Mistério no Planalto

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A equipe do presidente Jair Bolsonaro diz não saber informar o tom do pronunciamento que o presidente fará logo mais em cadeia nacional de rádio e tevê. Sabe-se apenas que será na linha do que ele já vem defendendo em relação ao combate ao coronavírus. De quebra, loas ao 31 de março, aniversário do golpe de 1964. Alguns dizem que só quem sabe do teor são os filhos do presidente, em especial, Carlos Bolsonaro.

Na semana passada, quando do primeiro pronunciamento, os militares chegaram a fechar um texto com o presidente, mas foram surpreendidos na hora em que Bolsonaro falou. O tom foi bem diferente daquele acertado com assessores e ministros, que tratava da gravidade da pandemia. Se Bolsonaro hoje optar por falar da Organização Mundial de Saúde, conforme sugeriu que faria pela manhã,corre o risco de mais um fiasco internacional para se somar ao fato de ter sido classificado como o líder que pior está lidando com a crise do coronavírus.

R$ 1 bilhão para pequenos produtores, em especial, agricultura familiar

Paulo Guedes e Tereza Cristina
Publicado em Agricultura, Covid-19

Uma conversa entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, bateu o martelo sobre o apoio financeiro a produtores de leite, hortifrutis e, também, flores. O valor previsto é da ordem de R$ 1 bilhão. Metade desse volume, R$ 500 milhões, vai para o Programa de Aquisição de Alimentos, em parceria entre o Ministério da Cidadania e Conab, para aumentar também as compras da agricultura familiar. O intuito é garantir renda aos produtores e estoque para a distribuição em hospitais e clínicas de idosos.

A preocupação dos técnicos da área econômica é evitar que os produtores fiquem sem renda ou se vejam obrigados a parar a produção por falta de capital. Há um cuidado especial com os produtores de leite e laticínios, que perceberam nos últimos dias uma diminuição da venda de seus produtos.

Flores

Um dos setores que sentiu fortemente a queda da demanda nesta segunda quinzena de março foi o das flores. Esse pessoal trabalhava muito para eventos, como casamentos, batizados, festas em geral. Agora, esse público simplesmente desapareceu e cancelou tudo o que estava programado para abril, por exemplo. Com a decisão de hoje, o governo agora vai começar a mapear também outros setores que enfrentem dificuldades para evitar uma quebradeira geral. A ideia é atendê-los com esses recursos que os técnicos do governo prometem disponibilizar nas próximas semanas.

Planalto tenta conter os danos de imagem na crise do coronavírus

Planalto coronavírus
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Ao levar as coletivas do Ministério da Saúde para o Planalto, como parte do gabinete de crise, Jair Bolsonaro adota uma estratégia para evitar a leitura de que a equipe do ministro Luiz Henrique Mandetta é algo estanque, descolado do governo. Aliás, foi aconselhado a adotar esse modelo para tentar amenizar o impacto negativo não só do passeio de domingo, mas também das declarações da manhã, em que novamente defendeu que todos voltem ao trabalho, num momento em que até Donald Trump se rende à necessidade de isolamento. Veremos até quando isso vai durar. O presidente quer os louros do trabalho desenvolvido pelo Ministério da Saúde, mas quer distância do ônus econômico das suas recomendações, de distanciamento social.

Aliados têm dito que Bolsonaro não se convenceu da gravidade da crise. Primeiro, houve a defesa de uma campanha institucional para que o Brasil voltasse ao trabalho. Não deu certo. Depois, o rascunho de um decreto para determinar o retorno imediato às atividades em todo o país. Não funcionou. A contar pela disposição dele, algo mais virá. O Brasil vive a cada dia a sua aflição.

Ministros por Mandetta

Não são poucos os ministros que têm apelado a Bolsonaro para refluir nas declarações dissonantes com as de Mandetta. O que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala de público, a favor do isolamento, é voz corrente no primeiro escalão do governo.

A terceira onda

As declarações de Bolsonaro só serão tratadas de forma mais contundente no Parlamento, quando o país estiver em condições de voltar à normalidade. Em outras palavras, o Brasil seguirá com crise política em altos e baixos. Ninguém tomará qualquer atitude, até que se resolvam as questões de saúde, e as medidas econômicas tenham alguma resposta a fim de melhorar a vida das pessoas.

