Luxo ao som de cordas e sopros

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    A Escola de Música de Brasília oferece curso de verão todos os anos. É um luxo que veste Chanel com pérolas negras. Profissionais de Europa, França e Bahia desembarcam na capital. Na bagagem, as últimas novidades em criação e execução. Cordas, sopro, percussão, canto, há de tudo pra todos os gostos. Os brasilienses deitam e rolam. Músicos aproveitam pra se aperfeiçoar. Gente comum também lucra. Curte apresentações de primeira qualidade.
  O curso movimenta a cidade há 32 anos. Há 32 anos uma dúvida persiste. Qual o feminino de músico? Há quem diga música. A maioria, porém, prefere musicista. Eis a questão: a polissílaba é preferência ou obrigatoriedade? Palpites pintam a torto e a direito. Sem acordo, alunos, professores, convidados e curiosos discutem. E daí?
  Boa saída: consultar o dicionário. O pai de todos nós ampara sempre. Sabido, esclarece. Músico joga no time de médico, advogado e psicólogo. Quando o profissional usa saia, troca-se o o pelo a: Ela é médica. Ela é advogada. Ela é psicóloga. E, claro, ela é música.
  Existe também o substantivo musicista. Com o mesmo significado de músico e música, musicista vale por dois. Ternos e gravatas, saia e salto alto são recebidos com banda de música e tapete vermelho. Os musicistas e as musicistas estão lá pra fazer a festa. Privilégio? É. E é de graça.