
Os fantasmas de cada um/ Desde que Lula disputou a reeleição, em 2006, até a reeleição de Dilma Rousseff, oito anos depois, o PT jogou a população mais pobre num dilema do tipo “ou fica com a gente, ou adeus, bolsa família”. Guardadas as devidas proporções, Bolsonaro faz o mesmo ao dizer a seus eleitores meio descontentes algo na linha de “ou vocês ficam comigo, ou o PT volta”.
Com quem Jair jogará/ A presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no 7 de Setembro, e a ausência do comandante da Câmara, Rodrigo Maia, deixou ao governo a certeza de quem contar com projetos futuros.
Por falar em DEM…/ O presidente do partido, ACM Neto, está com o pisca alerta ligado diante das divisões internas. Até aqui, trabalha com a independência formal da legenda em relação ao governo. Porém, há quem diga que, daqui a pouco, terá que tomar um rumo.
Semana de resguardo/ Os ministros planejam visitar o presidente no hospital na próxima quinta-feira, depois da cirurgia. Porém, serão desaconselhados ao gesto. A primeira-dama, d. Michele, pretende evitar muito trânsito de visitantes, por causa do risco de infecção no período pós-operatório. Afinal, cuidados nunca são demais. Hoje, uma videoconferência resolve.
Coluna Brasília-DF
O futuro procurador-geral da República, Augusto Aras, começou a trabalhar a pacificação do Ministério Público e a montar equipe. Para a secretaria-geral da PGR, o nome cotado é o do subprocurador aposentado Eitel Santiago, que já havia sido, inclusive, anunciado por Aras em entrevista. Santiago ainda não foi oficialmente convidado, mas disse à coluna que chega a Brasília no sábado para conversar com Aras.
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“A briga interna é fruto da disputa da lista, esse foi o erro. Cabe ao Ministério Público cumprir seu dever constitucional. Está na hora de pacificar”, diz Santiago, citando dois grandes procuradores que não foram escolhidos por listas: Sepúlveda Pertence e Aristides Junqueira. “Aras, tenho certeza, defenderá a Constituição”.
CURTIDAS
A derrocada dos “Tuiuiús” I/ Tão logo o Planalto confirmou o nome de Aras como o novo procurador-geral da República, os bastidores da sede da Procuradoria decretava que os “tuiuiús” realmente terão que buscar outro pouso. As conversas reservadas se referiam ao grupo que ascendeu ao poder em 2003, quando o então presidente Lula decidiu respeitar a lista tríplice.
A derrocada dos “Tuiuiús” II/ “Tuiuiús” é o apelido do grupo de procuradores que, cansado das reconduções de Geraldo Brindeiro, decidiu criar a lista tríplice. Eles mesmos se deram esse apelido porque, consideravam que o Tuiuiú não voava alto. Em 2001, não deu certo, porque Fernando Henrique Cardoso reconduziu Brindeiro mais uma vez.
A derrocada dos Tuiuiús III/ Em 2003, funcionou, e Lula escolheu o primeiro da lista, Cláudio Fonteles. Agora, Jair Bolsonaro acaba com o grupo que chegou ao poder depois de constar nas listas.
Procurador “melancia”?/ O nome de Aras já havia sido cogitado para a PGR no governo petista, pelos baianos ligados ao senador Jaques Wagner. Porém, Bolsonaro não se incomodou com isso. Ele afirmou, num evento, que “se estou apanhando, é porque escolhi certo”.
Abuso no discurso
Os vetos à Lei de Abuso de Autoridade, dizem alguns, darão ao presidente Jair Bolsonaro a possibilidade de ter uma saída honrosa, caso os congressistas não aprovem o nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington. Sempre poderá dizer que Eduardo não foi aprovado por causa daqueles que têm medo da Lava-Jato. Não seria o fato, mas, entre os governistas, valerá a versão.