Está assim I

Em Londrina (PR), um empresário de 55 anos, que passou a infância e a adolescência em Brasília, começou a sentir dores pelo corpo em 18 de março. Em 20 de março, febre alta e dor de cabeça. Procurou a emergência de um hospital privado três dias depois. Foi mandado de volta para casa, sem teste para coronavírus e qualquer cuidado especial. Preocupado e ainda passando mal, voltou ao hospital dia 25. Aí sim, o tratamento foi diverso. Uma tomografia detectou lesões nos pulmões e, então, foi internado e houve coleta de material para o teste. Ontem, 29 de março, recebeu o resultado: Covid-19.

Está assim II

Esse empresário continua internado. Conta ainda que tem um passado atlético em piscina, alimentação saudável, não fuma, não bebe, não tem hipertensão, diabetes, ou qualquer outro fator de risco. Agora, seu quadro clínico começa a melhorar. “O vírus é violento”, avisa.

Militares e o meio-termo de Villas Boas

Integrantes da cúpula das Forças Armadas cobraram de Bolsonaro uma postura mais afinada com o Ministério da Saúde. Daí o motivo da nota do ex-comandante do Exército, general Villas Boas, que critica ações extremadas, delimita o centro como ponto de equilíbrio e, por tabela, sai em defesa do presidente. Divulgada, ontem, nas redes sociais, coloca Bolsonaro como bem intencionado. A leitura da política é a de que a caserna age para tentar conter o presidente e a crise política.

Continha/ Dia desses, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reclamou de um juiz que suspendeu a carreata do “Brasil não pode parar”, referindo-se a um cidadão contra 57 milhões –– o número de votos que seu pai angariou no segundo turno. O problema é que, desses milhões, há muitos que defendem o confinamento e não votaram a favor de Bolsonaro, e sim contra o PT.

Sem exemplos para citar/ O fato de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adotar o autoisolamento depois que um de seus assessores testou positivo para o novo coronavírus, foi mais um baque nas atitudes de Bolsonaro, que, com vários colaboradores com resultado positivo, continua nas ruas.

Difícil, mas deve rolar/ A Câmara fez ontem testes para sessões virtuais. Só tem um probleminha: com 513 deputados, vai ser complicado definir a ordem de uso dos microfones –– e por aí vai.

Enquanto isso, na construção civil…/ Obras de fundação de um edifício na região do Park Sul continuavam ontem a pleno vapor.

Bancada paulista destinará todas as emendas ao combate ao coronavírus

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Coordenador da bancada de São Paulo no Congresso, o deputado Vinicius Poit (Novo-SP) conseguiu que todos os R$ 219 milhões em emendas da bancada de São Paulo ao Orçamento deste ano sejam destinadas ao combate ao coronavírus. O valor deverá ser aplicado na área de saúde para compra de equipamentos médicos destinado ao tratamento de pacientes. São Paulo tem 206 pacientes internados em UTI, de um total de 1.451 casos. Esses números foram divulgados hoje. O número de mortes é 98.

A iniciativa de Poit junto aos deputados de São Pulo, a maior bancada da Câmara, segue o que já foi feito por outras bancadas estaduais pelo Brasil afora. Até aqui, Distrito Federal, Sergipe e Amazonas anunciaram iniciativas semelhantes.

A verdade, nada mais que a verdade, promete Mandetta

Bolsonaro e Mandetta
Publicado em Covid-19

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, segue espremido. De um lado, um presidente da República que deseja implantar no país apenas o isolamento vertical, reabrindo comércios e todos os serviços não-essenciais e isolando apenas os idosos e pessoas do grupo de risco. De outro, a Organização Mundial de Saúde, as recomendações dos infectologistas, e mais de meio mundo que considera o isolamento a única forma segura de evitar o colapso dos serviços de saúde pública, uma vez que a escassez de testes rápidos para isolamento apenas dos doentes impede outro tipo de tratamento. Entre os dois, Mandetta, para a entrevista de daqui a pouco, promete a verdade. Vai, assim, na linha da citação bíblica, João 8:32, sempre mencionada pelo presidente Jair Bolsonaro: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Bolsonaro, ao escolher seus ministros, em dezembro e 2018, anunciava que não cederia aos partidos e daria à sua equipe um perfil técnico. Se agora, nesse momento grave, Bolsonaro trocar o ministro da Saude, para colocar alguém que faça apenas a sua vontade, estará rasgando esse ativo que levou à sua eleição e foi amplamente aplaudido pela população. O próprio ministro Paulo Guedes, outro escolhido por um perfil técnico, disse hoje que está preocupado com a economia, mas defende o isolamento.

