Não será surpresa se Joice Hasselmann ganhar o controle do PSL em SP

Joice Hasselmann
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) sai das articulações do Planalto e fica livre, inclusive, para tomar conta do PSL paulista. Afinal, ela ficou ao lado do presidente Luciano Bivar e do líder, delegado Waldir. Não será surpresa se ganhar o controle do partido em São Paulo.

Certo & duvidoso

Joice sabe que, hoje, tem mais espaço para ser candidata a prefeita de São Paulo pelo PSL do que pelo DEM, que tem um problema: o vice-governador Rodrigo Garcia joga com o PSDB de olho no apoio dos tucanos para concorrer ao governo do estado em 2022, quando João Dória deve deixar o posto para ser candidato a presidente da República. E Garcia não quer Joice fazendo marola nos seus planos.

 

Eduardo Gomes chega para ajudar Bolsonaro a superar crise no PSL

Eduardo Gomes
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Com trânsito em todos os partidos, o novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), chega para ajudar o presidente a superar a crise no PSL arregimentando apoios em outras agremiações. Esse trabalho será lento e gradual e começa a partir da semana que vem, tão logo o Senado aprove a reforma da Previdência. A ideia é aproveitar este final de ano para buscar apoios, organizar a votação da reforma tributária, que tramita simultaneamente na Câmara e no Senado.
» » »

Ainda hoje, Eduardo Gomes se reúne com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para conversar sobre o que será possível votar ainda este ano. A avaliação geral é de que, diante do tumulto na seara política, é melhor fechar o ano com a reforma previdenciária e esperar 2020 para tratar de outros temas. Inclusive, mudanças na regra de ouro e a reforma administrativa, que desembarcam no Congresso na próxima semana. A regra de ouro em vigor não permite endividamentos para cobrir despesas correntes (salários e aposentadorias, por exemplo).

Ajudinha I

Eduardo Gomes desembarca na liderança do governo junto com 19 novos projetos de suplementação orçamentária, que aterrissaram no Congresso por esses dias, num total de quase R$ 40 bilhões. O maior deles, de R$ 34 bilhões, tem o próprio líder como relator. Refere-se ao pagamento do governo à Petrobras, como parte da revisão da cessão onerosa.

Ajudinha II

Nesses projetos de suplementação, estão ainda várias emendas de deputados e senadores ao Orçamento da União, em especial, as áreas de saúde e transportes com recursos para o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), onde se concentram emendas de bancada.

Caldo de galinha e água benta…/ Ao pedir desculpas ontem pelo post sobre a prisão em segunda instância publicado no perfil do presidente Jair Bolsonaro no Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro confessa que escreve nas redes sociais do chefe da Nação. Os mais fiéis aliados já cansaram de avisar que o melhor é deixar o presidente cuidar de seu próprio Twitter.

Frase / “Não subestime a nossa capacidade de criar problemas para nós mesmos”
Do ex-ministro da Justiça e ex-deputado José Eduardo Cardozo, referindo-se ao PT ainda nos tempos do governo Dilma Rousseff. O PSL de hoje tem muita semelhança com o PT de ontem.

Por falar em PT…/ O partido concentra hoje toda a sua aposta no julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a prisão em segunda instância. Não por acaso, eram os petistas a maioria dos manifestantes em frente ao STF na tarde de ontem.

Toffoli a la Marco Maciel/ Às da política, o ex-vice-presidente Marco Maciel sacava a seguinte frase quando havia uma crise ou algo complicado a resolver: “Não vamos fulanizar”. É essa máxima que o STF seguirá nesse período em que trata da prisão em segunda instância.

Por falar em passado…/ Nunca antes na história desse país se ouviu em alto e bom som o líder do partido do presidente da República chamando o chefe da Nação de “vagabundo” como fez o delegado Waldir (PSL-GO). Algo está fora da ordem.

MDB conquista lugar de Joice como líder do governo

Joice
Publicado em Política

Por decisão do presidente Jair Bolsonaro, Joice Hasselmann (PSL-SP) não é mais líder do governo no Congresso. O movimento amplia o espaço do MDB em postos-chaves da articulação política do Planalto. O lugar passa a ser ocupado pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

A troca de líder, associada à proximidade entre Eduardo Braga (MDB-AM), líder do partido no Senado, e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), diz muita coisa sobre onde o presidente está se apoiando para compensar o racha do PSL.