Vai sobrar para o Congresso
A aposta dentro do próprio governo é a de que o Congresso pode conseguir os votos para derrubar os vetos. Porém, não sem desgaste político. Mais uma vez, o presidente se preservou e deixou para os congressistas o gosto amargo de derrubar vetos que são vistos pela população como forma de amenizar as amarras à Lava-Jato.
Ficou para depois
O adiamento do lançamento do Projeto Nordeste esta semana foi visto como mais uma desfeita do presidente Jair Bolsonaro aos nordestinos. A justificativa inicial tinha sido a preparação para a cirurgia que fará em breve. Porém, pela agenda cheia que se viu no Planalto nesta quinta-feira, não sobrou espaço mesmo. Agora, só no final de setembro, depois da viagem à ONU.
Enquanto isso, nos canaviais nordestinos…
Continua a novela por causa do aumento da quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa. Os americanos acenam com uma compensação, aumentando a importação de açúcar brasileiro, mas, por enquanto, os produtores não estão satisfeitos. Assim, a pressão deles sobre os parlamentares continua. E, sabe como é, quanto mais perto da eleição, mais os produtores têm influência sobre os votos no Congresso.
Coluna Brasília-DF
O deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) entra hoje com o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as negociações de criptomoedas. “Material não falta e as empresas que lidam com isso precisam explicar. Vamos chamar todo mundo para entender o que está acontecendo nesse mercado”, diz o deputado.
Faz sentido
Empresas desse setor estão sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas são suspeitas de praticar fraude e de montar esquemas de pirâmide, que ocorrem quando apenas os primeiros é que recebem o prometido retorno fácil e os demais não conseguem.
Coluna Brasília-DF
Partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro conseguiram controle total sobre a CPI das Fake News, uma investigação que promete chamar a atenção nos próximos meses e colocar em xeque muitas contas que dispararam notícias falsas nas redes sociais. Alexandre Leite (DEM-SP), de primeiro mandato, queria a presidência ou a relatoria, mas, na última hora, ficou sem as duas.
O governo não queria a CPMI e, quando tentou se organizar para controlar a comissão, terminou surpreendido. Os oposicionistas viram na escolha do presidente, Ângelo Coronel (PSD-BA), e da relatora, Lídice de Mata (PSB-BA), sua maior vitória até o momento no Parlamento. É ali que pretendem apostar todas as suas fichas.
O “esquenta” para a ONU
As declarações do presidente Jair Bolsonaro, a respeito da alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, fez crescer o desconforto para a abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro. A expectativa é de que haja um aumento do número de chefes de Estado críticos ao Brasil em seus discursos.
Pegou pesado
O fato de até o atual presidente do Chile, Sebastián Piñera, criticar as declarações de Bolsonaro mostra que o presidente brasileiro extrapolou e que isso pode trazer mais prejuízos políticos e econômicos ao Brasil nos jogos globais.
Paralela sob risco
Apesar de aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, as apostas em torno da proposta de emenda constitucional (PEC) paralela à reforma previdenciária estão em baixa na Câmara. É que, no ano que vem, próximo da eleição, não dá para discutir um tema tão indigesto.
A CPI das criptomoedas vem aí
O deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) entra hoje com o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as negociações de criptomoedas. “Material não falta e as empresas que lidam com isso precisam explicar. Vamos chamar todo mundo para entender o que está acontecendo nesse mercado”, diz o deputado.
Faz sentido
Empresas desse setor estão sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas são suspeitas de praticar fraude e de montar esquemas de pirâmide, que ocorrem quando apenas os primeiros é que recebem o prometido retorno fácil e os demais não conseguem.
CURTIDAS
Apelou, perdeu I/ Causou desconforto a integrantes do Ministério Público a proposta da associação da classe, de recusar nomeações fora da lista tríplice. Forçar a aceitação da lista, dizem alguns, é querer se sobrepor à Constituição.