No mundo inteiro, os negacionistas da gravidade da pandemia que se mostraram mais atentos ao cenário econômico do que às questões de saúde pública tiveram que rever suas posições. Do prefeito de Milão, Giuseppe Sala, ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Bolsonaro insiste em manter sua sua posição. Vejamos quem está com a verdade. Afinal, como diz o presidente, a verdade libertará.

Mandetta foi contra o video “o Brasil não pode parar” Governo apelou a empresários em favor da campanha. Secom diz que vídeo foi “experimental”

Publicado em Covid-19

O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, foi uma das autoridades que apelou para que o governo não colocasse em suas redes oficiais a campanha ö Brasil não pode parar”. Entretanto, desde a noite de quinta-feira, o vídeo circulou entre empresários e aliados do presidente Jair Bolsonaro para ver se “colava”. O apelo foi feito no sentido de substituir a campanha “fique em casa” pela “Brasil não pode parar”.

A campanha não colou. Desde o início da manhã, muitos parlamentares procuraram o secretário de governo, ministro Eduardo Ramos, para alertar que o presidente poderia ser responsabilizado caso haja uma explosão dos casos de Covid-19 nos hospitais e a explosão do coronavírus no país. Muitos empresários recuaram, assustados com o que ocorreu em Milão, onde houve uma campanha desse tipo e hoje há mais de 4 mil mortos. Agora no final da tarde, a Secretaria de Comunicação da Presidência a República soltou a seguinte nota:

“Trata-se de vídeo produzido em caráter experimental, portanto, a custo zero e sem avaliação e aprovação da Secom. A peça seria proposta inicial para possível uso nas redes sociais, que teria que passar pelo crivo do governo. Não chegou a ser aprovada e tampouco veiculada em qualquer canal oficial do Governo Federal.

Bolsonaro quer repetir Lula

Bolsonaro e Lula
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Coluna Brasília-DF

Em 2005, quando o país viu eclodir o escândalo do mensalão, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva vislumbrou um possível processo de impeachment. À época, disse a adversários que qualquer movimento contra ele resultaria em ruas lotadas em sua defesa. Agora, o presidente Jair Bolsonaro tem dito o mesmo a um pequeno grupo da sua confiança. Para isso, entretanto, ele precisa recuperar parte da popularidade, sem dividir os louros das medidas adotadas com ninguém, e tratando tudo como se fosse iniciativa do seu governo.

Foi nesse sentido que Bolsonaro anunciou, de bate-pronto, na porta do Alvorada, o valor de R$ 600 mensais de ajuda para os trabalhadores informais, o triplo do projeto inicial do Poder Executivo. O projeto já estava em votação e, àquela altura, a área econômica aceitava, no máximo, conceder R$ 300. O Congresso ia dar R$ 500 e o presidente anunciou R$ 600. Enquanto essa disputa por protagonismo político ajudar a população, será bem-vinda. As consequências, como sempre, virão depois.

Perfil do comando

As trocas de militares no Alto Comando já eram previstas, mas a nova leva é ligada ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e ao comandante do Exército, general Edson Pujol.

Até eles

Alguns hospitais privados, inclusive, no Distrito Federal, projetam queda de faturamento, por causa do cancelamento de cirurgias eletivas e consultas. Até alguns setores da medicina passarão por dificuldades diante da pandemia de coronavírus.

Até ele

Com o estado de Nova York definido como o novo epicentro da pandemia da Covid-19, as declarações do presidente Donald Trump a respeito do coronavírus vão na linha de “pandemia grave”, e que veria, caso a caso, a necessidade de manter ou afrouxar as medidas de isolamento.

