Forças Armadas descartam apoio a impeachment e a intervenção militar

Publicado em coluna Brasília-DF

Nem tanto à terra, nem tanto ao mar. Quem tem conversado com os comandantes militares já avisou aos atores da política que os movimentos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro não terão sustentação nas Forças Armadas. Da mesma forma, também é considerada fora de cogitação qualquer intervenção militar para garantir a liberdade geral de circulação de pessoas em meio ao colapso do sistema de saúde. Diante desse “aviso” em favor do lockdown e contra o impeachment, a ordem nesta semana é que virá o diálogo aberto entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Resta saber se será mais um desfile de fotos sem mudança de atitudes, como em 2020, ou para valer, em prol da saúde das pessoas.

Bolsonaro já deu o recado a seus apoiadores, no domingo, e avisou, de antemão, que não está convencido da necessidade de lockdown num cenário de UTIs lotadas, incerteza de atendimento e vacinas em atraso. Se chegar com esse espírito para a reunião, a tendência é de que vire mais uma pose para fotos, sem muito resultado prático em termos de coordenação nacional.

Ficamos assim

Não conte com o Supremo Tribunal Federal para reverter as medidas restritivas pelo país afora. Esse é o sentimento que vem do STF diante da ação do presidente Jair Bolsonaro contra o lockdown.

“É coisa de tucano”
A carta aberta com mais de 500 assinaturas de economistas renomados, expoentes do setor financeiro, do empresariado, com apelos ao governo em prol do distanciamento social e vacinas como a chave para salvar vidas não sensibilizou o Planalto. Bolsonaro está convencido de que a iniciativa tem o dedo dos tucanos para tirá-lo do páreo em 2022.

Esqueçam 2018
A perspectiva de criação de um “Ministério Extraordinário da Amazônia” para abrigar Eduardo Pazuello desmonta o discurso da campanha passada, de enxugar o número de pastas e cargos em comissão. De quebra, ainda deixa em desconforto o vice-presidente Hamilton Mourão, que hoje cuida dessa seara junto com o Ministério do Meio Ambiente.

CURTIDAS

Biden brasileiro I/ É assim que os amigos do ex-presidente Michel Temer têm se referido a ele nos bastidores. E a contar pela recepção do tuíte de Temer, dizendo que é candidato apenas à segunda dose da vacina, não se descarta nada. Ele tem 80 anos, boa saúde e paciência não lhe falta. Haja visto os dois anos de governo.

Biden brasileiro II/ Nos grupos de deputados, o #VoltaTemer e traz o (Henrique) Meirelles (ministro da Fazenda) de volta foi mais bem recebida do que poderiam imaginar os amigos do ex-presidente. Na cabeça de todos eles, está certo que Joe Biden, aos 78 anos e experiente, com uma vice mais jovem, Kamala Harris, foi a forma encontrada para derrotar Donald Trump nos Estados Unidos.

Olho nele/ Vale prestar atenção, ainda, na movimentação do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Nos partidos de centro, tudo será testado até o ano que vem, para tentar quebrar a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro.

Por falar em Bolsonaro…/ Ao ouvir o presidente dizer, em solenidade no Planalto, que o “Brasil vem dando certo” e “um dos poucos países que está vanguarda na busca de soluções”, alguns convidados se remexeram em suas cadeiras. Afinal, diante de um número médio de 2 mil mortes diárias, não é exemplo para ninguém. O alento de muitos, porém, foi ouvir o presidente dizer que “ainda não há uma cura para a doença”. Só isso já foi visto como um avanço.

É hoje!/ O seminário on-line “Desafios para o Brasil pós-pandemia”, do Correio Braziliense. A abertura está a cargo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o encerramento será do ministro da Economia, Paulo Guedes. O momento é de planejar e pensar, a fim de ser exemplo para o futuro.