Apelou, perdeu II/ A lista e a escolha de um entre os três indicados não está prevista na Constituição. E um dos deveres do Ministério Público é zelar pelo cumprimento dos preceitos constitucionais.
Férias do barulho/ A redução de recursos da Justiça (e por tabela da Polícia Federal) e as férias do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, vão manter Sérgio Moro na linha das especulações de mais enfraquecimento, apesar dos elogios que recebeu de Bolsonaro dia desses.
Enquanto isso, na oposição/ Diz o deputado Reginaldo Lopes (PT- MG) que, entre os oposicionistas, segue a máxima da “redução de danos” das reformas. “Como somos minoria, é o que nos cabe nesse momento”, diz.
Portaria de importação de milho dos EUA ameaça cargo de embaixador de Eduardo
Como se não bastassem as dificuldades para o governo fechar os votos de que precisa para emplacar Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador do Brasil em Washington, a nova portaria que permitirá ao Brasil importar ainda mais etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa promete abalar o apoio que o deputado poderia ter no Nordeste.
É que a portaria foi publicada logo depois da visita do parlamentar ao presidente norte-americano, Donald Trump, e, em vez de 600 milhões de litros, o total sem imposto poderá ser de 750 milhões. Para não desagradar tanto os produtores nordestinos, estabeleceu-se esse total em três quotas. Porém, ainda não resolveu o problema. Hoje, tem nova reunião sobre o assunto no governo.
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No Senado, espalhou-se a versão de que Eduardo abriu as portas do Brasil aos produtores americanos de milho, prejudicando os nordestinos. Não por acaso, Bolsonaro lança na próxima quinta-feira o Agro Nordeste com direito a solenidade no Planalto. Quer sair para a cirurgia com o discurso pronto para amortecer as críticas do setor sucroalcooleiro nordestino e tirar essa insatisfação do colo do filho.
Déjà-vu I
Embalado depois de uma ode a Baco, o Deus do vinho, um deputado estadual nordestino contava para quem quisesse ouvir que havia “comprado” R$ 30 milhões de emendas extras em seu périplo pelos gabinetes dos congressistas em Brasília. Epa! Ok, talvez a expressão tenha sido exagerada. Mas quem ouviu e estava apenas rendendo homenagens a Tétis, a deusa da água, saiu do convescote certo de que, nessa batida, confusões virão.
Déjà-vu II
Se não foi apenas mais um caso de verbo mal aplicado e discurso mal-entendido, o sujeito comprou. Logo, alguém “vendeu”, e com taxa de “retorno”, um eufemismo para propina. E “venda” de emendas é algo que já deu problema nos anos 90, quando o Congresso viveu a CPI do Orçamento e vários deputados tiveram seus mandatos cassados.
Por falar em emendas…
Os deputados recém-chegados ao Congresso não estavam tão seguros em destinar 30% do valor global das emendas de bancada ao fundo eleitoral. O Partido Novo, por exemplo, é contra. Considera que recursos públicos devem ser destinados a obras em prol da população, e que eleição, especialmente municipal, deve ser feita gastando sola de sapato.
Abuso de autoridade, outro problema
Não são apenas os interesses comerciais de empresas americanas que vão pesar contra Eduardo Bolsonaro. Os vetos à Lei do Abuso de Autoridade também vão entrar nesse bolo, segundo alguns senadores. Pelo visto, o deputado terá que retomar as conversas com cada um a partir de hoje.
Eles têm medo/ A forma como a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) vem fazendo crescer a sua legenda fez acender o pisca-alerta nos demais partidos. A ordem, agora, é assegurar que a bancada que vale para distribuição de tempo de
tevê e fundo partidário é a que saiu das urnas.
Ele anda e está organizado/ Os tucanos observam a distância os movimentos de Luciano Huck. O empresário montou grupos de discussão do país e alinhava um projeto de governo. Há quem jure que ele não está a passeio.
Enquanto isso, em São Paulo…/ O governador de São Paulo, João Dória, não pode fazer a mesma coisa. Tem que governar e mostrar, daqui a dois anos e meio, que São Paulo está bombando. Faz sentido.
