A linguagem dos computadores trouxe a gíria da atualidade. Printar é uma delas. Deletar, outra. Digitar, mais uma.
O plural de ganha-pão? É ganha-pães. A dupla joga no time de guarda-roupas, beija-flores e lustra-móveis. Na composição de verbo mais substantivo, só o nome se flexiona. O companheiro fica no bem-bom.
O povo sabido diz que um é pouco, dois é bom, três é demais. Com a língua, a história muda de enredo. Um é suficiente. Por isso, não diga quantia de dinheiro. É redundância. Basta quantia.
Por qual razão a fulana é uma garota má, porém mal-educada? A criança é má ou mal? (Edilson Zafira de Sousa) Trata-se da classe gramatical. Má é adjetivo, feminino de mau. O contrário é boa, bom: menina má, bruxa má, conduta má, menino mau, lobo mau, mau comportamento. Mal joga em outro time. Pode ser substantivo (mal do século, mal da atualidade, mal da política) […]
“Nós temos de alcançar uma estabilidade política baseada em um acordo no sentido de que os interesses partidários e pessoais de cada concorrente têm de ser colocados abaixo dos interesses do País”, escrevemos na pág. 3. Viu? Demos pedigree a quem não tem. País, mesmo ao se referir ao Brasil, se escreve com inicial pequenina. Assim: … têm de ser colocados abaixo dos interesses do […]
Podemos, num texto formal, usar mais pequeno em vez de menor? (Edilson Zafira de Sousa) Em Portugal, costuma-se usar mais pequeno em vez de menor. No Brasil, a história muda de enredo. Aqui, só usamos a duplinha em comparações como estas: Meu texto é mais pequeno que grande. A casa que aluguei é mais grande que pequena.
Coisas caem de moda. É o caso de CD, videocassete, maiô com saiote, tevê em preto e branco. Coisas vão e voltam. A vitrola serve de exemplo. Os discos de vinil também. E a calça boca de sino? Fez furor nos anos 70. Nas décadas seguintes, virou símbolo de breguice. Depois, provou que nada melhor que um dia depois de outro. Retornou às passarelas com […]
Alguns o amam. Outros o odeiam. É o horário de verão. A partir de amanhã, o relógio avança uma hora. Em fevereiro, os ponteiros voltam atrás. Até lá, vale lembrar as manhas da marcadora do tempo. A abreviatura de hora é sem-sem — sem espaço e sem plural: 2h, 2h30, 2h45.
O dia tem 24 horas. Quando os ponteiros percorrem 12 horas, dizemos que é meio-dia. Mais 12, meia-noite. As metadinhas se grafam assim — com hífen. O plural? É meios-dias e meias-noites. Olho vivo, marinheiros de poucas viagens. A concordância prega peças. A vítima é 12h30. Muitos dizem meio-dia e meio. Bobeiam. É meio-dia e meia (hora).
“Não há desincompatibilização para se concorrer à reeleição”, escrevemos na pág. 6. Reparou no desperdício? Antes do infinitivo, o se sobra. Melhor economizá-lo: Não há desincompatibilização para concorrer à reeleição.