A decisão de Bolsonaro de trocar de líder na Câmara foi tomada depois de Joice assinar a lista de apoio à manutenção de Delegado Waldir (GO) na liderança do PSL na Câmara. Bolsonaro queria que o posto passasse a ser de seu filho Eduardo (SP), mas a estratégia não deu certo.

O MDB já tem a liderança do governo no Senado, com Fernando Bezerra Coelho (PE). Agora, ganha mais um. Vejamos os desdobramentos.

Crise no PSL trava reforma da aposentadoria dos militares

delegado Waldir (GO)
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O líder do PSL, delegado Waldir (GO), mais uma vez se juntou ao PSol, PT e PDT. Desta vez, a confusão levou o presidente da comissão especial que analisa da aposentadoria dos militares, José Priante (MDB-PA), a suspender tudo até segunda ordem.

O resultado foi o líder do governo, Vitor Hugo (PSL-GO), afastado da comissão, correr ao telefone e fazer apelos a cada deputado, de forma a tentar criar um clima favorável à votação na próxima semana. Se o ambiente político não melhorar, não vota tão cedo. “O ritmo da votação hoje depende desse entendimento”, diz Priante.

Bombeiros de olho

Os parlamentares consideram ponto pacífico a inclusão de bombeiros e policiais militares na reforma da aposentadoria das Forças Armadas, mas há o risco de ressurgir a tese de que essas categorias devem ser discutidas em cada estado. Se ocorrer, compromete a aprovação da proposta. José Priante garante que esse ponto está pacificado, mas há quem considere que todo o cuidado é pouco.

Enquanto isso, no Planalto…

Ao chegar da visita ao general Villas Boas, o presidente Jair Bolsonaro foi direto para a reunião de deputados do PSL, no Planalto, onde eles foram consultar sobre a necessidade de tirar Delegado Waldir da liderança. Conforme antecipou ontem a coluna ontem, é o primeiro movimento.

Últimos acordes

Está tudo praticamente acertado para que o Senado conclua a reforma da Previdência na semana que vem. A partir daí, o governo não terá mais refresco: ou monta uma base ampla ou não conseguirá fazer valer a sua vontade.

Adeus pauta ideológica

Ninguém aposta um vintém sequer nas pautas ideológicas do governo, como novos projetos sobre armamentos, e até mesmo o pacote anti-crime do ministro Sérgio Moro. O que dá para tocar são as reformas econômicas e o Orçamento de 2020.

PT na lida/ Os deputados do PT comentam reservadamente que se Lula não conseguir a liberdade até o final do ano, não terá outro jeito senão aceitar o regime semi-aberto.

Por enquanto não teve pizza, mas…/ Nos embates políticos da CPI do BNDES, a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) tem reiterado que não aceitará “pizza”. Porém, não perdeu a gentileza com os colegas. Já passava da hora do almoço quando ela encomendou salgados para dar aquela enganada na fome e não suspender os trabalhos. Todos os deputados foram agraciados com coxinhas, quibes e
pães de queijo.

Leitura obrigatória I/ O Exército reeditou o livro de Gilberto Freyre, Nação e Exército, de 1949, com um prefácio do chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, general de Divisão Richard
Fernandez Nunes.

Leitura obrigatória II/ Freyre faz uma reflexão das relações civis-militares, num texto que, 70 anos depois, não perdeu a atualidade. Na contracapa, a mensagem: “A verdade, porém, é que o país onde o Exército seja a única, ou quase a única, força organizada, necessita de urgente organização ou reorganização do conjunto de suas atividades sociais e de cultura para ser verdadeiramente Nação. (…) Nação desorganizada não é Nação; é apenas paisagem”.

A disputa da semana no PSL: afastar o deputado Delegado Waldir

A disputa da semana no PSL
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Os aliados do presidente Jair Bolsonaro percorrem o plenário em conversas com outros deputados, no sentido de formar maioria para afastar o deputado Delegado Waldir (GO) do cargo de líder do partido na Câmara. A avaliação do grupo é a de que ele passou dos limites ao obstruir a votação da medida provisória da reforma administrativa e, de quebra, ainda tirou o líder do governo, deputado Major Vitor Hugo (GO), da comissão especial que analisa a aposentadoria dos militares.