 

É surreal que, durante o momento mais grave da pandemia, tenhamos um ministro demitido que continua no cargo e um ministro escolhido que não assume. As pessoas morrendo e o país sem ministro”
Vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM)

Major Olímpio trabalhava numa PEC para isenção de impostos sobre vacinas

Publicado em Covid-19, Política

Em fevereiro, antes de ser internado com Covid-19, o senador Major Olímpio (PSL-SP) havia pedido ao ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel que preparasse uma proposta de emenda constitucional para isenção de todos os tributos e contribuições incidentes sobre a produção. transporte, importação e aplicação de vacinas para uso humano. O texto ficou pronto rapidamente e Major Olímpio já estava coletando as assinaturas para que a PEC passasse a tramitar em regime de urgência. Havia conseguido 17 assinaturas, quando foi internado. Vitor, o assessor que cuidava do recolhimento das assinaturas para a tramitação da PEC, também ficou internado e teve alta nesta semana. Agora, seu gabinete pedirá aos senadores que dêem prioridade à proposta, e que seja declarada como “Lei Major Olímpio”

Major Olímpio decidiu abraçar essa causa da isenção de impostos sobre vacinas ao ler um artigo de Everardo sobre o tema. Então, telefonou para o ex-secretário e combinaram a elaboração do texto. Everardo, que já tomou a primeira dose da vacina e aguarda a segunda. já perdeu cinco ex-colaboradores da Receita, vítimas da covid-19.

Bolsonaro não quer ministro falando em “lockdown”

Publicado em Covid-19, Governo Bolsonaro

A reunião do presidente Jair Bolsonaro com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, inclusive com a participação do ministro das Comunicações, Fábio Faria, teve o sentido de afinar o discurso e preparar direitinho o que o ministro deve dizer em relação ao distanciamento social. A ideia é colocar o governo num único tom, nem uma oitava a mais, nem a menos. E, a contar pelo que o presidente disse hoje a seus apoiadores na porta do Alvorada e o que alguns aliados comentam nos bastidores, Bolsonaro não admite lockdown. Aos apoiadores, ele disse que essa medida foi usada no início da pandemia e não adiantou.

Diante dessa constatação, alguns avaliam que o ministro terá que fazer uma verdadeira ginástica para defender medidas restritivas em locais onde o sistema de saúde está no limite, ou seja, em 22 capitais. Por enquanto, Marcelo Queiroga fala em “distanciamento social inteligente” e em “seguir as recomendações da ciência, fortalecendo o atendimento hospitalar”. Pede ainda “paciência” e diz ter carta branca para atuar.

Em tempo: No governo, há quem diga que a comparação da fala de Queiroga com a de Nelson Teich, quando assumiu, é mera coincidência.

Na busca por um médico que siga a sua receita na Saúde, Bolsonaro recebe Marcelo Queiroga

Publicado em Governo Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro está convencido de que, para ter maior reconhecimento da população no combate à pandemia, teria que trocar o ministro da Saúde. Agora à tarde, recebe o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga, o próximo da fila, depois da recusa da médica Ludhmilla Hajjar. Ambos têm algo em comum: são contra o uso da hidrocloroquina, que o presidente Jair Bolsonaro defende com tanta veemência. Queiroga foi indicado para a Agência Nacional de Saúde, e aguarda a votação no Senado.

Ludhmilla recusou porque considera que, neste momento, não é possível abrir mão do distanciamento social e avalia como ultrapassada a discussão sobre a cloroquina. Resta saber como Queiroga agirá em relação às exigências do presidente Jair Bolsonaro para exercer o cargo. Nos bastidores, há quem diga que Bolsonaro, na verdade, quer mesmo é um médico que a receita presidencial para conter a pandemia.

“Troca do ministro não resolve, o problema é diplomático e de comportamento”

Publicado em Covid-19, Governo Bolsonaro

Os políticos passam o Domingo numa troca imensa de telefonemas e análises sobre o quadro das manifestações e a substituição do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E, num ponto, as avaliações coincidem: Troca-se o ministro da Saúde, mas pouco coisa deve mudar, se o substituto não tiver autonomia para adotar uma postura diferente da defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que não admite o distanciamento social nem mesmo no cenário de um índice de transmissão superior a 1,0 em várias capitais brasileiras e colapso nos sistemas de saúde. No Distrito Federal, por exemplo, esse índice está em 1,35. As vacinas, outro ponto nevrálgico, vêm a conta-gotas, também pela demora do Brasil a ingressar na corrida pela imunização, algo que depende ainda de atitudes firmes por parte da diplomacia brasileira, que tem falhado nesse papel, conforme avaliação do presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato. “Vamos para o quarto ministro, trocar não resolve, o problema é diplomático e de comportamento”, diz Pinato.

