O berço da palavra

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    Márcio Cotrim   Fluminense Football Club                          O berço do nome desse clube, campeão brasileiro de futebol, está no latim flumen, rio. Nada mais lógico que ele fosse batizado em homenagem ao Rio de Janeiro, seu ninho. Sua história começa no dia 21 de julho de 1902 na Rua Marquês de Abrantes número 51, no bairro carioca do Flamengo, no Rio de Janeiro. Logo reuniu, entre os sócios, representantes das mais tradicionais famílias da cidade. Sua bela sede, nas Laranjeiras, de estilo neoclássico, combina com a criatividade e a paixão de sua torcida — que, no dizer dos mais entendidos no assunto, “pode não ser a maior, mas é a melhor”.   Decano dos grandes clubes brasileiros, o Fluminense, inicialmente, adotou como suas cores o cinzento e o branco. Pela dificuldade de conseguir tecido de cor cinza no mercado, em 15 de julho de 1904 passou a ser tricolor: grená, branco e verde.   Quando o futebol ainda engatinhava no país, o tricolor já consolidava a liderança ao conquistar o tetracampeonato estadual em 1906-7-8-9. Destaca-se, entre as glórias tricolores, a conquista de Taça Olímpica, honraria atribuída pelo Comitê Oliímpico Internacional (COI) ao clube modelo de organização esportiva no mundo. No Brasil, só o Fluminense tem esse título.   Seu estádio foi o primeiro palco para a seleção brasileira e o local onde ela levantou o primeiro título relevante no futebol sul-americano, em 1919.  Em números expressivos, a equipe principal do clube, em dezembro de 2009, já havia disputado 5.109 jogos, com 2.644 vitórias, 1.187 empates e 1.278 derrotas, feito 10.374 gols e sofrido 6.335.   Em 12 de maio de 2007, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro aprovou decreto oficial que cria o Dia do Fluminense, comemorado no dia 21 de julho, data de sua fundação. O hino do Fluminense, composto pelo consagrado Lamartine Babo, num de seus versos destaca o valor atribuído pela agremiação a três sentimentos básicos: “A paz/ a esperança/ e o vigor/ unido e forte/ pelo esporte/ eu sou é tricolor!”       CHAMPANHE –  Bebida espumante surgida em 1668 na região nordeste da França denominada Champagne. Nasceu quando o monge Don Pérignon, abade de Hautvillers, percebeu que o vinho das uvas dessa região desenvolvia uma fermentação secundária produzindo pequenas bolhas e gás. A partir daí sua produção cresceu espetacularmente, dando, depois, origem à chamada técnica champenoise — hábito de amarrar a rolha da garrafa com arame. Todo acontecimento festivo é saudado ruidosamente com a abertura desse espumante de prestígio universal -– mesmo que a festa só ocorra a dois, entre folguedos de alcova . . . Tim-tim . . .     ACÓRDÃO  –  É a deliberação do órgão colegiado de um tribunal – câmara, turma, seção, plenário, etc. – em que seus membros acordam (daí o nome), ou seja, concordam com determinada resolução. Como as demais decisões judiciais, deve apresentar o nome de seu relator, dos membros componentes do órgão julgador e o resultado da votação. Caso ela não seja unânime, o voto vencido, ou seja, o entendimento divergente – mesmo que apenas de um membro do colegiado,  deverá ser exposto no acórdão. Trata-se de um dos instrumentos mais importantes do mundo jurídico, um dos pilares da democracia como a conhecemos no Ocidente, cega mas atenta às demandas individuais e coletivas. Sem ela, voltaríamos ao macaco inicial . . .     APOTEOSE – Theos é a palavra grega para Deus e está presente em vários termos como ateísmo, teologia, e assim por diante. Da mesma forma, em apoteose. O vocábulo grego apotheósis era, entre os romanos, o ato de endeusar um imperador, normalmente após a morte, através de um ato oficial de grande pompa. Júlio César foi o primeiro a ser apoteotizado, e  os demais césares também, menos Nero e Domiciano — Calígula  autoendeusou-se ainda em vida. Hoje em dia, apoteose é sinônimo de cena final de um espetáculo que merece louvor especialíssimo a quem se distingue por seu desempenho. Uma das mais impressionantes apoteoses teatrais foi registrada em cena aberta durante a ópera Aída, de Giuseppe Verdi, em sua Marcha Triunfal, que levou a plateia a aplaudi-la freneticamente durante 18 minutos ininterruptos. Com elefantes e tudo . . . Quase que a apoteose se transforma em apocalipse . . .