A ordem é tentar obter o controle da legenda na Câmara. E, se possível, até mesmo conquistar o comando do partido de Luciano Bivar, no embalo da operação da Polícia Federal de ontem, que teve o presidente do PSL como alvo. Se não for possível, aí sim aproveitam a “visita” da PF a Bivar para deixar a legenda. Mas nada é para já. A data-limite estabelecida pela Justiça para que Bivar apresente as contas partidárias dos últimos cinco anos é a próxima segunda-feira, quando Bolsonaro já estará em viagem à Ásia. Até lá, a guerra continua.

Preparem o espírito

Quem conhece a cabeça dos juízes da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal aposta que a tendência é a condenação de Geddel Vieira Lima e de seu irmão Lúcio, por lavagem de dinheiro e associação criminosa, por causa dos R$ 51 milhões encontrados no apartamento em Salvador.

Empacou de vez

Senadores estão cada vez mais resistentes a aprovar o nome de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington. Essa visão começa a contaminar também a perspectiva de trocar o nome de Eduardo pelo do atual chanceler, Ernesto Araújo. Nos bastidores, afirmam que esse preço vai subir tanto quanto o do petróleo.

R$ 500 verde a amarelo

O que levantou o governo do presidente Jair Bolsonaro na pesquisa da XP Investimentos, divulgada ontem, foram as ações na economia, mais precisamente a liberação de R$ 500 das contas do FGTS.

Pinta de candidato

A entrevista do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao programa CB.Poder, segunda-feira, foi lida pelos adversários como um ensaio de quem deseja concorrer ao GDF. A preços de hoje, a centro-direita irá dividida. Há quem diga que, se o PT for inteligente, deve trabalhar o apoio ao socialista.

Comparações/ Quem pergunta ao senador major Olímpio como está o PSL, ele responde de bate-pronto: “Uma maravilha. Melhor que isso, só pão com b…”.

Por falar em PSL…/ O senador Flávio Bolsonaro aos poucos vai se soltando. Ontem, foi à tribuna do Senado falar sobre o projeto de cessão onerosa dos recursos do pré-sal e agradecer aos colegas pelo tratamento dado ao Rio de Janeiro na distribuição dos valores. Aproveitou para fazer os comerciais do presidente Jair Bolsonaro: “Ele é generoso, não quer o poder pelo poder”, disse, aplaudido por alguns.

O pacificador/ Hélio Lopes, também conhecido por Hélio Bolsonaro, tomou a frente das conversas para tentar pacificar o partido. Ontem, puxou Felipe Franceschini num canto do plenário para um longo bate-papo. Há quem diga que está realmente aprendendo a fazer política.

Livro & eleições/ O consultor político Osmar Bria lança hoje, às 16h, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, o livro A fórmula do voto – Vença a eleição com Inteligência Emocional. Especialista em programação neurolinguística, Bria revela em sua obra estratégias emocionais para treinar pré-candidatos a mandatos eletivos, algo que já deu o que falar na eleição passada. Vale a leitura.

Bolsonaro escolhe novo desembargador para o TRE

Publicado em Política

O presidente Jair Bolsonaro escolheu o advogado Francisco José dos Campos Amaral para desembargador do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na vaga Aberta com a saída de Jackson Domenico.

Campos é defensor do ministro da Economia, Paulo Guedes. Procurador de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional DF (OAB-DF), Amaral é filho do desembargador aposentado José de Campos Amaral.

Melhora da avaliação do governo Bolsonaro afasta Huck do DEM

Luciano Huck, apresentador.
Publicado em Política

A pesquisa divulgada hoje pela XP Investimentos é uma boa noticia para o presidente Jair Bolsonaro. A avaliação do governo em ótimo e bom subiu três pontos, de 30% para 33% e a negativa caiu de 41% para 38%. A regular permaneceu em 27%. A maioria dos entrevistados, 55%, se diz contra privatizações, enquanto 39% se dizem a favor. Porém, esses dados já foram mais preocupantes para o governo que deseja seguir na linha das privatizações e 33% a favor. Comparando as duas pesquisas, houve um aumento de seis pontos percentuais no grupo daqueles que são a favor das privatizações.

Para o governo, o aumento da avaliação positiva, se continuar nesse ritmo nas próximas pesquisas, provocará uma mexida no quadro político, dando força àqueles setores que, dentro de cada legenda, querem se aproximar do presidente Jair Bolsonaro. O DEM, por exemplo, tem hoje uma ala começando a trabalhar uma possível candidatura de Luciano Huck a presidente da República e outra mais afinada com o Planalto. A tendência, se confirmada a melhora da avaliação do governo, é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o do partido, ACM Neto, pisarem no freio dos movimentos pró-Huck e a turma do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ganhar mais musculatura.