Enquanto presidente da Frente Parlamentar, Pinato conta que percebeu que, em outros países, são os presidentes, primeiros-ministros e os ministros de relações exteriores que estão na linha de frente das negociações para as vacinas. “No mundo está assim, mas a nossa diplomacia vai atrás de spray em Israel”, diz ele, ressaltando a necessidade de o presidente Jair Bolsonaro entrar nessa corrida ou orientar ou trocar o chanceler Ernesto Araújo. “Bolsonaro não levou a pandemia a sério e, sendo assim, trocar o ministro da Saúde nã resolve”, afirma.

Eduardo Pazuello tem vídeoconferência marcada nesta segunda-feira, 11h, com o embaixador da China, Yang Wanming, representantes da Sinopharm e da Blau Farmacêutica par tratar da importação e produção de Ifa __ insumo para fabricação de outra vacina chinesa no Brasil. O encontro está mantido. Em meio às noticias de que iria deixar o cargo, Pazuello disse, em nota à CNN, que continua no cargo até que Bolsonaro o substitua e desmentiu as especulações de esteja doente. A substituição, entretanto, está definida pelo governo, numa tentativa de resolver o problema que o presidente enfrenta, de pressão por novas ações, capazes de reduzir o número de mortes e evitar o colapso no sistema de saúde.

Pazuello até aqui seguiu tudo o que foi recomendado pelo presidente Jair Bolsonaro e chegou a ser desautorizado pelo presidente em outubro do ano passado, quando anunciou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. Bolsonaro disse com todas as letras que não compraria o imunizante. Aos poucos, diante da pressão pelas vacinas, Bolsonaro foi mudando sua posição. Na semana passada, depois que Lula voltou ao palco principal da política, o presidente da República passou a usar máscara e seus filhos criaram o slogan “nossa arma é a vacina”. O deputado Eduardo Bolsonaro resgatou a imagem do personagem Zé Gotinha segurando uma seringa como se fosse uma arma, e a inscrição “nossa arma agora é a vacina”. A imagem não fez sucesso entre os médicos e criadores do personagem. A intenção do presidente e de seus filhos é tentar deixar essa fase negacionista para trás e tentar colocar o descontrole no colo do atual ministro.

Na bolsa de apostas para o lugar de Pazuello a cotação mais alta é a da cardiologista Ludhmilla Hajjar, ao ponto de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tuitar que ela terá seu “total apoio”. O partido de Arthur, porém, apostava mais nos deputados Dr. Luizinho (PP-RJ) ou Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo. O PSL, por sua parte, começou a fazer força pelo deputado Luiz Ovando (PSL-MS). Assim, Pazuello chega à fase mais aguda da pandemia no Brasil enfraquecido e, se sair mesmo, levará junto a pecha de que incompetente que não conseguiu tirar o país dessa situação de descontrole da pandemia. Os políticos, entretanto, não têm dúvidas: Cai mais um general para ajudar a preservar o capitão.

Wagner Lenhart deixa o governo, Sultani assume interinamente

Publicado em Política

O secretário de Gestão e Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, divulgou há pouco uma nota para anunciar sua saída do governo. Conforme antecipou a Coluna Brasília-DF, ele deixa a equipe do ministro Paulo Guedes, porque a mulher está grávida e está difícil conciliar a rotina familiar em São Paulo com a ponte aérea e o trabalho no Ministério. A nota na coluna acabou antecipando um processo que estava previsto para o final deste mês. Lenhart será substituído pelo secretário-adjunto Leonardo Sultani. A reforma administrativa continua como a prioridade da gestão Guedes nessa área de pessoal. Eis a íntegra da nota:

“Nota do Secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, sobre a sua saída do cargo.