Ciência versus política

A virada de Trump é lida entre alguns aliados de Bolsonaro como fruto da campanha política que o presidente dos Estados Unidos enfrentará em breve. Porém, entre opositores do bolsonarismo, é a certeza de que Trump não teve saída, a não ser o que dizem os técnicos e infectologistas.

Só para contrariar/ A ideia de Bolsonaro aparecer com duas caixas de remédio que não precisa usar, e receitar como a promessa contra o coronavírus, teve uma motivação: provocar o médico Ronaldo Caiado, governador de Goiás, seu mais novo adversário.

Joyce na cobrança/ Em seu discurso no plenário da Câmara, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) não mediu as palavras ao cobrar do presidente que pare com essa história de negociar com o Congresso num momento e, minutos depois, ir às redes sociais dizer que não negociou. “Seja homem e cumpra de pé o que combina sentado. Eu o desafio à paz, ao diálogo, à união”.

Muito além da Mega-Sena/ O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou vídeos de reclamações para a abertura de casas lotéricas. Há cidades em que esses estabelecimentos são o canal para receber os benefícios governamentais e, fechados, as pessoas não conseguem sacar valores de aposentadorias, por exemplo.

Espelho meu/ Lula chamou a crise econômica de “marolinha”. Dilma Rousseff saudou a mandioca e queria estocar vento. Bolsonaro chama pandemia de gripezinha e diz que brasileiro mergulha no esgoto e não pega nada. Qualquer semelhança é mera coincidência.

No Sírio Libanês, o hospital dos políticos, a recomendação é de isolamento horizontal

Hospital Sírio-Libanês/Divulgação
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A posição do governo de manter apenas os idosos em casa levou mais especialistas a virem a público defendendo o distanciamento horizontal nesse momento. Infectologista do hospital Sírio Libanês em Brasília, hospital que tem recebido os políticos portadores do coronavírus, dr. Alexandre Cunha fala da importância do isolamento horizontal da população nessa fase da pandemia, recomenda a não circulação de jovens e diz que “as medidas de distanciamento social são as únicas que se mostraram eficazes para conter a disseminação rápida do novo coronavírus”. Ele menciona ainda que uma vacina só estará disponível daqui a um ou dois anos e os tratamentos alardeados como a cura são experimentais e baseados em estudos metodologicamente muito ruins”, afirma, acrescentando que “provavelmente, não terão a eficácia alardeada pela mídia.Os novos estudos já estão mostrando que os resultados não são tão promissores”, diz.

A avaliação do especialista é a de que o distanciamento social é importante para evitar que um grande número de casos ocorra simultaneamente, mesmo que esses casos seja entre pessoas jovens. “É verdade que o vírus tem menor impacto e letalidade e menor hospitalização. Se o número de infectados for muito grande num curto período, isso pode gerar uma sobrecarga do sistema de saúde, o que pode fazer com que haja óbitos evitáveis entre jovens, o que já acontece hoje nos Estados Unidos. E também aumento em idosos, que precisarão de hospital muitas vezes por outros problemas. Se os hospitais estiverem lotados, esses idosos não terão como se tratar”, diz ele, referindo-s a outras doenças comuns nessa faixa etária como problemas cardíacos, hipertensão.

Dr. Alexandre Cunha considera que afrouxar as medidas dependerá de estudos. “É claro, temos medir a cada momento da pandemia qual o momento de baixar a guarda e afrouxar essas medidas. Essa decisão temeu ser tomada por dados técnicos, baseada em dados estatísticos, epidemiológicos, sempre pensando que a economia é importante, o país não pode ficar parado por muito tempo. Mas, se a gente deixar os jovens circularem livremente nesse momento, corre um grane risco do nosso país entrar em colapso, como aconteceu em países como a Itália. Nesse momento, a melhor medida é se manter em casa pra evitar esse contágio rápido. A gente espera que, a medida que a população for sendo imunizada, gradativamente, que as coisas possam ao normal, inclusive os idosos possam voltar a frequentar os lugares que frequentavam habitualmente”, diz ele.