Os partidos de centro vão dar uma parada nesse movimento rumo a 2022 porque sabem que primeiro precisam melhorar a própria imagem. A avaliação do Congresso, que vinha subindo nas pesquisas anteriores, dessa vez, oscilou para baixo: Ótimo e bom passaram a 14% (eram 16% em setembro) e ruim e péssimo saíram de 39% para 42% no mesmo período e o regular saiu de 42% para 39%.

Lula

A população continua dividida em relação ao ex-presidente Lula, porém as notícia não são boas para o Partido dos Trabalhadores. A XP quis saber o que os entrevistados pensam sobre a possível progressão de regime do ex-presidente. Eis as respostas: 37% consideram que o petista deve continuar preso em regime fechado, 23% acham que ele deve seguir para o regime semi-aberto, cumprindo o restante depena em casa, querendo ou não. E 30% acham que Lula deve passar para o regime semi-aberto apenas se assim desejar. O que incomodou os petistas foram os 37%. Ali, o partido que tem hoje como principal bandeira “Lula Livre” considera que não tem conversa.

Caso Lula seja solto, PT percorrerá o país para dizer ele é inocente

saúde de lula PT lula livre
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

No caso de o Supremo Tribunal Federal (STF) entender que a prisão só deve ocorrer depois de esgotados todos os recursos, o que pode resultar na libertação do ex-presidente Lula, o PT percorrerá o país dizendo que seu maior líder é inocente, ainda que ele tenha outros processos e os recursos a respeito da condenação estejam pendentes nas instâncias superiores.

Afinal, Lula tem dito que só sai se for inocente e se a tese da prisão em segunda instância for derrubada, a ideia dos petistas é aproveitar esse final de 2019 para amplificar a narrativa da inocência e, assim, preparar terreno para as eleições municipais.

Em tempo: O PSL, tão perdido em suas brigas internas, não se preparou para o julgamento desta quinta-feira, da prisão em segunda instância. É Carlos Bolsonaro versus senador Major Olímpio, Jair Bolsonaro versus Luciano Bivar, e dos deputados entre si.

O lado B da soltura

A hipótese de o STF derrubar a tese da prisão em segunda instância e Lula ficar livre não é considerada ruim pelos aliados do presidente Jair Bolsonaro. É que, assim, avaliam, será mais fácil manter a polarização PT versus Bolsonaro, deixando os demais personagens em segundo plano.

Problema real I

“Os sinais de retomada da atividade econômica ainda são dúbios”, diz a Instituição Fiscal Independente (Ifi) no relatório de acompanhamento das contas públicas que acaba de sair do forno. A indústria, ainda sob os efeitos da crise, e a situação do mercado de trabalho segue desfavorável para a criação de empregos formais em razão das incertezas que cercam o cenário econômico e da contenção de custos pelas empresas.

Problema real II

Os investimentos públicos caíram à metade se comparados com 2014. Para completar, as despesas obrigatórias continuam crescendo. Todo o esforço de corte tem sido nas discricionárias (investimentos e custeio da máquina pública). Ou seja, o ajuste fiscal, diz o relatório, é de “baixa qualidade”. E se continuar assim, a confiança externa não vem.

Vai sobrar…/ Para quem não acompanhou o fim de semana: Carlos Bolsonaro chamou o senador Major Olímpio de “bobo da corte” e ouviu como resposta “moleque” e que o presidente deveria “providenciar uma internação psiquiátrica” para 02. Essa briga só atrapalha o deputado Eduardo Bolsonaro.

… para 03/ Embora Major Olímpio diga que votará a favor da indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington, a situação faz crescer a imagem de que os filhos mais atrapalham do que ajudam o pai. A foto de 03 com a camiseta zombando dos movimentos LBGT no fim de semana também não ajuda.

Terceiro milagre/ Há quem diga que a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de colocar a prisão em segunda instância na sessão desta quinta-feira, foi tomada numa conversa com o ex-presidente José Sarney em Roma, onde participaram da cerimônia que transformou irmã Dulce em Santa Dulce dos Pobres.

Fernanda Montenegro, 90 anos/ A atriz será homenageada nesta quarta-feira, 16, data de seu aniversário, com uma sessão especial na Câmara dos Deputados.