Comunico meu pedido de exoneração do cargo de Secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia. Com a proximidade do nascimento do meu primeiro filho e o início de um novo ciclo pessoal e profissional, entendo que é o momento de fazer a sucessão na Secretaria.

O projeto até aqui realizado continua, em especial, a reforma administrativa. Nossa gestão sempre considerou fundamental repensar a administração pública, propondo um modelo mais digital, moderno e focado no cidadão.

Despeço-me grato pela oportunidade de servir ao meu país durante mais de dois anos e de trabalhar sob a liderança do Ministro Paulo Guedes, pessoa que eu já admirava e passei a admirar ainda mais neste período. Grato também aos Secretários Especiais do ME com os quais tive o prazer de trabalhar, profissionais de primeira qualidade, dedicados a construir um país melhor.

Finalmente, não poderia deixar de agradecer a todos com quem tive a oportunidade de interagir nesse período, servidores públicos, senadores, deputados, jornalistas, representantes da sociedade civil. E, claro, à incrível equipe da SGP, pessoas que honram o serviço público e que continuarão trazendo o protagonismo que a área de gestão de pessoas precisa assumir para termos a prestação de serviços que sonhamos.”

Os dados que preocupam Bolsonaro e as dúvidas em relação a Moro

Publicado em Política

De todas as simulações e dados apresentados pela pesquisa XP/Ipespe divulgada hoje, apenas um gera preocupação substancial no Palácio do Planalto: a de que apenas 15% da população deseja que o presidente eleito em 2022 “dê continuidade à forma como o Brasil esta sendo administrado” e 52% espera “que mude totalmente a forma com o Brasil está sendo administrado e 29% “que mude um pouco a forma como o Brasil está sendo administrado, dando continuidade a algumas coisas e mudando outras”. Também destaca-se o dado de que 63% consideram que a economia está no caminho errado, e 61% consideram ruim e péssima a atuação de Bolsonaro para enfrentar o coronavírus. A economia, os bolsonaristas põem na conta do isolamento social e do fim do auxílio emergencial. Já a gestão da pandemia, Bolsonaro acredita que até a campanha isso muda.

O percentual de desejo de mudança na forma de governar é o que assombra os governistas. Em relação aos demais dados, como a presença de Lula bem posicionado, com a subida de intenções de voto na pesquisa espontânea, de 5% para 17%, depois da anulação das condenações são vistas como parte do jogo, assim como o empate nas simulações de segundo turno. Aliás, o Planalto torce mesmo para que essa polarização permaneça. Afinal, dizem os bolsonaristas, cola mais chamar o adversário de “ex-presidiário” e falar dos “roubos na Petrobras”, do que atacar os demais. Até porque a própria pesquisa registra que 52% desaprovam a anulação das condenações pelo ministro do STF Edson Fachin.

Até aqui, avaliam que o governador de São Paulo, João Dória, é o “almofadinha”, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, é o “ministro desobediente, que mandou as pessoas ficarem em casa”. O empresário e apresentador Luciano Huck é o “candidato da Globo” e o ex-juiz Sérgio Moro, bem… Entre os bolsonaristas, Diane do fato de Moro aparecer na frente das simulação de segundo turno, 34% a 31%, há quem diga que não dá para definir o ex-juiz como parcial no julgamento de Lula, porque só reforçaria o PT. Até aqui, prevalece a tese de que o ex-ministro da Justiça tem que ser tratado como um desleal, que saiu do governo porque queria ser candidato a presidente. É o que se tem para hoje.

Mais um grupo cobra de Bolsonaro o plano de combate à crise sanitária

Publicado em Covid-19

Depois dos governadores, mais um segmento suprapartidário pede que o governo tenha uma ação de coordenação nacional mais efetiva no combate à pandemia de covid-19. A Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS) divulga hoje um manifesto assinado por 83 políticos com mandato, de 19 partidos, com cobranças ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à grave situação imposta pela pandemia do novo coronavírus aos brasileiros. A carta aberta traz ainda pedidos para políticas de inclusão e geração de empregos e aponta a necessidade de uma reformulação da política externa no que diz respeito ao desmatamento no país.