Se Bolsonaro não agir para conter crise, será tratado como a “rainha da Inglaterra”

Bolsonaro
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Coluna Brasília-DF

A carta dos 26 governadores propondo medidas econômicas, chamando o governo federal, leia-se, o presidente Jair Bolsonaro, a liderar o processo de combate ao coronavírus, e a quebra do silêncio do vice-presidente Hamilton Mourão, são tratados nos bastidores do poder como um alerta: ou o presidente sai da linha de confronto, e senta-se à mesa para um trabalho sereno, a fim de sair da crise da saúde e buscar soluções para a economia, ou será tratado por todos como a “rainha da Inglaterra”, isolada no Castelo de Windsor.

A avaliação geral é a de que o presidente adota esse discurso mais agressivo aos estados para não se contaminar com a crise econômica inexorável, deixando tudo no colo dos governadores –– que adotaram a quarentena recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a fim de evitar que o crescimento rápido do número de casos leve a um colapso dos serviços de saúde. Ocorre que, como disse Mourão, a primeira onda é a da saúde. A segunda, a da economia. Logo, para surfar na segunda, é preciso passar pela primeira que, em um mês, registrou 2.433 casos, com 57 mortes.

Militares com Mourão

Os generais que apoiaram a eleição de Bolsonaro, de corpo e alma, hoje estão mais afinados com Mourão. Nas redes de generais, o vice é altamente elogiado.

Abin de olho no coronavírus

A Agência Brasileira de Inteligência tem feito relatórios, quase que diários, a respeito da evolução da Covid-19 no Brasil, de olho nas curvas dos outros países. Um dos cenários indica que a situação por aqui segue o que ocorreu na França e na Alemanha. Os franceses já estão em confinamento. Os alemães estão com três estados em lockdown. Bares e restaurantes abertos apenas para serviço de entrega e todos os estabelecimentos que tenham contato corporal fechados.

Se é “gripezinha”…

Não é caso de calamidade pública. Já tem gente dizendo que, se o presidente insistir nessa tese, terá que pedir revisão do decreto.

DEM buscará outro caminho

A saída do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, da base de Bolsonaro, afasta quase que por completo o Democratas do atual governo. Os ministros do partido –– Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Teresa Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Cidadania) –– estão por conta própria.

Fixação eleitoral

Na reunião dos governadores do Sudeste com Bolsonaro, o único a quem ele respondia a qualquer intervenção era o de São Paulo, João Dória. Deixou claro que vê no paulistano um rival para o futuro.

Corrida do bem/ A Câmara aprovou uma série de projetos para aliviar a situação dos mais vulneráveis, enquanto o governo federal faz uma série de reuniões para anunciar novas medidas para proteção dos mais vulneráveis.

Padrinho/ Ronaldo Caiado foi um dos maiores entusiastas da ida de Mandetta para o Ministério da Saúde. Ou seja, se Bolsonaro, em algum momento, resolver substituí-lo, não faltarão governadores para abrigá-lo na equipe.

Chama o Meirelles/ O secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, voltou a ser o sonho de consumo do mercado para o lugar de Paulo Guedes. Em especial, depois da postura serena que demonstrou nos últimos dias.

Nem pensar/ Bolsonaro não pensa em chamar ninguém que trabalhe no governo de São Paulo para atuar em seu governo. Se houver qualquer mudança, será caseira.

Comentários negativos fazem Bolsonaro mudar estratégia de comunicação

Bolsonaro na porta do Alvorada
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Coluna Brasília-DF

A estratégia de comunicação direta do governo, via redes sociais, e as entrevistas na porta do Palácio da Alvorada devem ser substituídas por notas oficiais. A ordem é evitar que o presidente fique exposto. A avaliação é de que, toda as vezes que ele se irrita com perguntas de jornalistas, fica pior.

Ali é que mora o perigo

Tem incomodado aos palacianos o fato de os anúncios nas redes sociais serem seguidos de uma onda de comentários negativos. O pior momento foi a decisão de suspensão dos salários, revogada em seguida. Bolsonaro não quer repetir aquela dose de ataques que recebeu nas redes. O problema é que, diante da pandemia, com os países tomando medidas de quarentena no mundo, o presidente está a cada dia mais isolado.