A volta de Dilma/ Calma, pessoal. Ela irá ao Congresso hoje para o lançamento da Frente Parlamentar da Soberania.
Ações mais diretas e incisivas na economia preocupam Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro nem pestanejou com o resultado da pesquisa Datafolha que indicou queda na popularidade. Afinal, se a economia melhorar, a recuperação virá. O que tira o sono é a falta de ações mais diretas e incisivas na economia.
A pesquisa da XP Investimentos indica que 12% atribuem a atual situação econômica do país ao atual governo. É o percentual mais alto destes oito meses de gestão. Em maio, 5% atribuíam a crise à administração Bolsonaro, 14% à gestão Michel Temer, 20% à ex-presidente Dilma e 34%, ao ex-presidente Lula. Agora, 16% atribuem a Dilma, 30%, a Lula, 13%, a Michel Temer.
A aposta do governo é de que as pessoas, daqui para frente, tenderão a aumentar a cobrança de cumprimento das promessas de melhoria do cenário econômico. Aliados do Planalto acreditam que, se o PSL quiser ter sucesso eleitoral, terá de apresentar melhoras mais significativas que o 0,4% do PIB.
Quem parte e reparte…
Parlamentares apostam na mudança de eixo do “pires na mão” do Executivo para o Congresso. É que a liberação obrigatória para emendas de bancada fará com que deputados e senadores digam para onde vão os recursos.
… fica com a melhor parte
Assim, avisam alguns, estará dinamitada a ponte entre o presidente Jair Bolsonaro e os prefeitos.
E refeita a ligação direta desses administradores municipais com os congressistas.
Nem tanto
A turma do Congresso está comemorando cedo demais esse trunfo das emendas. Não falta muito para o governo começar a colocar no Congresso a culpa pelos cortes. Ontem, foram as bolsas de estudo. Outros bloqueios virão. E estará feito o jogo de empurra entre Legislativo e Executivo.
Por falar em cortes…
Tem muita gente dizendo que hoje é mais fácil o governo parar de pagar as contas do que não aprovar a reforma da Previdência.
Moro, o conformado/ Depois da conversa com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, jantou com um grupo de senadores, na semana passada, e demonstrou tranquilidade quando alguns lhe perguntaram sobre o corte de recursos: “O problema é que o país vive dificuldades, e todos os setores têm cortes. Faz parte”.
Por falar em cortes…/ Vem aí uma grande briga entre os Três Poderes por causa do Orçamento de 2020, nos moldes que ocorreu no Rio Grande do Sul. Lá, o governador Eduardo Leite propôs reajuste zero para todo mundo, por causa da falta de recursos. O Ministério Público e o Tribunal de Justiça não aceitaram.
Direto ao ponto/ Quem tentou pedir audiência ao senador Tasso Jereissati sobre a cobrança de contribuição previdenciária das filantrópicas com capacidade de pagamento, ouviu o seguinte: “Olha, eu te recebo, mas não vou mudar o parecer”.
Ato na Esplanada/ Servidores vão quebrar hoje a palavra “Previdência” em protesto contra a reforma, e entregar os cacos aos senadores. Mal a notícia circulou na internet, a turma do ministro da Economia, Paulo Guedes, ironizava, dizendo que a imagem tem tudo a ver com o que pensa parte da equipe — os supersalários estão quebrando a Previdência. É a tentativa de transformar a manifestação em limonada.
Coluna Brasília-DF
Aos poucos, o grupo formado por PP, PL (ex-PR, de Valdemar Costa Neto) e DEM vai colando no governo do presidente Jair Bolsonaro. E não apenas por causa dos cargos que começam a angariar no segundo escalão, com as últimas nomeações da Companhia Desenvolvimento Vale São Francisco (Codevasf) e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). É que, apesar de todos os problemas e tropeços do atual governo, esses partidos, desacostumados a lançar candidatos a presidente da República, não veem futuro próspero longe do Planalto.
