Palanque eletrônico 6

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Mensagem

Cadê Roriz?

Dad Squarisi

O clamor se ouve do Lago Sul a Itapoã. Ecoa na Estrutual, passa pelo Riacho Fundo e chega ao Recanto das Emas. Ultrapassa os limites da capital. “Cadê Roriz?”, perguntam os amigos de Luziânia. “Queremos Roriz”, clamam os eleitores azuis.

Explica-se. O homem da tevê não é o ex-governador. Os olhos verdes são os mesmos. O bronzeado também. O sorriso não mudou. Mas o discurso…Roriz era mão de vaca. Economizava os ss. “Os filhos”? Puro esbanjamento. Bastava “os filho”. Todos entendiam. Agora esses ssssssssssss todos…

Roriz sobressaía. Só ele dominava o plural de modéstia. Pra não parecer arrogante, deixava o eu pra lá. Recorria ao nós. É um truque. Conhece? O nós continua eu. Aí o verbo vai para a primeira pessoa do plural, mas adjetivos e substantivos não. “Nós somos trabalhador e honesto”, dizia com propriedade o saudoso morador do Buriti.

Os invejosos criaram calos na língua. Diziam que ele acertava porque foi mau aluno. O troco veio na telinha. Roriz vai além dos ss. Esbanja próclises e mesóclises. Acerta formas rizotônicas e arrizotônicas. Esnoba o futuro composto. Fica no sofisticado porvir simples.

Mutatis mutandis, teme-se que o ex-governador repita a conhecida e verídica história de Rui Barbosa. O Águia de Haia, zangado porque o café da manhã chegara à mesa com atraso, repreendeu o mordomo: Romualdo, por mais de uma feita não vos obtemperei que esta minha indefectível rubiácea dever-me-ia ser servida ao primeiro rosicler da manhã?

Volta, Roriz!