O grupo cobra um plano consistente por parte do governo federal para enfrentamento da crise sanitária. Entre os signatários do documento, destacam-se os senadores Randolfe Rodrigues (REDE), Leila Barros (PSB), Alessandro Vieira (CIDADANIA) e José Reguffe (PODEMOS), os deputados federais Tabata Amaral (PDT), Arnaldo Jardim (CIDADANIA), Adriana Ventura (NOVO), Carlos Chiodini (MDB), Eduardo Costa (PTB), Franco Catarfina (PP), Professora Dorinha (DEM), os prefeitos de capitais como Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira (PDT), e Recife (PE), João Campos (PSB), além de deputados estaduais e vereadores de todo o país.

Eis a íntegra:

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Hoje, 11 de março de 2021, vivemos um momento dramático da história do país. Mais de 270
mil brasileiros perderam suas vidas em decorrência do novo coronavírus. Familiares e amigos de
mais de 270 mil pessoas sofrem, enquanto o Brasil assiste ao colapso, não só da saúde, mas de
vários pilares que sustentam uma sociedade democrática e voltada ao desenvolvimento
socioeconômico e ambiental.
Em 26 de março de 2020, a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade — RAPS e mais de 80 de
seus membros de diferentes partidos políticos (entre senadores, deputados federais,
governador, deputados estaduais e distritais, prefeitos, vice–prefeitos e vereadores) vieram a
público alertar sobre o rápido e perigoso avanço da Covid-19 no Brasil.
Naquele momento, início da pandemia, o país contabilizava mais de 2,5 mil casos e 61 mortes
e, já naquela época, tínhamos grande preocupação com as vidas perdidas e com a previsão de
colapso do sistema de saúde.
Agora, vemos esse colapso se aproximar, com as redes de atendimento de saúde estaduais e
municipais no limite de suas capacidades. O país também registra mais de 14 milhões de
desempregados, sem que haja qualquer perspectiva de retomada econômica, em meio a uma
retração que supera 4% do PIB e a desvalorização de 32% da nossa moeda. Para piorar, quase a
metade dos adolescentes está fora da escola e o sistema de ensino corre o risco de um
retrocesso de quatro anos nos índices de aprendizagem, ao mesmo tempo que assistimos a um
aumento do custo de vida que empobrece ainda mais aqueles que menos têm.

Além disso, o desmatamento generalizado em maior ou menor grau nos seis biomas do país
pode agravar as incidências de doenças infecciosas entre humanos. Somente a Amazônia, a
maior floresta tropical do mundo, perdeu em 2020 mais de 11 mil quilômetros quadrados de
área para o desmatamento, como apontou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Diante desta crise, nós, membros da RAPS, ancorados nos valores da democracia e da
sustentabilidade, elencamos abaixo o que entendemos como prioridades para a agenda pública
nacional:
1. Reconhecer a gravidade do momento priorizando a vida da população;
2. Viabilizar uma renda, ainda que emergencial, para a população em situação de extrema
pobreza;
3. Promover fontes de financiamento para a sustentação de micro e pequenos negócios;
4. Promover a união dos entes federados no enfrentamento à pandemia;
5. Acelerar a vacinação universal no país, que tem se mostrado a única saída em todo o
mundo para o enfrentamento da pandemia, com redução de casos e mortes;
6. Apresentar um plano consistente para que o Brasil supere a crise sanitária e inicie uma
retomada econômica;
7. Reorientar a política externa, tendo como prioridade o combate ao desmatamento com
o objetivo de frear o desinvestimento externo.
Este documento tem por finalidade, além de alertar para a gravidade do momento, orientar
prioridades para a execução de políticas públicas dos entes federados.
Para nós, cada vida importa. Todas as vidas importam.
Assinam:
Adriana Ventura – Deputada Federal (NOVO/SP)
Alessandra Vieira – Deputada Estadual (PSDB/PE)