Bolsonaro não gostou de sermão de arcebispo contra a direita

Oposição Bolsonaro
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O governo levou um susto com o sermão de Dom Orlando Brandes na missa matinal, na qual o arcebispo de Aparecida disse: “temos um dragão do tradicionalismo” e se referiu à direita como “violenta” e “injusta”. E terminou essa parte da homilia dizendo: “Estamos fuzilando o Papa, o Sínodo, o Concílio do Vaticano II. Parece que não queremos vida”. Bolsonaro não gostou.

Bolsonaro e a Igreja

A ida do presidente Jair Bolsonaro à Basílica de Aparecida foi vista por setores do governo e da própria Igreja como uma forma de tentar amortecer o mal-estar entre ele e parte da Igreja Católica. É o primeiro presidente a passar o dia da Padroeira em Aparecida, mas isso ainda não acabou com o desconforto.

Nem adianta reclamar com o Papa

O governo também está incomodado com o fato de o Papa Francisco ter uma reunião com os governadores de estados da Amazônia, 28 deste mês, no dia seguinte ao encerramento do sínodo. O motivo não é a reunião em si, mas o fato de a Rede Eclesial Pan-Amazônica organizar o encontro sem sequer um convite ao governo federal. Soou, para alguns na área governamental, como uma provocação, algo que está longe do papel da Igreja.

Partidos querem limitar janela de troca de legenda antes das eleições

Congresso Nacional
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Os partidos e seus principais caciques preparam uma reforma política para fechar todas as portas de troca de legenda, deixando aberta apenas uma janela para que a mudança seja feita no período de 30 dias que antecedem a marca de um ano antes da eleição. A ordem é acabar com essa história de permitir que a criação de um partido, ou mesmo a fusão de agremiações, possa servir de pretexto para que os deputados pulem de legenda.

» » »

A proposta, em gestação nos jantares de Brasília, faz sentido. Vem como uma luva para evitar que os puxadores de votos, caso de Bolsonaro, possam organizar um partido na undécima hora da sucessão presidencial e levar com ele uma penca de deputados. Diante do saco de gatos que virou o PSL, há muitos no centro da política com receio de movimentos mais ousados, com novas agremiações.

O prazo de um ano das eleições também não é à toa. Assim, todos conhecerão com antecedência a força de cada um. Sozinho, o governo não conseguirá barrar a proposta. E, até aqui, não há quem a conteste entre seus potenciais aliados. Portanto, caberá ao presidente aceitar a regra do jogo eleitoral que for definida pelos congressistas, a cada dia mais distantes do governo.

Espelhados

A guerra interna do PSL deixa o partido de Jair Bolsonaro tão confuso quanto era o PT nos tempos em que a legenda de Lula se refestelava nos salões de Brasília. Lá atrás, vários deixaram o PT quando Lula empreendeu a reforma da Previdência e também houve muita gente descontente no escândalo do mensalão. Agora, no PSL, com denúncias de laranjas e por aí vai, não está muito diferente.

Curtidas

BFF/ O líder do MDB, Eduardo Braga (AM), e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) estão num momento “best friend forever”. Invariavelmente, conversam no plenário e, dia desses, chegaram juntos ao Senado. Em política, isso não é coincidência.

Foco no Rio/ O MDB do Rio de Janeiro virou terra arrasada desde que seus principais caciques foram para a cadeia — Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e Jorge Picciani. Por isso, tem muita gente de olho nessa amizade entre o líder emedebista e o 01.

Missão quase impossível/ O ex-senador Chiquinho Escórcio (MDB) telefonou para Alberto Fraga dia desses e foi direto: “Você agora não é mais coronel da PM”. Antes que Fraga pudesse perguntar por que, o rápido Chiquinho saiu-se com esta: “Você agora é bombeiro!” É Fraga quem tem ajudado a acalmar os ânimos do presidente quando a crise aperta entre Bolsonaro e o Congresso.

Festa em Curitiba em suspense/ Calma, pessoal! Nada a ver com Lula e, sim, com a turma que está no complexo Médico Penal. Lá, sempre tem uma confraternização de fim de ano para os detentos, mediante autorização do juiz corregedor dos presídios ou da Vara de Execução Penal. A deste ano ainda está sob risco. Até agora, a autorização não chegou ao Conselho da Comunidade de Curitiba, que é quem organiza o evento.