Que confusão!

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Atento leitor, Paulo José Cunha deu de cara com este texto: “Instalar o Google é novidade, e o Gmail é um serviço on-line. Se você não consegue acessá-lo, o problema é com sua conexão, o monitor não tem nada haver com isso”. Ops! Sem acreditar nos próprios olhos, ele leu as frases outra vez. Mais uma. Suspirou fundo. Inconformado, comentou: “Tenho observado que esse erro é recorrente. O que se pode fazer?”

Só há uma saída, Paulo. Entender a diferença entre a ver e haver. Se falamos de relação, é a vez da duplinha: Ele tem a ver (tem relação) com a briga no estádio. O emprego da vírgula tem tudo a ver com a análise sintática. O trabalho dele não tem nada a ver com a bolsa de valores. Se você não consegue acessá-lo, o problema é com sua conexão, o monitor não tem nada a ver com isso.

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Haver é o velho verbo que tem mil e um empregos. Ele pode:

1. Ser auxiliar: hei de ler, hás de ler, há de ler, havemos de ler, hão de ler.

2. Indicar contagem de tempo passado: Cheguei há pouco. Trabalhava na loja havia dois anos.

3. Substituir o verbo existir: Na sala, há oito pessoas.

4. Significar ocorrer: Na campanha houve (ocorreram) incidentes.

É isso, Paulo. Falamos de relação? O a ver pede passagem. No mais, o haver é pra lá de bem-vindo.