Alessandro Vieira – Senador (CIDADANIA/SE)
Alliny Sartori – Vereadora de Ibitinga (MDB/SP)
André Fraga – Vereador de Salvador (PV/BA)
André Lima – Vereador de Macapá (REDE/AP)
André Meirinho – Vereador de Balneário Camboriú (PP/SC)
André Vechi – Vereador de Brusque (DC/SC)
Antônio Bittencourt – Vereador de Aracajú (PCdoB/SE)
Arão Josino da Silva – Prefeito de Ascurra (PSD/SC)
Arnaldo Jardim – Deputado Federal (CIDADANIA/SP)
Axel Grael – Prefeito de Niterói (PDT/RJ)
Bruno Cunha – Vereador de Blumenau (PSB/SC)
Camila Toscano – Deputada Estadual (PSDB/PB)
Carlos Bezerra Jr – Vereador de São Paulo (PSDB-SP)
Carlos Chiodini – Deputado Federal (MDB/SC)
Cesar Brizolara – Vereador de Pelotas (PS/RS)
Chió – Deputado Estadual (REDE/PB)
Claudia Visoni – Codeputada Estadual (REDE/SP)
Cristiane Dantas – Deputada Estadual (SD/RN)
Cristina Monteiro – Vereadora de São Paulo (NOVO/SP)
Diego Guimarães – Vereador de Cuiabá (CIDADANIA/MT)
Dori Freitas – Vereador de Mairiporã (REDE/SP)
Duarte Jr. – Deputado Estadual (REPUBLICANOS/AM)
Edilson Tavares – Prefeito de Toritama (MDB/PE)
Eduardo Costa – Deputado Federal (PTB/PA)
Edvaldo Nogueira – Prefeito de Aracaju (PDT/SE)
Fábio Ostermann – Deputado Estadual (NOVO/RS)
Franciele Back – Vereadora de Gaspar (PSDB/SC)
Franco Cartafina – Deputado Federal (PP/MG)
Gabriel Souza – Deputado Estadual (MDB/RS)
Guti – Prefeito de Guarulhos (PSD/SP)

Guto Issa – Prefeito de São Roque (PODE/SP)
Igor Normando – Deputado Estadual (PODE/PA)
Janayna Gomes – Vereadora de Itapoá (PL/SC)
Joana D’arc – Deputada Estadual (PL/AM)
João Campos – Prefeito de Recife (PSB/PE)
João Marcelo – Prefeito de Nova Lima (CIDADANIA/MG)
João Vítor Xavier – Deputado Estadual (CIDADANIA/MG)
Jorge Amaro – Vereador de Mostardas (PP/RS)
José Pugliesi – Vereador de Guaíra (MDB/SP)
Junior Muniz – Deputado Estadual (PP/BA)
Kelps Lima – Deputado Estadual (SD/RN)
Leandre – Deputada Federal (PV/PR)
Leandro Grass – Deputado Distrital (REDE/DF)
Leandro Morais – Vereador de Pouso Alegre (CIDADANIA/MG)
Leila Barros – Senadora (PSB/DF)
Lins Robalo – Vereadora de São Borja (PT/RS)
Lucas Arruda – Vereador de Poços de Caldas (REDE/MG)
Lucas Gotardo – Vereador de Balneário Camboriú (PSB/SC)
Luiz Paulo – Prefeito de Curvelo (PP/MG)
Maiara Campos – Vereadora de Palmácia (MDB/CE)
Mara Gabrilli – Senadora (PSDB/SP)
Marcelo Silva – Vereador de Campinas (PSD/SP)
Marcelo Calero – Deputado Federal (CIDADANIA/RJ)
Marcos Papa – Vereador de Ribeirão Preto (REDE/SP)
Marina Helou – Deputada Estadual (REDE/SP)
Maryanne Mattos – Vereadora de Florianópolis (PL/SC)
Miguel Coelho – Prefeito de Petrolina (MDB/PE)
Moisés Barboza – Vereador de Porto Alegre (PSDB/RS)
Paula Mascarenhas – Prefeita de Pelotas (PSDB/RS)
Paulinha – Deputada Estadual (PDT/SC)