Nas conversas mais reservadas, eles têm dito que Bolsonaro continua com seu percentual acima de 25%, a economia teve, na semana passada, um sinal de que pode se recuperar. E, nesse quadro, essas legendas não vão brigar com o presidente. Pelo menos, até que o cenário fique mais claro, a ordem é colar no governo, seguindo o dito popular “seguro morreu de velho”. Dia desses, o presidente Jair Bolsonaro falou que consultaria o “seu centrão” sobre a Lei de Abuso de Autoridade. Agora, tem mais um, o Centrão raiz.
Divórcios e casórios
Os procuradores começam a ficar de olho na vida privada dos personagens envolvidos na Lava- Jato. É que, quando os escândalos vieram à tona, muitos se divorciaram. Ok, em muitos casos, o amor acabou mesmo. Agora, o problema é que, em algumas situações, há a desconfiança de que tudo não passou de uma estratégia para preservar patrimônio.
A conta…
A transposição das águas do São Francisco ajuda o sertão e provoca outro problema: a conta de energia das bombas. São R$ 500 milhões por ano a ser dividida entre os quatro estados — Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
….que ninguém quer pagar
Os estados vão vender a água bombeada aos seus habitantes e empresas, mas resistem a pagar a conta da energia. O acordo ainda não veio.
Os pragmáticos
Integrantes do Centrão apostam que a falta de recursos orçamentários para investimentos, em especial emendas de bancada, ajudará a aproximar esse grupo do governo. E por um raciocínio muito simples: É que, reza a lenda, em tempos de escassez, os amigos sempre ficam com algum agrado maior.
MP sob tensão…/ Procuradores passaram parte do dia trocando mensagens e procurando entender a declaração do presidente Jair Bolsonaro, sobre a procuradora Raquel Dodge trocar os procuradores regionais. A conclusão é a de que ela está apenas cumprindo a legislação. Nem um milímetro além disso.
…permanente/ Aliás, desde que o presidente disse, numa reunião com parlamentares, que não dá para transformar a Polícia Federal num novo Ministério Público, os procuradores mantêm olhos e ouvidos em alerta para tudo que vem do Planalto.
Falha institucional/ Chamou a atenção a ausência do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, nos testes de bombeamento do Eixo Norte 3, da transposição do São Francisco, em Cabroró (PE) e Salgueiro (PE). O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foi.
Enquanto isso, nos Estados Unidos…/ A boa recepção de Donald Trump ao deputado Eduardo Bolsonaro, inclusive fora da agenda oficial, será um dos pontos que o parlamentar pretende destacar na sabatina, avisam aliados do congressista. Afinal, dizem esses fiéis escudeiros de Eduardo, dificílimo um deputado brasileiro, candidato a embaixador, ter esse acesso direto à Casa Branca.
Gilmar no CB.Poder/ Amanhã, segunda-feira, tem o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, no CB.Poder, 13h15, ao vivo na TV Brasília.
Eduardo só deixará mandato de deputado se for aprovado para embaixador
O jantar de Eduardo Bolsonaro com senadores esta semana não rendeu votos, uma vez que a maioria ali era de “convertidos à causa”. Mas serviu para amarrar o discurso que cada um fará em busca dos votos. A linha é a seguinte: o desgaste para o país e o mercado será infinitamente maior se o filho do presidente for derrotado.
O trabalho por Eduardo
Se cada um que estava ali conseguir três votos, serão, pelo menos, 48 pela indicação do deputado como embaixador em Washington. Aliás, a visita desta semana do deputado a Washington é um passo para ajudar a embalar essa conquista.
Seguro morreu de velho
Eduardo já avisou os amigos: só renunciará ao mandato de deputado se for aprovado no Senado. Ou seja, não tem essa de pular nesse projeto da Embaixada nos Estados Unidos no escuro e sem rede.