Mensagens nota 10. É dezembro. O mês dá passagem à escrita. Escrevemos cartões, e-mails, recadinhos. O importante é passar mensagens claras e sedutoras. Como chegar lá? Mantenha o olho no leitor e siga estes mandamentos. Seja adequado. A língua se parece a imenso armário. Nele há todos os tipos de roupas. O desafio: escolher a mais adequada para o momento. A piscina pede biquíni, […]
Montaigne, há 400 anos, disse que o estilo tem três virtudes. A primeira: clareza. A segunda: clareza. A terceira: clareza. Graças a ela, o receptor entende a mensagem sem ambiguidades. Como ensina Íñigo Dominguez, “uma frase tem de estar construída de tal forma que não só se entenda bem, mas que não se possa entender de outra forma”. […]
A precisão tem íntima relação com as palavras. Buscar o vocábulo certo para o contexto é trabalho árduo. Exige atenção, paciência e pesquisa. Consultar dicionários deve fazer parte da rotina de quem escreve.
Imagine que o leitor esteja à sua frente conversando com você. Sinta-se à vontade. Faça pausas e perguntas diretas. Dê ao texto um toque humano. Você se dirige a pessoas de carne e osso.
No mundo de corre-corre, queremos textos curtos, precisos e prazerosos. Rapidez de leitura fisga. Pra chegar lá, opte por palavras familiares. As longas e pomposas são pragas. Em épocas passadas, quando a língua era instrumento de exibição, elas gozavam de enorme prestígio. Falar difícil dava mostras de erudição. Impressionava. Hoje a realidade mudou. Impõe-se informar — rápido e bem.
Comece bem, com uma frase atraente, que desperte o interesse e estimule a vontade de avançar até o fim. Aí, ofereça o prêmio cuidadosamente escolhido: um fecho marcante. Lembre-se: a última impressão é a que fica.
Não canse. Escreva nem mais, nem menos – o suficiente. Busque a frase elegante, capaz de veicular com clareza e simplicidade a mensagem que você quer transmitir.
Boa parte das pessoas se indigna com palavrões, obscenidades e expressões chulas. Evite-as. Xô!
Surpresa chama a atenção e desperta a curiosidade. É o gosto pelo inusitado. O chavão vai de encontro à novidade. Soa como coisa velha. Transmite a impressão de pessoa preguiçosa, desatenta ou malformada. Em bom português: incapaz de surpreender.
As palavras carregam carga ideológica. Algumas mais, outras menos. A sociedade está muito atenta aos vocábulos que reforçam preconceitos. Cor, idade, peso, altura, origem, condição social e preferências sexuais são as principais vítimas. Não exagere. A informação exige termos precisos. Deficiente visual não é necessariamente cego. Deficiente auditivo não significa obrigatoriamente surdo. Dizer que alguém é cego, surdo ou surdo-mudo não ofende nem demonstra intolerância. […]