Paulo Litro – Deputado Estadual (PSDB/PR)
Péricles Régis – Vereador de Sorocaba (MDB/SP)
Professora Dorinha – Deputada Federal (DEM/TO)
Ralf Silva – Vereador de Iracemápolis (PL/SP)
Ramon Novaes – Vereador de Quixabeira (PT/BA)
Randolfe Rodrigues – Senador (REDE/AP)
Raquel Lyra – Prefeita de Caruaru (PSDB/PE)
Raul Henry – Deputado Federal (MDB/PE)
Reguffe – Senador (PODE/DF)
Rochelle Gutierrez – Vereadora de Uberaba (PP/MG)
Rodrigo Agostinho – Deputado Federal (PSB/SP)
Rodrigo Paixão – Vereador de Vinhedo (REDE/SP)
Rubens Jr. – Deputado Federal (PCdoB/MA)
Sabrina Garcez – Vereadora de Goiânia (PSD/GO)
Tabata Amaral – Deputada Federal (PDT/SP)
Tadeu Alencar – Deputado Federal (PSB/PE)
Thainara Faria – Vereadora de Araraquara (PT/SP)
Tiago Mitraud – Deputado Federal (NOVO/MG)
Tovar – Deputado Estadual (PSDB/PB)
Virmondes Cruvinel – Deputado Estadual (CIDADANIA/GO)
Washington Bortolossi – Vereador de Itatiba (CIDADANIA/SP)
Sobre a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – RAPS: organização não governamental
que, desde 2012, tem a missão de contribuir para o aperfeiçoamento da democracia e do
processo político brasileiro. O compromisso da RAPS é apoiar líderes políticos, de diferentes
partidos e posições no espectro ideológico, para que compreendam e incorporem os princípios
da sustentabilidade em seus mandatos. A rede da organização soma mais de 670 pessoas, das
quais 141 estão no exercício de mandato eletivo – dois governadores, sete senadores, 32

deputados federais, 40 deputados estaduais, dois deputados distritais, 17 prefeitos e 41
vereadores.

Aécio Neves vai presidir Comissão de Relações Exteriores

Publicado em Câmara dos Deputados

Um acordo fechado com o presidente da Câmara, Arthur Lira, o PP e o PSDB fará do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Na ordem das pedidas dos partidos, os tucanos teriam a nona posição e dificilmente iriam conseguir fazer de Aécio presidente da CRE. Mas, graças ao PP, que tem direito à terceira pedida, o PSDB conseguiu: O PP vai pedir a comissão de Relações Exteriores e, na hora, apresenta Aécio como o candidato. O PSDB, por sua vez, pediu a Comissão de Minas e Energia, e apresentará um nome do PP para ocupar o cargo.

A solução deixou todo mundo com a certeza de que a capacidade de Arthur Lira cumprir acordos é grande. Até quando tem que dar um nó na disputa das comissões, ele consegue. Uma ala do PSDB, porém, não gostou. Considera que o líder da bancada tucana, Rodrigo de Castro (MG), jogou para o seu grupo em Minas Gerais e não para o partido como um todo.

Solução salomônica em curso para levar suspeição de Moro ao plenário do STF

Publicado em STF

O pedido de vistas de Nunes Marques abriu uma brecha para que o Supremo Tribunal Federal faça uma modulação do caso da suspeição de Sérgio Moro. Assim que a Segunda Turma terminar o julgamento, o plenário do STF, a que cabe a última palavra na corte, avaliará se este julgamento da suspeição ficou prejudicado depois da decisão de Edson Fachin, de anular as condenações de Lula.

Assim, seja para um lado ou outro, a decisão terá passado por todos os ministros, dando mais peso à decisão, seja ela qual for. Se o plenário decidir pela suspeição, não se poderá dizer que foi uma deliberação minoritária no Supremo e todas as decisões de Moro relativas ao triplex no Guarujá serão consideradas nulas e vão provocar uma avalanche de pedidos sobre outros processos.

Se a maioria do STF considerar que Moro não agiu de forma parcial e suspeita, a Segunda Turma terá dado o seu recado e os processos contra o ex-presidente Lula seguem para a Justiça Federal em Brasília, podendo as decisões anteriores serem confirmadas pelo futuro relator. Essa “modulação”, como explicam algumas fontes com acesso ao STF não está descartada. Vamos aguardar os próximos capítulos.