Sua Majestade a modéstia 1

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Ufa! A campanha eleitoral chegou ao fim. Foram quatro meses de exposição. Não faltaram promessas nem mágicas. Embalados para presente, os candidatos viraram super-humanos. Pra eles o impossível não existe. O show marqueteiro mexeu com a cabeça do eleitor. Ele fez as malas pra morar no país da Dilma e no estado do Aécio.

Como chegaram lá? Além de sorrisos, gestos ensaiados, olhares pidões, o discurso sobressai. A futura excelência esbanja próclises e mesóclises. Acerta formas rizotônicas e arrizotônicas. Sobretudo evita o eu. O pronomezinho dá a impressão de arrogância. Saída? Os sabidos recorrem a truques. Partem para o plural de modéstia.

Faz de conta

É mágica. Em vez de eu, usam nós. Mas o nós continua eu. Por isso, o emprego da falsa modéstia impõe regras. O verbo vai para o plural. Mas adjetivos e substantivos ficam no singular:

Nós somos candidato corajoso e preparado para governar. Nós somos modesto e pobre. Queremos melhorar a vida dos brasileiros.

Sem o truque, o nós se referiria a mais de uma pessoa. Aí, as frases seriam: Nó somos candidatos corajosos e preparados para governar. Nós somos modestos e pobres. Queremos melhorar a vida dos brasileiros.